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Peço desculpa aos funcionários públicos, mas…

12 Novembro, 2011
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O Presidente da República está preocupado com a “equidade” nos sacrifícios. O presidente da câmara do Porto também. Eu também estou preocupado com essa equidade. Preocupa-me em particular que haja a tentação de voltar a aumentar os impostos (como sugeriu Rui Rio, entre muitos outros), pois pressinto que isso geraria muito mais iniquidade do que retirar, nos próximos dois anos, os subsídios de Natal e férias, aos pensionistas e aos funcionários públicos que ganham mais de mil euros por mês.

Antes de explicar o meu raciocínio faço porém uma declaração de interesses: não sou funcionário público nem pensionista. A minha mulher e os meus filhos também não. Mas o meu pai foi funcionário do Estado toda a vida e hoje é pensionista. Tenho, se quiserem, uma aproximação à visão dos dois lados, mesmo considerando que, nesta querela, não se deve dividir o país em duas metades.

O meu ponto de partida é simples: desde que estalou a crise, em 2008, os grandes sacrificados têm sido os trabalhadores do sector privado. Não se trata de virar uns contra outros, trata-se de reconhecer a verdade. Basta olhar para o número de desempregados, que saltou de 425 mil para perto de 700 mil. A quase totalidade destes 275 mil novos desempregados trabalhava no sector privado. Haverá alguns antigos professores contratados e ex-tarefeiros da administração pública, mas que representam uma quota ínfima deste total.

Estes números podiam ser ainda piores se muitos trabalhadores do sector privado não tivessem optado (ou sido obrigados a optar) pela passagem antecipada à reforma: entre 2008 e 2010 a idade média de passagem à reforma no regime geral da Segurança Social diminui de 63,1 para 62,5 anos (apesar de uma reforma que penalizou as reformas antecipadas). No mesmo período a idade média de passagem à reforma dos trabalhadores da administração pública subiu de 59,7 para 60,1 anos (números da Pordata).

Em tempos de crise o ajuste mais violento é sempre o que é feito via desemprego – e estes números não deixam grandes dúvidas sobre onde tem caído o maior peso da aflição nacional.

 

Não costuma discutir-se que o emprego no Estado é mais seguro e que proporciona melhores condições no acesso à reforma (os funcionários públicos reformam-se mais cedo e com pensões mais altas – apenas 10 por cento do total dos pensionistas recebe mais de 1000 euros por mês, mas essa percentagem sobe para quase 50 por cento entre os reformados do Estado, números da Pordata). Nestes domínios a sua vantagem é evidente. Porém, será que a diferença salarial de que também beneficiam face ao privado permite encaixar um corte tão grande como o previsto? A resposta não é simples, mas eu diria que, provavelmente, não permite. Mas acrescento: mesmo assim permite-lhes encaixar esse corte melhor do que se ele fosse igual para todos.

Tem sido muito citado um estudo de 2001 do Banco de Portugal sobre o diferencial  de rendimentos entre trabalhadores do sector público e do sector privado. Esse estudo existe, as conclusões são inequívocas, mas não é o estudo mais recente: há outro do Verão de 2009, também publicado no boletim do Banco de Portugal. Trata-se de um trabalho muito detalhado, que utiliza números que vão de 1996 a 2005 e conclui que não só os salários no sector público são mais elevados para idênticas funções e mesmo número de anos de experiência, como esse fosso se tinha vindo a agravar: era de 10 por cento em 1996, passara para 15 por cento em 2005. Mais: se considerássemos os salários horários, o facto de se trabalhar menos horas no sector público fazia saltar o prémio salarial para 25 por cento.

Costuma desvalorizar-se este tipo de estudos dizendo que esse prémio existe sobretudo nas categorias mais baixas, não nas categorias mais altas. Este estudo também responde a esta questão: no essencial, só no topo do topo do sector público e em algumas profissões muito específicas é que isso é verdade. Mais, e cito: “o prémio [do sector público] é particularmente alto em áreas como a saúde e a educação”, ou seja, precisamente nas áreas onde há mais emprego qualificado na administração pública. O estudo sublinha também que o prémio salarial dos funcionários públicos tem aumentado mais “para os trabalhadores licenciados em início de carreira”. Poderia continuar, mas o ponto está estabelecido: pelo menos até 2005 compensava, e muito, ser funcionário público.

E depois de 2005? Infelizmente não conheço nenhum estudo mais recente, mas voltando a consultar a Pordata não encontro razões para crer que esta relação se tenha alterado, sendo até possível que o diferencial tenha aumentado. Basta notar que, para as carreiras gerais da administração pública, a remuneração mínima cresceu 11 por cento (depois de descontada a inflação) entre 2005 e 2010. A remuneração máxima cresceu oito por cento. Nas carreiras especiais (professores, médicos, juízes, militares, bombeiros…) estes valores ficaram constantes. Não creio que no sector privado a evolução tenha sido mais favorável.

 

Todos estes números e estudos não deixam lugar para grandes dúvidas: se os sacrifícios pedidos são brutais, e irão penalizar muitos e muitos portugueses, apesar de tudo ainda é na administração pública que existe mais folga – um termo agora em voga – para estes novos sacrifícios. Depois do preço elevadíssimos que os trabalhadores do sector privado estão a pagar em desemprego, em empregos sub-pagos, em intranquilidade, em diminuições salariais e por aí adiante, falar em equidade quando se propõe que paguem ainda mais taxas e impostos é próprio de quem, bem ou mal, quase só conhece o relativo conforto de se ser empregado do Estado.

Outra questão bem diferente é saber se estes cortes são justos ou injustos – todos seriam sempre injustos –, ou como chegámos a esta situação – e todos sabemos como foi, – ou ainda se haverá alternativas credíveis que não passem por penalizar outros – alternativas que, mal ou bem, ninguém apresentou.

Por tudo isso, desculpem-me os funcionários públicos, mas quem não achou estranho, ou até aplaudiu, um aumento de 2,9 por cento em plena crise e num ano de eleições, algum dia teria de também pagar a factura. Ela chegou agora, com juros. É uma tragédia, pois é, mas decorre da verdade mais essencial destes dias: NÃO HÁ DINHEIRO.

Público, 11 Novembro 2011

144 comentários leave one →
  1. 12 Novembro, 2011 10:15

    Claro que seria iníquo pedir a um pobre coitado que ganha no privado 20 000 euros por mês que pagasse mais IRS.

    É preferível cortar dois subsídios a um privilegiado funcionário que ganhe 1 000 euros por mês, que obviamente tem muito mais folga no seu orçamento para encaixar cortes de 15%.

