Saltar para o conteúdo

Por favor, não me contes a tua história*

30 Julho, 2008

Este título assaltou-me quando, chegada dumas curtas férias, comecei a ler por ordem cronológica as edições do PÚBLICO que se tinham acumulado na minha ausência. Dia 12, sábado, o PÚBLICO dedicou pela primeira vez uma notícia sobre o acontecido a 10 na Quinta da Fonte. Na secção Local, uma pequena notícia intitulada “Desordem em Loures provocou nove feridos” transcrevia umas breves declarações do Comando Metropolitano da PSP para em seguida passar a descrever, sem mais explicações, o assalto a um supermercado em Setúbal. Não sendo Lisboa em matéria de crime a cidade do Rio de Janeiro, nove feridos “numa desordem entre moradores” mereceria outro tratamento. A isto junta-se que, nesse mesmo dia 12, os acontecimentos da Quinta da Fonte já tinham ampla cobertura noutros orgãos de comunicação, e que logo na véspera, dia 11, já estes acontecimentos tinham sido notícia. Logo aí tinha começado a explicação sociológica dos mesmos: «na Quinta da Fonte os habitantes têm “carências sociais e económicas”, estando muitos dos moradores no desemprego ou a receber o Rendimento Social Garantido.» –  declarou o presidente da junta de freguesia da Apelação ao “Correio da Manhã”. (Os pobres são de facto umas almas pacientes pois não só raramente se revoltam como ainda têm todos os dias de ouvir a propósito dos mais inqualificáveis comportamentos ou crimes que isso se deve às “carências sociais e económicas” dos seus autores.) Como os acontecimentos seguiram o rumo conhecido, a 13, no PÚBLICO, e a 12 em jornais como o “Diário de Notícias” e o “Correio da Manhã”, caiu por terra a estapafúrdia versão dos moradores que se desforram das suas carências desatando aos tiros entre si.

Mas o que sucedia na Quinta da Fonte não era a história que os jornalistas, particularmente os do PÚBLICO, estavam preparados para contar. Na Quinta da Fonte estava suposto que negros e ciganos se davam muito bem e cruzavam flamenco com kizomba. A existir alguma intolerância ela teria de nascer no meio dos brancos, de preferência entre os taxistas que cabem às mil maravilhas no papel de vilão racista nestas histórias. Na falta dum taxista sempre se arranjaria algum branco que, tendo comprado um andar à antiga cooperativa, temia agora que tão colorida vizinhança lhes desvalorizasse o investimento.

A realidade trocou as voltas aos jornalistas. E estes ficaram sem palavras para contar a história, tanto mais que havia que escrever ciganos e pretos, termos que, por escrito, só podem existir para falar de festas, casamentos, tradições, ONG’s e denúncias do racismo praticado pelos brancos. E contudo estas páginas em que os jornalistas quase pedem “Por favor, não me contes a tua história” são tão eloquentes quanto aquelas onde se alinham as mais fantásticas reportagens. Não faço ideia se a cobertura dos acontecimentos da Quinta da Fonte, particularmente o atraso do PÚBLICO na cobertura dos acontecimentos, serão mais tarde objecto de estudo. Mas deveriam  sê-lo. Tal como o deveria ser tudo o que não escrevemos sobre a partida dos portugueses de África.

Entre Agosto de 1974 e o início de 1975 os portugueses em fuga de África mal se vêem nas páginas dos jornais. É claro que se fala deles mas com o incómodo e os rodeios de quem tem de dar uma má notícia no meio duma festa. Esta é a fase em que os fugitivos são necessariamente brancos pois assim facilmente se integram no estereótipo que deles traçam homens como Rosa Coutinho que os classifica como “elementos menos evoluídos que têm medo de perder as suas regalias” ou Vítor Crespo que os define como “pessoas racistas que não abdicam dos seus privilégios”.

Os jornalistas portugueses usam então tranquilamente expressões como “brancos ressentidos”, “brancos em pânico” ou pessoas que “reivindicam um desejo de viver num mundo que já acabou” para referir a maior fuga de portugueses nos seus muitos séculos de História. Os primeiros a chegar, logo em Agosto de 1974, ainda tiveram jornalistas à espera. Mas semanas depois, quando a catástrofe se torna não só óbvia como incontornável, as notícias sobre o “regresso dos colonos” quase desaparecem e o que temos cada vez mais são longos artigos sobre a descolonização cheios de declarações de líderes ou candidatos a tal. Jornais como o “Diário de Notícias”, o “Expresso” ou “O Século” enviam repórteres para a Guiné, Angola e Moçambique. Estes relatam com detalhe e parcialidade as lutas pelo poder nos diversos movimentos – sobretudo em Angola . O drama das pessoas parece-lhes uma fatalidade histórica. Fatalidade aliás inscrita no termo por que haveriam de ficar conhecidos: passada a fase caricatural dos “colonos brancos”, ainda se experimentou  “deslocados do Ultramar” ou desalojados. Por fim surgiu o salvífico termo “retornado”, pese muitos deles não estarem a retornar a parte alguma porque simplesmente tinham nascido e vivido toda a vida em África. Refugiados, termo usado então e agora com bastante ligeireza, é que eles nunca puderam ser.

