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resposta a luís naves

29 Agosto, 2011
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Depois de me castigar com um sorriso impaciente e sarcástico, próprio dos grandes espíritos quando se vêem obrigados a enfrentar a indigência dos brutos, Luís Naves anunciou, no seu blog, que quer agora polemicar com o Blasfémias, tendo-me indigitado como seu primeiro interlocutor. A honra é grande, mas a missão difícil, porque um mundo a preto e branco, como parece ser o mundo da política e das relações humanas que Luís Naves habita, não comporta o espaço suficente para debates promissores. Não obstante, prometo um esforço sério para estar à altura do meu contraditor, assegurando-lhe que em circunstância alguma me rirei do que ele tenha escrito ou venha a escrever.

 

 

A dicotomia do mundo político e social de Luís Naves é a primeira enorme dificuldade da sua argumentação. O autor do Albergue Espanhol fala em generalidades indeterminadas, dividindo-as e classificando-as em duas amalgamadas e sumárias categorias: os «ricos», que são as «pessoas com dinheiro e mil maneiras legais de fugir ao pagamento dos impostos», e os «pobres», aqueles que contribuem «para os sacrifícios que temos de fazer», ao invés dos primeiros, naturalmente. Prescindindo da estranheza que me causa que alguém, seja quem for, rico ou pobre, possa «fugir» às suas obrigações legais utilizando procedimentos tão «legais» quanto as ditas obrigações (dura lex!), eu gostaria de saber com que critério, ou fundamento, chegou Luís Naves a esta conclusão. Por acaso ele analisou as declarações de rendimentos e o cumprimento das obrigações fiscais dos «ricos» portugueses? Viu-as? Sabe se há «ricos» a incumprir com o fisco e o estado? Ou fala de «ouvir dizer», do que lhe contam sobre as «festas ostentatórias» e os «Rolls-Royce» em que, garante-nos, os milionários lusitanos derretem as inesgotáveis mais-valias sugadas aos seus pobres trabalhadores e escondidas ao estado? Este mundo descrito por Luís Naves existirá mesmo em Portugal, ou será resultado de um puro preconceito? É que se transformarmos preconceitos em verdades universais, arriscamo-nos a ter de aceitar como verdadeiras afirmações que frequentemente ouvimos à vox populi, tais como, por exemplo, a de que «os médicos são todos uns aldrabões às ordens da indústria farmacêutica», ou que «os advogados só pensam em extorquir dinheiro aos clientes», ou, ainda, que «todos os juízes são corruptos», e por aí em diante, numa infindável tarefa de dividir o mundo por categorias bi-colores, em grupos profissionais acéfalos, em classes sociais sem nomes nem rostos, em vez de pensarmos em indivíduos concretos, porque só estes, como bem lembrava Mises e sensatamente o afirmam todos os liberais, só estes indivíduos «pensam e actuam», seja para pagar ou fugir aos impostos, para aldrabar ou respeitar clientes, para honrar ou desonrar as suas profissões. É, por conseguinte, de elementar bom senso tomar alguma – eu diria, muita – cautela com este tipo de generalizações, sobretudo em momentos de grande tensão política, como aquele que vivemos em Portugal, para evitar injustiças e, pior do que isso, para não agravar mais ainda as tensões sociais (não confundir com «luta de classes», por favor) que são já de si profundas, dado o momento dramático que vivemos.

Para além desta questão metodológica e prévia, há que dizer a Luís Naves que a dialética marxista, que divide o mundo em «ricos» e «pobres», em «exploradores» e «explorados», «opressores» e «oprimidos», e que subjaz e fundamenta as suas considerações nos dois posts em que me referiu, já se demonstrou um paupérrimo e perigoso instrumento de análise de qualquer sociedade. Foi, entre outras consequências nefastas, devido a ela que destruímos a economia nacional a seguir ao 25 de Abril e que retardámos o caminho da nossa recuperação económica e social, graças a um sem-número de instituições jurídicas e políticas limitadoras da nossa liberdade (económica, contratual, etc.) e da nossa harmonia social. É que, ao invés do espírito que as suas palavras reflectem, o mundo em que vivem os homens, desde que abandonaram a condição anterior de australopitecos e começaram a organizar e a dividir o trabalho, é primordialmente o da cooperação e só secundariamente o do conflito. Da «luta de classes», certamente que não é, pois que ninguém verdadeiramente sabe o que isso possa ser, nem Marx nos esclareceu convenientemente sobre o assunto. É, de resto, graças à cooperação entre os homens que o mundo tem progredido e que temos, quase universalmente, melhorado a nossa existência. Ora, se a dialética marxista, que nos divide em classes antagónicas e com interesses incompatíveis, não se demonstrou útil em parte nenhuma do mundo onde foi aplicada, inclusivamente em Portugal, é exactamente dela que temos agora de fugir, e é contra ela, e a sua lógica perversa, que temos de encarar a recuperação do país. Não vale, pois, a pena insistir na tecla dos «ricos» como causadores das desgraças dos «pobres», porque do que necessitamos em Portugal é de muitos «ricos», isto é, de pessoas que possam obter rendimentos tão elevados quanto o possível, fruto do seu trabalho honrado, das suas capacidades e dos riscos que correram com os seus investimentos para as aplicar e fazer render.

Esta é a única maneira do país abandonar o estado de miséria e de pobreza, para onde a luta de classes e o seu corolário natural do proteccionismo (dos «pobres» contra os «ricos») o conduziram. Vivemos há tempo demasiado a confiar ao governo a nossa protecção social (no trabalho, na saúde, na educação, no ambiente, etc.), a pagar para que ele o faça e, quando demos conta, é do governo que nos temos de proteger, como se de um larápio compulsivo, incapaz de deixar de nos roubar o que é nosso, se tratasse.

