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Cronologia de um «golpe»

11 Novembro, 2019

2006 – Evo Morales é eleito presidente da Bolívia

2008 – Evo Morales consegue uma revisão da Constituição pela qual s presidente passa a ter mandato de 5 anos e pode ser reeleito. É expressamente indicado que o seu mandato seria considerado o primeiro para efeitos de reeleição.

2009 – Evo Morales alega que como a Constituição cria um novo país, uma refundação, os mandatos presidenciais começam do zero.

2010 e 2014 – Evo Morales é reeleito

2016 – Referendo para que deixasse de haver limitação no número de mandatos consecutivos do Presidente. Proposta é chumbada pelo povo.

2017 – Evo Morales recorre para o Tribunal Constitucional alegando que a limitação de mandatos é uma violação dos seus direitos humanos. Tribunal Constitucional aprova.

2019 – Evo Morales é novamente candidato. Quando estão contados 83% dos votos, EM encontra-se um primeiro lugar, mas com uma margem inferior aos 10% necessários para ser declarado vencedor na primeira volta. Contagem é interrompida sem ser apontada qualquer razão. No dia seguinte a contagem é retomada com 95% dos escrutínios apurados e Evo Morales tem uma vantagem superior aos 10%.  Declarou-se vencedor.

Início da contestação por parte da oposição e por parte de grande parte da população com milhões nas ruas. Crescente contestação levou forças policiais a abandonarem seguir o governo com receio de terem ordens para atacar população e recusam-se a obedecer. Manifestações populares diárias de centenas de milhar de cidadãos.

Evo Morales aceita intermediação da Organização de Estados Americano – OEA para a realização de uma Auditoria ao processo eleitoral. Relatório de Auditoria revela que houve fraude eleitoral generalizada e recomenda anulação das eleições marcação de novas quando for assegurada independência do Tribunal Eleitoral. Evo Morales aceita as conclusões e anuncia repetição das eleições e nomeação de novos membros para tribunal eleitoral. Contestação prossegue. Procurador Geral da República anuncia inquérito ás fraude eleitorais e manda deter presidente e vice-presidente do tribunal eleitoral.  Chefe das Forças Armadas afirma ser melhor o presidente afastar-se para ultrapassar crise política.

De forma concertada, Evo Morales, o seu vice.-presidente, o presidente do Senado (3º na linha sucessória) e o presidente do Congresso ((4ª), todos do partido de Evo Morales, demitem-se. Em principio a presidência interina será assegurada pela 2ª vice-presidente do Senado, Jeanine Ãnez.

 

 

7 comentários leave one →
  1. 11 Novembro, 2019 17:53

    “Chefe das Forças Armadas afirma…”

    E é isso que poderá caracterizar a situação como um “golpe”, a intervenção das Forças Armadas; é verdade que o exército não saiu para a rua e depôs o presidente, mas andou perto de dizer “vamos depor-te se não te depores por ti”.

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    • Zé Manel Tonto permalink
      11 Novembro, 2019 18:36

      Os militares fazem juramento e têm o dever de defender o país e a população.

      Se as coisas estão a dar para o torto, se há risco de haver mortos e feridos se a situação continuar, muito bem fazem os militares ao dizer ao tirano para se afastar.

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      • Mario Figueiredo permalink
        11 Novembro, 2019 23:31

        Nem mais. É este o dever patriótico das forças armadas. E mais nenhum: País, Pátria, Nação.

        Trata-se de um golpe, sim senhor. Como muitos que formaram o Portugal que temos. E os bolivarianos bem podem agradecer o sentido patriótico dos seus militares.

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    • lucklucky permalink
      12 Novembro, 2019 10:07

      O Miguel Madeira está enganado. A intervenção dos militares foi o contra golpe.

      O Golpe foi Morales candidatar-se sem o poder fazer e parar a contagem dos votos para depois aparecerem miraculosamente os que faltavam.

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  2. A. R permalink
    11 Novembro, 2019 21:19

    O golpe foi dados por Evo Morales que se apresentou a eleições de forma claramente anti-constitucional. O mesmo aconteceu na Nicarágua: a constituição dizia preto no branco que nunca poderia concorrer a um terceiro Mandato e o pedófilo Ortega concorreu.

    Assim aconteceu na Venezuela: de repente entraram nas urnas 300 000 votos depois do fecho da assembleias de voto e sua reabertura artificial.

    É a sina trapaceira dos comunalhada

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  3. Bal permalink
    12 Novembro, 2019 11:26

    É muita coca naquela cuca.

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  4. Arlindo da Costa permalink
    12 Novembro, 2019 17:24

    E de que lado estavam vocês quando houve as primaveras democráticas, o golpe na Turquia, o golpe infame no Brasil, o golpe na Ucrânia ou mesmo a situação totalitária e repressiva que se vive no Chile?

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