No início de 1975 era evidente que a descolonização não ia ser a página gloriosa que os jornalistas tinham sonhado mas daí a dar voz às suas vítimas ia um passo que não conseguiram dar. E por isso os mesmos jornalistas  que poucos anos antes tinham denunciado vivamente a expulsão de Portugal do dançarino Béjart eram agora incapazes de criticar a expulsão de Angola e Moçambique de jornalistas estrangeiros.  E de que eram acusados esses jornalistas? Fazer notícias fundamentadas em “opiniões particulares”. Ou seja ouvirem as histórias das pessoas e não apenas as versões da História que os dirigentes repetiam.

Não existe uma data precisa para definir o momento em que se tornou patente que os retornados estavam longe de ser todos brancos mas quando a ponte aérea os fez desembarcar às centenas de milhar em Lisboa tornou-se evidente que muitos deles eram negros, mulatos, indianos… com cores e hábitos de vida muito distantes do tal boneco do fazendeiro branco de chicote na mão, a que inicialmente foram reduzidos. Perante o mal-estar que a sua simples existência causava, os fugitivos passaram rapidamente da caricatura ao esquecimento. Foram precisas décadas para que grandes reportagens fossem dedicadas ao turbilhão de factos que fez deles retornados . O problema deles não era não terem uma história para contar. Simplesmente a história, a grande história que eles tinham para contar não era aquela que os jornalistas achavam que deviam levar para as suas redacções. Por favor, não me contes a tua história – é um pedido que nenhum jornalista verbalizará. Mas no silêncio e na falta de nexo de muitos textos é esse pedido que se encontra.

*PÚBLICO 29 de Julho

64 comentários leave one →
  1. lucklucky permalink
    30 Julho, 2008 09:31

    A pobreza transforma em criminosos os homens entre os 15 e os 40 anos! São só esses os pobres. Não percebo porque que raio a Esquerda não protesta contra esta pobreza sexista e etária que não afecta mulheres nem menos novos ou velhos. Afinal são os homens novos os mais discrminados…

    A fuga dos retornados(perdoe-se a redundância) foi uma limpeza étnica. Como foi uma limpeza étnica boa para os vencedores não existiu nenhum escândalo.

    Gostar

  2. 30 Julho, 2008 09:32

    Ainda me lembro bem das peças de propaganda comunista qualidade jornalística de um tal Luis Alberto Ferreira que emitia todos os dias a partir de Luanda, as quais “mostravam” a grande inteligência de Agostinho Neto e um “paraíso” que despontava em Angola.

    Gostar

  3. Luís Lavoura permalink
    30 Julho, 2008 09:41

    “No início de 1975 era evidente”

    Para quem era evidente?

    A Helena tem a mesma idade que eu e, no início de 1975, era uma menina a entrar na adolescência. Está a falar do que sabe ou daquilo que ouviu contar?

    Gostar

  4. helenafmatos permalink
    30 Julho, 2008 09:52

    Luís Lavoura creio que jé terá ouvido falar de bibliotecas, hemerotecas e arquivos. São locais muito acolhedores e instrutivos.

    Gostar

  5. Pi-Erre permalink
    30 Julho, 2008 09:57

    Muitos dos responsáveis pela descolonização “exemplar” ainda andam por aí à solta e alguns até falam grosso. A verdade é que ninguém os incomoda.

    Gostar

  6. 30 Julho, 2008 10:04

    “No início de 1975 era evidente que a descolonização não ia ser a página gloriosa”
    .
    Eu tinha 11 anos e para mim era evidente, bastava assistir á entrada a meio do ano lectivo de rapazes e raparigas da minha idade na turma (retornados) e quando a professora os recebia num canto da sala para se apresentar e falar com eles… acabavam sempre a chorar.

    Gostar

  7. Anónimo permalink
    30 Julho, 2008 10:06

    É com satisfação que vejo finalmente e ao fim de 34 anos algumas pessoas a questionar-se pelo que lhes aconteceu.Acho que devem ver ainda melhor porque os ideólogos desse desastre andam aí na maior a fazer-nos novamente de “bestas estúpidas”, agora ao contrário… e fazendo-se pagar por esses “serviços traiçoeiros à Nação” de fabulosas quantias que nem eles imaginaram algum dia que os deixassem roubar…
    É “tudo politicamente correcto”, sempre ao lado dos fracos e oprimidos mas no fundo não passam de vulgares gatunos…

    Gostar

  8. OLP permalink
    30 Julho, 2008 10:11

    O conhecimento das coisas começa no dia (ou será na hora?) em que determinadas pessoas acham que ganharam consciencia politica.De preferência, determinada “consciência politica”.
    Tudo o resto é ouvir contar.
    Ouviram contar sobre o sol que alumiava o mundo?

