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Tendenciamente escasso

16 Setembro, 2010

O que há de comum entre um supermercado venezuelano e uma farmácia portuguesa?

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Para defender o nosso sistema de saúde tendencialmente gratuito, o governo tem usado o seu poder de monopsónio para impor preços mais baixos às famacêuticas. Claro que quando o lucro baixa em determinado mercado este pode tornar-se desinteressante. Não por acaso têm surgido notícias que apontam para o desaparecimento do mercado português de vários medicamentos.
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Critica-se frequentemente o sistema de saúde americano por ser demasiado caro. Esse é um dos argumentos habitualmente usados para defender a introdução nos Estados Unidos de um sistema semelhante aos sistemas europeus. Mas é esse sistema demasiado caro que cria os incentivos certos para as empresas desenvolverem novos medicamentos e novos dispositivos médicos. Os restantes sistemas de saúde funcionam como mercados secundários que parasitam a inovação e a diversidade da oferta do mercado americano. Não por acaso, o acesso aos medicamentos mais inovadores ou raros tem que ser racionado em Portugal.

27 comentários leave one →
  1. 16 Setembro, 2010 11:06

    Se há coisa que deve ser nacionalizada é a indústria farmacêutica, uma autêntica máquina de fazer dinheiro.

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  2. 16 Setembro, 2010 11:20

    Sistema de saúde= vender medicamentos= mercado???

    Estamos no Bolhão ou quê?

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  3. lucklucky permalink
    16 Setembro, 2010 11:30

    O sistema de saúde Norte Americano é demasiado socialista, cheio de regras e regulamentos com limites à concorrência absurdos e com o poder todo no empregador/sindicatos e não nas pessoas. No fim os preços são demasiado caros para o que oferece.

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  4. lucklucky permalink
    16 Setembro, 2010 11:32

    “Se há coisa que deve ser nacionalizada é a indústria farmacêutica, uma autêntica máquina de fazer dinheiro.”

    Se for assim ainda bem, assim é que deve ser, para existir mais industria.
    Mas é muito burro para perceber.

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  5. 16 Setembro, 2010 12:06

    Não sou burro, tenho uma visão diferente da sua. Importa-se?

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  6. 16 Setembro, 2010 12:08

    Fiquei sem compreender a relação com os supermercados venezuelanos… Também deveriam ter os produtos mais caros, tal como os medicamentos portugueses deveriam ser, à luz da vossa sabedoria?

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  7. 16 Setembro, 2010 12:15

    O raciocínio é elementar pelo que só não é compreendido por quem se recusa a perceber as relações de causa e efeito em economia, por quem substitui o “é” pelo que “devia ser”.

    Quem possibilitou o “estado social” foi o capitalismo. Só ele. Mas agora que, após décadas de sucessivas e crescentes intrusões das sociedades ocidentais no funcionamento do sector privado da economia – o único que cria riqueza -, talvez tenha sido ultrapassado o limite de “segurança” , inevitável é o definhamento do dito.

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  8. 16 Setembro, 2010 12:20

    “parasitam a inovação e a diversidade da oferta do mercado americano”

    Coitados dos americanos. O que nos vale é que eles são generosos e fecham os olhos ao nosso parasitismo.

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  9. JoaoMiranda permalink*
    16 Setembro, 2010 12:29

    Caro Carlos Albuquerque,

    Os americanos estão-se nas tintas para o que nós fazemos ou deixamos de fazer. Somos um mercado marginal onde só se vende o que atingiu o mainstream. Nós é que não deveriamos desejar que o mercado americano fosse tão socializado como o nosso, porque sairiamos a perder.

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  10. Tiradentes permalink
    16 Setembro, 2010 12:47

    Burro talvez não mas vesgo (visão) é de certeza.
    Nacionaliza-se porque dá dinheiro? Se não der dinheiro não se nacionaliza?
    Depois de nacionalizada quanto tempo vai dar dinheiro? Ou será que ficará como 99% das nacionalizadas a ter prejuízo? e a comer dos impostos do povo para continuarem abertas a produzir mal e porcamente?
    O que quer é roubar o know-how dos outros, o lucro directo desse esforço de investigação e ficar-lhes com o lucro. Depois gasta-o e fica sem ele e como já não dá lucro o que faz?

