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Indignações despropositadas

6 Setembro, 2008

Não percebo a comoção pátria com a atitude do governo de Angola face a alguns jornalistas portugueses. Luanda age como sempre agiu. Lisboa é que se está agora a fazer de novas. Afinal o que tínhamos de melhor entre a classe civil e militar não aprovou isto em Fevereiro de 1975?:

Sobreviventes e ignorados: Dois relatórios oficiais, nunca tornados públicos, contam como os portugueses sobreviveram aos massacres do norte de Angola, em 1961, abandonados por Salazar” – assim começa uma reportagem sobre os ataques às fazendas, em Angola, no ano de 1961, publicada pelo semanário “Expresso”. Esse ataque contra civis fossem eles brancos ou pretos, em que os atacantes, longe de apresentarem qualquer reivindicação de carácter político, se limitaram a violar, queimar e esventrar quem lhes apareceu pela frente, particularmente as mulheres, as crianças e os trabalhadores bailundos foi uma data mais difícil para os portugueses do que para o salazarismo. Este último soube tirar dividendos políticos deste ataque, mesmo que isso implicasse, como implicou, não questionar a atitude negligente do governo português perante a segurança dos seus cidadãos.
Infelizmente estes portugueses não foram apenas ignorados por Salazar. Eles foram também vexados pela democracia. Por mais grotesco que tal possa parecer, um governo português entendeu por bem fazer do dia 15 de Março de 1961, data do início do massacre nas fazendas, um dia que Angola devia festejar. Em Fevereiro de 1975, ou seja muito antes da independência de Angola e numa fase em que o governo português nomeava ministros para o governo de transição de Angola, em que o Conselho de Estado, reunido em Portugal, determinava que o Alto-Comissário designado para Angola teria “categoria e honras idênticas às do Primeiro-Ministro do Governo Português”, achou o nosso governo apropriado e honroso que o dia 15 de Março de 1961 integrasse o calendário dos feriados de Angola, na qualidade de data festiva. Confesso que não sei o suficiente de História Universal para garantir que é inédito este gesto dos governantes, militares e civis, dum país, assinarem um decreto que transforma em dia de glória a data em que os seus cidadãos foram massacrados mas tenho a certeza que, em matéria de colonização e descolonização, os grandes crimes dos portugueses não constam apenas dos “relatórios oficiais, nunca tornados públicos” e que começam agora, felizmente, a sair do segredo e da poeira dos arquivos. Os crimes estão também aí diante dos nossos olhos, onde aliás sempre estiveram: na linguagem burocrático-enfatuada dos decretos que enchem diários e boletins oficiais.

25 comentários leave one →
  1. OLP permalink
    6 Setembro, 2008 12:09

    Quer a resposta para a pergunta?
    Porque todos ou quase todos querem fazer de conta que os José Eduardos (dos Santos) deste mundo deixaram de ser os Mugabes dele.
    Só se engana ou se diz enganado quem quer. Em relação a Angola ou a qualquer outro exemplo semelhante, principalmente em Africa.

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  2. lucklucky permalink
    6 Setembro, 2008 12:56

    Até agora o José não é idiota como o Mugabe. Há diferenças de grau entre ditadores.

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  3. Anónimo permalink
    6 Setembro, 2008 13:03

    Também.. para que é que os jornalistas precisavam de ir? Ainda nem tinham partido e já se sabia o que iam dizer. Mal.

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  4. 6 Setembro, 2008 13:13

    essa do “que tinhamos de melhor entre a classe civil e militar não aprovou isto em Fevereiro de 1975” só pode ser a gozar não? com a quantidade de disparates que essa gentinha fez… até faz mal olhar para o passado…

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  5. helenafmatos permalink
    6 Setembro, 2008 13:22

    Não estou a brincar não.
    De 1975 a 2008, este decreto mereceu alguma condenação de qualquer militar ou civil, de esquerda ou de direita, em Portugal? O PREC tem um largo rol de perseguições e infâmias às costas mas “a quantidade de disparates” está longe de ser unicamente da sua responsabilidade

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  6. Minhoto permalink
    6 Setembro, 2008 13:25

    Muito bem!Excelente post. A verdade está a vir à tona!