    Gostar

  9. 30 Julho, 2008 10:21

    Um dos melhores artigos publicado na imprensa nos últimos anos.
    Acredito, aliás, que há cinco ou seis anos nem sequer podia ser publicado.
    Tomei a liberdade de o citar, juntamento com um pequeno apontamento no meu blog

    http://fado-alexandrino.blogspot.com/2008/07/descolonizao-exemplar.html

    Obrigado.

    Gostar

  10. António permalink
    30 Julho, 2008 10:48

    HM e que tal o povo não ir a votos nas proximas legislativas.. ou até interessa colocar outra vez mais do mesmo…

    Gostar

  11. Anónimo permalink
    30 Julho, 2008 11:02

    Por falar da quinta da fonte, os jornalistas voltaram a fazer a mesma coisa. Imaginem neste ultimo tiroteio com a policia e os que roubaram as armas, nem uma palavra sobre a raça dos atacantes. Nada. Se uma pessoa nao visse as imagens da familia nem sabia. Como é que uma pessoa pode saber se os fulanos sao perigosos ou se sao perigosos? Sem sabe coisas como araça, a nacionalidade uma pessoa nao dorme descansado. Assim ficamos a saber que brancos nao gostam da policia. Todos os brancos cá do bairro atacam os policias. Cuidado se virem um branco!! é perigoso!

    Gostar

  12. Anónimo permalink
    30 Julho, 2008 11:09

    E por falar na quinta da fonte, gostei muito da reportagem da Helena Gameiro, dá para viver na quinta da fonte? que estava online no
    http://thejpl.blog.com/

    mas agora nao liga. Deve estar no site da rtp

    Gostar

  13. 30 Julho, 2008 11:27

    Um dos melhores artigos sobre o não-ver até hoje publicados.
    E hoje só o podemos ler porque há televisões independentes.
    Se o vídeo caseiro não tivesse passado nas mesmas este era um não-acontecimento, como foram os outros que Helena Matos aqui e agora traz á recordação.
    Tomei a liberdade de o citar no meu blog com um pequeno comentário.
    Muito obrigado em nome dos retornados.

    Gostar

  14. Cientista Liberal-Conservador permalink
    30 Julho, 2008 11:29

    Com licença..

    “Na Quinta da Fonte estava suposto que negros e ciganos se davam muito bem e cruzavam flamenco com kizomba.”

    Estava suposto??? Nao contente com um simples “pensava-se”, “admitia-se”, ou “deduzia-se”, a autora do post mete-se numa grande embrulhada e inventa um “estar suposto”. É uma importaçao forçada do “supposed to be” inglês, que nao existe em português. Coisa de péssimo efeito por parte de quem tem uma coluna de opiniao num famoso jornal da praça.

    Vamos lá a dar a nossa opiniao, mas sem escavacar a língua.

    Gostar

  15. ferro permalink
    30 Julho, 2008 11:36

    “Na Quinta da Fonte estava suposto que negros e ciganos se davam muito bem e cruzavam flamenco com kizomba.”

    a única coisa suposta era que não vivessem em barracas e outras pocilgas animais. o resto é folclore de direita.

    Gostar

  16. ferro permalink
    30 Julho, 2008 13:01

    já ca faltavam as trocas de galhardetes.

    Gostar

  17. Joao Nova permalink
    30 Julho, 2008 13:26

    Parabéns!
    Um excelente artigo onde se expõe a ditadura dos media e seus quejandos opinion makers, que docemente vão amestrando uma opinião pública cada vez mais resignada e estupidificada. Um fôlego de ar fresco na bafienta nomenklatura saida das nossas medíocres universidades jornalísticas, onde só se fala e escreve pela voz do dono.

    Apetece dizer: conta-me mais destas histórias…

    Gostar

  18. Português Velho permalink
    30 Julho, 2008 14:42

    Muitos, muitos parabéns!
    A História do regresso de centenas de milhares de retornados a Portugal é o momento mais vergonhoso e triste dos quase 900 anos deste país!
    Europeus e africanos, todos portugueses, foram atirados para um horrível «caixote do lixo da História».
    Foram traídos por governantes incompetentes!
    Foram ultrajados pelos seus compatriotas do continente!
    Foram humilhados pela chusma de militares que fugiram à guerra!

    Mesmo assim, os retornados: nutrem um amor verdadeiro a Portugal e uma saudade muito (só?) nossa, por aqueles terras e gentes com quem convivemos, quase sempre em paz e amor, durante 500 anos!

    VIVA PORTUGAL!

    Gostar

  19. Anónimo permalink
    30 Julho, 2008 14:51

    Ferro=Muralha de aço.Força força companheiro vasco…
    Os comunistas ainda querem partir mais umas coisas antes de os meterem em sentido…
    Caguei para estes internacionalistas amigos de coreanos do norte, FARC e outras aberrações do género como as que existem em África…
    Portugal ao ser EXPULSO sem bens de África pagou tudo o que devia.Os pretos que se virem e vão pedir contas a quem os incitou como os comunistas internacionalistas a “libertarem-se”
    São livres que não chateiem e vão procurar teta noutro lado…