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  11. 16 Setembro, 2010 12:47

    Nunca entrei num supermercado venezuelano, mas sou cliente da farmácia da minha rua, um local simpático em que todos os produtos têm um papelinho com literatura.
    Vai-se a um supermercado comprar três mangostins ou dois kiwanos e não trazem folheto de instruções sobre o modo de os descascar ou comer.
    Às vezes fico admirado como alguns medicamentos, tão bem apresentados e tão fáceis de engolir, são tão baratos.

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  12. gui permalink
    16 Setembro, 2010 13:44

    É. Ouvi dizer que os lubrificantes anais e os cremes antifissurais são baratíssimos.

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  13. 16 Setembro, 2010 13:50

    Tiradentes: devolvo-lhe a sua pergunta de outro modo. Os sectores em que o Estado actua devem ser os que dão prejuízos, para que V. se sinta instigado a sentir-se roubado pela ineficiência desse monstro? E a indústria farmacêutica, serve para fazer dinheiro ou para servir a população?

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  14. Daniela permalink
    16 Setembro, 2010 13:50

    Eu tinha a ideia que se criticava (pelo menos cá na Europa!) o sistema de saúde dos EUA pelo facto de negar o acesso a quem não tem seguro de saúde!!!! Mas se calhar ando mal informada…

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  15. MDN permalink
    16 Setembro, 2010 15:07

    Nao Daniela, vidas???,Isso não interessa, só interessa que tenhamos dinheiro pa comprar o que os outros não podem…pelo aquilo que vejo, o Joao Miranda tambem deve gostar das guerras, entao a segunda guerra mundial deve ter sido uma apoteose para este senhor, afinal é de lá que se retiraram grande inovaçoes tecnologicas…perderam-se uns milhoes de vidas, mas que raio, nao interessa.

    A verdade é que se os sistemas de saude forem uniformes em todo lado, inclusive nos EUA, não haverá necessidade para grandes nichos de mercado, é certo no entanto as industrias farmaceuticvas por ganharem menos 20% de lucro não vão certamente fechar portas, até porque o seu lucro continua a ser de biliões, e quando assim é todos ficam contentes. Até porque as nossas industrias preferem ter pouco trabalho e ganhar as sobras, a inovação só se for subsidiada pelo estado.

    E não acho que faça muito sentido comparam industrias multinacionais, com economias de mercado para milhoes e milhoes de pessoas com as nossas portuguesas.

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  16. JoaoMiranda permalink*
    16 Setembro, 2010 15:48

    ««é certo no entanto as industrias farmaceuticvas por ganharem menos 20% de lucro não vão certamente fechar portas,»»

    Pois não. Mas também ninguém disse que fechariam. O que foi dito é que se o lucro baixa a variedade da oferta e inovação baixam. Um conceito que não é difícil de entender.

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  17. JoaoMiranda permalink*
    16 Setembro, 2010 15:49

    ««Eu tinha a ideia que se criticava (pelo menos cá na Europa!) o sistema de saúde dos EUA pelo facto de negar o acesso a quem não tem seguro de saúde!!!! »»
    .
    Vê-se que não acompanha o debate.

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  18. Tiradentes permalink
    16 Setembro, 2010 15:52

    aa
    Se acha que a industria farmaceutica serve para servir a população, (farmaceutica ou outra) quem o impede a si e a quem tem essa visão de montar a tal industria que sirva para “servir a população”?
    O que eu não percebo é como pessoas com tanta “visão de servir populações” só encontram na “industrias dos outros” as tais finalidades “ilantrópicas, da caridadezinha cristã, ou do bem do povo”.
    Só para lhe dar uma ideia a única farmacêutica “portuguesa” conseguiu há bem pouco tempo, depois de dez anos de investigação e 3 milhões de custos directos, fabricar, imagine-se….. o primeiro antipirético “português”. Está à espera que não queira o retorno do investimento e algum lucro para entre outras coisas poder reinvestir na investigação? Os direitos sobre a sua “obra” só recaem se forem artistas? Aí vc paga cada vez que difunde a obra do outro?
    E porque é que, repito, vc e todos que tem essa “visão” não metem pés a caminho e fazem concorrência a essa “industria maléfica”.
    Depois pode continuar noutras industrias mas não se esqueça que o pão é essencial para o povo. Pode começar por aí. Nacionalize as padarias, ora bolas.

