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Um ‘foda-se’ seguido de uma ‘reflexão para o mais intelectual’

6 Janeiro, 2019

Nota inicial. Fui informado que no Blasfémias podemos fazer uso do vernáculo. Pelos vistos a única coisa que no Blasfémias não podemos ser é liberais…

Foda-se

Numa sociedade que pretende transformar, por decreto, putas em mães de família, foi com grande espanto que verifiquei que os progressistas (alguns padrecos incluídos) duvidam da virgindade carnal de Nossa Senhora. Não percebo porquê!

Num mundo onde todos aparentemente podem ser o que querem, não entendo a dúvida em torno da virgindade de Nossa Senhora. Em primeiro, Nossa Senhora pode ser o que muito bem entender. E se Nossa Senhora quer ser virgem, que seja; em segundo, o povo pode acreditar no que muito bem entender. E se o povo acredita (constrói socialmente, diriam os progressistas) que Nossa Senhora é virgem, pois então não há dúvidas: Nossa Senhora é virgem! Em terceiro, a ‘perda da virgindade’ não passa de mais um dos inúmeros mitos do heteropatriarcado. A virgindade é na verdade uma construção social e só existe enquanto mecanismo de poder do homem-branco sobre a mulher. Aliás, é por isso mesmo que é tão difícil mudar mentalidades, com os ‘maus do costume’ (conservadores, filhos duma grande puta) a não entenderem que a mulher é dona do seu próprio corpo e faz com o mesmo o que muito bem entender. Aliás, a mulher é mulher enquanto lhe der na puta da gana: se um dia quiser ser homem e foder uma cabra (com consentimento da cabra, para sossego do PAN), nada nem ninguém a pode impedir. Este vosso amigo não podia estar mais de acordo! Por isso digo: Nossa Senhora é virgem! Aliás, Nossa Senhora foi a primeira mulher a gritar contra o heteropatriarcado e a dizer: eu sou o que muito bem entender, e por isso vou ser a Mãe de Deus, Virgem Imaculada! Foi Nossa Senhora que quis ser, e por isso foi! Ora aí está o único dogma Católico que nunca, mas nunca, me levantou qualquer tipo de dúvida! Vivam os progressistas!

Reflexão para o mais intelectual

Para o leitor mais incauto, ainda a recuperar dos exageros pecaminosos do Santo Natal, este post tem como contexto vários artigos publicados nos media sobre a Virgindade de Nossa Senhora. Leiam o do Padre Álvaro Balsas, no Observador, que é o melhor de todos; não percam tempo com o artigo do senhor Anselmo Borges, também no Observador, o qual é uma lista de disparates sem nexo.

Não sou teólogo, com grande pena minha. É uma área do saber pela qual tenho imenso respeito. Aliás, tenho mais respeito pela teologia, enquanto forma de saber, do que pela economia, a qual não tem, para mim, interesse absolutamente nenhum. Com excepção de algumas formas de fazer história económica, como a da Deirdre McCloskey. Não vou por isso comentar o dogma da Virgindade de Nossa Senhora. Limito-me a aprender com quem sabe mais do que eu.

O que me parece importante realçar do debate em torno deste dogma Católico é a crispação que gerou. De um lado temos pseudo-católicos, alguns infelizmente padres, que ao fim de todo este tempo ainda não tinham percebido que a Fé Católica é dogmática. Mas qual era a dúvida? Do outro lado temos os do costume, progressistas e ateus pseudo-cientistas. Aos progressistas já disse o que tinha a dizer e é um grande ‘foda-se!’; aos ateus pseudo-cientistas convém recordar o seguinte: é tão absurdo acreditar em Deus como não acreditar. É este pequeno pormenor que escapa aos pequeninos, e que o Padre Álvaro Balsas colocou de forma brilhante quando, no final do seu artigo no Observador, diz: ‘Sendo um “fenómeno” irrepetível, não entra no conjunto de fenómenos que podem ser estudados pelas ciências naturais, esses sim, repetíveis e quantificáveis.’

Muitos outros fenómenos que fazem parte da vida são também eles irrepetíveis. Os fenómenos ligados ao tempo (não falo da mitologia construída em torno das mudanças climáticas, mas do que conhecemos como experiência do passado, do presente e do futuro) são disso exemplo: nenhuma forma de saber capta o tempo na sua plenitude, nem sequer a física (muito menos a economia, a qual nem se apercebeu que o tempo existe quanto mais tentar compreender o fenómeno…). A tentativa de classificar como importante somente aquilo que é passível de ser captado pelas ciências naturais é, no mínimo, perigoso. No limite é próprio de ignorantes!