    Gostar

  20. ferro permalink
    30 Julho, 2008 15:14

    caro anonimo esta equivocado. não sou comunista nem outras pessoas que discordam com a helena lopes. parabens por conseguir condensar num comentário o chorrilho de anormalidades e insinuações com que se prendeiam todos os que tem a frontalidade de pensar diferente. Com que entao farc coreia do norte africa e urss? Faz-me muito sinceramente lembrar as tacticas estalinistas passe a transferencia do insulto.

    quanto á liberdade que aufere e que é maior do que alguma vez este país teve lembre-se de quanta dela não é responsável a esquerda já que os seus grandes paladinos da liberdade andavam todos metidos com o regime

    Gostar

  21. Anónimo permalink
    30 Julho, 2008 15:28

    Ferro
    A liberdade não deve nada á esquerda.Deve-a isso sim a uma luta sindical mal gerida…e que deu origem ao 25… e olhe nunca se sabe com quem se está falar…por
    A sua retórica é toda comunista mesmo que diga que o não é…
    Já agora se for bloquista a porcaria é a mesma.Internacionalismo.

    Gostar

  22. berto permalink
    30 Julho, 2008 15:41

    Ena o que práqui vai!
    Antes de me atirarem pedras quero que saibam que tenho familiares que fugiram de África com uma mão à frente e outra atrás, e que, com mais ou menos dificuldade refizeram por cá a sua vida. É óbvio que ninguém gosta de ser corrido de uma terra a que chamam sua, e é perfeitamente compreensível o ódio e o ressentimento que muitos “retornados” sentiram e alguns ainda sentem em relação aos protagonistas da descolonização. Quero aqui recordar que a dita descolonização deveria ter acontecido não em 1975 mas sim uns bons anos anos antes, possívelmente com menos traumas e de forma mais pacífica, mas isso ninguém pode saber hoje o que teria acontecido. Os verdadeiros culpados de todo este problema são os que andaram a vender a idéia de pátria do “Minho a Timor” enganando os residentes em África e sacrificando os continentais com uma guerra tão inútil como criminosa. É claro que em 1975 foram cometidos erros, e não se soube acautelar como devia ser a segurança das populações e os interesses nacionais. Porquê? Pressões internacionais (não se esqueçam do clima de guerra fria existente na altura), e o problema existente em Portugal com a posição de “nem mais um soldado para as colónias” a ganhar muita força entre as forças armadas e o próprio povo já farto de ver os seus filhos partir para a guerra sem retorno certo.
    Se podem argumentar que eu nunca estive em África e não sabia como era aquilo (é verdade) também posso argumentar que vivi os tempos agitados pós 25 de Abril aqui no continente e com toda a sinceridade se me obrigassem nessa altura a ir para África de G3 em punho defender uma terra que não era minha faria o que muitos fizeram: recusar! E porque nessa altura era muito mais fácil fazê-lo do que no tempo do estado novo (para ser meigo em relação a esse regime).

    Gostar

  23. Português Velho permalink
    30 Julho, 2008 15:56

    Berto: Para si é igual ao litro, mas devia dizer: desertar em vez de “recusar”.

    Gostar

  24. ferro permalink
    30 Julho, 2008 16:03

    anonimo gostava de dizer que a sua retorica tem tudo a ver com a extrema direita mas nao. Tem a ver com o maniqueismo doente que afecta portugal seja de esquerda ou de direita. Quanto a revisionismos e provas de autoridade..nem comento.

    Gostar

  25. Justiniano permalink
    30 Julho, 2008 16:19

    Acho que ao artigo só lhe faltava a evocação comparativa ao actual estado de crise!!
    Falar hoje de “…maior crise desde…”, é manifestamente desconhecer esse período!!
    O período de 75 a 78 foi provavelmente o mais conturbado da nossa história recente e caso único no nosso mundo!!
    Não me recordo de nenhum outro exemplo…receber num curto período de tempo um aumento da população de cerca de 20% e com o País de “pantanas”!!
    Foi um período extraordinário para a nossa memória colectiva, exemplar para países com muito mais recursos como a França!
    E de recordar que os “retornados” não tiveram vida fácil!! Voltaram e foram estigmatizados pelo “retornados” e “fascistas” pela direita e pela esquerda e fizeram-se à vida…e muitos prosperaram!! Eles eram (hi)estórias para esquecer e esconder!!
    Hoje é tudo um facto histórico!!! Quase nem vale a pena debater excepto pela curiosodade histórica e exemplo para futuro!!

    Gostar

  26. Lololinhazinha permalink
    30 Julho, 2008 16:31

    “Luís Lavoura creio que jé terá ouvido falar de bibliotecas, hemerotecas e arquivos. São locais muito acolhedores e instrutivos.”

    Helena Matos,

    Não sei o possa ter lido nesses arquivos que a levam a dizer que já era evidente o desaire da descolonização. Jornais certamente não foram, já que é a Helena a própria a dizer que os jornalistas não escreviam sobre essas histórias.
    De facto, também pergunto…era evidente para quem?