É evidente que este caminho envolve uma profunda mudança de mentalidades e foi por ver Luís Naves – um homem instruído e frequentador de um blog genericamente apoiante do novo governo e da nova maioria, logo, presumo, um homem de centro, centro-direita – a insistir nos preconceitos da vulgata marxista, que qualifiquei de triste, emendo, muito triste, a mentalidade que ressalta do que escreveu. Porque, desde logo, é no preconceito contra a riqueza, ou melhor, contra a vontade e a ambição de ganhar dinheiro, como resultado do trabalho e do risco individual, que reside boa parte do mal nacional. Ora, para evitarmos este tipo de preconceitos, é necessário entender que o dinheiro, em si mesmo, não existe, não é «bom» nem «mau»: ele é, simplesmente, o simbolo do nosso trabalho, do nosso esforço e dos riscos que resolvemos assumir na vida, sem dúvida, por vezes, com maior ou menor dose de sorte ou de azar, ainda que, com trabalho e a cabeça no lugar, salvo alguma grande fatalidade, sempre poderemos viver dignamente. Deste modo, o respeito pelo dinheiro e por quem o ganha e que com ele adquire propriedade é uma imposição de natureza moral, se quiser, na nossa civilização, de moral cristã, para a qual o trabalho é sagrado, porquanto ele simboliza o valor do nosso trabalho e do nosso esforço. Em contrapartida, obrigar alguém a dar aquilo que é seu, que foi ganho honestamente, é um acto, pelo menos, sempre abusivo, sejam quais forem os fundamentos, e que pode ser absolutamente imoral, se o destino do dinheiro unilateralmente angariado for o sustento de vícios e prebendas, como, infelizmente, tem sucedido com os despautérios cometidos com a «redistribuição» do dinheiro dos contribuintes portugueses. Não por acaso, lembro-me ainda de ouvir Pedro Passos Coelho pedir desculpa aos portugueses, quando era líder da oposição, por ter aprovado um qualquer PEC do Engenheiro Sócrates, porque isso os iria obrigar a mais sacrifícios, o mesmo é dizer, a ficarem sem aquilo que tinham honestamente ganho. Tristemente, não me recordo de o ver agora, que é chefe do governo e que tem obrigações reforçadas no trato com os portugueses, repetir o gesto. Bem lhe ficaria.

Posto isto, ficaram à margem os «ricos» de que fala Luís Naves no seu segundo post, aqueles que se locupletam com os subsídios públicos, e que vivem à sombra do governo e do estado. Este é, também infelizmente, um clichê e uma generalização muito vulgares sobre os empresários portugueses, e, com eles, uma vez mais, Luís Naves confunde a árvore com a floresta. Desde logo, este preconceito é desmentido pelos dados oficias dos muitos milhares de empresas que todos os anos encerram em Portugal. Essas, garantidamente, não fecham por serem subvencionadas por ninguém, mas, pelo contrário, na sua maioria, por se terem descapitalizado a financiar involuntariamente o estado e por não terem clientes com dinheiro para comprarem os seus produtos e serviços. É o mercado a funcionar? Não, não é. É o estado e o governo a subverterem a ordem natural do mercado, impondo obrigações que os empresários normais não conseguem suportar, para, depois, «redistribuirem» essa renda pelas fundações e pelas parcerias público-privadas dos amigos. São estes os «empresários» a que Luís Naves faz referência. Mas esta gente, estes que verdadeiramente têm enriquecido no Portugal dos últimos anos, devem os seus «talentos» (sensu latino clássico), não aos talentos que Deus lhes deu e que não cultivaram pelo esforço nem pelo risco empresarial, mas ao «talento» de quem se encostou a quem tem poder e dinheiro para distribuir. Ora, isto, que é infelizmente muito antigo na História de Portugal, só sucede porque temos um estado omnipresente, interventor, funcionalmente totalitário, e sem verdadeiros limites legais à prerrogativa de expropriar a propriedade e a renda dos seus concidadãos, e que, com esses recursos, distribui prebendas e favores. «A ocasião faz o ladrão», se preferir, e é devido às características do nosso poder público que vale a pena estar sob a sua alçada, para aqueles – poucos – que o conseguem, naturalmente. Mas isto, melhor, esta gente que circula pelas empresas filhas e amigas do governo (do anterior, deste e dos vindouros…) é uma escassa minoria, uma oligarquia que nada arrisca, nem nada investe, senão nas cunhas e nos favores da política. Não confunda, pois, esta gente com empresários, com pessoas que acumulam a riqueza que resulta do esforço do seu trabalho e do rendimento das aplicações feitas com a sua legítima propriedade, que correm riscos, criam emprego e vão, com o que investiram e organizaram, competir lealmente no mercado.

É, pois, este estado que urge atacar, é esta mentalidade que importa diluir, este preconceito contra a prosperidade e a riqueza que temos que contrariar, se quisermos sair do buraco para onde ele nos atirou. Neste contexto, atacar fiscalmente os «ricos», impondo-lhes um imposto especial e discriminatório, sabendo que dessa medida pouco ou nada resultará para as finanças do estado e correndo-se mesmo o risco de fuga (legítima e legal, note bem) de capitais para outros países que tratem melhor a propriedade privada, isto é, piorando ainda mais a situação financeira do país, só pode ter um significado ideológico muito negativo e demagógico, que, de resto, ressalta bem dos escritos de Luís Naves: toda a riqueza é ilícita e imoral (sobretudo em tempos de uma crise por ela provocada…), pelo que não podemos deixar de a castigar. Continuemos, então, pobretes e alegretes, para mantermos em paz os espíritos que nos governam.

55 comentários leave one →
  1. zazie permalink
    29 Agosto, 2011 00:36

    Eu não tenho pachorra para estes jacobinos com paleio de luta de classes requentada. Até parece que a máfia que nos desgoverna há décadas não andou sempre ao saque em nome dos pobrezinhos.

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  2. zazie permalink
    29 Agosto, 2011 00:38

    E que raio será para estes idiotas o Estado? na volta é a misericórdia dos desvalidos no alterne do bolo.

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  3. zazie permalink
    29 Agosto, 2011 00:41

    «Mas isto, melhor, esta gente que circula pelas empresas filhas e amigas do governo (do anterior, deste e dos vindouros…) é uma escassa minoria, uma oligarquia que nada arrisca, nem nada investe, senão nas cunhas e nos favores da política.»
    .
    Exactamente, Rui. Mas cuidadinho que entre esse maralhal há muito santinho que o faz por abnegação. O Naves não lhes toca por respeito.

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  4. Joaquim Amado Lopes permalink
    29 Agosto, 2011 00:51

    Excelente artigo. Infelizmente, os “abrantes”, seja qual fôr o “gang” a que devam lealdade, são imunes à pedagogia e ao senso comum.

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  5. Arlindo da Costa permalink
    29 Agosto, 2011 01:39

    Isto está tudo nas mãos do Super- Ministro Miguel Relvas, um maçon de primeira categoria.
    O Álvaro, o ex-super-ministro, ao pé do Relvas, é um menino de coro…
    Ó Relvas, Ó Relvas, Ilha da Madeira à vista!

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  6. certo permalink
    29 Agosto, 2011 01:56

    “o problema não são os ricos”
    fui lá e vi o que já diz La Palisse, o problema todo é os pobres, of course

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  7. 29 Agosto, 2011 07:53

    Ruia A.
    Parabéns pelo texto. Espero que Cavaco Silva o leia.

