Socialismo de mercado II
Associações de pais acusam livrarias de enganar famílias na compra de manuais
Albino Almeida, presidente da Confederação das Associações de Pais, considera que muitas vezes as livrarias induzem a compra de cadernos de exercícios e DVD’s, dando a entender que se trata de material obrigatório.
Albino Almeida realça que há famílias que estão a ultrapassar os limites de despesa da acção social escolar, um apoio de 150 euros e a culpa é dos livreiros.
Total descoordenação entre a acção individual e a realidade. Pessoas que compram bens que não precisam e depois culpam o vendedor. Porque é que isto acontece? Porque o Estado paga grande parte da despesa. Quem não paga tem poucos incentivos para verificar se a compra é de facto necessária. Mais um “Moral Hazard“.
PS – Há outra razão para isto acontecer: não existe uma relação perceptível entre a compra de um determinado material escolar e a sua efectiva utilização ou utilidade. Os pais compram material escolar por ele ser obrigatório e não por ele ser necessário.
O Estado não paga nada da despesa. Eu compro os manuais escolares do meu filho, e certamente que não sou ressarcido dessa despesa. Só a posso pôr na minha declaração de IRS, mas não faz grande efeito.
Logo, este post não tem razão de ser.
Já me aconteceu, de facto, a professora do meu filho dizer “quero que comprem o livro de exercícios X” e eu depois chego à livraria e dizem-me “só vendemos o livro de exercícios X conjuntamente com o livro de texto Y, não vendemos em separado”. Portanto, as associações de pais têm uma certa razão.
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Os pais compram os livros que a professora manda comprar. Sempre assim foi. Os pais não podem saber se de facto cada livro vai ser muito ou pouco necessário. A professora manda comprar, os pais compram. Será que o João Miranda acha que os pais deveriam esperar até meio do ano letivo para descobrir se determinado manual escolar vai mesmo ser regularmente utilizado, ou não?
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Home schooling anyone?
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É com base no conteúdo do seu post que os editires contam para editar como editaram este ano.
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Luis Lavoura,
A frase a bold responde ao seu primeiro comentário:
há famílias que estão a ultrapassar os limites de despesa da acção social escolar, um apoio de 150 euros e a culpa é dos livreiros.
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Luis Lavoura,
Nem sequer são os professores que escolhem individualmente os livros. São os grupos disciplinares dentro de cada escola. O professor não tem liberdade de escolher outro livro. Mais, a escola só pode alterar o livro escolhido ao fim de 6 anos, o que coloca a escola nas mãos da editora.
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“Os pais compram material escolar por ele ser obrigatório e não por ele ser necessário.”
Caro JM,
teorias à parte (e eu concordo consigo em teoria) a realidade é que poucos pais têm conhecimentos suficientes para avaliar a necessidade ou não do material indicado pelos professores ou até, no limite, pelos livreiros. A não aquisição de um determinado manual, ainda que na perspectiva do pai possa não ser necessário, pode ainda conduzir a uma situação de “sentimento de exclusão do aluno na aula” (não se esqueça que estamos a falar de alunos não universitários). Imagine um professor que indica um livro de exercícios não obrigatório mas que depois, no final de cada aula, indica TPCs desse livro e na aula seguinte pergunta pelos resultados.
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Imagine também uma turma da primária (ou 1º ciclo, ou a treta de nome agora usado pelo ME) em que metade recebe sorridente e ansiosa os maravilhosos frutos do avançado tecnológico, sob a forma do lusitano “Magallanes”, e a outra fica a olhar embevecida, porque (e bem feita para eles) os seus pais têm rendimentos, o que os coloca fora do escalão “pobrezinhos-que-não-têm-€€s-para-a-educação-do-filho-mas-para-um-cafe-e-bagaço-sim”.
No fim de contas, o que interessa é o Estado/governo/canalhada política controlar ao máximo todos os aspectos das vidas dos cidadãos, e continuar a tê-los dependentes desde o berço até à cova.