    Gostar

  27. Silvia Santos permalink
    30 Julho, 2008 16:42

    O fotografo que presenciou e fotografou o afogamento de duas raparigas ciganas numa praia italiana já desmontou publicamente a manipulação que muitos jornalistas, incluindo jornalistas portugueses, fizeram deste acontecimento, mostrando apenas algumas das várias fotografias que foram tiradas e ocultando as que desmentiam a historia da chocante demonstração de racismo que a comunicação social tentou impingir à população. Na realidade não se tratou de uma chocante historia de racismo mas sim de uma chocante historia de manipulação jornalistica de informação relativa a um acontecimento tragico.
    http://news.iafrica.com/worldnews/1047240.htm
    http://www.cyberpresse.ca/article/20080725/CPMONDE/80725011/5281/CPMONDE

    Gostar

  28. RMR permalink
    30 Julho, 2008 16:43

    Um artigo fantástico e, como alguém disse, impossível de ser publicado ainda há meia dúzia de anos atrás.
    Parabéns!!

    Gostar

  29. helenafmatos permalink
    30 Julho, 2008 16:55

    cOMENTÁRIO 27: leia memso que escrevi. Caso não queira ler não invente

    Gostar

  30. Justiniano permalink
    30 Julho, 2008 17:33

    Cara Lololinhazinha e Luis Lavoura!!
    Não querendo estar a fazer de “defensor” da Helena Matos, que não carece de tal, creio que o que esta quer dizer é que em 1975 era, já, evidente para quem estava em Angola e Moçambique que a coisa não ia acabar bem!!
    Há relatos, e reportagens de jornais, não da imprensa Portuguesa mas de outros Países!! Há relatórios de militares e documentação diversa do conhecimento do Governo de Portugal (Banco de Portugal)etc..
    Havia uma panóplia de elementos informativos ao dispor do Governo Português!!
    Não foi por falta de informação que ocorreu o que ocorreu!! O próprio Mário Soares di-lo por diversas vezes, não é novidade!! O resultado parecia evidente…era evidente já em 1975…no fornecimento de água e energia, no policiamento, no encerramento de toda a actividade produtiva etc!! Com o abandono promovido pelo Governo Português!!
    O silenciamento era coordenado pelo Governo e pelas forças armadas…por alguns por vocação tendenciosa e para outros por inevitabilidade (Mário Soares inclui-se nestes últimos)!!
    Neste sentido pode dizer-se que já na altura era sabido que estávamos a escrever uma má página de história…mas haviam outros problemas e outras lutas mais importantes!!
    Creio que é isso que a HM nos diz!!!

    Gostar

  31. ANTONIO SAMEIRO permalink
    30 Julho, 2008 17:34

    TODA A GENTE FALA DA DESCOLONIZAÇÃO MAS CERTAMENTE POUCOS SABEM O QUE É COMEÇAR DE NOVO
    A PARTIR DO ZERO.É PRECISO MUITO TRABALHO E FORÇA DE VONTADE.
    NEM TODOS ERAM RICOS E A MAIORIA ERA FUNCIONARIO , EMPREGADO POR CONTA DE OUTREM OU DONO DE
    UM PEQUENO NEGOCIO.
    CRIMINOSO FOI A ATITUDE DOS RESPONSAVEIS QUE DAVAM INFORMAÇÕES EM QUE ESTAVA ASSEGURADO,SALVO
    ALGUASM INEVITAVEIS MUDANÇAS.

    Gostar

  32. berto permalink
    30 Julho, 2008 17:45

    Português Velho:

    Eu disse recusar porque foi assim que se passou na altura do 25 de Abril dentro das forças armadas. Desertar é fugir. Lembro que alguns pagaram bem caro por isso. Não me refiro a cobardia ou traição à pátria mas sim de convicções fortes.

    Tive amigos que morreram na guerra, outros ainda carregam com sequelas. Para mim não é nem nunca foi igual ao litro, embora a minha experiência seja a de um continental que felizmente não teve de combater em África nem sofreu as amarguras do abandono da terra que amava.

    Gostar

  33. Manuel Leão permalink
    30 Julho, 2008 18:19

    E nem uma palavra para criticar os culpados que tornaram tudo aquilo inevitável! E tiveram tantos anos para o fazer. Quando se quer ir ao fundo das questões não se pode parar no acontecimento. É preciso descer às causas. As coisas não começaram em 1974. Ou, então, expliquem-me porque fui obrigado a ir para lá, como militar. Terá sido o meu espírito aventureiro?

    Gostar

  34. Silvia Santos permalink
    30 Julho, 2008 19:18

    Sobre a questão do periodo que antecedeu a descolonização de 1974 está neste link um testemunho significativo mas pouco conhecido, relativo a uma conversa com Salazar, em meados da decada de 1960.
    http://www.portugal-linha.pt/opiniao/CAlexandrino/cron9.html
    Significativo tambem é aquilo que o antigo primeiro ministro da Rodesia Ian Smith, que conhecia em profundidade as questões da Africa Austral nas decadas de 1960 e 1970, escreveu nas suas memorias.

    Diz Ian Smith, que conheceu pessoalmente Salazar, neste livro, ter ficado convencido que se Salazar tivesse vivido mais 10 anos a derrocada do ultramar português não teria acontecido e o destino de toda a Africa austral teria sido bastante diferente do que foi.
    Nunca saberemos qual teria sido o destino do ultramar se Salazar tivesse vivido os tais dez anos extras de que fala Ian Smith no seu livro.

