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Juventude e «Extrema-Direita»

12 Junho, 2024

A nível europeu, os partidos do sistema podem manter-se dominantes, mas assiste-se a um pronunciado crescimento de partidos conservadores nacionalistas. Verifica-se uma espécie de rebelião silenciosa que está a preocupar a classe dominante, sobretudo porque o voto populista de direita está a ser impulsionado pelos jovens da chamada Geração Z, enquanto está em declínio o progressismo característico dos Millennials, que estão agora a chegar à meia-idade.

Existem diferenças relevante e idiossincrasias próprias em cada país, mas na Alemanha, em França, Itália, Bélgica, Holanda ou mesmo em Portugal com o Chega, uma grande parte dos jovens e em alguns casos mesmo a maioria das pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 25 anos apoiam partidos que defendem bandeiras e causas ditas de direita radical.

A Europa e em especial a juventude está claramente a virar à direita. Não apesar dos esforços dos partidos do sistema em criarem «linhas vermelhas» e alertarem para o perigo da dita «extrema-direita», mas em grande medida por causa disso.

O que muitos jovens têm vindo a verificar é que os partidos ditos extremistas, acabam por ter posições políticas que não só eram completamente aceitáveis, mas também convencionais há apenas algumas décadas. Dois exemplos: as políticas relativas à imigração ou políticas sociais com base na família tradicional.

Quanto mais forte for a tentativa de repressão dos partidos populistas de direita, quanto mais insultos de racismo, xenofobia, misoginia, fascismo e até de nazismo forem alvo os partidos radicais de direita, mais apelativo se tornará a um jovem de 20 anos aderir ao «fruto proibido» pela actual elite política.

Excluir da discussão pública os temas que desassossegam os jovens e admitir apenas a continuação de políticas mainstream, enquanto se atira artificialmente todas as outras alternativas para o campo da indecência e desumanidade tem tido o efeito contrário ao desejado pela oligarquia dominante.

Na maioria dos países europeus, os jovens são eleitores de protesto e por isso os partidos do sistema e os alienados progressistas de esquerda só têm facilitado a revolta da juventude e o crescimento da Direita radical.

Talvez pudesse ser de outra forma, mas se calhar esta guerra cultural teria mesmo de ser travada.

A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:

3 comentários leave one →
  1. Arlindo da Costa permalink
    14 Junho, 2024 22:59

    QUERO É VERR OS NOSSOS JOVENS A TRABALHAR E ALISTAREM-SE NO EXÉRCITO POIS A GUERRA VAI COMEÇAR

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  2. Chopin permalink
    14 Junho, 2024 23:38

    O sr Arlindo toca num assunto importante. É hora de todos os portugueses solidários com a Ucrânia, se alistarem e disfrutarem da possibilidade única de derrotar o Putin antes que ele avance até Lisboa.
    Infelizmente, não vou estar presente no dia de inauguração da guerra. Tenho uma viagem para a Patagónia marcada para a véspera da queda das ogivas termonucleares em Lisboa. Falhei as festas do Santo António e agora, por motivos de força maior vou também estar ausente. É azar demais.

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  3. JgMenos permalink
    15 Junho, 2024 01:29

    Quando a luta ideológica se transforma em arremessar rótulos!

    Os ideais da esquerda começaram no anarquismo e acabaram no estatismo.

    A direita do estatismo foi até ao liberalismo e acaba no regulamentarismo.

    Já ninguém sabe bem do que se discute e a política confunde-se com o comentário!

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