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E para quando uma posta do Miranda sobre as performances de Palin a solo? Parece que o gás está a acabar-se, vejamos como se comporta hoje contra Biden.
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“Total descoordenação entre a acção individual e a realidade. Pessoas que compram bens que não precisam e depois culpam o vendedor”
…pois JM, vou-lhe contar uma estória:
A minha filha anda num extrenato privado, por sinal nem é barato. Não está na escola publica pois faz anos em Novembro, e como não há poucas vagas, teria de perder um ano, para ser obrigatoriamente incluida no ensino publico ( faz 8 anos dia 23 de Novembro e está na 3ª classe – para a escola publica só teria vaga obrigatóri na 2ª classe).
Então o externato privado que ela frequenta tem duas modalidades de incrição anual: 1 – com material escolar ou 2 – sem material escolar.
Eu, tenho optado pela segunda hipotese, obtenho a lista de material que a escola indica, faço uma filtragem pessoal e coordeno com a professora qual de facto é o material necessário e vou adquirindo á medida das necessidades. Asseguro-lhe que a cada ano tenho poupado cerca de 40 Euros, só na lista, e não faltou ainda nenhyum material á minha filha. Mais acrescento que é a minha filha que escolhe o material que prefere (cores, padrão, bonecadas…a parte estetica da coisa!) e adora pois o material fornecido pela escola é todo igual.
Isto só na lista fornecida pelo proprio colegio… mais acrescento que tenho visto o “pacote” de material fornecido para a opção : matricula com material : e seguramente aquilo é comprado com descontos de quantidade a fornecedores favoraveis, donde deduzo que os preços a que a escola obtem o tal pacote serão mais baixos que o PVP.
Agora vamos ao livros. Os livros escolares são tb vendidos e facturados pela escola, na sua totalidade e em bloco, e nem tão pouco tenho opção de escolha ou analise do que é ou não de facto indispensavel. Recebo um pacote de X livros escolares, facturado a Y euros e já tá.
Conclui já tambem que na 1ª e 2ª classe cerca de 30% dos livros que comprei não foram usados.
Voltando á questão:
“Total descoordenação entre a acção individual e a realidade. Pessoas que compram bens que não precisam e depois culpam o vendedor”
De facto creio que a culpa não é do “vendedor” ou “intermediario”, que no caso é a Escola. A culpa é minha por não conseguir ter a minha filha no ensino publico, e assim ter escolha sobre o que devo ou não comprar.
De facto a Escola, sendo privada, como é está apenas a maximizar o lucro que gera.
Por esta minha culpa me penitencio…e bastante…a cada final do mes!!!
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Eu nuncacompro livros ao meu filho. Se ele precisar do livro que o peça emprestado.
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Não basta os Manuais “ensinarem” as atoardas que a Sábado (e os blasfemos) publicaram, ainda temos que as pagar bem caras.
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Manuais escolares vendidos em «packs enganadores»
Pais «coagidos» compraram cadernos de actividades que não são obrigatórios
A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros esclareceu esta quinta-feira que os manuais escolares e respectivos cadernos de actividades podem ser comprados em separado, na sequência da denúncia de uma confederação de pais de que alguns livreiros só vendem os manuais em «packs», noticia a Lusa.
Os manuais e os cadernos que têm sido distribuídos em «packs» «têm códigos de barras próprios, preços específicos e isso está registado na informação clara e objectiva que acompanha aqueles materiais e à qual os pais devem estar atentos», esclareceu a Comissão do Livro Escolar da APEL numa nota enviada à Agência Lusa.
Esta entidade refere que, no entanto, «muitas escolas recomendam a sua utilização [dos cadernos de actividades] ao longo do ano lectivo», visto que são «reconhecidos por lei enquanto recursos didáctico-pedagógicos».
Segundo o vice-presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), António Amaral, «são as editoras que fazem os packs» e os pais são «coagidos» a comprar o conjunto por desconhecimento.