    Gostar

  35. 30 Julho, 2008 19:28

    A liberdade não deve nada á esquerda.Deve-a isso sim a uma luta sindical mal gerida

    Cuidado!
    Não abuse, há coisas que ainda não se podem escrever.
    Mantenha-se lá na versão oficiosa e deixe-se de aventureirismos.

    Gostar

  36. Anónimo permalink
    30 Julho, 2008 19:30

    Nao sei para que andam sempre a bater na mesma tecla. Os retornados, a tragédia, a descolonizaçao… sabem lá o que aconetceria se nao houvesse 25 Abril. Sabem lá quem ganharia a guerra. Sabem lá se a tragédia nao seria maior. Sabem lá se seria pior que Darfur. Podiam perder a guerra e a carnificina ser total, sem hipotese de fuga..

    Viviam num país em guerra, que era Africano, governado por um ditador estrangeiro, que me parece ainda pior que um ditador local… e viviam ali como se nao se passasse nada.

    Foi assim, siga em frente. Sempre a mesma tec
    la do fadinho. Podia ser melhor.

    Gostar

  37. 30 Julho, 2008 19:57

    Cara Helena Matos,

    Gostaria de lhe agradecer pelo seu artigo publicado no Público de 29.07.2008. Muito obrigada, são jornalistas como a Helena, com a sua isenção e dignidade, que ainda nos fazem ter esperança de que a verdade sobre a descolonização se saiba brevemente.

    Um abraço, com admiração,

    Isabel Metello

    Gostar

  38. lucklucky permalink
    30 Julho, 2008 20:14

    “se me obrigassem nessa altura a ir para África de G3 em punho defender uma terra que não era minha”

    Quer me explicar porque raio a terra não era Portuguesa? Luanda foi fundada em 1575
    Ou você tem a visão racial dos Continentes habitual ou então não entendo. Se tivessemos conquistado a Estremadura Espanhola em 1575 devolvíamos-la porque a terra não era nossa?

    Gostar

  39. Curiosamente permalink
    30 Julho, 2008 20:24

    Lololinhazinha Diz:
    ” Não sei o possa ter lido nesses arquivos que a levam a dizer que já era evidente o desaire da descolonização. Jornais certamente não foram, já que é a Helena a própria a dizer que os jornalistas não escreviam sobre essas histórias.
    De facto, também pergunto… era evidente para quem? ”

    Concordo com a lolozinha.
    Seria evidente dentro de uma lógica de quem conhece o mundo real (ou a africa real dessa época), ou tinha acesso a jornais estrangeiros ou informações previligiadas, ou vivia no Ultramar.
    De resto, a lolozinha faz bem a pergunta.

    Um pergunta também fica no ar.
    Se era evidente que tanta gente no ultramar sabia que ia perder tudo, mas tudo, porque deixaram que tal lhes acontecesse ?

    No fundo, Ferro tem muita razão.

    Gostar

  40. 30 Julho, 2008 20:25

    “se me obrigassem nessa altura a ir para África de G3 em punho defender uma terra que não era minha”

    Cabo Verde era desabitado quando os portugueses lá chegaram.
    Não era uma boa altura de descolonizar as ilhas entregando-as aos legítimos donos?

    Gostar

  41. Manuel Leão permalink
    30 Julho, 2008 21:22

    FADO NEGRO DA VIELA.

    Fado triste e sem vergonha;
    Fado em discurso estafado
    Fado d’ um ressabiado;
    Cantado em noite medonha.

    Estrofes já fora do tempo
    Sem prazo de validade;
    Fado de costas virado
    e sem ponta de verdade.

    Fado triste e cheio de ódio
    cobrando na casa errada;
    que desculpa ao devedor
    e acusa gente honrada.

    Da história faz tábua rasa
    para enganar as pessoas;
    De fadista não tem nada
    e à opressão canta loas.

    Gostar

  42. Anónimo permalink
    30 Julho, 2008 21:25

    O que me irrita é que os gajos que “despacharam” com 2 penadas o império, deixaram sem piar expulsar todo o mundo, agora andam-no a fazer cá dentro e por nossa conta… e a diferença acha-se com todos os direitos divinos do mundo…que são pagos por alguém…
    Para onde seremos corridos a seguir?

    Gostar

  43. agonia permalink
    30 Julho, 2008 21:47

    Luís Lavoura, eu fui daqueles que vivi a traição, teria muito para contar, não vale a pena. Pagaremos já estamos a pagar pela fuga precipitada da soldadesca que até o Agostinho Neto e o governo de Argel surpreendeu. “Nem mais um soldado para as colónias!”. Foi bom para os cobardes, armados em falsos revolucionários, pior para os africanos e para os portugueses em debandada. Se tiver dúvidas vá lá ver como vivem e pergunte a quem se lembra da diferença que faz dos terríveis tempos do colonialismo. A menos que o levem de jeep ultramoderno a um daqueles restaurantes da ilha, é verdade nem todos podem ter sorte, só 0,0001% pode. Deixe lá, também para lá caminhamos.