Acreditar em Deus não é algo que se coloque no plano da racionalidade das ditas ciências naturais (as quais primam por ser aborrecidas ao ponto de nos fazerem acreditar no Diabo…). Por isso é tão absurdo acreditar como não acreditar. Torna-se por isso incompreensível que aqueles que acreditam sejam sistematicamente tomados por imbecis (os Católicos, porque para os outros é só compreensão, muita paz e amor…). Atacar os crentes, independentemente da sua religião, tentando mostrar a irracionalidade científica daquilo em que acreditam, é de uma ignorância atroz… mais não seja porque a ciência nunca demonstrou a existência de Deus, tal como não consegue demonstrar que Deus não existe. Daí o absurdo… Por isso é tão absurdo acreditar na Virgindade de Nossa Senhora como é não acreditar. É pena que isto tenha sido esquecido: lembrar pode ser que traga um pouco mais de elegância e respeito.

 

42 comentários leave one →
  1. 6 Janeiro, 2019 21:25

    sim, N.Sra. era virgem e foi inseminada artificialmente pelo ET Gabriel. não percebo porque no sec. XXI duvidam do facto de uma virgem engravidar.

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    • Isaac Asimov permalink
      6 Janeiro, 2019 21:45

      Meu caro mas até pode agora e no tempo de Cristo.
      Existem algumas circunstancias em que pode ocorrer a fecundação sem perder a virgindade.
      A mais comum é o hímen complacente, mas pode acontecer noutras circunstancias ainda que muito raras.

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      • 6 Janeiro, 2019 22:01

        A questão é Cristo ser humano e ter também natureza divina.

        Houve mocada a sério no início da expansão do cristianismo à conta dessa querela.

        Seja como for, não existe base mais completa e profunda que essa sagrada família. Um Deus feito homem, nascido de uma jovem mulher e um pai que não o foi a aceitar ser pai e marido na mesma. O S. José, “o último a saber”, como se dizia nos gozos medievais é o santo e a personagem mais terna.

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      • 6 Janeiro, 2019 22:03

        E a pietá é a mais trágica e verdadeira.
        Lembrei-me do poema do Rilke a esse propósito, inspirado na escultura do Michelangelo

        PIETÀ

        Minha miséria agora é completa. Algo sem nome
        apoderou-se do meu ser. Imóvel,
        como se fora pedra, o cerne também de pedra. Cresceste …
        cresceste muito
        até alcançar a grande dor
        que meu coração não pode compreender.
        Jazes deitado obliquamente no meu colo
        e então, então é impossível de novo
        te gerar

        Rainer Maria Rilke, 1912

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    • 6 Janeiro, 2019 23:16

      Bem, ainda há milhares de virgens islâmicas a engravidarem 🙂

      Como contacto praticamente todos os dias com uma uzbeque, achei muito engraçado quando ela me falou disso. Até a filha casou virgem e depois teve uma bebé.

      Depois podem divorciar-se à moderna. Mas casam virgens e ainda o marido mostra o sangue no dia seguinte à família.

      Como nos bons dos filmes italianos antigos.

      E os rapazes são casados pelas mães que escolhem as virgens.
      Engraçado nunca se falar muito nisto numa sociedade que é considerada machista mas onde as mulheres é que determinam as principais ligações familiares.

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    • 6 Janeiro, 2019 23:18

      Ela também casou virgem, como me disse e desde os 29 anos que veio para cá sozinha e nunca mais teve companhia masculina.

      E é lindíssima. Uma mongol linda e extremamente inteligente.

      O mundo tem muito mais variantes que nos parecem impossíveis para se considerar que só um Deus feito homem ser uma inviabilidade lógica.

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  2. 6 Janeiro, 2019 21:56

    Quem acredita na física quântica também acredita em impossíveis.

    Acho que ter fé e aceitar o mistério é mais natural que o oposto- achar que tudo se resume ao que vemos e achamos que é apenas assim.

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    • Isaac Asimov permalink
      6 Janeiro, 2019 22:57

      Não estou completamente de acordo consigo relativamente à teoria quântica….

      Quanto à questão do mistério que fala não tenho nada contra só que explicações alternativas podem justificar o que aconteceu sem recorrer a intervenções divinas.
      No meu comentário anterior dou algumas pistas nesse sentido.