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  8. 29 Agosto, 2011 07:58

    Está bem de ver que o problema é os remediados.
    São eles que dificultam as amálgamas ricos/pobres.
    Para já não falar nos supra-ricos, que pouco têm a dizer aos pobretanas dos ricos,
    e ainda os infra-pobres, que até gostavam de ser pobres.
    O que m’espanta é os remediados serem a maioria
    (segundo um gráfico que a minha tia Ametista tem na parede)
    sendo tantos que não cabem no albergue.

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  9. Tony permalink
    29 Agosto, 2011 08:11

    O rui você baralha os leitores e mente, o que o Luis Naves alias que joga na sua equipa, diz é que todos os ricos m Portugal são parasitas e egoistas.

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  10. 29 Agosto, 2011 08:47

    Por exemplo a minha rica tia de Vasconcelos e Sá não é parasita. Herdou a riqueza que tem.
    Lá egoísta é ela e eu que o diga.

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  11. 29 Agosto, 2011 09:33

    Ó Piscoiso, o que tu querias era ir à con(t)a da tia, gande maroto…

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  12. adriano volframista permalink
    29 Agosto, 2011 09:39

    Rui A
    Mais um erro de paralaxe e provincianismo atrasado.
    Um rico é rico porque arriscou, é capaz e teve sorte. Por isso deve e é remunerado de acordo.
    Agora um rico é rico porque outros são pobres e porque, lhe foram oferecidas condições para prosperar.
    Não percebo porque, no momento em que o local, onde o rico ficou rico ou mais rico, está a passar dificuldades ao rico não lhe seja exigido a contrapartida proporcional aos benefícios que obteve e que permitiu colher ao longo dos anos.
    Toda a conversa que não aborde qual o grau de proporcionalidade com que os ricos devem contribuir para o bem comum é, basicamente, imbecilidade; o que os ricos françeses fizeram foi, precisamente, declarar que estão dispostos a ajudar neste momento difiícil.
    Num país pequeno onde todo o mundo se conheçe era suposto ser mais fácil chegar a essa conclusão
    Deixe o passado e os fantasmas para quem quer alimentar neuroses inúteis.
    Cumprimentos
    Adriano

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  13. 29 Agosto, 2011 09:44

    Importante o alerta que o Rui A. faz sobre os perigos das generalizações. Precisamente o pecado que frequentemente comete, quando considera vigaristas todos os que ocupem cargos no aparelho de estado. Estranho o seu desconhecimento de simples notícias (não desmentidas), como as que ainda há dias sairam no “Público” sobre o facto de grande parte dos principais grupos portugueses preferirem outras paragens de contabilidades menos… cooperantes, para terem as suas sedes fiscais.

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  14. JP Ribeiro permalink
    29 Agosto, 2011 10:23

    Esta história dos ricos é apenas mais um balão do esquerdismo demagogo e fútil que invadiu os nossos partidos ditos de “centro”. Porque, claro, é mais fácil acabar com os ricos do que acabar com os pobres, porque o primeiro se faz por decreto, e o segundo nenhum governo do mundo o conseguiu alguma vez fazer. E como a única coisa que interessa a essa gente é perpetuar-se a si e aos seus na teta do Estado, é por isso necessário continuar a entreter a malta com faits divers para os mídia. Entretanto vão-se passando os meses e de reformas N A D A.

    PUTA QUE OS PARIU. Assim mesmo.

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  15. Fredo permalink
    29 Agosto, 2011 10:35

    Portanto, os pobres que paguem a crise, e deixem lá esses desgraçados dos ricos em paz.
    Os ricos não fizeram nada de ilegal, (mesmo aquela empresa que é dona de todas as pontes em Portugal por 100 anos, isso é legalíssimo), já os pobres, que mesmo pobres andaram a viver acima das suas possibilidades é que são os grandes causadores da miséria em que vivemos.
    Se os pobres tivessem continuado a comer uma simples côdea como antigamente, não usufruíssem desse luxo que é o salário mínimo, as férias, o subsídio de férias, não haveria hoje crise nenhuma. Já para não falar desse crime que é darem assistência médica e medicamentosa aos pobres, em vez de os deixarem morrer cedo, para não se lhes pagar reformas e não houvesse despesas em asilos para velhos.
    Os ricos são os benfeitores da humanidade, sem eles não haveria trabalho para os pobres, (empresários não ricos é coisa que não pode existir), e devemos estar-lhes muito agradecidos. Se o Champalimaud não tivesse investido nos cimentos, ainda hoje os pobres viveriam em cavernas, e se não houvesse ricos como é que haveria bancos para nos darem cartões de crédito?
    O meu ideal liberal é um pouco diferente do do mainstream.
    Concordo que devemos acabar com o Estado, mas devemos transferir os seus bens para os particulares, para que haja mais ricos. É claro que devemos ficar uma reserva de pobrezinhos. Alguém tem de ficar para trabalhar e para pagar impostos. Tudo o resto são tretas.

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  16. luis naves permalink
    29 Agosto, 2011 10:51

    Caro Rui a.
    A nossa polémica terá de ficar para outro dia, pois neste momento sou um sem-abrigo blogosférico.
    Garanto-lhe que não tenho nenhum preconceito contra os ricos. Limitei-me a afirmar que não é justo ser a classe média a única a pagar a crise e tentei explicar que as fortunas nacionais terão de participar no esforço, até porque são grandes beneficiárias das ajudas de Estado. Não tenho nenhum desrespeito em relação às suas opiniões e a expressão que usei era irónica (na blogosfera portuguesa existe um problema com o uso da ironia, sempre considerada um desrespeito, mas isso tem a ver com o carácter português, não há nada a fazer). Penso ser óbvio que para se saber o que é um rico não é preciso elaborar uma teoria complexa. Não tentei ridicularizar o seu argumento, só não o levei a sério, e preferi tentar pegar na parte da sua argumentação que valia a pena discutir.
    Abraços

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  17. pjardas permalink
    29 Agosto, 2011 12:03

    “Porque do que necessitamos em Portugal é de muitos «ricos», isto é, de pessoas que possam obter rendimentos tão elevados quanto o possível, fruto do seu trabalho honrado, das suas capacidades e dos riscos que correram com os seus investimentos para as aplicar e fazer render.”

    Bem dito!
    É por isso que sou a favor de uma taxa nas fortunas herdadas. Porque quem herda não o recebe como fruto do seu trabalho honrado.
    Dito isto, não se pode taxar a herança de forma a que desapareça após 4 ou 5 gerações. Nem 8 nem 80, por assim dizer.