    Gostar

  44. OLP permalink
    30 Julho, 2008 22:18

    Há aqui um erro de apreciação muito comum.
    Toda e gente que foi “defender” o chamado ultramar, continua trinta e tal anos depois a repetir a prpaganda salazarista que iriam defender os portugueses lá.
    O que foram fazer isso sim, sendo carne para canhão, foi defender os interesses portugueses nas imensas materias primas a preços da chuva, fora do mercado, que alimentava a economia portuguesa que por sua vez se alimentava tb vendendo para lá.
    Por tabela é claro que alguns dos colonos representavam lá esses interesses sendo que a maioria tinha apenas optado em vez de saltar a fronteira e ir para o bidonville, emigrar para as diferentes colonias.
    Depois dessa pilhagem de recursos que alimentou toda ou quase toda “grande industria” portuguesa decadas a fio, passando por inumeros recursos minerais serviram os colonos de bode expiatório para os “grandes progressistas” cá do burgo fazendo o jogo do imperialismo marxista.
    Quanto ao se era evidente o que se ia passar só a leitura obliqua das coisas pode fazer tal pergunta interpretativa.
    Claro que se tornou evidente o que se ia passar mas sobre cada acto que a governacia progressista de Portugal de Abril e sobre o acontecimento. O zé ninguem que vivia nas colonias foi apanhado no turbilhão que em menos de um ano lhes destruiu a vida.
    A vergonha maior ddeste povo residiu ainda num facto simples e concreto que assolou os chamados retornados durante anos a fio que para além de terem sido abandonados pelos seus compatriotas conterraneos,ainda lhes puseram um sem numero de obstáculos para que continuassem a ser portugueses de nacionalidade.

    Gostar

  45. portela menos um permalink
    30 Julho, 2008 22:38

    helenafmatos e o Público ou a vontade de “fazer sangue” !

    Gostar

  46. 31 Julho, 2008 01:29

    Das pessoas que escrevem nos jornais, a Helena é das poucas a quem o termo jornalista se pode aplicar sem aspas.
    Bem haja pela coragem, isenção e rigor – e também pela desmontagem da publicidade enganosa que por aí circula sob o nome de “história”.
    Histórias, diria eu…

    Gostar

  47. Minhoto permalink
    31 Julho, 2008 02:23

    Ouvi falar uma altura de uma coluna de portugueses refugiados com 80km de extensão que saiu do sul de Angola atravessou o deserto do namibe em duras condições e depois foi parar a um campo de concentração sul africano, onde era tudo racionado e ficaram semanas para pedir o visto de entrada na África do Sul e muitos não entraram, acho incrivel que se tente abafar o que se passou, a VERDADE tem que ser reposta, Alegres, Soares e Rosa Coutinhos deste país têm de prestar contas pelo crime fraticida que praticaram e pela forma como fizeram esquecer parte da história nacional.

    Gostar

  48. Anónimo permalink
    31 Julho, 2008 12:27

    Acho que uma das principais falácias é usar a expressão ‘uma terra que chamavam sua”. Para a maior parte dessas pessoas essa ERA a sua terra, porque nasceram lá, porque os pais nasceram lá, porque os avós também. A questão da soberania sobre a terra é irrelevante na determinação de qual a “nossa” terra.

    Gostar

  49. Anónimo permalink
    31 Julho, 2008 12:40

    há uma coisa que não pode ser escamoteada. Portugal foi o último país do mundo a fazer a descolonização. O último! levou as coisas às últimas consequências do absurdo e da precaridade. Contra todos e face ao ridiculo nas nações unidas. A direita e os nacionalistas que ainda hoje acham que angola é nossa é responsável por toda esta situação! A mentalidade retrógada e chauvinista dos fachos levaram aquela terra próspera ao descalabro. Quem preparou angola para a independência que toda a gente sabia que era inevitável? Ninguém! A única política foi enviar soldados para a morte. Não me digam que ainda queriam angola portuguesa no sec XXI? Que interessa de quem é a terra? Que interessa qual é a bandeira? Se isso só levou a sangue e conflitos e ao desenraízamento de pessoas que se consideravam mais angolanos que portugueses. Se a descolonização tivesse sido feita a bem e pacificamente ainda hoje os portugueses lá viviam e tinham a sua vida.

    Gostar

  50. 31 Julho, 2008 12:57

    há uma coisa que não pode ser escamoteada. Portugal foi o último país do mundo a fazer a descolonização.

    Olhe que não!
    Dê uma voltinha ao mapa que ainda vai encontrar colónias.

    Gostar

  51. Anónimo permalink
    31 Julho, 2008 13:12

    Se está a falar dos resorts franceses não sei o que lhe diga. faz-lhe falta um?

    Gostar

  52. Lololinhazinha permalink
    31 Julho, 2008 14:20

    Eu acho que o anónimo (50, 51, 53) tem toda a razão. Estes juízos colectivos a posteriori são sempre muito fáceis de fazer.