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      • 6 Janeiro, 2019 23:05

        Mistério em sentido metafísico.
        Quântica em sentido de impossibilidade de confirmação e para além dos limites das nossas possibilidades de verificar.

        Mas bastaria dizer a Vida e estava tudo dito. A Vida é algo inexplicável, por mais que se tente fica-se sempre no como funciona e nunca no de onde veio e o que é o nada anterior.

        Explicações alternativas acerca de algo que é um relato divino é algo que me ultrapassa.

        Se fosse um caso de noticiário, sim. Já houve muitos, como aquela na inglaterra do século XVIII que paria coelhos e cães e coisas assim. Foram lá todos os sábios e não conseguiram encontrar explicação.
        Depois soube-se que comprava a bicharada no talho e a fazia a cena.
        eheheh

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      • 6 Janeiro, 2019 23:07

        Ou bem que se quer entender o sentido religioso ou então é que acho de uma pobreza intelectual tremenda, achar-se que se está a adiantar alguma coisa só por dizer que podia ter sido ET ou mais simplesmente uma banalidade de inseminação artificial.

        Depois esquecem-se que a banalidade é apenas a de um Deus feito homem que morre na cruz para nos salvar.

        eehehehe

        Disto é que não há todos os dias “:O)))))))))))

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      • 6 Janeiro, 2019 23:08

        V. dá-se conta do absurdo de se dizer que se podem encontrar explicações alternativas sem serem divinas a um deus?

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      • 6 Janeiro, 2019 23:12

        Porque o que é espantoso é que não é apenas mais um herói nem um profeta. É um Deus com um relato único, vindo de um anterior de milénios de formulação por muitos outros sábios.

        Esses relatos todos, incluindo os suméricos ou mesmo as mais importantes mitologias são o maior património que a Humanidade tem.

        Não tenho a menor dúvida acerca disso.
        Agora ter fé é outra coisa.

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    • PiErre permalink
      7 Janeiro, 2019 11:09

      Não é bem a teoria quantica ,mas sim a hipotese, lateral à teoria, do gato de Schodinger que pode estar vivo e morto ao mesmo tempo.

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      • PiErre permalink
        7 Janeiro, 2019 11:18

        Schrodinger.

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      • 7 Janeiro, 2019 13:15

        Na teoria quântica- os saltos quânticos são algo inverificável. Por probabilidades formuladas matematicamente, num tempo muito alargado, seria possível v. atravessar uma parede
        😉

        E isso é Ciência. Só que não é da newtoniana e a da escala realista verificável que serve sempre para justificar a verdade e o absurdo.

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  3. 6 Janeiro, 2019 21:57

    Mas os padres andam numa de ser tudo simbólico. Reparei no artigo do Observador com um título à Público, para anunciar que os Reis Magos eram outra mentira,
    Depois lê-se o artigo e o que lá vem de citação diz o oposto- existiram.
    eheheeh

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  4. Mario Figueiredo permalink
    6 Janeiro, 2019 22:04

    “é tão absurdo acreditar em Deus como não acreditar”

    E eu pensava que gente como Bertrand Russel já tinham dito tudo o que havia a dizer sobre o absurdo desta afirmação.

    Oiça. Eu entendo e concordo que um teísta se sinta insultado na sua inteligência quando alguém tenta estudar a existência ou inexistência de Deus. Mas na verdade só completos idiotas o fazem. O ateísmo militante é tão irritante como o teísmo militante. Mas pretender que a minha falta de crença é um absurdo que só pode ser comparado ao absurdo da sua crença, é precisamente querer voltar à discussão que você diz ser apenas dos pequeninos.

    E deixe-me que lhe diga em relação ao argumento do Padre Álvaro Balsas, que ele parte do pressuposto errado que Deus existe para construir o argumento que o fenómeno é único e irrepetível. Trata-se pois de raciocínio circular e deve ser imediatamente descartado por qualquer pessoa que se disponha a pensar por uns segundos no que acabou de ler.

    Não existe nada de absurdo na meu ateísmo. Pelo contrário.

    Pelo menos no domínio da filosofia existe uma distinção profunda entre acreditar e não acreditar em Deus. Começa logo por ser o ponto de partida para a criação de todo um ramo da filosofia interessado em estudar a Sua natureza. A teologia só é possível na presença de um ser supremo. Na sua ausência este ramo da ciência fica francamente vazio e desprovido de sentido. Seria como estudar Biologia em Marte. Portanto, as nossas crenças (ou a sua falta) são assuntos muito mais sérios do que se imagina e têm um impacto profundo no pensamento humano. Assim, deixemos de desvalorizar o assunto.