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  7. obama bin laiden permalink
    6 Setembro, 2008 14:16

    SINTO-ME HUMILHADO!!!HUMILHADO!! SÃO ESTES SRS QUE AINDA GOVERNAM ESTE PAÍS!! MIL VEZES A COMPANHIA DO DOS SANTOS QUE DESTES SRS. COMO É POSSÍVEL? QUE GENTE É ESTA? FEZ ISTO CONSCIENTEMENTE? COM QUE PROPÓSITO? HÁ NOMES?

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  8. Xico permalink
    6 Setembro, 2008 15:03

    É por isso que os governos africanos e de outros países não mostram qualquer respeito por nós. Sabem que podem xxxxx em cima que a gente até lhes acha graça!

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  9. Anónimo permalink
    6 Setembro, 2008 16:25

    Qual a admiração?É ir ver quem assinava essas coisas.E que ainda hoje defende o diálogo nem que seja com o diabo…
    Mas a malta vai toda morrer descansadinha , cheia de dinheiro e com todas as honras porque afinal contam com aquilo que sabem: os Portugueses são uns cobardes!
    Reparem bem se hoje em dia alguém fala sem a ordem do respectivo ministro.Vejam a censura que se faz nos jornais.
    E principalmente quanto nos custa ainda em impostos o ex-ultramar hoje em dia com o retorno que todos sabemos?
    Governo?
    Somos os PIGs e mais nada…

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  10. OLP permalink
    6 Setembro, 2008 17:01

    Lucky só acha que o Mugabe é idiota por não ser cinico e hipocrita …. talvez.
    E está a ver nessa hipocrisia as diferenças que são…quase nenhumas.
    Com mesma hipocrisia que maioria dos parceiros econ+omicos a começar pelos ocidentais e principalmente os portugas pintam nuances de ditadores para os mais aceitáveis ou os menos aceitáveis para o pilim correr para eles.
    O José Eduardo assim como a camarilha dele, a maior parte do mapla não largou a cartilha ideológica ditatorial e muito menos a cartilha do pilim e sabe-o. Apenas se travestiu folgando as amarras aparentes para poder lucrar mais com isso.

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  11. 6 Setembro, 2008 17:11

    O que se passou em 1975 ou em 1139, tem os contextos da época.
    De qualquer modo, se a minha avó não morresse ainda hoje era viva.

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  12. OLP permalink
    6 Setembro, 2008 17:25

    E o factor principal do contexto principal era o imperialismo soviete e os seus serventuários.(no caso)

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  13. Anónimo permalink
    6 Setembro, 2008 17:57

    Piscoiso:

    “se a minha avó não morresse ainda hoje era viva”

    A sua avó, se fosse viva, havia de envergonhar-se deste disparate do neto.
    Não há contexto que justifique a infâmia. Hoje como ontem ou anteontem, percebeu?
    Essa mentalidade “piscoisal”, que tudo relativiza, é a grande responsável pelo estado a que “isto” chegou.

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  14. 6 Setembro, 2008 18:00

    O imperialismo soviete não se fez sentir em 1139 porque Dona Teresa teve muito cuidado com a instrução dada ao filho.

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  15. 6 Setembro, 2008 18:02

    O Anónimo das 5:57 pm, será o mesmo de anteontem, das 2:15 pm ?
    Precisava saber, para contextualizar.

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  16. Anónimo permalink
    6 Setembro, 2008 18:09

    E o que dizia o de anteontem?

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  17. 6 Setembro, 2008 18:10

    Já agora vou adiantando que “infâmia” ou má fama, não sendo relativa, seria absoluta.
    E quem determinaria a fama ?
    O Público ?
    A Caras ?
    O 24 Horas ?
    O Borda D’Água ?

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  18. Anónimo permalink
    6 Setembro, 2008 18:18

    Chiça!!!

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  19. Pi-Erre permalink
    6 Setembro, 2008 21:38

    Os Anónimos Alcoólicos que andam por aqui nunca mais se tratam?