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  2. Vale de lobos permalink
    12 Novembro, 2011 10:19

    Primeiro, a declaração de interesses: sou pensionista.
    Segundo, Nunca fui funcionário público. Qual o motivo por que vêm uns senhores dizer que só pagam 12 dos 14 meses da pensão, para a qual descontei regularmente e que foi calculada já com um factor de sustentabilidade? Ou que a reduzem em 100, 200 ou seja o que for? Trata-se de um roubo descarado. Que o Estado corte nas suas despesas de funcionamento, que aumente a produtividade dos seus funcionários, que reduza o seu número, mas que não se esqueça que as pensões são o resultado daquilo que um trabalhador deixou na segurança social ao longo de uma vida de trabalho. Acabem com os subsídios a todas as fundações, fechem os milhares de institutos e observatórios e agências criadas nos últimos 11 anos, vendam (nem que seja para a sucata) todos os caças, vendam um ou os dois submarinos (ou devolvam-nos à Alemanha para descontar na dívida) e deixam logo de gastar uns largos milhões de euros.

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  3. A. R permalink
    12 Novembro, 2011 11:02

    Completamente verdade: quem tem pago a crise é claramente o privado. A fábrica onde trabalha um familiar meu anda a despedir vai já para 3 anos: o primeiro os temporários, depois os mais velhos em pre-reforma e agora outros. A função pública é uma mordomia e havendo liberdade quem não gostar saia da função pública e vá para o privado.

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  4. A. R permalink
    12 Novembro, 2011 11:04

    “as pensões são o resultado daquilo que um trabalhador deixou na segurança social ao longo de uma vida de trabalho”: isso mesmo. Por isso as reformas deviam ser privadas caso contrário podem ser usadas para jogatana eleitoral pois o Estado trata o dinheiro como seu.

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  5. tina permalink
    12 Novembro, 2011 11:06

    Bom estudo de comparação de salários. É na verdade incrível como o Estado se protege a si próprio. Um abuso de poder de quem faz as leis, como não podia deixar de acontecer.

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  6. lucklucky permalink
    12 Novembro, 2011 11:32

    “Claro que seria iníquo pedir a um pobre coitado que ganha no privado 20 000 euros por mês que pagasse mais IRS.
    É preferível cortar dois subsídios a um privilegiado funcionário que ganhe 1 000 euros por mês, que obviamente tem muito mais folga no seu orçamento para encaixar cortes de 15%.”
    .
    Claro que é iníquo. Cada subida de impostos foi feita ás custas dos privados.
    Os resultados estão à vista: crescimento zero, emigração.
    Quem tem défice é o Estado. É o Estado que pede emprestado 20% do que gasta.
    É o Estado que aumentou o IVA de 15% para 23%. Que faz o Estado hoje que não fazia em 1989?

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  7. tina permalink
    12 Novembro, 2011 11:54

    “Claro que seria iníquo pedir a um pobre coitado que ganha no privado 20 000 euros por mês que pagasse mais IRS.”
    .
    Mas vai pagar sim, uma sobretaxa de 3,5% de IRS. Somado aos 46,5% que já pagava – a taxa mais elevada em toda a UE – essa pessoa acaba por pagar metade do que ganha.

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  8. 12 Novembro, 2011 11:54

    “Que faz o Estado hoje que não fazia em 1989?”

    Paga PPPs aos privados e, pelos argumentos que por aqui vejo, devia claramente deixar de pagar.

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  9. 12 Novembro, 2011 11:57

    Um estado que não está em condições de pagar aos seus funcionários devia deixar de dar qualquer apoio aos bancos.

    No tempo dos lucros tinham benefícios fiscais. No tempo dos prejuízos, que os assumam os accionistas ou que vão à falência.

    Estado a endividar-se para apoiar bancos privados ou para ficar com os seus prejuízos devia ser considerado crime!

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  10. 12 Novembro, 2011 11:59

    Caro JMF
    Sou funcionário público há 23, não me congratulei dos 2.9% de aumento na crise, critiquei a decisão que me era favorável, mas se tivesse prescindido de o receber teria resolvido alguma coisa?
    Em Setembro de 2010, Sócrates era PM e eu não tinha nenhuma confiança nele, eu já me disponibilizava a sacrifícios: http://cefariazores.wordpress.com/2010/09/24/aceitaria-eu-cortes-no-meu-subsidio-de-natal/
    Em Junho do corrente ano voltei à carga com o mesmo voluntarismo: http://cefariazores.wordpress.com/2011/06/30/programa-do-governo-e-disponibilidade-para-o-sacrificio/
    Mas eu falo da minha disponibilidade, você remete a fatura como todos dizem que os cortes são para os outros e põe-se de fora.
    Desculpa-se para fugir a medidas duras como se não tivesse beneficiado em nada de todo o despesismo que Sócrates despejou pelos privados, se calhar alguém lá em case recebeu um Magalhães , talvez não se voluntarizou a pagar nalguma SCUT quando era gratuito, entre outras, coisas que a família não beneficiou.
    Propor sacrifícios aos outros sem se oferecer a si próprio para o mesmo não tem valor e eu não defendo a transformação dos cortes dos subsídios de Natal e férias para impostos para o privado, apesar de com isso sacrificar-me. É a minha diferença em relação a si.

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  11. 12 Novembro, 2011 12:00

    “Mas vai pagar sim, uma sobretaxa de 3,5% de IRS. Somado aos 46,5% que já pagava – a taxa mais elevada em toda a UE – essa pessoa acaba por pagar metade do que ganha.”

    Ou seja, coitada, vai ter que viver com 10 000 euros por mês!

    Já aquele que ganha 1000 euros também paga impostos, contribuições sociais mais altas e agora pode facilmente prescindir de mais 150 euros por mês, que lhe fazem muito menos falta do que ao coitado que não chega bem aos 10 000 euros.

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  12. 12 Novembro, 2011 12:09

    “Por isso as reformas deviam ser privadas caso contrário podem ser usadas para jogatana eleitoral pois o Estado trata o dinheiro como seu.”

    Claro que os privados gerem as reformas dos outros com o mais profundo sentido do dever, nunca se aproveitando da gestão dos dinheiros dos outros para proveito próprio nem fazendo investimentos arriscados com esse dinheiro. Além de que as empresas privadas têm a vantagem de não poderem ir à falência, claro.

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  13. 12 Novembro, 2011 12:10

    “Cada subida de impostos foi feita ás custas dos privados.”

    Não sabia que em Portugal os funcionários públicos estavam isentos de impostos. E infelizmente o ministério das finanças também não sabe disso.