    Acredito sinceramente que não existe nenhum pote de chá figurativo a orbitar o Sol. A minha crença é empírica e segue princípios científicos elementares. Mas se quiser, no mínimo, recuso-me a considerar hipóteses que não posso testar. Assim, e tal como o José, considero que é tão absurdo colocar a hipótese de que existe um Deus no Universo, como é colocar a hipótese de que este não existe. Mas o que parece escapar ao José é do ponto de vista do pensamento, a ausência de ambas as hipóteses coloca a sua crença no domínio do irracional e a minha falta de crença no domínio do racional. Ou seja, o José segue uma crença, eu não. Esta é a diferença. Não somos iguais e, mais importante, a minha falta de crença não é nenhum absurdo. E é bem melhor suportada que a sua crença e a imbecilidade dos argumentos do Padre Álvaro Balsas.

    Estou-me completamente nas tintas para o que o José Bento acredita ou deixa de acreditar. Se em Buda, em deuses egípcios, ou no deus dos católicos. Excepto se:

    a) Começar a andar por aí a matar gente em nome da sua religião.
    b) Pretender que eu e você somos iguais na forma como tratamos este assunto.

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    • 6 Janeiro, 2019 22:08

      Não existe ninguém que não siga uma crença- As crenças é que têm nomes diferentes.

      Existem é pessoas que não gosta da padralhada e outras com problemas com Deus

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      • Mario Figueiredo permalink
        6 Janeiro, 2019 22:19

        Não tenho problemas alguns com Deus. Tenho até mais problemas com a maioria de imbecis que se qualificam como ateus e que acham que isso lhes atribui o direito divino de atrapalhar quem se decide pela fé. E mais ainda com os que se apelidam de agnósticos; sem duvida alguma a pior espécie de imbecis (onde se encontram a esmagadora maioria dos progressistas) que proclamam do alto do seu poleiro acreditar numa força divina qualquer mas, por nenhuma razão que consigam explicar, não num Deus partilhado por religiões organizadas e com a força do séculos e da História por detrás de si.

        Mas seguramente, também não gosto de quem pretenda que o meu ateísmo é um absurdo filosófico. Deu muito trabalho chegar onde cheguei.

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      • 6 Janeiro, 2019 22:42

        Eu não disse que era absurdo alguém não ter uma religião.

        Digo é que toda a gente acredita em muitas coisas e depois até as pode tratar com se fossem transcendentes.
        E isso acontece com os ateus militantes.

        Não se ter uma religião é algo natural, se não se tiver formação para esse fim. Eu não tive catequese. O que não quer dizer que alguma vez me tenha considerada ateia. Acho que sempre acreditei, mesmo quando isso nem era questão que me perturbasse.

        Mas, culturalmente, considero um enorme défice colocar as religiões de fora, Acho mesmo um erro e um disparate por preconceito.

        Há muitas coisas em que não se pensa e depois mais tarde, se vem a pensar e a mudar de ideias.

        Comigo foi a evolução das espécies. Nunca liguei. Aprendi que sim e, como não tinha tabu religioso, nem questionei.

        Mais tarde questionei por motivos científicos e hoje em dia acho um disparate. Ainda ontem voltei a pensar que é o maior mito que os ditos cientistas espalharam, ao visitar o museu geológico.

        Ao ler o Tom Wolfe neste último livro, encontrei eco para tudo o que pensava e senti-me em boa companhia

        E continua a não ser por medo do senhor padre ou da Igreja castigar. É porque é treta que não bate certo naquela linhagem de baptismo de pedacinhos de ossos que foram encontrando.

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      • 6 Janeiro, 2019 22:43

        Mas isso é outra história e estava online em longos debates no Portadaloja.
        Não sei se foi à vida na mudança para o Discus

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    • 6 Janeiro, 2019 23:04

      “Não existe nada de absurdo na meu ateísmo. Pelo contrário.”
      O nosso mundo faz sempre racionalmente perfeitamente sentindo quando deixamos de fazer convenientemente perguntas.

      “Acredito sinceramente que não existe nenhum pote de chá figurativo a orbitar o Sol. A minha crença é empírica e segue princípios científicos elementares.”

