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Chega a primavera, chegam as folhas e as páginas

11 Abril, 2024

Passos Coelho apresentou um livro. Vai ser comprado pelas pessoas do circuito de livros políticos portugueses e serve para promover a aparição do ex-primeiro-ministro no circuito de notícias que não são sobre aquecimento global ou relacionadas com fotos que personalidades e pseudo-personalidades publicam no Instagram. Mais de 20 (e menos de 100) vão mesmo ler a coisa de uma ponta à outra, incluindo o depósito legal.

Entretanto, não vamos ficar a saber como fica espectacular o corpo de uma quarentona alegadamente conhecida completamente nua (leia-se, com um fato de banho numa piscina de um hotel exótico em instantâneo devidamente encenado). Também não ficaremos a saber nada de novo sobre “a família”, que parece ser o tema do livro.

Famílias há muitas. Além do antigo modelo de homem, mulher e dois filhos e meio, há também outras configurações, como a de um rancho folclórico, um grupo de conspiracionistas do 4chan ou até o das pessoas que frequentam apresentações de livros políticos.

O mundo está igual ao que estava antes da publicação do livro e continuará igual após todas as indignações habituais do pós-grandoladas. Fascismo nunca mais! Hoje havia uma manifestação do PCP em Campanhã sobre um assunto qualquer, como haverá outra amanhã em qualquer outro lugar sobre outro assunto igualmente digno de pretexto para manifestação. Não passarão, pelo menos por passagem de nível com guarda.

Diz-se que a Tesla não está muito bem. Parecem assuntos não-relacionados, mas são mesmo não-relacionados. Ou então não são. Estamos a viver o dia mais quente desde o Big Bang, pelo menos em Gaza. Ou em Kiev, ou noutro sítio qualquer onde aconteça mesmo alguma coisa. Isso sabemos pela t-shirt do Zelensky e por vários estudos de várias universidades por vários investigadores de várias questões de género.

Os jasmins ainda não floriram, mas está para breve. Se conseguir manter os pássaros afastados será um ano bom para as ameixas. Ainda não meti as alfaces e se apanho o gato que arrancou um pepino… acabo a dar-lhe comida como aos outros cinco. É toda uma excitação suburbana, saber quais dos pimentos são os vermelhos e quais são os verdes. Lá está, há muito a dizer sobre família, mas perder o sono é mais sobre forma de proteger os morangos da bicharada socialista que vive de usufruir do trabalho dos outros.

Chega! Ou Basta! Ou qualquer coisa. Que saudades do Big Brother original. Ao menos queríamos mesmo saber do destino do Zé Maria.

2 comentários leave one →
  1. Desalinhado permalink
    12 Abril, 2024 09:15

    A esquerda portuguesa anda nervosa, inquieta, irritada, confusa, sobressaltada, quase em pânico, porque os ventos frescos da mudança já começaram a soprar.

    A demagogia ideológica e panfletária desmoronou-se, sucumbiu sem referências ao acerto da história, abandalhou-se, conspurcou-se, na ilusão vendida de um cravo na lapela, como se a liberdade fosse o que eles quisessem e a democracia o que eles nos consentissem.

    A esquerda portuguesa caminha cabisbaixa, nostálgica e abandonada, na avenida larga despejada de gente, de megafone em baixo, com a garganta seca e cansada de tanto repetir palavras sem sentido, esperando à sombra de uma azinheira a saudade da revolução prometida.

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  2. 14 Abril, 2024 15:02

    Deus Pátria.

    Família.

    Mas para quem lê a Bíblia.

    Escuta o filho do Divino.

    Que diz sobremanamente.

    Não faças aos outros.

    O que não queres que te façam.

    Mas os hetero.

    E pode-se confirmar.

    Por qualquer arcaico sistema de lógica.

    Que!

    É afirmar.

    NÃO enfies nos outros.

    O que não queres que te enfiem.

    Em ti.

    Pois os hetero masculinos.

    Só pensam em enfiar.

    Nos seres humanos femininos.

    O que se confirma ser pecado!

    Pois os seres humanos femininos não possuem meios para enfiar nos seres humanos masculinos.

    Donde se deduz que o maior pecado.

    É ser hetero.

    Não existe reciprocidade.

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