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Afeganistão: já vimos este filme

27 Julho, 2010
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Como se explica aqui e,sobretudo, aqui, os 92 mil documentos secretos sobre a guerra no Afeganistão revelados pelo site WikiLeaks pouco ou nada acrescentam ao que já se sabia. Mas podem servir motivos políticos, como também se explica aqui. Por isso, sempre que se pensar numa retirada precipitada daquele território é bom por água nos pulsos lendo as últimas notícias sobre o julgamento de alguns líderes do khmer vermelhos que decorre no Cambodja. É que já vimos demasiadas vezes este filme dos pacifismos que acabam em tragédias humanas inimagináveis.

PS – Mais: Anyone who has spent the past two days reading through the 92,000 military field reports and other documents made public by the whistle-blower site WikiLeaks may be forgiven for wondering what all the fuss is about. I’m a researcher who studies Afghanistan and have no regular access to classified information, yet I have seen nothing in the documents that has either surprised me or told me anything of significance. I suspect that’s the case even for someone who reads only a third of the articles on Afghanistan in his local newspaper.

16 comentários leave one →
  1. 27 Julho, 2010 10:46

    Acho que já vi mais vezes os belicismos que acabam em criações humanas inimagináveis. Ou ao contrário… Ou não, olhe não sei, agora confundiu-me!

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  2. 27 Julho, 2010 11:01

    “É que já vimos demasiadas vezes este filme dos pacifismos que acabam em tragédias humanas inimagináveis.”

    Vai-me desculpar, mas este comentário é talvez irresponsável.

    Os Khmers Vermelhos subiram ao poder depois do Príncipe do Cambodja ter sido deposto, na sequência da erosão da sua autoridade, consequência directa da guerra do Vietname e dos bombardeamentos (massacres) secretos (e inconstitucionais: coisa que poderia ter sido evitada assim tivesse existido um “leak”).

    O Vietname em si foi um massacre de civis, mas talvez seja bom lembrar que quem parou o genocídio do Cambodja foram os já comunistas do Vietname. Nunca se refere este simples e claro facto.

    Utilizar o exemplo do Vietname e Cambodja é ver a realidade ao contrário. Pelo contrário, pouco aprenderam sobre o simples facto do comunismo no Vietname ser apenas uma ferramenta de nacionalismo contra presença externa (começando no fim do colonialismo francês).

    Quanto ao Afeganistão, quanto mais durar a presença mais o radicalismo se espalha, que saiba os Taliban no seu tempo combatiam o cultivo de Ópio. Podem ser radicais ortodoxos (como os há em todas as grandes religiões) mas onde é que vai busca que se iriam comportar como ideologos seculares marxistas?

    Sair do Afeganistão provavelmente só daria o poder aos Taliban e uma guerra civil morna, como antes. Aposto que as baixas entre civis baixaria independentemente do regime ortodoxo (nas zonas que conseguiriam dominar, grande parte do Afeganistão é das tribos locais na verdade).

    Esta construtivismo e natio-building é típico da lógica intervencionista, mas agora por parte de muitas sensibilidade ditas liberais.

    Muito do Vietname e Cambodja poderia ter sido evitado se os “Pentagon Papers” tivessem sido divulgados mais cedo.

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  3. nuno permalink
    27 Julho, 2010 11:05

    É preciso deixar mãos livres aos talibã para mutilar e assassinar mulheres à pedra, homens e crianças como sempre o fizeram com a indiferença dessa esquerda bem pensante que só olha para o seu umbigo em nome do multiculturalismo…..a propósito, a Wikileaks parece a Lancet britanica com as suas acusações sobre o Iraque …..já vimos este filme…..é sempre o mesmo…..eles matam e fazem a guerra suja sem regras ( ainda ontem assassinaram um francês de 78 anos no Magrebe que estava a construir uma escola ) em nome do islão deles…. nós fazemos a guerra com regras e contruímos escolas e infraestruturas no Afeganistão e passamos a vida a pedir desculpa por qualquer coisinha…….

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  4. piscoiso permalink
    27 Julho, 2010 11:17

    Os serviços secretos militares do Paquistão (ISI) formam combatentes taliban e dão-lhes orientações estratégicas.” – lê-se por lá e não sendo considerado novidade.
    Então porque não bombardeiam o ISI?

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  5. Tiradentes permalink
    27 Julho, 2010 11:32

    Então entenderíamos assim:
    Para nos salvar de um marxista (ortodoxo) só intervencionismo de outro marxista menos ortodoxos.
    Estaremos à espera dos “Saigon papaers”? Ou dos “Tienamen papers”?

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  6. 27 Julho, 2010 12:02

    “É preciso deixar mãos livres aos talibã para mutilar e assassinar mulheres à pedra, homens e crianças como sempre o fizeram com a indiferença”

    Hmm, diga-me lá qual é a sua contagem de mutilações e assassínios à pedra (de crianças?!) antes da guerra do Af, pelos Taliban. Depois conte os Af mortos com alta tecnologia (em vez de pedras) após.