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  18. Portela Menos 1 permalink
    29 Agosto, 2011 12:23

    os pobres são uns mal agradecidos.
    já têm água, luz e gás e ainda querem ter trabalho, remédios a preço justo e acesso dos filhos à escola.
    um dia destes ainda vão exigir ser tratados como o seu nº1 Amorim, que terá pedido 1.600M€ ao BPN, não os terá pago e terá comprado o BPN por …40M€.

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  19. JPHB permalink
    29 Agosto, 2011 12:38

    Bem, eu quero ser rico obviamente e confio plenamente nas minhas capacidades para conseguilo.
    E já tenho montado o meu negócio de transportes terrestres, ou melhor, já tenho motoristas, camioes e o mais importante, carga para transportar e clientes que me pagam esse transporte. Infelizmente, falta me algo que nao sei como conseguir: estradas. É verdade, para que o meu negócio funcione e para que eu enriqueça com o fruto do meu trabalho honrado só me faltam as estradas onde os meus camionistas possam conduzir os meus camioes carregados da carga que me vai fazer rico, até ao seu destino. Sinceramente, já pensei em tudo, mas nao consigo encaixar o custo de uma estrada, p. ex., de Lisboa a Madrid no meu plano de negócios sem que isso me leve à falência…

    Talvez o rui a. queira ajudar-me já que ele sabe tanto sobre como funciona isto de ser rico…

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  20. tina permalink
    29 Agosto, 2011 14:40

    “Limitei-me a afirmar que não é justo ser a classe média a única a pagar a crise e tentei explicar que as fortunas nacionais terão de participar no esforço”..
    .
    A classe rica participou sempre muito mais nos seus esforços, com impostos mais elevados que vão até 46,5%! Além disso, quando se fala agora em aumentar ainda mais os impostos, estes aumentos são de natureza “extraordinária” para a classe média mas permanentes para a classe rica.

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  21. tina permalink
    29 Agosto, 2011 14:46

    “Porque, claro, é mais fácil acabar com os ricos do que acabar com os pobres, porque o primeiro se faz por decreto, e o segundo nenhum governo do mundo o conseguiu alguma vez fazer.”
    .
    Perfeito!

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  22. José permalink
    29 Agosto, 2011 14:46

    “E já tenho montado o meu negócio de transportes terrestres, ou melhor, já tenho motoristas, camioes e o mais importante, carga para transportar e clientes que me pagam esse transporte. Infelizmente, falta me algo que nao sei como conseguir: estradas.”

    Está aqui o exemplo acabado das ideologias utópicas: construir casas pelo telhado.
    As estradas, dantes, eram caminhos e o transporte fazia-se em jericos e carroças. Com o advento da inovação tecnológica, fruto da mente desperta de alguns, estes meios de transporte foram-se aperfeiçoando e os caminhos de terra batida foram depois calcetados em calçada romana e em macadame e depois em alcatrão e depois outros materiais. Estas obras passaram a ser públicas desde quando? Provavelmente desde sempre porque serviam o público que nelas andava e circulava. E por isso o Estado tomou o encargo de as construir e melhorar, como obras públicas. Dantes o Estado tinha trabalhadores por conta que as faziam, mas depois surgiram empresas privadas que faziam melhor, mais barato e de modo mais eficiente.
    Passaram assim de empresas públicas a empresas privadas.

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  23. rui a. permalink*
    29 Agosto, 2011 14:54

    Prezado Luís Naves,
    Obrigado pelos seus esclarecimentos. Reconheço que o uso da ironia na net é um trabalho árduo, de que eu mesmo sou “vítima” frequente.
    Quanto à nossa polémica, reparei, com pena, que vocês decidiram fechar o Albergue. Espero que reabram brevemente, num endereço tão convidativo quanto o anterior.
    Até lá receba um abraço cordial do
    Rui Albuquerque

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  24. rui a. permalink*
    29 Agosto, 2011 15:03

    “Sinceramente, já pensei em tudo, mas nao consigo encaixar o custo de uma estrada, p. ex., de Lisboa a Madrid no meu plano de negócios sem que isso me leve à falência…”
    Pois não. Nem a sua nem empresa nenhuma de Portugal ou de Espanha. Eu explico, já que me pediu explicações: a construção de uma estrada entre duas capitais não é, em nenhuma empresa do mundo, um activo que deva constar num plano de negócios. É que, habitualmente, as empresas instalam-se na proximidade de estradas já existentes e que são suficientes para escoar os seus produtos, pagando taxas para as utilizar. Em certas circunstâncias históricas, muito ocasionalmente, grupos de empresários, aliados ou não ao poder local, podem ter assumido para si o encargo de construírem, ou reforçarem, as vias de comunicação para fazerem circular os seus produtos. Mas nunca o fazem isoladamente, até porque seria bizarro uma empresa instalar-se onde nenhuma outra existisse. É o tal princípio da cooperação de que o texto fala, o que se há-de fazer!

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  25. Arlindo da Costa permalink
    29 Agosto, 2011 15:07

    Óh «José» quando é que o Estado privatiza a «Justiça»(embora em muitos domínios «ela» já pertença a diversos grupos sociais enquistados nas tetas do Estado…) para ver se há mais produtividade, rentabilidade, celeridade, assertividade, democraticidade, transparência, concorrência etc. e coisa e tal?

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  26. Pável Rodrigues permalink
    29 Agosto, 2011 15:09

    Eu não quero elogiar ninguém, seja ele Tiago, João ou Pedro. Toda a gente tem bom senso quando está por fora. Não tenho a certeza é que o mantenham quando se colocam por dentro. Se não, vejamos !
    Quem pregava o emagrecimento do Estado ? Quem abominava a subida de impostos ? Quem queria salvaguardar a classe média ? Quem era a favor de um esforço de poupança nacional ?
    Estes eram slogans de alguns que agora estão por dentro, munidos de um poder inelutável, que dizem ter sido legitimado pelo povo, com base no qual fazem, refazem ou desfazem tudo o que prometeram, sem que lhes possam ser pedidas responsabilidades para além do que provenha de umas futuras eleições à distância de quatro anos.
    Quatro anos dá para fazer muita asneira, muita despesa injustificada, muitas leis e despachos injustos, que passam a factos consumados e criam injustiças irreparáveis.
    O que é património ? Não é verdade que toda essa “acumulação de riqueza” foi já objecto de tributação, tanto maior quanto maiores os rendimentos que a originaram ? A imoralidade desse imposto é inqualificável!
    Se alguém espatifar tudo o que ganha em viagens ao estrangeiro, em jogo, em lautas folias, não tem problemas destes ; se, pelo contrário, for prudente, comedido e poupado, passa a rico e, então, há que lhe sacar parte do produto da sua estupidez.
    O problema é que o Estado (enxameado de gente prenhe de mordomias), tal como é visto por estes pensadores, é insaciável, como o era nos tempos das civilizações antigas, das monarquias faustosas ou das autocracias que vigoravam no leste, como o é agora nas ditas democracias ocidentais.
    Estes e outros impostos não se destinam à redistribuição de riqueza ou a uma solidariedade com os mais desfavorecidos, mas apenas ao sustento dessa gente anafada e de hábitos exigentes.
    Sugar o produto do trabalho alheio nunca foi forma digna de vida ! O proxenetismo é crime, não é ?
    Ou será que deixa de ser quando praticado pelos governantes ?

