A comunidade imaginária*
Temos a comunidade gay. A comunidade cigana. A comunidade africana (bizarra designação para os portugueses negros e mulatos, habitualmente residentes em bairros sociais cujas ruas têm os nomes daqueles que os brancos portugueses entenderam ser libertadores de África.) A comunidade imigrante. Esta semana descobri a comunidade surda. E para a semana outras comunidades surgirão.
Para cada uma destas e doutras comunidades existem umas figuras mediáticas e às vezes meio mediúnicas do meio universitário e assistencial que dizem o que as comunidades querem, do que se queixam e do que precisam. Segundo essas figuras, as respectivas comunidades são sempre discriminadas. Por isso exigem à sociedade a reparação dessas injustiças, sendo que por sociedade neste idiolecto se entendem aqueles que ainda não se constituíram como comunidade e que estão sempre em falta com mais verbas para os estudos e intervenções que eles fazem em nome das comunidades. Como a avaliação de tudo isso é feita pelos interessados, ou seja, por esse arautos das comunidades, nunca sabemos o saldo desses programas e muito menos o que pensam deles as ditas comunidades, se é que estas existem.
Nesse discurso os ciganos são sempre vítimas e invariavelmente só podem ser referidos enquanto tal: assim dos romenos expulsos por Sarkozy pode dizer-se que são ciganos, já os ciganos que se mataram num mercado de Alcains eram comerciantes e as famílias ciganas que mantiveram redes de trabalho escravo em Espanha chegaram a ser apresentadas como máfia espanhola, apesar de os membros da dita máfia serem cidadãos portugueses. Pouco a pouco os ciganos, ou os mais frágeis entre eles, ficaram reféns dessa comunidade cigana virtual, unidimensional e tão folclórica quanto a pretérita da pandeireta e da navalhada. Quando Sarkozy trata os ciganos romenos não como indivíduos que individualmente, como quaisquer outros cidadãos, podem ser punidos se prevaricarem, mas sim como um grupo mais ou menos inimputável e logo genericamente culpado, está a usar o mesmo raciocínio de apagamento do indivíduo em prol da comunidade que levou em Portugal à construção de bairros para ciganos, de turmas para ciganos, de refeitórios para crianças ciganas, de ATL para ciganos (note-se que estes serviços nem sempre existiam nessas escola para os não ciganos) e à atribuição quase automática de apoios sociais nas escolas às crianças ciganas e do rendimento mínimo às famílias ciganas, quando este foi criado. Entretanto, num sinal pouco tranquilizador, nas feiras onde os ciganos antigamente ganhavam a vida e que sucumbiram perante tanta exigência fiscal e sanitária, os artigos com maior sucesso são agora uns sapos de barro que, afiançam os vendedores, mantêm os ciganos à distância.
Quando algum português que não se diz cigano (confesso que não percebo como se sabe quem entre os portugueses é ou não cigano) comete um crime em França, é só isso: um português. E responde como tal e nenhum sociólogo vem explicar que fez isto ou aquilo por ser moreno, baixinho ou ter nascido no bidonville. A comunidade portuguesa não é chamada para justificar os seus desmandos, mas também não é responsabilizada por eles.
O discurso da comunidade tem conferido carreiras, protagonismo e muito emprego a pessoas que pouco ou nada têm a ver com as comunidades por que falam. Mas para lá desse lado simpático para com os “comunidólogos”, o discurso da comunidade está a transformar-se numa espécie de via assistencializada e devidamente supervisionada pelo Estado para a tribalização. Os ciganos são disso apenas um exemplo.
*PÚBLICO
mas que post mais racista e mais merdoso…
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Nada a dizer…como disse um dia o Bernard Shaw:O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo
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E acrescentou mais tarde…
A razão escraviza todas as mentes que não são suficientemente fortes para a dominarem
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Os ciganos são os mais párias que existem..não são só eles mas sem dúvida que esta comunidade é tipo sanguessuga e está no topo..os que falam de racismo deviam viver paredes meias com eles e depois falarem…
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Podiam correr com a comunidade socrática de Portugal também. É uma praga pior que os ciganos.
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Arre, não me diga que os surdos também a incomodam.
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O Nuno Gonçalves tem toda a razão.
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Comunidades? Agora já não é politicamente correcto dizer minorias?
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Quase diria que a claque HM é uma comunidade.
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Nuno Gonçalves, a comunidade a que se refere é a comunidade só cretina, certo? É que nunca tinha pensado neste bando de bandalhos como “comunidade”…
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A comunidade dos eleutérios chama bandalhos aos socretinos.
Porreiro.
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O que é os deficientes (Surdos) tem a ver com etnias?
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A ditadura das minorias…
Piscoiso…
Quando se concorda deve aplaudir-se…
Não é por não gostarem de si que não vão dizer que não gostam das ementas que tem lá pelo seu blogue certo?
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Espanha fez algum sucesso com o ciganos espanholas(ou pelo menos como ele é relatado sem fatos e números) o problema é a imigração ilegal dos Ciganos de Leste em Espanha:
“Yet while the situation of Spanish Roma has improved, Spain is finding it harder to deal with immigrant Roma, whose numbers have increased since Romanians were granted freedom of movement within the European Union in 2007”
http://www.monstersandcritics.com/news/europe/features/article_1586417.php/Spain-leads-Europe-in-integrating-Roma-Feature
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E não se fala da comunidade que manda em Portugal.
A comunidade dos mentirosos, aldrabões e proxenetas sociais!
Puta que pariu esses sociólogos e cientistas sociais que todos os dias inventam terminologia macaca!
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o fracasso do governo português e da sua política de imigração é realmente matando lentamente
Portugal é um dos países ocidentais da Europa, com os maiores índices de Sida.
although AIDS mortality has fallen dramatically in Western Europe since the introduction of antiretroviral treatments in the mid-1990s, rates remain high in Portugal (66/million in 2006 compared with an average of 15.9/million in Western Europe).
Portugal also has the highest HIV infection rates (205/million in 2006 compared with an average of 82.5/million for Western Europe and 149/million for the UK).1 Injecting drug use (IDU) has historically been the predominant mode of transmission but heterosexual transmission has recently reached comparable levels.
Portugal is one of the main receiving countries for African migrants in the south of the European Union, with most originating from its ex-colonies, principally Cape Verde, Angola and Mozambique. Portugal has large social inequalities in health,8 and research has shown high AIDS mortality rates in the urban areas of Greater Lisbon, which have large African migrant populations
http://sti.bmj.com/content/85/6/427.full
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E então a comunidade sionista, a da CIL ? Não conta ? Ora, ora….
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A Ana Gomes continua a pavonear-se com o HORROR
do Presidente Sarkovy DEPORTAR os vagabundos, parasitas
ciganos que povoam a França . . .
O Obama tirou-lhe da boca da Pequena o rebuçado do Iraque,
agora está chuchando outro (ou chuchando de nós?).
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Essa coisa das etnias ou comunidades que tem os seus costumes e sua cultura são tretas , tretas e mais tretas ( os deveres e direitos têm de ser iguais para todos) …….qualquer dia alguém se vai lembrar de criar uma comunidade com valores que nada tem a ver com um estado de direito e depois vão dizer que não se pode fazer nada porque é costume daquela comunidade.
Isso de costumes e culturas está Portugal farto , só espero que a extrema-direita na Europa não crie uma comunidade muito grande porque os seus costumes e valores vão afectar muita gente ……A Alemanha , Austria e agora recentemente a Suécia já deram alguns seus passos.
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