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  19. Daniela permalink
    16 Setembro, 2010 16:18

    http://scienceblogs.com/tfk/2006/08/health_care.php#more

    Cá, como lá, muito se discute…. e não é que eu não esteja a par dos assuntos!
    Mas continuo a dizer que prefiro o nosso sistema – com todas as imperfeições que ele tem, e são muitas – ao do lado de lá do oceano!
    Isto não quer dizer que não se deve continuar a tentar melhorar!

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  20. MDN permalink
    16 Setembro, 2010 18:21

    O lucro baixa e a inovação ou pleo menos o incentivo para esta pode baixar, é uma prespectiva. Mas agora veja uma coisa, se neste momento apenas digamos sem qualquer rigor 70% da população pode de facto auferir a essas inovaçoes, se o preço baixa-se e 95% podesse agora beneficiar das inovações, o mercada aumentaria e certamente o lucro/ receitas tambem.

    De qualquer maneira a comparação também é de simples compreencão, se o facto do lucro ( e consequentemente as pessoas não podem todas beneficiar do bem que é a saude) das empresas é um factor para a inovação que ajuda milhoes, a verdade é que as guerras tb o são, e se está de acordo com uma també,m estará certamente com o outro. O preço de ambos é semelhante, vidas humanas.

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  21. 16 Setembro, 2010 19:14

    Alguém conhece alguma farmácia que tenha ido à falência?

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  22. 16 Setembro, 2010 19:15

    Quando os fanáticos dos Mercados Livres falam nunca os oiço falar de Farmácias…

    O que distingue este negócio particular de outros?

    Porquê estas restrições à liberalização do Mercado?

    Será para manter margem de lucro para todos?

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  23. 16 Setembro, 2010 22:20

    A política do medicamento dos socialistas é criminosa. Há gente a morrer nos hospitais portugueses porque as administrações hospitalares estão proibidas de comprara fármacos de ponta por serem demasiado caros. Criminoso!

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  24. A. R permalink
    17 Setembro, 2010 00:00

    Eu ando há anos à procura de um medicamento inovador criado num paraíso comunista mas não encontro nada!

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  25. 17 Setembro, 2010 00:02

    Zazie #2,

    você sabe melhor que isso além de saber quem escreve o post. A comparticipação do estado na compra de medicamentos é componente do SNS. O resto constante, qual é a diferença entre aumentar o co-pagamento do utente em 1€ ou diminuir a comparticipação do estado em 1€? Isso, nenhuma.

    Imagine que o estado fixa o preço das rosas no mercado do Bulhão, abaixo do preço de mercado. A consequência demonstrada ao longo de séculos de tentativas da coisa é a escassez de rosas no dito Bulhão. Agora susbtitua rosas por medicamentos e Bulhão por farmácias.

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  26. 17 Setembro, 2010 14:32

    Não há muitas semanas um familiar chegado (que está entre o 1º e o 2º escalão de IRS e desconta 11% do seu salário todos os meses) precisou de uma intervenção cirúrgica. Uma PEG para poder alimentar-se. Cirúrgia. Duas semanas depois, deixou de poder comer. A PEG encravou. Hospital (Garcia da Horta). 3 Dias em pé, à espera e sem poder comer. Nova cirurgia, outra PEG. Justificação?
    Tiveram de colocar uma PEG de criança da primeira vez, porque não tinham uma de adulto. Só duas semanas depois e com esforço pelas cirurgias é que chegou a PEG de adulto.

    Isto de falar da saúde é bonito para quem só vai à Farmácia comprar champô para a caspa, ou tem o seguro de saúde na CGD. Porque o resto que financia o SNS bem pode andar a marrar com a cabeça nas paredes e escrever Poemas de trópico.

    R.

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  27. 17 Setembro, 2010 23:44

    Helder:

    O mercado é do Bolhão- com “o”. Não é com “u”.

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