    Gostar

  53. Lololinhazinha permalink
    31 Julho, 2008 14:22

    Também acho um bocado irritante quando dizem “nós abandonámos, nós fizemos”. Não havia nós, porque não havia um governo democraticamente eleito que representasse a vontade da população. Houve um ditador que com as decisões que tomou levou a situação áquilo que hoje se conhece. “Nós”, o quê?

    Gostar

  54. Minhoto permalink
    31 Julho, 2008 14:59

    Sabe Fado estava eu a falar com um amigo meu, um senhor já de certa idade, da esquerda caviar sobre as colonias e perguntei-lhe se não achava que a Martinica era uma colónia francesa e se não
    devia também pedir a independência ao que ele me responde que não pois é um departement. Cabo Verde mostra bem a falta de senso, idiotice e racismo dos amigos do esturjão.

    Gostar

  55. 31 Julho, 2008 17:13

    Aqui chegado (por sugestão de um dos meus filhos), grosso modo concordo com a maioria dos antecedentes comentadores. Veterano do teatro-de-operações angolano e investigador de história contemporânea, confirmo muitas das acusações proferidas contra os actuais situacionistas, “vencedores que escrevinham estórias”. Assim é, deste o Império de Roma.
    Muito haveria a comentar, mas atenho-me à expressão «“Nem mais um soldado para as colónias!”. Foi bom para os cobardes, armados em falsos revolucionários, pior para os africanos e para os portugueses em debandada.» (vd comentário 44).
    Tal palavra-de-ordem, foi lançada nas ruas, a partir de 04 de Maio de 1974, pela parelha “mrpp” (meninos-reguilas-pintores-de-paredes) Freire Antunes/Durão Barroso. E esta, hein… ?!

    Gostar

  56. OLP permalink
    31 Julho, 2008 17:14

    ah bommm…. percebi….
    não havia “nós” portugal, nem nunca houve pq nao havia governo democraticamente eleito.
    não havia nós portugueses …nasceram todos depois das eleições.
    eu já tinha ouvido esta quando foi do 25 em que diziam as forças armadas democraticas que ainda estão nas colonias..mas isso era antes das tais eleiçoes que “nós” fabricou.

    Gostar

  57. 31 Julho, 2008 18:09

    Abri aqui um folheto da UE que nos dá como peretencentes a terceiros a Guyane, Gudeloupe, Martinica e Reunion, todas da França.
    Chamar-lhe departamento é lindo, nós também chamavamos a Angola et al provinicias ultramarinas.
    Depois lembrei-me das Malvinas e Gibraltar.
    Pode ser que ainda me lembre de outras depois do jantar.

    Gostar

  58. 31 Julho, 2008 18:17

    <iThe islands of São Tomé and Príncipe were uninhabited before the arrival of the Portuguese sometime around 1470. The islands were discovered by João de Santarém and Pedro Escobar and bore his name[clarify] until the 20th century. Portuguese navigators explored the islands and decided that they would be good locations for bases to trade with the mainland.

    É melhor parar por aqui, vai na volta ainda recebemos aquilo tudo.
    Não é que alguns não suspirem por isso, mas agora é tarde, têm fome mas têm bandeira e hino.

    Gostar

  59. Minhoto permalink
    31 Julho, 2008 18:31

    Mauricias, Gronelândia,Antilhas Neerlandesas, Sicilia, Irlanda do Norte todas estas “provincias”
    ultramarinas têm mais direito que Cabo Verde, ou foi por ser habitada por negros, será que o Rei Soares partiu de preconceitos raciais e não aceitava que os negros fossem portugueses?

    Gostar

  60. Anónimo permalink
    31 Julho, 2008 21:08

    que bonito, ficamos a saber que existem pessoas que queriam uns ilhéus para brincar ás colónias. Podemos sempre invadi-las com os submarinos do portas. Não lhes chegam as berlengas?

    Gostar

  61. 1 Agosto, 2008 10:01

    belo artigo sobre o “luto colonial” (e também sobre a actual evitamento linguístico). é uma pena, mas recorrente, que quando alguém aborda criticamente a descolonização e os discursos que provocou logo os textos sejam colonizados pelo habitual coro histriónico – pior do que nos posts de futebol. Acredito que uma das razões do relativo silêncio de décadas é o higienismo, o evitar das loas aos rosas coutinhos e à imortalidade do império. venha o diabo e escolha

    não resisto a recomendar a leitura de alguma literatura comunista, publicada pela então Comissão dos Descobrimentos (em articulação com as edições Avante, penso). São vários e belos catálogos de exposição de cartografia antiga (de XV a XIX) – técnica que os portugueses tanto desenvolveram em XVI e até XVII – É uma bela visão sobre o Império

    É claro que a recomendação não é para Helena Matos: pois os conhecerá, presumo; e que dessa muleta intelectual não precisará, estou absolutamente certo.

    Gostar

Trackbacks

  1. Quando a realidade troca as voltas aos jornalistas « O Insurgente
  2. Top Posts « WordPress.com
  3. Santa paciência « BLASFÉMIAS

Indigne-se aqui.