Saltar para o conteúdo

O ‘lado lunar’ do Sr. Presidente do Conselho

6 Setembro, 2009
by

Atacar a credibilidade do adversário é uma táctica política comum. Desde sempre. Mas nestas eleições não se pode limitar a isso. O défice de credibilidade de José Sócrates não é uma questão de campanha –  é a questão desta campanha.
Hoje, Sócrates voltou a demonstrar quem realmente é. Estava no fim de uma excursão lúdica, quero dizer, quase a terminar uma espécie de debate com Jerónimo de Sousa em que fez o que quis daquela apagada e mal preparada desculpa de um líder comunista, quando Judite de Sousa introduziu o ‘caso TVI’. Nisto, a jornalista faz uma pergunta ao pobre Jerónimo. O Sr. Presidente do Conselho franziu o sobrolho e interrompeu. Não gostou das expressões que a jornalista usou (ao interrogar o seu adversário). Inquiriu-a. Pediu elucidações. Era como se a jornalista lhe tivesse de pedir autorização para o modo como deveria questionar o seu interlocutor.
Depois, mais sossegado e cada vez mais cheio de si, continuou a desfolhar a lenga-lenga que nos quer ensinar que ele e o PS nada fizeram contra a TVI e Manuela Moura Guedes.
Aliás, cada vez mais deslumbrado consigo mesmo, revelou que nem sequer sabe quem manda na TVI – que, vagamente, sabia que Pina Moura já lá tinha estado e nem mesmo conhecia se já tinha saído…
A pose de ingenuidade e de distância quanto ao que se passou na TVI é tão forçada e descabida que só pode ter efeito contrário para quem ainda não abdicou completamente da capacidade de pensar.
Este é o José Sócrates que se deve ter na mente na hora do voto, o homem que transborda quando se dilui a imagem construída pela propaganda dos marqueteiros. É o político que se amofina com as perguntas que uma jornalista faz aos seus adversários de debate. Que a tenta corrigir. Que patenteia canduras impossíveis e que se revelam ofensivas de tão mentirosas. Que tem o topete de jurar que não sabe quem manda na TVI e se Pina Moura ainda lá está. Que recita números que não compreende, que exibe reformas que deixou a menos de meio e que se atreve a repisar compulsivamente as mesmas promessas que não cumpriu.
Aquele homem que se entreviu no final do debate é o líder político com o currículo mais martelado e equívoco que a história deste País conheceu desde o advento do constitucionalismo. Logo, discutir a sua credibilidade é uma questão política de primeira grandeza.

One Comment

Trackbacks

  1. w a z z u p - Ler

Os comentários estão fechados.