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  20. Manuel permalink
    7 Setembro, 2008 11:00

    Em directo de Angola:

    1. Dizer que Angola não tolera meios de informação livres e independentes, é o mesmo que dizer que todos os orgâos que aqui estão a fazer a co0bertura não são independentes. Essa é a primeira asneira de quem se julga o unico arauto da independencia e verdade. A questão dos vistos não foi positiva, mas aí culpem também a nossa diplomacia e o nosso PM que ainda há dias garantia na televisão que iriam ter vistos. Neste particular continuo hoje, após alguns anos em Luanda, que a nossa diplomacia tem muit que aprender. Não me cosntou problemas de vistos com espanhois, franceses, americanos, chineses, etc. Mas claro, esses são dependentes e enviesados. Os únicos independentes são alguns portugueses.
    2 – Em relação às declarações da observadora da ONU, esta voltou a falar, um pouco mais tarde, a dizer que desastre foi a organização e a logistica na abertura de algumas assembleias de voto em Luanda. ISto é, ressalvou que o processo eleitoral decorreu de forma normal e acima de tudo cívica. Nenhuma oposição “incendiou” e limitoiu-se a apresnetar as suas reclamações.~As pessoas votaram com respeito e com muito poucos incidentes. Portugal tem eleições quse todos os anos. Angola vive hoje as 2ªs eleições. Creio que o saldo é positivo.
    3 – Estou em Luanda, e hoje, no dia da contagem de votos, que atribuem cerca de 80% ao MPLA, vejo Luanda tranquila, igual a qualquer outro domingo de Luanda: a acordar um pouco mais tarde, tranquilo e sem transito. OS festejos ainda não começaram. Quem não está aqui, quem não pode ir à janela e dar uma volta de carro pela cidade para sentir o pulso, pode imaginar outro cenário, sobretudo se algum tipo de sugestão ou de interpretação precipitada de qualquer comentário poderá suscitar na imaginação das pessoas. Acho que a observadora não mediu bem as suas palavras.
    4 – Sinceramente, seria dificil até ao momento que as coisas corressem melhor. Parabéns aos Angolanos. MAs claro, como estou cá a minha posição também deve ser enviesada e pouco independente.

    Em vez de nos preocuparmos tanto em encontrar sinais de algo estranho, quando existem entidades que cá estão exactamente para esse efeito (observadores e especialistas), deveriamos congratular-nos com o que está a acontecer, até porque temos uma comunidade enorme portuguesa cá, e só temos a ganhar enquanto país se tudo correr bem por cá. PReocupemo-nos sim com o que se passa em Lisboa, em que todos os dias nos dão belos sapos para comer, e nós engolimos aquilo como se fossem apetitosos pasteis de nada.Ainda por cima não temos observadores independentes para mostrarem essa realidade.

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  21. Anónimo permalink
    7 Setembro, 2008 14:16

    Sentidos pêsames, Manuel.
    É o que merece quem se rebola de gozo com essa farsa.
    Ah, e parabéns ao seu patrão e protector. Ela vai ficar mais 16 anos no poder, sem eleições. É mais que tempo para também você se encher. Os angolanos, coitados, é que nem por isso.

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  22. A. Santos permalink
    7 Setembro, 2008 14:25

    O “anónimo” das 2:16 é sectário até ao fim

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  23. 7 Setembro, 2008 19:51

    Continuam a gozar c’a tropa!