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  14. jorge permalink
    12 Novembro, 2011 12:10

    Ó CA voçê não quer perceber o que está em causa, tudo bem. Mas essa dos ricos que paguem a crise ( IRS de quase 50% é um roubo em qualquer lugar ; não se esqueça que o dinheiro é de quem o ganha não de quem tributa ) levou-nos nos ultimos anos à situação actual : empobrecimento generalizado……de todos. A seguir aos 50% de IRS só se for as nacionalizações do património de todos ( ñão pense que fica de fora ) e ficamos como Cuba ou outro paraíso comunista a andar todos de bicicleta e com senhas de racionamento.

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  15. 12 Novembro, 2011 12:17

    “Completamente verdade: quem tem pago a crise é claramente o privado.”
    Pois, os funcionários não têm sofrido os aumentos de impostos, a inflação, os cortes salariais, os aumentos nas percentagens de descontos para CGA e ADSE, os cortes de abonos de família, as reduções de comparticipações em despesas de saúde,…

    “A fábrica onde trabalha um familiar meu anda a despedir vai já para 3 anos: o primeiro os temporários, depois os mais velhos em pre-reforma e agora outros.”

    Pois, e os professores contratados ano a ano, com a casa às costas de um lado para o outro, que ao fim de décadas estão a ser dispensados sem qualquer indemnização nem pré reforma estão nitidamente bem melhor.

    “A função pública é uma mordomia”
    Óptimo. Acabe-se com a função pública. Afinal quem precisa de hospitais, escolas, polícias, tribunais, a não ser os que lá trabalham? Mordomias inúteis, para liquidar.

    “havendo liberdade quem não gostar saia da função pública e vá para o privado.”

    Alguns vão sair e outros vão ficar. Agora vamos lá a adivinhar: quem vai sair? Os que trabalham mais e melhor ou os que trabalham pior? O Estado vai ganhar imenso com estas medidas, está-se mesmo a ver!

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  16. Fernando S permalink
    12 Novembro, 2011 12:23

    CA : “Claro que seria iníquo pedir a um pobre coitado que ganha no privado 20 000 euros por mês que pagasse mais IRS. É preferível cortar dois subsídios a um privilegiado funcionário que ganhe 1 000 euros por mês,…”
    .
    Infelizmente, os “pobres coitados” que ganham no privado 20 mil euros por mes são uma pequenissima percentagem dos contribuintes. De qualquer modo, como é sabido, os rendimentos elevados ja pagam uma parte muito significativa dos impostos.
    Não seria justo e poderia até ser contraproducente, tanto em termos de colecta fiscal (evasão fiscal, emigração de quadros, etc) como em termos da dinamização da economia, sobrecarregar ainda mais esta categoria de contribuintes.
    Mas, mesmo que se aumentassem os impostos pagos por estas categorias, as receitas para o Estado seriam insignificantes e não resolveriam nada. Mesmo que, no limite, se instaurasse o “egualitarismo” total e se arrecadassem 19 mil euros por cada um destes contribuintes !…
    Para que um aumento do IRS pago pelos privados tivesse algum significado teriam de ser abrangidos os trabalhadores “priveligiados” que ganham mil euros por mes ou pouco mais. E que são a esmagadora maioria.
    Ou seja, aumentar os impostos pagos pelos privados, sabendo-se que estes teem sido desde ha muito desfavorecidos relativamente aos funcionarios publicos, como lembra muito bem o jmf1957 no poste acima, é que seria verdadeiramente iníquo !
    Para além de, como ja foi largamente explicado noutras alturas, ser um erro crasso de politica economica numa economia deprimida e com uma carga fiscal ja muito elevada.

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  17. zazie permalink
    12 Novembro, 2011 12:29

    O problema é que AINDA HÁ MUITO DINHEIRO para o encosto e saque. E nesse não lhe tocam. Enquanto os gestores públicos continuarem a ser premiados com mais de 10 mil euros/mês por levarem empresas públicas à falência, tudo o resto é saque a quem menos bufa.

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  18. tina permalink
    12 Novembro, 2011 12:31

    “Ou seja, coitada, vai ter que viver com 10 000 euros por mês!”
    .
    Ah, afinal concorda que vai pagar mais. Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo. O que essa pessoa faz ou não com o seu dinheiro, não é da sua conta.

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  19. zazie permalink
    12 Novembro, 2011 12:31

    E enquanto pseudo-jornalistas continuarem a fazer propaganda pelo Poder, também estamos bem arranjados.
    .
    Porque para doutrina já chegam os discursos oficiais. Vender a patranha em duplicado cheira a peixe podre.

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  20. zazie permalink
    12 Novembro, 2011 12:32

    Isto tem um nome e quem o escreveu não é jornalista mas faz melhor o trabalho que todos juntos:
    .
    Chama-se situacionismo . Pedro Lomba dixit .

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  21. Fernando S permalink
    12 Novembro, 2011 12:47

    Vale de lobos : “… as pensões são o resultado daquilo que um trabalhador deixou na segurança social ao longo de uma vida de trabalho.”
    .
    Devia ser assim mas não é, no actual sistema.
    O que “um trabalhador deixou na segurança social ao longo de uma vida de trabalho” serviu para pagar parte das pensões dos que se reformavam na altura. Parte porque a falta de sustentabilidade do sistema foi compensada pela via orçamental (portanto, com o dinheiro de todos os contribuintes).
    As pensões dos actuais reformados são pagas pelos descontos dos trabalhadores ainda no activo.
    Não se sabe exactamente se o que cada um desconta seria suficiente para pagar a respectiva pensão. Ou antes, sabe-se que globalmente os descontos dos trabalhadores não seriam suficientes sem a intervenção do orçamento do Estado.
    Por esta razão é que a questão das pensões não pode ser vista simplesmente como uma espécie de contrato de seguro de vida em que as contribuições feitas dariam direito a um rendimento futuro em condições que não poderiam ser modificadas pelo segurador.
    Seria assim se o sistema de reformas fosse privado e por capitalização. Mas não é, no actual sistema.

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  22. 12 Novembro, 2011 12:51

    “Ah, afinal concorda que vai pagar mais.”

    Claro que vai pagar mais. Mas o impacto nas necessidades dessa pessoa é diminuto!

    ” Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo.”
    É verdade. Por isso é tão simples desmontar os rebuscados e contraditórios argumentos que o JMF e outros tentam inventar para justificar o injustificável.

    ” O que essa pessoa faz ou não com o seu dinheiro, não é da sua conta.”

    O que é da minha conta é que não pode subsistir uma sociedade em que se tira aos que já vivem em dificuldades para que aqueles que têm muito mais do que precisam não sejam incomodados.

