O Estado escolhe o seu iogurte
O governo britânico anunciou que vai classificar iogurtes, sumos de fruta e cereais como “junk food”. Esses produtos deixarão de poder estar em destaque nos supermercados, nem à entrada, nem nas caixas; as promoções «pague-um-leve-dois» serão proibidas e a publicidade antes das nove da noite não será permitida para “proteger as crianças”.
É a mais recente cruzada moral do Estado moderno: a guerra contra o pequeno-almoço.
Mas não pensemos que isto vai ficar pelo Reino Unido. Portugal tem uma velha tradição que é quase um vício nacional de importar as piores modas do estrangeiro, sobretudo as que chegam embrulhadas em boas intenções.
Os políticos que não conseguem controlar a despesa do Estado, nem garantir segurança nas ruas, decidiram agora controlar o cesto das nossas compras para supostamente nos proteger de nós mesmos.
Não se trata de razões de “saúde pública”, é a velha pulsão do poder para governar a vida privada. Um Estado que falha em tudo o que é essencial quer agora redimir-se decidindo o que é moralmente saudável.
Chama-se a isto “fascismo sanitário”. É o mesmo padrão que vimos durante a suposta pandemia de covid19. Uma retórica moral disfarçada de ciência que impõe hábitos através de agentes do Estado vestidos de bata branca.
O seu iogurte é, portanto, um ato político. Uma garrafa de sumo é um problema de Estado.
A sociedade infantilizou-se, o cidadão adulto desapareceu. Dão-se sermões e castigos aos pecadores calóricos e a salvação dos cidadãos só pode chegar por via estatal.
Como deveria ser evidente, nada disto é sobre iogurtes. É sobre Liberdade.
Proíbe-se e controla-se centralmente em vez de confiar nas pessoas. Mas o mais extraordinário é ver como grande parte da sociedade sucumbe voluntariamente ao medo, aceita a censura apresentada como proteção e passivamente partilha da narrativa da pureza moral da saúde pública
Cada nova restrição é mais um passo na utópica intenção de criar um ser humano “melhor”,
obediente e saudável. Este fascismo não precisa de polícia política. Basta-lhe uma legião de moralistas e intenções puras numa sociedade suficientemente infantil para agradecer o castigo.
A liberdade morre assim. Até que um dia o Estado decida o que é “aceitável” pensar.
Para nosso bem, claro…
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:

Do covid ao que quer que seja que sirva uma crença!
GostarGostar
O estado(s) estão constantemente a fazer experiências sociais para medir o grau de condicionamento do povo, esta é mais uma delas, o povo curva-se e curva-se até bater com a testa no chão, ainda não percebi se é por estupidez ou cobardia, provavelmente é pelas duas, senão como é possível as pessoas não se interrogarem se o que dizem faz sentido?.
GostarGostar
Meh. Os atenienses do Tucídides, antes de os passarem a fio de espada, explicaram aos optimistas de Melos que “justiça era uma coisa entre iguais”, e com a liberdade passa-se o mesmo.
Começou por ser uma coisa entre senadores romanos, depois entre pares do reino, etc. e quando finalmente se passou a fingir que somos todos iguais e livres é claro que o produto já está muito diluído.
Estas coisas dos sumos, palhinhas, vacinas, etc. é para pôr o gado no sítio. Podem escolher se querem soja em pacotes amarelos ou verdes, sortudos.
GostarGostar
“Chama-se a isto “fascismo sanitário”. É o mesmo padrão que vimos durante a suposta pandemia de covid19. Uma retórica moral disfarçada de ciência que impõe hábitos através de agentes do Estado vestidos de bata branca.”
Outra vez arroz!
GostarGostar
O exemplo mais brutal de o Estado a escolher que produto os cidadãos devem consumir, em Portugal, é o facto de o imposto sobre o gasóleo ser muito inferior ao imposto sobre a gasolina. O Estado, muito claramente, sugere aos portugueses que comprem carros a gasóleo em vez de comprarem carros a gasolina.
Curiosamente, nenhum liberal ousa abordar isto. Falam do imposto sobre as bebidas açucaradas e outras minudências de importância secundária, mas não falam nunca dos impostos relativos sobre a gasolina e sobre o gasóleo.
GostarGostar