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  27. tina permalink
    29 Agosto, 2011 15:24

    Comentário brilhante, Pável Rodrigues, não poderia ser mais verdadeiro.

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  28. 29 Agosto, 2011 16:03

    Pessoalmente, sempre achei que era melhor ser rico e saudável do que pobre e doente.
    Por isso optei sem reservas pela primeira hipótese e não me tenho dado mal.

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  29. zazie permalink
    29 Agosto, 2011 16:13

    Brilhante, Pável, é isso mesmo. Em espatifando não é rico. Se não deixar nada à família até passa por exemplo de self-made-man. Agora poupar e deixar aos seus, é uma vergonha.
    .
    Imagine-se o que seria do mundo se ninguém recebesse nada familiar. Era tudo filho do Estado. Estes idiotas ainda é com essa utopia merdosa que sonham.

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  30. Arlindo da Costa permalink
    29 Agosto, 2011 16:18

    Entretanto lá em em cima o honorável Deputado da Nação, o ilustre Sr. Prof.Dr. CAA continua a dar tiros nos pés.
    Por este caminho, o melhor é interná-lo…

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  31. licas permalink
    29 Agosto, 2011 17:00

    A solção é tão simples . . .
    Metade dos lucros auferidos num ano teriam obrigtoriamente que ser INVESTIDOS
    no ano seguinte EM EMPRESA PRIVADA GERADORA DE RIQUEZA
    (prédios, jogadores de futebol, hoteis, E AJUDA DE CAPITAIS PÚBLICOS ,
    RIGOROSAMENRE EXCLUÍDOS . . .)
    EXPORTAÇÃO DE LUCROS PARA PARAÍSOS FISCAIS ABSOLUTAMENTE PROIBIDOS
    E OS AUTORES SUJEITOS A JUSTIÇA : as penas seriam exclsivamente monetárias ,
    10 VEZES A QUANTIA TENTADA EXPORTAR. com expropriação judicial se necessário).

    Veriamos que a ridícula esmola dos riquísimos (para ficar bem com as suas conciencias)
    passavam a ser desnecessárias: VÃO HIPOCRITIZAR para o diabo que os carregue . . .

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  32. Tiradentes permalink
    29 Agosto, 2011 17:15

    Eu diria mais…em espatifando em viagens, roupas de marca e afins, quando entram em ruptura financeira ainda surgem um “programas” de ajuda a estes “pobres” cobrados aos “ricos” que pouparam a vida inteira e que por isso são tributados no património que suadamente construiram.
    Os piscoisos deste mundo peroram contra o património mas quando chega a hora querem os patrimónios dos outtros tais ricos através do direito à herança que dizem ser a forma mais injusta de acumulaçao de riqueza.
    Suponho que o será enquanto eles não a recebem e até a tia leva qualificativo, não sendo ele o ganancioso.

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  33. Eleitor permalink
    29 Agosto, 2011 17:38

    Licas,

    “Paraíso fiscal” é qualquer sítio para onde a malta possa mandar o dinheirito ou mudar a sede da empresa (legalmente) sem ter medo de ser “assaltado” pelo ministro das finanças do momento.
    E, já agora, como pensam atrair investidores estrangeiros com promessas de aumentos de impostos? Ou será que querem investidores pobres e da classe média?

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  34. Beirão permalink
    29 Agosto, 2011 17:53

    Tiro-lhe o chapéu, rui.a. Muitíssimo bom ‘post’. Lí-o de fio a pavio, e não podia estar mais de acordo.
    Com que então, para esse tal de Luís Naves “toda a riqueza é ilícita e imoral”! A criatura, que uma tal idiotice proclama, será burra dia sim, dia não, ou será burrinha todos os dias?

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  35. Arlindo da Costa permalink
    29 Agosto, 2011 18:17

    «Toda a riqueza é ilícita e imoral».
    É sim senhor.
    É o que se infere da leitura dos Evangelhos.
    Não se apoquentem com essas tralhas, trapos, cabeças de gado, papel impresso ou lingotes de ouro, pois não levamos nada disso para o Céu…

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  36. Beirão permalink
    29 Agosto, 2011 19:00

    “Portanto, os pobres que paguem a crise, e deixem lá esses desgraçados dos ricos em paz”. Esta ironia parola ‘fredesca’ não aquece nem arrefece, e, como o demais bláblá comuna deste tipo de caramelos que aqui bolçam a velha cassete marxista, ninguém já os leva a sério, ninguém lhes liga peiva. Para esta esquerdalhada lambona, que se péla para mamar nas tetas (agora mirradas) do Estado, a culpa inteirinha dos males do mundo, de Portugal estar no ‘lixo’ e os portugueses na merda, é dos sacanas dos ricos, que não pagam impostos e só sabem gamar o deles. Francamente! Já não há pachorra para aturar esta gajada comuna! Chiça!

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  37. Jose permalink
    29 Agosto, 2011 19:24

    “falta me algo que nao sei como conseguir: estradas”

    Excelente questão. Que leva directamente à noção de externalidade. Há situações em que o mercado não funciona. É para essas que se “fez” o estado.
    Outro exemplo é, por exemplo, o fumar. Quem fuma pode causar um prejuízo a outrem. Não é prático que que o fumador vá, à medida que passa por vários indivíduos, pagando o prejuizo que os outros entendem que lhe foi causado. Ou seja, o mercado, como livre transação entre dois indivíduos, não funciona aqui.
    O problema é que a noção de externalidade passou a abarcar umn sentido lato. Para os socialistas e social-democratas, tudo é externalidade, o mercado é um mecanismo perverso e o estado é infinitamente virtuoso e actua no “bem comum”.
    Para os anarquistas, o estado é infinitamente mau e só os indivíduos escolhem bem e livremente.
    A virtude está onde os liberais a definiram: algures numa zona onde o estado actua onde o mercado falha. E só aí!