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  23. 9sfora permalink
    12 Novembro, 2011 12:51

    O violento corte dos súbsidios no sector público e reformas terá como principal consequência menor consumo de bens e serviços, que vão gerar o que ? Vão gerar despedimentos no … privado. É assim tão difícil perceber ? Considero os cortes de ambos os subsídios no Estado uma violência, mas a única coisa mais justa que isso não é partilhar o corte com o privado, a única coisa mais justa seria fazer despedimentos no sector público e fazer a poupança por essa via.

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  24. Vasco Nobre permalink
    12 Novembro, 2011 12:57

    A comparacão dos salários entre público e privado encontra-se distorcida por algumas profissões predominantes no sector público com remunerações acima da média das restantes do mesmo sector (p.ex. juízes, médicos, etc.).

    As restantes profissões mais qualificadas têm remunerações inferiores às do sector privado.

    Creio que a medida deveria ser reformar o estado, passando essa reforma por despedimentos e não pela subtracção de dois salários por ano aos funcionários públicos e funções equiparadas.

    Esta proposta pode significar alguma das seguintes hipóteses:

    1 – O Estado não tem ideia onde cortar e corta um bocadinho em todos os salários;
    2 – O Estado sabe onde poupar mas não quer prejudicar alguns interesses e corta um bocadinho emtodos os salários;
    3 – O Estado não tem dinheiro para despedimentos e corta um bocadinho e todos os salários para daqui a dois anos poder despedir.
    4- O Estado não despede e corta definitivamente dois salários anuais a todos os seus funcionários e equiparados.

    Não obstante, a todos os defensores desta subtracção de salários, (atenção são salários que o Estado retém para pagar em alturas determinadas e não subsídios), não parece fazer nenhuma diferença o Estado estar a alterar unilateralmente um contracto que o obriga perante os seus funcionários.

    Mas como o Estado cá nunca foi pessoa de bem, isso não faz diferença nenhuma.

    Pelos vistos, desde que não cumpra com as pessoas certas (funcionários públicos) isso até fica bem.

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    • 10 Janeiro, 2014 11:18

      Já avançaram com a limitação das subvenções e outras remunerações não salariais? .. por exemplo podiam fazê-lo sem comprometer os vencimentos mais baixos ou seja a partir dos 1500 euros

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  25. 12 Novembro, 2011 12:58

    “Ou seja, aumentar os impostos pagos pelos privados, sabendo-se que estes teem sido desde ha muito desfavorecidos relativamente aos funcionarios publicos, como lembra muito bem o jmf1957 no poste acima, é que seria verdadeiramente iníquo !”

    No privado vale a regra: se tu tens dois frangos e eu não tenho nenhum, em média temos um frango cada um!

    A única maneira de distinguir que está melhor ou pior, no privado ou no público, é pela via do IRS. Quem ganha mais paga mais. Quem ganha menos paga menos. Se o estado tem necessidade, aplique a receita do subsídio de Natal deste ano.

    Claro que afecta quem ganha mil euros. Mas afecta por igual os do público e os do privado.

    O que é absurdo, injusto e iníquo é que quem ganha 20 000 euros no privado e paga 500 aos seus funcionários, venha defender-se argumentando que em média o privado é mais sacrificado.

    Não é aceitável que quem ganha 1000 euros no público perca 15% e quem ganha 20 000 no privado perca só 3,5%, a pretexto de que os seus trabalhadores que ganham 500 euros e que ele despede quando lhe apetece já são sacrificados.

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  26. Pinto permalink
    12 Novembro, 2011 13:04

    CA,
    Ou seja, coitada, vai ter que viver com 10 000 euros por mês!

    Desculpe lá CA mas se uma empresa paga 20 mil euros a um trabalhador é porque ele vale esse dinheiro. Ao contrário do sector público, o privado não tem por hábito pagar mais que aquilo do que o trabalhador vale. Se o Cristiano Ronaldo recebe “não sei quantos milhares” é porque o Real Madrid entende que ele vale esse dinheiro; que é um investimento com retorno.
    Mas lá porque um trabalhador é bom nalguma área e recebe 20 mil, porque carga de água há-de o Estado retirar-lhe metade para si?

    Quando a SONAE ou qualquer outra empresa privada enfrenta dificuldades, normalmente despede funcionários excedentários ou reduz-lhes os salários. Mas não vai pedir aos funcionários públicos para que paguem um contributo. Portanto se o problema se prende com as contas do Estado é na a sua administração que se deve mexer, reestruturar, redimensionar. E não seguir o tiquezinho de arrecadar mais impostos para não tocar em nada. E porquê?
    Bom, quando a SONAE enfrenta dificuldades pode sempre aumentar os preços dos seus produtos para aumentar a margem de lucro. Mas obviamente perderia competitividade, perderia clientes e, a prazo, ficaria ainda pior. As receitas obtidas pelo Estado são … impostas (através de impostos; precisamente), por isso, aparentemente, não há esse problema. Digo “aparentemente” porque embora o Estado possa impor mais receita, também esse Estado perde competitividade: ao aumentar os impostos atrai menos investimento e as empresas existentes tendem a deslocalizar-se para Estados menos gulosos e que, por conseguinte, oferecem melhores condições de competitividade.

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  27. JP Ribeiro permalink
    12 Novembro, 2011 13:07

    Quem no passado se acomodou e foi trabalhar para o Estado ( trabalhar devia estar entre pelicas porque mais de metade nunca souberam o que a palavra significa), tinha em tempos passados menores regalias (que já se viu que era uma mentira bem escondida), que eram todavia compensadas com a segurança do emprego.
    Agora que o estado faliu, não tendo dinheiro para manter o mesmo nível de salários, esses mesmos previlegiados exigem que sejam os privados, OS MESMOS PRIVADOS QUE LHES PAGARAM OS SALARIOS DURANTE ANOS, (não esquecer nunca que todo o dinheiro que paga os salarios dos funcionários do estado sai directamente dos impostos dos privados), a fazer uma vez mais o sacrifício.
    Isso está a acontecer porque o lobby dos dependentes do estado é muito grande e tem forte representação nos partidos parlamentares, no aparelho do estado e nos governos. O esbulho que vai ser feito no corte das pensões dos privados é a prova disso. Os privados nunca poderam escolher. Foram obrigados a descontar. Quase os terço dos seus salários iam mensalmente para uma “pensão” que agora se vê que é mais uma mistificação. Há poucos a gritar esta revolta porque a maioria dos pensionistas não anda na internet e claro que não tem acesso aos media controlados pelo aparelho do estado.
    O PR ou o Rui Rio foram sempre empregados públicos e fazem parte do lobby. São daqueles que nunca viram o patrão à rasca no fim do mês a rapar as contas para pagar salários. Acham que isso é só nos filmes.
    Infelizmente somos uma minoria. Só nos resta ou emigar ou pôr as poupanças lá fora. É começar já a fazer isso enquanto é legal, porque qualquer dia nem isso vai ser possível.