    Cada assunto tem prioridade autónoma e se assim não fosse andaríamos todos ainda
    mais baralhados.
    Vem isto a propósito do carácter efémero de notícias, tituladas de ineditismo mas que, o
    mor das vezes, mascaram intuitos pouco claros (quando não inconfessáveis). A nossa
    comunicação dita social, desde sempre – e este sempre é anterior à madrugada
    libertadora – namora o(s) poder(es) um pouco ao jeito ferino das hienas com nariz no ar,
    de um lado para o outro, sempre a farejar carniça podre ou ainda nem tanto que outrém
    caçou, ou que está a pensar caçar…
    Um dos acabados exemplos da coisa é o semanário do number one dito socialdemocrata,
    vindo do ante-25A cheio de empáfia pré-revolucionária, depois anticunhalista,
    depois antisoarista, depois antieanista, depois anti-nha-nha-nha e por aí fora até o
    (m/amigo) Emídio tomar conta do canal televisivo e baralhar tudo de novo. Quanto ao
    estilo, es lo mismo: coisas «inéditas».
    Ora então se o socialismo-capitalista está para lavar e durar, há que estar sempre-sempre
    ao lado do povo, perdão, do poder. Há alguém ligado ao partido-no-poder que precise de
    uma mãozinha? Há algum familiar de um autarca do partido-no-poder, que careça de ser
    alavancado e – já agora – possa dizer mal de tudo quanto foi para inferir que o hoje e o
    futuro estão hipotecados pelo malandro do inventor do Estado Novo, grandessíssimo fdp
    que tem a culpa de tudo quanto se passou, sucede e virá a ocorrer no futuro próximo ou
    longínquo? Pois então, promova-se a coisa: oferece-se ao povo as habituais tintas de
    ineditismo, através de uns quantos textos desgarrados – entrecortados com reportagem
    opinativa e umas quantas fotografias chocantes, conversa e fotos que nunca ninguém vai
    ter pachorra para ler e ver à lupa, de situar historicamente, de produzir crítica e que, por
    remotíssima hipótese vinda esta a lume, jamais terá audiência suficiente para contraditar
    outras paralelas balelas nos entretantos postas às postas a correr por intermédio de
    grandes tiragens impressas ou bloguísticas.
    A mais recente treta – porque em vernáculo corrente não encontro outro suave palavrão
    para nomear a coisa -, foi recém-publicada pela Única do Expresso sob a pomposa
    epígrafe «Sobreviventes e ignorados», cuja chamada de capa foi posta, textualmente, em
    cima e à esquerda: «ANGOLA – Relatos inéditos da guerra colonial».
    Começada a ler no café do bairro, entre uma bica e um copo de água, eis o lead da coisa:
    «Guerra Colonial. Novos relatos de 1961. Dois relatórios que nunca foram tornados
    públicos, feitos pelo administrador da então Carmona, lançam nova luz sobre as chacinas
    no norte de Angola que marcaram o início da guerra colonial». E após muita publicidade e
    patati-papatá, só a páginas 52 (!) em diante, lá está: «A história de portugueses
    abandonados por Salazar, contada por um homem do regime e que mais tarde o regime
    castigou.» Malandros, malandro do Salazar que tinha um poder ainda hoje incalculável,
    dominava – pior, triturava – a vontade de cada um e de todos, tanto interna como
    externamente, tanto nacional como internacionalmente tudo estava condicionado pela
    férrea vontade, quer-se-dizer, teimosia do velho das botas, malandro do gajo, a tal ponto
    que ainda hoje há uma data de gente a viver à pala das barras-de-ouro-nazi-fascistacolonialista
    que continuam a sustentar a ténue independência económica do rectângulo e
    jornais que vivem de mal-contadas estórias sobre os tenebrosos-tempos-do-faxismo… Ia
    escrever negregados-tempos, mais autocensurei, não fosse alguém dar-me voz de prisão,
    por delito de opinião xenófoba-racista.
    E o já falecido Custódio Ramos, coisa-e-tal, e um herdeiro de outrém não aparentado
    (mas também falecido) que encontrou uns calhamaços que precisa pôr a render.
    Não se dá mínima ideia do real conteúdo de tais grossos volumes, mas pelo andar
    carruagem, digo, da reportagem – além de relatos, apreciações e opiniões muito pessoais
    do falecido autor -, pareceu haver por ali extractos de artigos ao tempo (1961) publicados
    no Jornal do Congo e em livros vários editados na época (alguns com sucessivas
    reedições) cujos títulos estão já quase todos referenciados na bibliografia constante de
    uma das subpáginas do site Ultramar.TerraWeb), extractos esses aproveitados como se
    autoria do próprio diarista se tratassem, mas que efectivamente o não são.
    Sentado à mesa do café, sábado 30 de Agosto de 2008, leio com espanto esta coisa,
    assinada pela menina (ou senhora) jornalista (?) Valentina Marcelino: «Nos arquivos da
    Torre do Tombo, o “Expresso” [note-se que não foi a autora da “cacha” – encomendada (?)