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  38. Jose permalink
    29 Agosto, 2011 19:24

    “falta me algo que nao sei como conseguir: estradas”

    Excelente questão. Que leva directamente à noção de externalidade. Há situações em que o mercado não funciona. É para essas que se “fez” o estado.
    Outro exemplo é, por exemplo, o fumar. Quem fuma pode causar um prejuízo a outrem. Não é prático que que o fumador vá, à medida que passa por vários indivíduos, pagando o prejuizo que os outros entendem que lhe foi causado. Ou seja, o mercado, como livre transação entre dois indivíduos, não funciona aqui.
    O problema é que a noção de externalidade passou a abarcar umn sentido lato. Para os socialistas e social-democratas, tudo é externalidade, o mercado é um mecanismo perverso e o estado é infinitamente virtuoso e actua no “bem comum”.
    Para os anarquistas, o estado é infinitamente mau e só os indivíduos escolhem bem e livremente.
    A virtude está onde os liberais a definiram: algures numa zona onde o estado actua onde o mercado falha. E só aí!

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  39. Portela Menos 1 permalink
    29 Agosto, 2011 19:28

    “Os caramelos que aqui bolçam a velha cassete liberal, ninguém já os leva a sério, ninguém lhes liga peiva. Para esta direita lambona, que se péla para mamar nas tetas (agora mirradas) do Estado, a culpa inteirinha dos males do mundo, de Portugal estar no ‘lixo’ e os portugueses na merda, é dos sacanas dos pobres , que não pagam impostos e só sabem gamar o deles.” … citação minha!
    Mas quem leva a sério os aprendizes de liberalismo tuga?

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  40. Portela Menos 1 permalink
    29 Agosto, 2011 19:31

    Um dias destes vou ler por aqui rui a. , JMiranda, helenafmatos, jmf …. dar opinião sobre o “liberalismo” de AJJardim no reino da Madeira;
    ai vou, vou !

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  41. JCA permalink
    29 Agosto, 2011 21:21

    -FOX NEWS: “What is Austrian economics and who were Mises and Hayek?”
    http://www.economicpolicyjournal.com/2011/08/fox-news-what-is-austrian-economics-and.html
    .

    .

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  42. CAL permalink
    29 Agosto, 2011 21:23

    Excelente texto.
    Aposto que quem discorda nunca procurou trabalhar por conta própria num pequeno negócio, que fosse, contribuindo para o bem estar social, empregando gente com família para sustentar. Saber quanto isso representa e a responsabilidades que tem o empregador. Fica fácil os teóricos dizerem – o patrão ganha com o trabalho do empregado!
    Existem maus patrões, assim com existem maus empregados, não podemos generalizar. O emprego criado pela iniciativa privada é a solução para o país, nunca ao Estado cabe ocupar esse espaço. Condenar quem prospera com trabalho digno é coisa de gente acomodada que perde tempo reparando na vida dos outros, ficando sem tempo para cuidar da sua. Sua maior ambição na vida é ter um emprego público.
    O Orçamento do Estado está mal administrado, mais aumento de impostos não resolve, só complica. Devemos cobrar do político menos mordomias e mais seriedade com a administração dos bens públicos. O resto é demagogia.

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  43. JCA permalink
    29 Agosto, 2011 21:41

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    Os da terra dele dizem:.
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    -Warren Buffett, hypocrite
    http://www.nypost.com/p/news/opinion/editorials/warren_buffett_hypocrite_E3BsmJmeQVE38q2Woq9yjJ
    .
    “When he bought his Goldman Sachs stake, within days the government rushed in with more money. Just days after Buffet puts $5 billion into Bank of America, B of A has announced it will raise an additional $8 billion by selling its stake in China Construction Bank. B of A is up nearly 4% on the news.

    If I didn’t know better, I would say Buffett trades on inside information.”
    http://www.economicpolicyjournal.com/2011/08/lucky-warren-buffett.html
    .

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  44. JCA permalink
    29 Agosto, 2011 22:02

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    (publicado em 2008).
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    Com 3 anos de atraso estas medidas fundamentais começam agora a ser reconhecidas e aplicadas até internacionalmente.
    .
    Mantém-se que não há outra alternativa séria que reacenda rapidamente o DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO e a criação de Riqueza e Emprego. Em vez de provocar a RECESSÃO SUSTENTADA e criação de Pobreza e Desemprego.
    .
    As 9 REFORMAS pacificamente revolucionárias’ MAIS 3 ADICIONAIS para instaurar o LIBERALISMO AVANÇADO com sustentação dos DIREITOS CIVILIZACIONAIS IRREVERSÍVEIS DOS PORTUGUESES (universalidade da Educação, Saúde, Pensões, Idade de Reforma razoável e Solidariedade com os Desempregados) e RESOLVER PORTUGAL:
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    Isto é um Programa do CAPITALISMO, embora pareça Marxista na acanhada Democracia Portuguesa confusa e desorientada.
    .
    -APROVAÇÃO PELA AR e EVENTUAL INCLUSÃO POSTERIOR NA CONSTITUIÇÃO (embora não necessária):
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    1) RACIO máximo PIB/Carga Fiscal.
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    2) RACIO máximo PIB/Despesas do Estado (*)
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    (*) Provocadora da Reforma séria da estrutura de Governança, da Burocracia Publica e do Orçamento Geral do Estado. A ultrapassagem destes racios só viabilizada por 2/3 ou 3/ 4 de votos da AR.
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    -BANCA EM PORTUGAL e GARANTIA DOS DINHEIRO DOS DEPOSITANTES:
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    3) SEPARAÇÂO ABSOLUTA da Banca Comercial de quaisquer actividades especulativas nomeadamente Sociedades de Investimentos Financeiros ou Hedge Funds, para protecção absoluta das Poupanças e Dinheiro dos Depositantes para regresso da confiança nos Bancos.
    .
    4) TAXA PARA GARANTIAS BANCÁRIAS calculada sobre todos os negócios e receitas da Banca robustecendo financeiramente o Fundo de Garantias Bancárias para devolver a qualquer momento os Depósitos dos Cidadãos, Empresas e Entidades Publicas que confiaram no Banco que ficou inviabilizado, faliu ou fechou.
    .
    .
    -IMPOSTOS E FISCALIDADE:
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    5) ABOLIÇÃO de todos os Impostos substituindo-os por um único: INU – Imposto Nacional Único colectado sobre tudo o comprado e facturado dentro de Portugal (**)
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    (**) Pagamento dos Ordenados Brutos aos Empregados pelas Entidades Patronais.
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    6) AMNISTIA Fiscal para estancar o estado de falência do Tecido Económico Nacional e a insolvência dos Cidadãos, já praticado antes e depois do 25 de Abril.
    .
    .
    -SEGURANÇA SOCIAL:
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    7) ABOLIÇÃO dos Descontos mensais de Empregadores e Empregados substituindo-os pelo IUSS – Imposto Único de Segurança Social colectado sobre tudo o comprado e facturado dentro de Portugal (***)
    .
    (***) Pagamento dos Ordenado Brutos a todos os Empregados pelas Entidades Patronais.
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    8) Instauração da PENSAO NACIONAL UNICA, igual a 2 ou 3 vezes o SMN-Salario Mínimo Nacional, universal e igual para todos os Reformados Portugueses (****)
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    9) Criação do Fundo Nacional de REFORÇO DA PENSÃO NACIONAL UNICA, gerido pelo Estado, para quem queira depositar mensalmente um valor incerto a qualquer momento para assegurar um reforço publico do valor mensal da Pensão Nacional Única atingida a idade de reforma até ao falecimento (****)
    .
    (****) Na transição do velho para o novo Sistema, passariam para o Fundo de Reforço da Pensão Única, os valores já descontados por Empregados e Empregadores correspondentes à diferença entre o valor da Pensão Única e a Pensão em vigor no momento da Inscrição na Segurança Social
    .
    .
    -MEDIDAS ADICIONAIS PARA REFORÇO DA SUSTENTAÇÂO DOS DIREITOS CIVILIZACIONAIS IRREVERSIVEIS DOS PORTUGUESES na Civilização Europeia avançada no Mundo:
    .
    a) Idade de reforma cerca dos 55 anos para desempastelar POSTOS DE TRABALHO PARA OS JOVENS, NOVOS LICENCEADOSe DESEMPREGADOS: admissão obrigatória de jovens ou desempregados até ao limite do ordenado que o reformado auferia.
    .
    b) Libertar os Encarregados de EDUCAÇÃO -cheque-educação: cada um endossa o Cheque-Educação à Escola que LIVREMENTE escolhe para os filhos seja publica ou privada ou cooperativa.
    .
    c) SAÚDE, reactivação de todos os Postos de Saúde e Equipamentos abandonados, recrutamento médicos estrangeiros com novo contrato de trabalho diferente dos actuais, receituário obrigatório por principio activo, e se necessário eventual reactivação dos Laboratórios Farmacêuticos do Estado (exº antigos Laboratorios Militares), acabar com modelos de ‘capitalismo selvagem’ que ocasionalmente existam na carreira profissional publica da saúde ou compras hospitalares.
    .