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  28. 9sfora permalink
    12 Novembro, 2011 13:14

    Agora uma coisa é certa, há muito dinheiro onde cortar e foi-se cortar no mais fácil e aumentar impostos mais uma vez.
    A paragem de todas as obras em curso, como a linha de alta velocidade e troços da concessão de AE do Pinhal interior, diminuição dos subsídios para as eólicas, cogeração, solar, etc,etc. Renegociação de contratos das ex.Scut’s, tentar diminuir pelo menos o montante anual aumentando o prazo das concessões por exemplo, etc, tudo isso nos poderia poupar mais de 1000 ou 1500 milhões por ano. E isso também vem nas exigências da Troika, mas o que foi feito até agora ? NADA !!! Corta-se no mais fácil e aumenta-se impostos.
    .
    Dizem-nos que os contratos estão blindados, mas por exemplo em Espanha vão diminuir em 40% os subsídios das eólicas, nas solares ainda mais.
    http://www.elpais.com/articulo/economia/Industria/agita/sector/eolico/recortes/primas/elpepieco/20111013elpepieco_11/Tes
    .
    Aqui curiosamente também se foi cortar no elo mais fraco, na microgeração, com os grandes ninguém se mete…. Em Portugal não é possível porque ? Por causa dos contratos ? Que contratos são esses ? São lesivos ao país ? Então levem-se os responsáveis à justiça ! É preciso criar um tribunal especial em Portugal para julgar toda esta irresponsabilidade e estes contratos lesivos para o país.
    .
    Esta semana esteve na berra as greves dos transportes. Eu odeio greves e sindicatos, mas há alguma razão nisto tudo. Por exemplo, como é possível que em Portugal numa linha ferroviária como a de Cascais circulem comboios com mais de 40 anos que vão ter que ser recauchutados mais uma vez por não haver dinheiro, seriam precisos uns 150 milhões para comprar novas composições e não há dinheiro. Mas houve dinheiro para construir uma 3ª autoestrada paralela, a A32 entre Gaia e Oliveira de Azeméis, que neste momento está à moscas. E muitas outras ainda se constroem. Como é que há 400 milhões € construir 35km de autoestrada onde não circula quase ninguém e não há 150 milhões para uma linha de comboio com 30km onde circulam por ano 30 milhões de passageiros ?
    .
    Eu votei nesta maioria, mas ou há rápidos sinais de que algumas das coisas que referi são resolvidas, ou perdem o meu apoio e certamente da maioria dos portugueses também.

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  29. Francisco Colaço permalink
    12 Novembro, 2011 13:27

    CA,
    .
    Os funcionários que ganham 500 são livres de criar a sua própria empresa ou mudar de empresa para onde lhes paguem mais, se acham que o patrão lhes paga pouco. Liberdade de que auferimos e que em Cuba só agora se começa a ter e na Coreia do Norte não se tem. Com os resultados que qualquer um reconhece, a menos que as palas rúbeas nos olhos lhes tolha o raciocínio.
    .
    Quanto ao Estado, temos de gramar com ele. A taxa de 49% sobre o IRS é simplesmente imoral, sob qualquer óptica. Uma taxa de 33% é imoral, caramba, quanto mais de metade! Algures passámos uma linha que mostra que o Estado está refém dos interesses de alguns, dentro e fora dele, que auferem o perene Rendimento Máximo Garantidíssimo. E que o Estado se preocupa mais em manter-se do que em governar a coisa pública.
    .
    Já agora, sabe qual é a série de percentis de rendimentos das famílias? Como sustenta que os roubos adicionais em 20.000 euros mensais dariam para cobrir o buraco do Estado? É o memo que escavar o imponente Evereste, mas pretender com isso entulhar o oceano Índico.

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  30. 12 Novembro, 2011 13:47

    “Quem no passado se acomodou e foi trabalhar para o Estado”
    E o que é que o estado tem de acomodação? Se era assim tão bom e todos queriam ir para lá, em muitas áreas o estado tem os melhores. E se não tem os melhores era porque não era assim tão bom.

    ” ( trabalhar devia estar entre pelicas porque mais de metade nunca souberam o que a palavra significa)”
    Obviamente quem escreve isto também não sabe o que a palavra significa ou não o escreveria.

    “tinha em tempos passados menores regalias (que já se viu que era uma mentira bem escondida), que eram todavia compensadas com a segurança do emprego.”

    Não tinham menores regalias, ganhavam era menos, em média. Noutras áreas ganhavam mais mas tinham os melhores, como no ensino.

    “Agora que o estado faliu, não tendo dinheiro para manter o mesmo nível de salários,”
    O estado não faliu e pode perfeitamente pagar o mesmo nível de salários. O que o estado não suporta são os buracos do BPN (onde PS e PSD estão enterrados em responsabilidades até às orelhas), contratos ruinosos de PPPs, apoios a bancos, e outras coisas incomportáveis com qualquer serviço público. Não há dinheiro que resista à voracidade dos grandes grupos privados.

    ” OS MESMOS PRIVADOS QUE LHES PAGARAM OS SALARIOS DURANTE ANOS, (não esquecer nunca que todo o dinheiro que paga os salarios dos funcionários do estado sai directamente dos impostos dos privados)”
    E os privados imprimem o dinheiro? O estado não só presta serviços insubstituíveis dos quais os privados obviamente beneficiam (segurança, justiça, defesa, etc.) como os privados beneficiam de serviços prestados pelo estado (ou os hospitais e escolas públicos são só para os funcionários?). Dizer que são os privados que pagam os salários do estado tem tanto sentido como dizer que é o estado que paga metade de todos os salários do privado.

    “Isso está a acontecer porque o lobby dos dependentes do estado é muito grande e tem forte representação nos partidos parlamentares, no aparelho do estado e nos governos.”
    Quando fala dos dependentes do estado está a referir-se às empresas e bancos que vivem dos privilégios concedidos pelos políticos em nome do estado e que dão empregos aos políticos depois de saírem dos governos e parlamentos? Ferreira do Amaral e a Lusoponte, Jorge Coelho e as parcerias da Mota Engil e do BES?