    -, foi o citado semanário que] foi encontrar uma carta que ele [Custódio Abel Fernandes
    Ramos, transmontano, «inspector administrativo interino, do Quadro Comum do Ultramar,
    colocado em Angola» como administrador concelhio de Carmona, mas de modo algum e
    em tempo nenhum “administrador colonial do distrito de Carmona” pois tal distrito era
    inexistente, havendo sim o distrito do Congo (Português) que ao tempo englobava os
    futuros distritos do Uíje e do Zaire, mas cuja capital distrital era, em 1961, efectivamente a
    cidade de Carmona], enviara ao general Santos Costa, ministro da Guerra naquele
    período, na qual lembra que muito antes tinha avisado o Governo sobre a iminência da
    tragédia». Então o coronel Fernando dos Santos Costa, ministro da Defesa Nacional e do
    Exército, afastado de quaisquer cargos governativos na imediata sequência da cegada
    eleitoral delgadista, era «general» e ministro «da Guerra» (nomenclatura inexistente
    desde 02Ago50), ainda em 1961?! E um funcionário do quadro do Ministério do Ultramar,
    recém-colocado na cidade de Carmona, escrevia (e enviava) directamente cartas ao
    ministro da Defesa Nacional, fosse ele qual fosse? E isso tudo, tal-qualmente, está na
    Torre do Tombo? E prontos… afobado por tamanhas perplexidades, nada mais consegui
    ler naquele momento e regressei à origem.
    Horas decorridas, já resguardado em paciência – a tal pachorra que vai faltando -, o leitor
    fica ainda mais (des)informado sobre a existência de «dois relatórios com mais de mil
    páginas e fotografias inéditas». Mais calinadas: se são «relatórios» oficiais, deveriam
    estar arquivados no destino – seja, no acervo respeitante ao antigo Ministério do Ultramar
    -, mas afinal foram encontrados em espólio alheio (tanto ao destinatário como à origem); e
    quantos às «fotografias», quais inéditas qual carapuça! Nem são originais, são
    reproduções; e nem são inéditas, podem ser vistas essas e muitas outras (muitíssimo
    mais reveladoras das atrocidades terroristas cometidas por alguns dos ex-guerrilheiros da
    UPA entrevistados para o subitamente interrompido seriado-televisivo guerra-do-ultramarcolonial-
    de-libertação), praticamente todas publicadas em títulos supra citados.
    E por aí fora, «uma das fotos que colou nos seus relatórios. Esta retrata dois gémeos de
    quatro meses chacinados». Cá está, chacinados. Deveria repetir-se mais vezes:
    chacinados, com apenas quatro meses! Mas naquela representação fotográfica
    daquela específica matança (praticada em local identificado… e quem quiser procure os
    outros livros), não há quaisquer «gémeos»: uma das crianças, a de quatro meses, foi
    feroz e barbaramente assassinada no próprio berço (alcofa, na época em uso) mas nesta
    reportagem ficou obliterada (plano cortado à esquerda)… porquê? Tudo isto, de memória,
    sem necessidade de consultar livro algum. Ora, tal sucedendo com este leitor, por certo
    terá sucedido com centenas de outros leitores daquela treta, ao fim e ao resto destinada a
    promover o quê, ou quem? Um jovem licenciado em História, com apelido sonante e
    militante socialista – pois então -, que parece haver concluído nada lhe ter sido ensinado
    (ou pouco ter apreendido) sobre a nossa recente História e, em vez de acrescentar saber
    científico, limitou-se – lamentavelmente – «a escrever um livro, ficcionado, com base nos
    testemunhos».
    Portanto, este-país anda a formar académicos destinados a produzir science-fiction.
    Ficamos a saber, ou a pensar plausível, existir uma inovativa cadeira de ciência-ficção e
    que a mesma faz parte da moderna curricula obrigatória dos cursos universitários de
    História. Será na Nova, tutelada pelo bloquista professor que nunca ninguém percebeu
    onde está publicada e do que trata a respectiva tese de doutoramento? Se o licenciado
    Paulo Freitas do Amaral ali foi discente, este leitor (pelo menos, este) fica mais orientado.
    Se não, haveria de ter-se explicado na reportagem, porque é sempre bom dar a conhecer,
    também, estes prumenores.
    Para que fiquem registados. Na estória. Quanto mais não seja, porque de ficções está o
    povo farto.
    Continuam a «gozar c’a tropa»!

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  24. Anónimo permalink
    7 Setembro, 2008 20:15

    Safa, não li este último gajo e não gostei.

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  25. Anónimo 2 permalink
    17 Setembro, 2008 00:37

    Os angolanos que se lixem. O que é que os jornalistas estavam a fazer naquele buraco? Que se divirtam com o seu ditadorzinho. Não queriam independência? Aí a têm. Portugal devia ***** em Angola e cortar-lhes os empréstimos. São independentes, façam pela vida!

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