Meet the new boss, same as the old boss
As nomeações que vão sendo anunciadas pela futura administração Trump são todas saídas da lista de entertainers modernos, “influencers” sem lugar na tóxica beatificação da infantilização do liberalismo democrata dos últimos anos. O pedantismo insuportável anterior está a ser substituído por uma tralha igualmente pedante de sentido aparentemente — só aparentemente — contrário, deixando intacto todo o azeite, trocando apenas o estapafúrdio progress by design por uma nostalgia falsa por tempos menos confusos, um tradicionalismo fajuto desconexo de uma sociedade que efectivamente não tem tempo nem disponibilidade mental para “pensar a sociedade” (abençoados sejam). No fundo, o que Hugo Chavez iniciou no início do século com o seu “populismo de fato de treino”. Tarifas, designed in California, manufactured in China. Venham lá as tarifas para a Gigafactory Shanghai.
Nada contra populismo. Pelo contrário: a essência da democracia é o populismo, como demonstrado pela história e pela negação constante dos pseudo-eruditos de regime. Tudo contra o beatismo. Elon Musk, Linda McMahon, Robert Kennedy Jr., Mehmet Oz? Trump não está a “make America great again”, está a demonstrar que esta já só tem um papel decorativo no rumo do mundo fora daquilo em que os EUA são realmente bons: fomentar guerra e destruição em territórios alheios.
“Drugs are bad, m’kay?” Gritar “socialismo”. Dogmas à lá católico com origem protestante. “Freedom!” Übermensch. Green Card, Holocaust Card.
Tenho ido ao X. É uma trampa, igual às outras trampas de afagar egos, como o Facebook ou os podcasts iconoclastas do Daily Wire. “África, povo”, Jordan Peterson, Herman José e a Rainha Santa Isabel. Memes que não são, por definição memes, por esquecidos três horas depois. Old e New Media, as duas faces da mesma caverna. Amor platónico. Truman Show. Woke e anti-woke, que é igualmente woke.
Deixai as ilusões à porta: estais sós e continuareis sós.

Excelente análise!
Perplexo e desiludido pela falta de qualidade dos candidatos a Presidente da (ainda) maior potência mundial… Bush, Trump, Biden, Kamala, … O que pensar de um sistema político que permite candidatos deste calibre?
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Tens piada… vives em que país? Achas que nesta espelunca estes pseudopolíticos são melhores? Ou que este regime permite que gajos estejam 10 anos, para ser julgados e o populismo dos partidos que têm (des)governado continuem na sua trajectória para a imbecilidade?
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«O pedantismo insuportável anterior está a ser substituído por uma tralha igualmente pedante de sentido aparentemente — só aparentemente — contrário».
Não é verdade. Aliás, todo este texto é um disparate, a começar pelo título. Quem o escreveu não sabe nem percebe patavina do assunto.
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Ele já flipou há algum tempo. Está no seu “Caminho de Damasco” que vai provavelmente dar paradoxalmente em Alluah Akbar…
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Na era mediática compete a quem tem o poder recusar-se a acorrer com palavras a todo o esterco posto a circular por direito de expressão que deve manter-se.
Suportar a democracia é fazer outro tanto.
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Lúcido, como sempre. Uma aragem num local bafiento. Obrigado.
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Não é para todos. O pessoal que lê jornais, e depois recita contente as ideias para uso do povo aí recebidas, fica nervoso com a dissonância.
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António Barreto a Presidente.
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