    “O esbulho que vai ser feito no corte das pensões dos privados é a prova disso.”
    E em que é que as pensões dos privados são um contrato com mais valor do que os contratos de trabalho celebrados pelo estado? Num caso é esbulho e no outro é aceitável?
    “Os privados nunca poderam escolher. Foram obrigados a descontar. Quase os terço dos seus salários iam mensalmente para uma “pensão” que agora se vê que é mais uma mistificação. Há poucos a gritar esta revolta porque a maioria dos pensionistas não anda na internet e claro que não tem acesso aos media controlados pelo aparelho do estado.”

    Claro que não é justo mas não é mais injusto do que os cortes aos funcionários. E os media são todos controlados por grupos privados, pelo que se essas queixas não têm aceso aos media é porque não interessam aos grupos privados!

    “O PR ou o Rui Rio foram sempre empregados públicos e fazem parte do lobby. São daqueles que nunca viram o patrão à rasca no fim do mês a rapar as contas para pagar salários.”
    E quando os patrões têm lucros acima do normal? E quando as empresas distribuem prémios? Os funcionários têm carreiras e progressões congeladas há muitos anos e nunca têm prémios de desempenho, por mais que trabalhem!
    “Acham que isso é só nos filmes.”
    A ver filmes são aqueles que falam da função pública sem fazerem sequer ideia do que se trata ou como funciona.
    “Infelizmente somos uma minoria.”
    Somos quem?
    “Só nos resta ou emigar ou pôr as poupanças lá fora. É começar já a fazer isso enquanto é legal, porque qualquer dia nem isso vai ser possível.”
    Obviamente que com um governo PSD/PS/CDS como este e políticas como esta, a pouca energia que restava ao país não irá para recuperar a economia. Uma contração brutal, um PIB menor, menores receitas fiscais, falta de confiança na orientação estratégica do país, tudo aponta para o caminho da Grécia, não o da Irlanda. Mas o PSD, o PS e o CDS são responsáveis pelas opções que fizeram, de dividir em vez de unir, de atacar quem trabalha em vez de dividir sacrifícios.

    No fundo o governo PSD/PS/CDS acha que quem desenvolve a economia são os donos do capital e os que ganham grandes salários. Os outros são apenas escravos que devem trabalhar mais e ganhar menos. Suspeito que o modelo vai dar resultados muito maus.

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  31. 12 Novembro, 2011 13:55

    “Os funcionários que ganham 500 são livres de criar a sua própria empresa ou mudar de empresa para onde lhes paguem mais, se acham que o patrão lhes paga pouco. Liberdade de que auferimos e que em Cuba só agora se começa a ter e na Coreia do Norte não se tem. Com os resultados que qualquer um reconhece, a menos que as palas rúbeas nos olhos lhes tolha o raciocínio.”

    E o que é que isto tem a ver para o caso. O patrão é que não pode dizer que ele, a ganhar 20 000 euros por mês, foi mais sacrificado do que um funcionário a ganhar 1000 euros!

    “Quanto ao Estado, temos de gramar com ele.”
    É livre de emigrar também. Ou o argumento só se aplica a quem ganha 500 euros?

    ” A taxa de 49% sobre o IRS é simplesmente imoral, sob qualquer óptica. Uma taxa de 33% é imoral, caramba, quanto mais de metade! Algures passámos uma linha que mostra que o Estado está refém dos interesses de alguns, dentro e fora dele, que auferem o perene Rendimento Máximo Garantidíssimo. E que o Estado se preocupa mais em manter-se do que em governar a coisa pública.”
    A moralidade depende das referências morais que se têm.
    Tem ideia de qual era a taxa marginal máxima nos EUA em 1950?

    “Já agora, sabe qual é a série de percentis de rendimentos das famílias? Como sustenta que os roubos adicionais em 20.000 euros mensais dariam para cobrir o buraco do Estado? É o memo que escavar o imponente Evereste, mas pretender com isso entulhar o oceano Índico.”

    Tenho ideia, sim. Roubo é roubar salários de quem trabalha no estado em vez de cobrar IRS de igual modo a quem ganha, seja no estado, no privado ou em rendimentos de capital. A sobretaxa deste ano mostra bem a viabilidade dessa opção.

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  32. lucklucky permalink
    12 Novembro, 2011 13:55

    “Um estado que não está em condições de pagar aos seus funcionários devia deixar de dar qualquer apoio aos bancos.” +”PPP”
    .
    È claro que deveria deixar. Mas você e a maioria dos portugueses quiseram soci@ismo e agora tem soci@lismo para quem você não quer. Azar.
    Deram todo o poder ao Regime para ter o Poder Total na economia e agora queixam-se que o Governo tudo tira.
    Quando foi a impostar os outros estiveram-se nas tintas. O IVA subiu de 15% para 23% para delírio de todos os
    Funcionários e Sindicatos agora querem equidade. Pena que nunca se tenham lembrada quando os impostos
    apertavam e apertam os privados.
    Foram comprados pelo Soci@lismo e agora queixam-se. Têm o que merecem e ainda vão sofrer mais. Os cortes são definitivos e mais se vai seguir.

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  33. Tiradentes permalink
    12 Novembro, 2011 13:55

    Equídqade equídade haveria se aos ordenados da fp fossem deduzidos os 23.75 que o patronado deduz antes oferecer o ordenado a um possivel contratado. Uma das razões da diferença salarial é essa. Enquanto no privado à cabeça deduzem os impostos no sector público entregam a totalidade e os outros que os suportem.

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  34. 12 Novembro, 2011 14:05

    “Desculpe lá CA mas se uma empresa paga 20 mil euros a um trabalhador é porque ele vale esse dinheiro.”
    Se uma empresa paga esse salário é porque a empresa espera lucrar ou lucrou mais do que isso com esse trabalhador. Uma pessoa não vale mais do que outra e muitas vezes esses salários são pagos por razões muito discutíveis. Veja por exemplo a forma como ex-políticos passam a ganhar salários extraordinários quando vão para as empresas privadas. Julga que é pela produtividade.

    ” Ao contrário do sector público, o privado não tem por hábito pagar mais que aquilo do que o trabalhador vale.”
    O privado paga para receber ou porque já recebeu, e em muitos casos pouco se importa com os meios usados para obter esse lucro.

    ” Se o Cristiano Ronaldo recebe “não sei quantos milhares” é porque o Real Madrid entende que ele vale esse dinheiro; que é um investimento com retorno.”
    Claro. E se a Lusoponte paga a Ferreira do Amaral como paga é porque reconheceu nele uma grande competência técnica. Basta ver como os interesses do estado têm sido bem defendidos nas PPPs para se perceber que tão excelentes defensores do interesse do estado têm mais do que competência para serem pagos a peso de ouro pelas empresas privadas com quem negociaram.