      Aparentemente não, dado que a sua primeira afirmação é antitética à ultima . E se o empiricismo chegasse, então não haveria necessidade de formularmos hipóteses e teorias filosóficas aka ciência. Uma leitura mais atenta às posições de Francis Bacon, sobre por exemplo, a rotação da terra e o sistema heliocêntrico, é suficiente para nos esclarecer sobre romantismo iluminista da “racionalidade” empirista.
      A presunção que certos ateus papagueiam os argumentos recauxutados dos seus idolos intelectuais, reclamando para si a hegemonia da racionalidade. Argumentos esses que são tão absurdos e bacocos pra alguém com algum conhecimento filosófico historico e cientifico que só miúdos de 12 anos se deixariam impressionariam. Revela para além de não saberam nada sobre a natureza da mente humana, também pouco têm de racionais.

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  5. 6 Janeiro, 2019 22:06

    “Atacar os crentes, independentemente da sua religião, tentando mostrar a irracionalidade científica daquilo em que acreditam, é de uma ignorância atroz…”

    Muito bem!

    Seja bem-vindo ao Blasfémias. Faltava por cá quem assim falasse e pensasse.

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  6. 6 Janeiro, 2019 22:08

    Não existe ninguém que não siga uma crença- As crenças é que têm nomes diferentes.

    Existem é pessoas que não gostam da padralhada e outras com problemas com Deus

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  7. 6 Janeiro, 2019 22:49

    Eu comecei pela Filosofia e é mesmo aí que a questão é formulada para lá da religião.

    A vida é um mistério. Achar que o não é, é absurdo. Bastava o pensamento ou o sonho para toda a noção antiga de “verificação experimental” para ser verdade, cair por terra, pelo absurdo dessa possibilidade.

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  8. 6 Janeiro, 2019 23:29

    Estou também convicta que tudo, no mundo, na sociedade, na família, na vida e em toda a parte, faz mais sentido acreditando-se em Deus do que sem se acreditar.
    Outra é a questão do que algumas religiões podem fazer.
    Mas o oposto, um mundo sem crenças religiosas a unirem as pessoas e a darem sentido a tudo, parece-me algo pavoroso e bom para robots o habitarem, não para gente que ainda não se tornou máquina.

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  9. JCA permalink
    7 Janeiro, 2019 02:54

    .
    Sobre,
    não consegui entendimento solido para emissão de opiniao, Bloqueou neste paragrafo que embaralhou tudo aparentemente o ‘politicamente correto’ na narrativa toda:
    .
    “A virgindade é na verdade uma construção social e só existe enquanto mecanismo de poder do homem-branco sobre a mulher. ”
    .
    Confesso que não percebo o fio da meada.
    .
    Sem pro nem contra, Importam-se de desenrolar este paragrafo para provocar qualquer coisa racional e não teorica ?
    .

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    • Mario Figueiredo permalink
      7 Janeiro, 2019 08:12

      O autor está a ironizar com base no que é o habitual discurso progressista.

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  10. 7 Janeiro, 2019 11:40

    “Por isso é tão absurdo acreditar na Virgindade de Nossa Senhora como é não acreditar”
    “Por isso é tão absurdo acreditar que António Costa é um génio como é não acreditar”
    “Por isso é tão absurdo acreditar no holocausto como é não acreditar”
    “Por isso é tão absurdo acreditar em X como é não acreditar”

    Esta lógica é redutora e absurda. Dito isto.
    Todas as religiões necessitam de criar dogmas para preencher a sua função, nomeadamente acreditar na vida para além da morte, na justiça divina, nas 70 virgens depois da morte, etc. etc.
    No entanto, esses dogmas devem ser adaptados aos tempo em que se vive. Acreditar na virgindade de Maria ou nas 70 virgens já não me parece muito adequado aos tempos modernos

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    • 7 Janeiro, 2019 12:42

      Os tempos modernos acreditam que existem centenas de géneros e que as espécies são todas iguais em direitos.

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    • 7 Janeiro, 2019 12:45

      E acreditam que tudo isso é opção.
      Ora eu acho mais estranho alguém optar por ser de um 13º género que existir Deus e haver milagres dessa transcendência divina.

      Porque o que está na moda é legislar milagres fracturantes que depois passam a ser coisas normais a que ninguém se pode opor sem correr o risco de ir de cana ou ter a vida estragada.