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  45. 29 Agosto, 2011 22:16

    que chatice. Sim, logo agora que iam discutir uma temática tão interessante o Albergue Espanhol acabou.

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  46. Miguel permalink
    30 Agosto, 2011 00:45

    Rui a., talvez seja engano meu mas…você revoltou-se quando viu o confisco aos salários dos funcionários públicos?

    Muitos conseguiram o seu lugar por esforço, competencia técnica…e agora anda tudo a achar normal.

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  47. rui a. permalink*
    30 Agosto, 2011 01:02

    “você revoltou-se quando viu o confisco aos salários dos funcionários públicos?”
    Sem dúvida, uma indignidade. Resultante de um modelo de estado social que cresceu desalmadamente, sem critério que não fosse o do próprio crescimento, e que hoje é incapaz de se sustentar, recorrendo a medidas rasteiras como essa. Agora, se estivermos de acordo em que este estado, com esta administração, tem de mudar, isso passará inevitavelmente por despedir pessoas, meu caro. Está disposto a aceitar isso, ou quer manter tudo como está e todos como estão?

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  48. Miguel permalink
    30 Agosto, 2011 01:52

    Todos como estão, nunca! Porque não há todos.
    Obviamente que vai haver despedimentos.
    Basta ver quantos “funcionários” entraram desde 2001, isto é, desde institutos a direcções de serviços que ninguém percebe…mesmo quem trabalha há vinte anos.
    Falta coragem.
    É evidente que professores contratados vão para a rua…as turmas têm de ter 40 alunos (como as minhas e de muitos leitores…e aprendemos), as crianças vão desaparecendo..e não têm que ter a escolinha a 500 m….(andei na serra dois quilómetros para aprender, e como eu alguns o sabem).
    É evidente que muito chefe de serviço vai voar…
    Mas era previsível…mesmo para eles.
    O que é incompreensível é o confisco inconstitucional que foi feito, e assim mantendo-se qualquer regra constitucional é para quebrar.
    Cumprimentos cordiais.

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  49. rui a. permalink*
    30 Agosto, 2011 02:07

    “O que é incompreensível é o confisco inconstitucional que foi feito, e assim mantendo-se qualquer regra constitucional é para quebrar.”
    Com certeza que sim, caro Miguel, é uma ilegalidade, uma inconstitucionalidade, em suma, uma vergonha. Só demonstra o que se tem vindo a dizer aqui: que o estado faz o que lhe apetece, sem respeito por ninguém, desde logo, pelas suas próprias leis. Só um estado pequeno, com poucos poderes e funções reduzidas, controlado por juízes constitucionais verdadeiramente independentes dos partidos, nos poderá dar alguma esperança de voltarmos a ser um Estado de Direito e não um Estado com Direito.
    Cumprimentos cordiais,

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  50. JCA permalink
    30 Agosto, 2011 13:46

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    Complementos e outros pontos de vista:
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    -Riots, panic and meltdown in financial markets…To the Eurofanatics it’s just another BENEFICIAL CRISIS!
    http://www.dailymail.co.uk/news/article-2030845/Riots-panic-meltdown-financial-markets–To-Eurofanatics-just-BENEFICIAL-CRISIS.html#ixzz1WW0RuUSM
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    -Goldman Sachs targeted as ‘Jaws’ joins battle over banking crash
    Adrift in a sea of lawsuits as shareholders sue for millions, the bank is a soft target for mocking critics
    http://www.guardian.co.uk/business/2011/aug/28/goldman-sachs-lloyd-blankfein
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    -Finland’s demands for collateral could leave Greek bailout in ruins
    Row over collateral for emergency loans to Athens reveals cracks in the eurozone
    http://www.guardian.co.uk/business/2011/aug/28/eurozone-demands-collateral-greek-bailout
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    -Icelandic tycoon still living the high life in London after the collapse of Icesave
    The man known in the UK as ‘Thor’ runs an empire as opulent, and opaque, as ever, three years after the failure of the savings bank that swallowed up £5bn of UK savers’ money
    http://www.guardian.co.uk/business/2011/aug/27/iceland-tycoon-thor-high-life-icesave-collapse
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  51. JCA permalink
    30 Agosto, 2011 16:01