    “Mas lá porque um trabalhador é bom nalguma área e recebe 20 mil, porque carga de água há-de o Estado retirar-lhe metade para si?”
    Obviamente porque se recebe 20 000 não o deve só a a si mas a todos os que estão no país onde pode ganhar assim.

    “Quando a SONAE ou qualquer outra empresa privada enfrenta dificuldades, normalmente despede funcionários excedentários ou reduz-lhes os salários. Mas não vai pedir aos funcionários públicos para que paguem um contributo.”
    Como? O que fazem os bancos agora? O que aconteceu ao BPN? Quantas empresas privadas não começam a clamar pela ajuda do estado logo que surgem as dificuldades? Aliás se o estado se livrasse das PPPs, BPNs e outros que tais deixaria imediatamente de ter um problema tão grande.

    “Portanto se o problema se prende com as contas do Estado é na a sua administração que se deve mexer, reestruturar, redimensionar. E não seguir o tiquezinho de arrecadar mais impostos para não tocar em nada. E porquê?”

    Porque é que os bancos em dificuldades não fazem isso tudo em vez de irem pedir aumentos de capital aos accionistas?

    “Bom, quando a SONAE enfrenta dificuldades pode sempre aumentar os preços dos seus produtos para aumentar a margem de lucro. Mas obviamente perderia competitividade, perderia clientes e, a prazo, ficaria ainda pior. As receitas obtidas pelo Estado são … impostas (através de impostos; precisamente), por isso, aparentemente, não há esse problema. Digo “aparentemente” porque embora o Estado possa impor mais receita, também esse Estado perde competitividade: ao aumentar os impostos atrai menos investimento e as empresas existentes tendem a deslocalizar-se para Estados menos gulosos e que, por conseguinte, oferecem melhores condições de competitividade.”

    Bem, podemos começar por deixar deslocalizar já as PPPs, os bancos e as empresas de distribuição. Acho que mesmo com impostos altos haverá por cá quem queira a continua a fazer negócio. É preciso é que o país seja mais civilizado.

    Já agora, sabe qual era a taxa marginal de IRS nos EUA para os rendimentos mais altos em 1950?

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  35. 12 Novembro, 2011 14:08

    “Enquanto no privado à cabeça deduzem os impostos no sector público entregam a totalidade e os outros que os suportem.”
    Mas será que voce sabe do que fala?!! Sobre o salário os fp descontam ainda para a ADSE, CGA, IRS…
    e ainda o novo imposto de 5% desde 2010. Na verdade um ordenado de 1500 euros mensais traduz-se em cerca de 1100, já com o subs de alimentação incluído.
    Os tais 1000 euros que perdem o direito à totalidade dos 13 e 14 meses são na verdade cerca de 800, se tanto…

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  36. esmeralda permalink
    12 Novembro, 2011 14:09

    Claro que como alguém já disse, neste momento não há soluções justas para a crise! Sou reformada da função pública e ficaria muito revoltada se, mais uma vez, o governo voltasse atrás como queria Seguro! Desse aumento “eleitoralista” de 2.9 ninguém fala! Que foi um escândalo! Já se perdeu esse e muito mais do que isso. Mas quanto a privado e público, custa-me aceitar que haja privilegiados a trabalhar nos dois lados! Um deles é menosprezado de certeza absoluta! E hoje soube que um grupo de cidadãos se prepara para uma auditoria às contas do Estado… Como é possível que mentes tão brilhantes só agora se tenham lembrado disso?!!!!!

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  37. 12 Novembro, 2011 14:10

    “È claro que deveria deixar. Mas você e a maioria dos portugueses quiseram soci@ismo e agora tem soci@lismo para quem você não quer. Azar.”

    Socialismo será se os bancos passarem para o controlo do estado. Até lá teremos o estado controlado pelos banqueiros privados.

    “Deram todo o poder ao Regime para ter o Poder Total na economia e agora queixam-se que o Governo tudo tira.”
    Quem tem o poder total não é o estado mas sim os provados que o controlam.

    “Quando foi a impostar os outros estiveram-se nas tintas. O IVA subiu de 15% para 23% para delírio de todos os
    Funcionários e Sindicatos agora querem equidade. Pena que nunca se tenham lembrada quando os impostos
    apertavam e apertam os privados.”
    Mas você não sabe que os funcionários pagam IVA e que, ao contrário de muitos pequenos empresários, não podem deduzir despesas pessoais como despesas da empresa?

    “Têm o que merecem e ainda vão sofrer mais. Os cortes são definitivos e mais se vai seguir.”
    Descanse que não serão só os funcionários a sofrer. Os privados vão perder muito pelo caminho e a situação social pode vir a atingir um ponto em que até estes defensores do sofrimento dos outros poderão ser apanhados pela tempestade que ajudaram a criar.

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  38. 12 Novembro, 2011 14:12

    “Sou reformada da função pública e ficaria muito revoltada se, mais uma vez, o governo voltasse atrás como queria Seguro! ”

    E eu ganho 30 000 euros por mês no privado e fico muito revoltado por não haver uma distribuição equitativa dos subsídios.

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  39. tina permalink
    12 Novembro, 2011 14:41

    “Os funcionários que ganham 500 são livres de criar a sua própria empresa ou mudar de empresa para onde lhes paguem mais, se acham que o patrão lhes paga pouco.”
    .
    Bem observado Francisco. A razão por que não mudam é por haver pouco trabalho, ou por não terem tanta segurança, ou por irem receber menos. Enfim, vicissistudes que os trabahadores do privado passam mas não eles. E estando conscientes disso, ainda querem que sejam os do privado a pagar por eles.