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  7. Outside permalink
    27 Julho, 2010 15:16

    Depois da sua propaganda pró-bushiana num jornal diário só que tem memória curta pode “perceber” este seu post como preocupação para com os povos oprimidos ou com os perigosos pacifismos.

    Leia os documentos e verifique as datas. E depois coloque mais uma postada inteligente/irónica da nova administração dos Gringos!

    Vergonha estas memórias selectivas e vazias de substância.

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  8. Outside permalink
    27 Julho, 2010 15:17

    errata: (…)só quem tem memória curta (…)

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  9. 27 Julho, 2010 15:22

    Licas, quem defenderam os khmers vermelhos foram os Estados Unidos , a Grã-bretanha e a Austrália que durante os anos 80 os protegeram nas nações unidas.

    Click to access pilgerpolpotnus.pdf

    quanto ao wikileaks, é um foco de liberdade neste situacionismo da «guerra justa» em que vivemos, faz-me lembrar o Daniel Ellsberg durante a guerra do Vietnam, outra guerra justa para o JMF? ou os massacres cometido pelas tropas aliadas não contam? quando são árabes a explodir é porque são monstros fanáticos, quando são ocidentais a defender a nossa «liberdade» ocupando paises alheios, é porque foram erros lamentáveis, danos colaterais.
    è a lógica da batata no seu melhor!
    digo mais 100 julian assanges, e isto ainda dava uma volta!:)

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  10. Arlindo da Costa permalink
    27 Julho, 2010 17:34

    Eu também não sou por pacifismos.

    Sou partidário da guerra pura e dura.

    Com armas atómicas, se possível.

    Ainda bem que os iranianos não são florzinhas pacifistas!

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  11. Euroliberal permalink
    27 Julho, 2010 18:17

    Eu também, saia já uma bomba Antónia para a mesa do canto, onde está o Arlindo Costa.

    Quanto ao Afeganistão, a questão não é se os derrotados e falidos terroristas cruzados vão sair ou não, mas se vão sair pelo próprio pé, ou dentro de bodybags…

    Irão ? Irão ? Não, os neoconeiros não têm tomates para isso. O Amedinejhad bem tenta…Parece um forcado a citar o touro…mas este não marra…

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  12. Euroliberal permalink
    27 Julho, 2010 18:27

    JMF, deixe-se de fazer sempre o papel de pencudo cobarde, que só sabe mandar os outros para a frente… Reuna os amigos sanayims, essa bufalhada toda, e vá dar o coirão para o Afeganistão, que os talibans tratam de si… Vá, atreva-se… Como ? Não está interessado ? Prefere ser guerreiro de sofá e ficar a tocar pívias kosher em frente do televisor enquanto assiste à próxima schok and awe ? Bem me parecia…

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  13. 27 Julho, 2010 20:46

    CN: “Sair do Afeganistão provavelmente só daria o poder aos Taliban e uma guerra civil morna, como antes”.
    Só gostaria que CN, a sua mulher, a sua mãe, as suas filhas (se as tem) vivessem no Afeganistão.
    Só gostaria que a tal “guerra civil morna” permitisse o regresso de Bin Laden e o planeamento de um novo 11 de Setembro (que, recorde-se, foi planeado a partir do Afeganistão dos Taliban)
    Euroliberal: Nunca tive receio de dar o corpo ao manifesto quando foi caso disso. Antes do 25 de Abril, quando ter certas opiniões e actividades era arriscado. Em todos os cenários de guerra onde servi como jornalista. Já tive medo – mas nunca fugi. Isso chega-lhe?

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  14. 28 Julho, 2010 10:07

    JMF

    O 11 de Setembro foi planeado em sítios como a Alemanha e executado por sauditas.

    Porque teria eu de me preocupar com a cultura e vivência dos desertos tribais do Afeganistão? Que sei eu sobre viver há séculos em ambiente inóspito permanentemente ocupado por todos os impérios do seu tempo há milénios?

    Que o leva a pensar que as mulheres e crianças do Afeganistão vivem pior que em muitos outros locais/regimes apoiados/aliados pelo iluminismo intervencionista (humanitarians with a high tech mnissiles)?

    E estarão melhor hoje (isto é, para além do clube restrito em Kabul com ar condicionados pagos pelos outros )?

    Para os neo-pró-americanos (e eu sempre fui pró-americano, mas não pró-estado-federal-militarizado-americano): mind your own business.

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  15. john moon permalink
    28 Julho, 2010 12:16

    Fanático por ‘naturaleza’, não há-de mudar nunca, este jmf, de se pôr ao lado sempre dos mais fortes, predadores que sejam, os exploradores, assassinos e invasores, que só prova que é que têm mais força. O mais é treta, teoria pacifista de esquerda.

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  16. Portela Menos 1 permalink
    28 Julho, 2010 19:04

    está a tornar-se uma canseira acompanhar esta derrapagem ideológica de jmf.

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