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    • 7 Janeiro, 2019 14:26

      Os ateus inteligentinhos tem sempre a mania que dominam as regras da lógica e o jogo das falacias dos argumentativas e que não possuem dogmas.Só que na realidade não percebem é mesmo nada de lógica, e normalmente carregam os seus argumentos de falácias redutoras. Isto porque têm o conhecimento filosofico e histórico, inversamente porporcional ao tamanho dos seus egos, e têm a capacidade de argumento de um miudo de 8 anos. Ainda há patetinhas ateus que papagueando os seus santificados idolos ateus tal é a sua capacidade critica criativa, pensam que as religiões foram surgiram e desenvolveram-se para para consolar e apaziguar homem das tragédias da vida e do medo da morte.

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      • 7 Janeiro, 2019 16:58

        Se não foi para: “as religiões foram surgiram e desenvolveram-se para para consolar e apaziguar homem das tragédias da vida e do medo da morte.”, então foi para o quê?

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      • 7 Janeiro, 2019 17:55

        Foi pelo facto de não sermos macacos e conseguirmos formular as questões que nos transcendem.

        Nunca existiu um único grupo de gente, desde os tempos mais antigos que se conhecem que não tivesse a noção de transcendência, de sagrado, de Além.

        Formularam tudo o que de mais inteligente ainda hoje existe- no vórtice de passagem ou até no labirinto e em todos os mitos de criação, está a noção válida para se poder pensar o Universo.

        O caos excessivo criador e a a retracção dessas forças é sempre apresentada pela possibilidade de harmonia entre elas através de um eixo, de um meio-termo, de um terceiro termo constante. Chame-lhe gravidade que é o mesmo.

        Chame a isso cosmos em expansão que se dissolveria e voltaria ao ponto inicial, e chame-lhe noção de Ordem com proporção e inteligência que está presente em tudo na vida. Da spira mirabilis da matemática, ao meio termo ético, ao equilíbrio das pulsões, ao equilíbrio nos picos financeiros, ao da saúde, a tudo.

        Pensar Deus não é uma historieta da carochinha. Os filósofos gregos formularam-na e nem eram monoteístas e não o fizeram por motivos religiosos.

        A Filosofia faz muita falta, é o que é. Cada vez as pessoas andam mais ignorantes acreditando que a informação é que é tudo.

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      • 7 Janeiro, 2019 17:59

        Os bichos morrem sem pensarem na morte ou sem saberem que vão morrer. Nunca um macaco pensou nisso.

        Todo o ser humano pensou nisso. E pensar e interrogar de onde vimos ou para onde vamos é pensar. Qualquer homem primitivo o pensou e procurou ritos para dar sentido a essa interrogação.

        Infelizmente o neo-paganismo de hoje em dia consegue ser mais besta que dos animistas pré-históricos.

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      • 7 Janeiro, 2019 18:11

        Até um filósofo materialista – Epicuro- formulou a questão. A questão entre liberdade (clinamen) e necessidade- determinismo)

        «(…)Quem pensas então que é superior ao homem prudente, que tem opiniões reverentes sobre os deuses, que não tem qualquer medo da morte, que descobriu qual é o maior bem da vida e que compreende que o mais alto bem é fácil de alcançar e manter e que o extremo do mal tem limites no tempo ou no sofrimento, e que se ri do que algumas pessoas inventaram como a regente de todas as coisas, a Necessidade?

        Ele pensa que o poder de decisão principal nos cabe a nós, apesar de algumas coisas surgirem por necessidade, algumas por acaso e algumas pelas nossas próprias vontades; pois ele vê que a necessidade é irresponsável e o acaso incerto, mas que as nossas acções não estão sujeitas a qualquer poder.

        É por esta razão que as nossas acções merecem louvor ou censura.

        Seria melhor aceitar o mito sobre os deuses do que ser um escravo do determinismo dos físicos; pois o mito sugere uma esperança de graça através das honras concedidas aos deuses, mas a necessidade do determinismo é inescapável. »

        Carta a Meneceu

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  11. Pedro permalink
    10 Janeiro, 2019 07:37

    EPS, que histeria por se duvidar da virgindade de uma mãe de filhos.

    E claro quer uma prostituta pode ser uma “mãe de família” – muitas prostitutas são mães e têm família.

    E se calhar merecem muito mais respeito que as prostitutas encapotadas, como as da alta sociedade que casam por dinheiro e são muito populares nas revistas sociais.

    PS
    Acho graça ao vernáculo, usado á vontadinha por autores e claques residentes destes sites liberais, mas que serve de pretexto a censurar quem saia da “linha do partido” e faça contraditório…

    Se fosse eu a usar esta linguajem já tinha sido bloqueado…

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