Roubo no cinema
Não vou discorrer neste momento sobre o tema dos apoios do estado ao sector da cultura, mas tão só contribuir com uma gota para o escrutínio público que é practicamente inexistente sobre o assunto.
Todos os anos o Instituto do Cinema e do Audiovisual apoia a produção de meia dúzia de longas-metragens nacionais. Procurei comparar o montante de dinheiro dos contribuintes gasto por filme apoiado com o respectivo número de espectadores.
Aparentemente todas as obras que obtiveram subsídios nos concursos de 2015 a 2018 ainda não estrearam, pelo que não existem dados de bilheteira.
Assim, tomei como exemplo o concurso de 2014 e os dois filmes que nesse ano tiveram cada um apoio do ICA de 600.000€.
Os números da imagem abaixo falam por si:

Ou seja, se em média um bilhete na sala de cinema custar 5€, o subsídio do estado é 34 a 47 vezes superior a esse montante por cada espectador.
Já agora, algum dos leitores do Blasfémias viu os filmes em questão?
Eu não. É como se tivesse ido ao cinema e fosse assaltado.

Isto é tanga, não é?
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Assaltado antes de ver o filme, e passado o tempo na esquadra, o que por vezes também é um filme (de terror ou comédia) 🙂
Mas respondendo ao seu “survey” : Não vi qualquer deles.
Não deixa de ser curioso que os bilhetes mais baratos tiveram mais procura!
Terá sido pelo preço ou pela qualidade ?
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Roubo roubo roubo!
Gatunos gatunos gatunos!
Que choldrice estes pulhas…
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Os nossos “artistas” são tão labregos que nem percebem que isto é o seu canto do cisne, a prazo estão condenados ao esquecimento. Acabem com estes subsídios e eles serão obrigados a fazer filmes para o público ao invés de merda para consumo próprio.
Respondendo: não vi nenhum dos filmes.
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“Ora bem” e em síntese:
1) O apoio do Estado à Cultura (incluindo alguns projectos válidos não apoiados para favorecerem o amiguismo subsidiodependente, e quando o P”S” está no governo o abuso é escandaloso), tem de ser repensado, se o Estado quiser…
2) Realizar longas-metragens custa bastante dinheiro. Muitos realizadores “comem” abusivamente na manjedoura do Estado e, repito, se o P”S” está no governo… Os produtores sabem que só por eles não podem investir 600 mil ou 1 milhão de euros num filme que não lhes dá lucro. Percentagem avultada dos subsídios vão directamente para o bolso de alguns realizadores sem escrúpulos e disso vivem durante 1, 2, 3 aninhos.
3) As verbas dadas (sem consulta pública, pois claro !) pelos contribuintes são exageradas em muitos casos. Os júris têm muita culpa nisto. Alguns júris são constituídos e manobrados por realizadores e produtores.
4) Vi o (bom) filme da Teresa Villaverde. Mas 600.000 euros é muita massaroca.
Talvez o novo director da DGArtes consiga controlar o “monstro” que domina os bastidores não só do cinema. É conhecedor do “país real”, sério e competente.
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Poderia, talvez com mais facilidade, fazer um gráfico com o montante de subsídios concedidos a um museu versus o número de visitantes a esse museu. A mesma coisa com os monumentos nacionais e espetáculos de ópera.
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Seria muitíssimo mais complicado fazer esse gráfico. Resultado: condicionado (logo à partida e não só pelos dados fornecidos…), irreal e certamente incompleto.
Ora então, lendo o seu post, acabem-se com os subsídios !? Avancem produtores, mecenas ?!
A propósito de mecenato: irrisório em Portugal, apesar de apelos e leis facilitadoras nos impostos feitas há anos.
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Depende. Pode haver museu com património nacional a preservar.
Já uma pessoa não é por natureza em vida património a preservar.
Só mumificada ou em estátua, depois de morta.
Ainda assim, é óbvio que em todo o lado existem bolsas a patrocinarem obras que, de outro modo, seriam impossíveis~
A questão é que tipo de bolsas e porque é que tem de ser apenas e exclusivamente o Estado.
E com critérios de encosto. A Villaverde Cabral não merece mas tem pai, também com dois ls, ainda que cada vez menos escardalho.
O Mozos não conheço. Agora o Pedro Costa, sim. É um bom realizador com obra que merece a pena.
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Zazie,
Exacto, há património nacional e alguma criação contemporânea impossível de realizar sem apoios. Do Estado ou…no caso tuga só esporadicamente totalmente suportado por particulares vulgo mecenas.
Não é pai, mas tio.
O Pedro Costa é o melhor de todos.
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Isso dos monumentos nacionais, só uma cavalgadura cientoina que mamou bolsas de toda a parte e mama do Estado, podia dizer, por ser besta.
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Era para o beto perdigoto da esquerda-liberal e da injecção atrás da orelha aos velhos inúteis, que se destinava o comentário.
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