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    (cont 22.02H)
    MARX ESTÁ ERRADO.
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    Os familiares de Marx, o Primo da Esquerda (uma tribo do Comunismo) e o Primo da Direita (uma tribo do Capistalismo) estão encapsulados no mesmo erro: a dialetica ‘Capital e o Trabalho’. Os mais iluminados das sebentas não conseguem sair desta dialectica. Sejam dum lado ou do outro.
    .
    Exemplo do figurino do Marxismo,
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    o modelo fiscal: tributa-se ou o Capital ou o Trabalho. Ou seja joga-se nesta psyop. Se os do Trabalho protestam dá-se um cheirinho de aumento fiscal no Capital. Se os do Capital protestam divode-se pelo coletivo, taxa-se o Trabalho.
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    A tal garrafa arrolhada com as moscas a esvoaçar aflitas mas que nunca conseguem sair da garrafa.
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    Analisemos fino,
    .
    O que é o Capital e o Trabalho ? A PRODUÇÃO.
    E o que é a PRODUÇÃO ? Nem mais nem menos que o resultado do Capital e Trabalho que gera a RIQUEZA COLETIVA que posteriormente se revela no CONSUMO.
    .
    Quem tem MAIS consome mais ou faz poupanças ou investe. Se souber, ou quiser, pessoalmente poupar e investir.
    Quem tenos MENOS consome menos, nem poupa nem investe. Se souber, ou quiser, pessoalmente poupar ou investir
    .
    Há quem tivesse MAIS e perdeu tudo. Há quem tivesse MENOS e ganou tudo. Nascemos todos da mesma maneira, mas cada um é diferente embora tivessem todos nascidos da mesma maneira.
    .
    E aqui entra o ‘invejometro’. Quem não consegue saca tenta sacar a quem tem. Quem tem tenta defender-se de quem não consegue. E aqui entra Funcionalismo Publico e Sociedade Civil (quem não lucra nem é assalariado do Estado)
    .
    Porém, mais a terceira via. A dita dos ‘chico-espertos’ que se aproveitam à golpada desse jogo natural que resulta em ‘quinhentas’ reformas para um só e mais uns empregos quando dizem que já não podem trababalhar por isso se reformaram,
    .
    ou os que resolvem tudo governando tal qual os ‘banhas da cobra’ ou os feirantes ‘não leva uma leva cinco pelo preço duma’,
    .
    ou os empacotados académicos que só sabem piar e concluir do que lhes deram a ler e a ‘aprender’. Por exempolo o ‘Capital’ de Marx. Além disso ZERO, uma catastrofe dizem esse JARRÕES curtos de VISÃO.
    .
    Ora bem, qual é o resultado da PRODUÇÃO ? O CONSUMO.
    .
    Então a dialetica não é entre TAXAR Capital e Trabalho. Esse jogo de monopolio é do sec XIX e principios do XX que levou a CONFLITUALIDADE TODA no resto do Sec XX, havendo ainda umas
    .
    Onde estão as diferenças ?
    .
    NO CONSUMO. Quem pode consumir mais ou menos. Quem pode ? Quem tem mais dinheiro para gastar fruto da PRODUÇÃO (a PROPRIEDADE é uma das componentes da Produção, explorada também cria mais valia, riqueza, ganhos, lucros)
    .
    Daqui derivam para ‘os nascidos todos iguais mas diferentes em capacidades naturais’ as ditas INJUSTIÇAS MARXISTAS.
    .
    Então taxar em Impostos Capital e Trabalho ? Os que PRODUZEM, criam a RIQUEZA e o EMPREGO ?
    .
    Regressemos ao Sec XXI, a DIALETICA é entre CONSUMO e PRODUÇÃO.
    .
    MARX acabou algures nos anos 50/60 do Sec passado. Mas custou enterrar.
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    Hoje a VISÃO HUMANA DA SOCIEDADE não é ‘CAPITAL e TRABALHO’. É CONSUMO e PRODUÇÃO. Tributa-se o quê ?
    .
    A Produção quando se os xinas produzem com mao de obra a ‘meia sopa á hora’ ? Quem consegue concorrer ? Com que ‘pacotes’ de redução de despesas etc e tal ? Brina-se ao sério.
    .
    É só no CONSUMO QUE SE TEM DE TRIBUTAR para a PRODUÇÂO conseguir concorrer com os ‘xinas’ pagos a ‘quarto de malga de sopa’ por cada meio dia..
    .
    MARX morreu. A luta entre o CAPITALe o TRABALHO morreram na Globalização que está longe de ser essa treta das multinacionais. É muito além disso.
    .
    Acertem os AZIMUTES MENTAIS SE QUEREM QUE O OCIDENTE SOBREVIVA:
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    não é CAPITAL e TRABALHO. Os parametros mentais e ideologicos são PRODUÇÃO e CONSUMO.
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  52. JCA permalink
    30 Agosto, 2011 16:03

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    Aguardo os comentários dos ‘menos um’ e dos ‘louçãs’. Pela positiva. Alguém está profundamente ERRADO e a SONHAR. Bora para a DISCUSSÃO e DEMOLIÇÃO FORTE FEIO.
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  53. JCA permalink
    30 Agosto, 2011 17:50

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    En el nuevo texto queda abolido el impuesto de solidaridad para las rentas altas, que se había fijado en un 5% en la cuota de renta que excede de los 90.000 euros anuales y un 10% sobre los 150.000.
    http://www.elpais.com/articulo/economia/Berlusconi/rectifica/subida/fiscal/rentas/altas/elpepieco/20110830elpepieco_4/Tes
    .

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  54. JCA permalink
    30 Agosto, 2011 18:37

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    (continuando 16.01H)
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    por exemplo só um dos aspectos entre tantos:
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    os DEMONIACOS OFFSHORES contra os quais os primos de Marx se esticam todos em grande gritaria encapsulados no jogo infantil dos Tempos do sec XIX até aos anos 50 que fazem render até à exaustão porque não sabem fazer nem criar mais nada de Novo:
    .
    TAXANDO SÓ O CONSUMO OS OFFSHORES MORREM NATURALMENTE.
    .
    Ou seja a SOLUÇÃO NÃO É A DOS PRIMOS DE MARX: REINIVINDICAR LUNATICAMENTE A PROIBIÇÃO DOS OFFSHORES OU PROIBIR A SAIDA DE DINHEIRO PARA OS OFFSHORES. É obvio que é uma bandeira ideologica marxista da treta.
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    A solução é arrumar cá dentro a casa para estar imunizada contra a concorrência dos offshores.
    TAXAR SÓ O CONSUMO. ELIMINAR TODOS OS IMPOSTOS SOBRE O TRABALHO, O CAPITAL e A PROPRIEDADE.
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    Este até é um dos problemas que seriam automaticamente resolvidos embora bem sequer pertença aos essenciais. Há efeitos automaticos bem MAIS IMPORTANTES, a tal mão invisivel do mercado.
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