António Amaral garante ainda que «não se pode vender livros que não sejam pedidos» e entende que os livreiros, que se queixam de ser acusados «injustamente», deviam ter um papel explicativo perante os pais.
http://www.diario.iol.pt/sociedade/ultimas-noticias-iol-packs-apel-manuais-escolares/997913-4071.html
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“há famílias que estão a ultrapassar os limites de despesa da acção social escolar, um apoio de 150 euros e a culpa é dos livreiros.”
Isso só se aplica às familias que beneficiam da Acção Social Escolar (da noticia linkada não há nada que dê a entender que as familias beneficiárias da ASE são mais dadas a comprar tralha do que as não benificiárias).
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Agora, talvez o post do JM podesse ter alguma lógica se fosse assim:
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Total descoordenação entre a acção individual e a realidade. Pessoas que compram bens que não precisam e depois culpam o vendedor. Porque é que isto acontece? Porque não existe uma relação perceptível entre a compra de um determinado material escolar e a sua efectiva utilização ou utilidade. Os pais compram material escolar por ele ser obrigatório e não por ele ser necessário.
PS – Há outra razão para isto acontecer: o Estado paga grande parte da despesa. Quem não paga tem poucos incentivos para verificar se a compra é de facto necessária. Mais um “Moral Hazard“.
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1º – “não existe uma relação perceptível (para os Pais) entre a compra de um determinado material escolar e a sua efectiva utilização ou utilidade.”
2º – “Os pais compram material escolar por ele ser obrigatório e não por ele ser necessário.”
João os meus parabens!
Conseguiu em duas frases demonstrar porque o Ensino neste País está como está.
Só falta acrescentar que o patronato está-se marimbando para a melhoria das qualificações dos trabalhadores, para ter o quadro completo!
Finalmente percebeu que o problema do Ensino não é a pseudo-liberdade na escolha da Escola Pública.
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O João cai no mesmo erro de sempre: avalia os outros pela sua bitola. Ora isso é completamente desfasado da realidade. O João acha mesmo que pais com a quarta classe (ou menos) têm capacidade para saber que material os filhos precisam para a escola?
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«Imagine um professor que indica um livro de exercícios não obrigatório mas que depois, no final de cada aula, indica TPCs desse livro e na aula seguinte pergunta pelos resultados.»
Isso parece-me um contra-senso: dizer que um livro não é obrigatória, mas fazer dele uso constante e rotineiro. Se isso acontece – e não me recordo de alguma vez me ter acontecido a mim (ou quando acontecia, tirava-se, simplesmente, fotocópias das páginas em causa; exceptuando os casos em que é necessário comprar obras literárias) – não devia acontecer e o docente está a pedir problemas, problemas que devem ser (im)pertinentemente levados à sua pessoa, quer por pais, quer por alunos. Acho que no Carolina Michaelis andaram a estudar respostas a essas situações.
«Conclui já tambem que na 1ª e 2ª classe cerca de 30% dos livros que comprei não foram usados.»
Uma ideia gira: creio que mais tarde ou mais cedo, se passará para os ebooks/livros digitais, quando isso acontecer, seria engraçado se acontecesse o que acontece (ou existe opção) no iTunes. Preço em cada música individual. Preço por cada página utilizada. Porque se não utilizou 30% dos livros, quase de certeza que 100% das páginas dos outros 70% não terão sido integralmente (nem perto) utilizadas. Olhe que se calhar compensaria pagar x por cada “página” (digital) utilizada…
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Claro que as técnicas de marketing “manhoso” nada têm a ver com isto.
2 ou 3 livros com o mesmo grafismo; o dvd com a capa igual ao do manual adoptado; apresentar aos pais o conjunto devidamente embrulhado em plástico…
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O pack suporta perte da “comixões” que editoras e livreiros tem de pagar aos “recomendadores” dos livros.Com a alteraçao anual do livro recomendado nada disto se passava,….. ficando “amarrados” tiveram de arranjar formas “criativas” para poder continuar a pagar.
Tipo assim…hummmmm……. delegados de propaganda médica!!!
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