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  40. Pinto permalink
    12 Novembro, 2011 14:50

    CA,
    Se uma empresa paga esse salário é porque a empresa espera lucrar ou lucrou mais do que isso com esse trabalhador.
    .
    Óbvio. Se eu abrir uma empresa faço-o para obter lucro e não para fazer cair o desemprego da Querida-Nação. Mas sei que neste país ainda há a ideia que a palavra “lucro” é sinónimo de “crime”.
    .
    Uma pessoa não vale mais do que outra
    .
    Para o Benfica o Gaitan vale mais que você. Ponto. Não estamos a falar em valores humanos mas da capacidade de cada um
    .
    e muitas vezes esses salários são pagos por razões muito discutíveis.
    .
    Discutíveis? Mas quem é que se acha no direito de discutir aquilo que eu e os meus trabalhadores acordamos?
    .
    Veja por exemplo a forma como ex-políticos passam a ganhar salários extraordinários quando vão para as empresas privadas.
    .
    Se lhes pagam esses salários querem o retorno. E obviamente que lhes pagam para obtenção de vantagens políticas. A culpa não é das empresas. É de quem está no Governo.
    .
    Obviamente porque se recebe 20 000 não o deve só a a si mas a todos os que estão no país onde pode ganhar assim.
    .
    Como? Mas a solidariedade passou a ser obrigatória? Se o meu vizinho prefere passar o dia no café ou o outro quando era novo preferiu a vida boémia aos estudos porque carga de água hão-de obter apoios sociais provindos do meu dinheiro?
    .
    O que fazem os bancos agora?
    .
    E isso não é criticável? Já me viu defender esses “apoios”?
    .
    Porque é que os bancos em dificuldades não fazem isso tudo em vez de irem pedir aumentos de capital aos accionistas
    .
    Porque muitos desses accionistas são simultaneamente políticos e preferem que paguemos todos. Não vi o Estado deitar a mão à loja da esquina da minha rua. A loja fechou e pronto.
    .
    Acho que mesmo com impostos altos haverá por cá quem queira a continua a fazer negócio.
    .
    Claro que há. Por isso é que as empresas estão a sair.
    .
    É preciso é que o país seja mais civilizado
    .
    Eu diria que tem de ser mais competitivo, ou seja, uma administração pública mais barata e a prestar melhores serviços. E por conseguinte tem de haver menos impostos. Essa do país “civilizado” é um cliché que dispenso bem.
    .
    Já agora, sabe qual era a taxa marginal de IRS nos EUA para os rendimentos mais altos em 1950?
    .
    Não. Mas sei que os impostos nos EUA são infinitamente mais pequenos. E também sei que é o país mais atractivo para se conseguir ter sucesso empresarial. E também sei que, apesar de ter 250 milhões de pessoas (o que torna a governação de um país muito complexa) é o 4º com o Índice de Desenvolvimento Humano mais elevado do mundo. E o resto são tretas.

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    • 10 Janeiro, 2014 11:31

      Portanto a china tem 5 vezes mais população logo o que estão a conseguir é um verdadeiro Milagre ..certo? Eu concordo com a lógica deste silogismo só acrescento que só foi possível graças ao ESTADO

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  41. 12 Novembro, 2011 15:32

    Equidade em Portugal é um funcionário público ir a uma consulta de especialidade num hospital privado (marcada poucas horas ou dias antes) e pagar a extraordinária quantia de 7,5€ ou 15€ pela consulta. E o resto, paga-a quem? Será que o Presidente e os comentadores cativos que por aí andam de rabo sentado na televisão em hora de ponta têm a intenção de continuar a proferir frases amadoras?

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    • 10 Janeiro, 2014 11:36

      Equidade é em Portugal esses hospitais supostamente privados faturarem 33% do seu dinheiro graças aos serviços de apoio à saúde dos funcionários do estado; justiça é os funcionários públicos pagarem os seus impostos para os serviços de saúde públicos e depois terrem de socorrer dos privados; justiça será quando tanto o pobre do público e do privado não tiver acesso aos tratamentos dos ricos.

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  42. JP Ribeiro permalink
    12 Novembro, 2011 15:38

    CA, eu não disse nada de errado. Você vive num mundo de fantasia que não existe. Trabalhei para o estado quando estava a estudar e sei do que falo. Não fazia a ponta de um corno, (metade da semana nem lá punha os pés na repartição!) no que era acompanhado pelos meus colegas e chefes. Todos. Aquilo era uma brincadeira.
    TODOS OS SALARIOS DOS TRABALHADORES DO ESTADO SAO PAGOS PELOS PRIVADOS. Isto inclui tambem os impostos que os funcionarios do estado pagam, porque os impostos são pagos a partir dos salarios que recebem e estes são TODOS pagos pelos privados.
    Só não imigro porque estou velho mas incito os meus descendentes a emigrar, e a pôr o dinheiro que juntaram lá fora. Depressa.
    Quando estes merdosos asfixiarem por falta de cacau talvez apareça um governo e um povo que abra os olhos. Até lá só me resta gritar contra os mentecaptos que tem uma pala nos olhos a que chamam socialismo.

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    • 10 Janeiro, 2014 11:40

      O que fez enquanto trabalhador do patrão« todos nós» é representativo de que uma sociedade não se pode deixar conduzir pelo critério de quem gere o privado porque quem lhe paga ordenado bem como outros que os pagam (às vezes..) convive bem com a sua falta de moral.

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  43. 12 Novembro, 2011 15:38

    Pinto

    Se houver suspeitas de ilegalidade, pode crer que o que contrata com os seus empregados é discutível.

    Se o que alguém ganha tem pouco a ver com o trabalho e esforço que desenvolve e tem muito a ver com factores aleatórios, não vejo nenhum problema em que pague taxas de impostos elevadas sobre esses rendimentos mais elevados.

    “Se lhes pagam esses salários querem o retorno. E obviamente que lhes pagam para obtenção de vantagens políticas. A culpa não é das empresas. É de quem está no Governo.”

    Bela defesa da corrupção activa.

    “Mas a solidariedade passou a ser obrigatória?”
    Mas alguém faz alguma coisa sozinho? Ao menos nos EUA os empresários de sucesso têm consciência de que devem muito à sociedade onde tiveram esse sucesso. Por cá infelizmente os empresários acham que não devem nada a ninguém e que o sucesso se deve exclusivamente a eles.

    “Se o meu vizinho prefere passar o dia no café ou o outro quando era novo preferiu a vida boémia aos estudos porque carga de água hão-de obter apoios sociais provindos do meu dinheiro?”
    Mas porque pensa que o dinheiro é seu? Porque há uma sociedade que lhe garante isso. Quanto ao dia no café e aos estudos, se prestar atenção ao mundo que o rodeia descobrirá que muitas vezes quem trabalha e estuda vive com mil euros e ainda lhe cortam os subsídios enquanto que alguém que passa a juventude no café e tira um curso manhoso é colocado numa grande empresa privada a pedido do papá que fez um grande favor à empresa com dinheiros do estado.

    Os apoio sociais funcionam como um seguro social e ninguém pode garantir que nunca precisará deles. Infelizmente as vistas de muitos dos nossos empresários são muitíssimo curtas.

    “Mas sei que os impostos nos EUA são infinitamente mais pequenos. E também sei que é o país mais atractivo para se conseguir ter sucesso empresarial. E também sei que, apesar de ter 250 milhões de pessoas (o que torna a governação de um país muito complexa) é o 4º com o Índice de Desenvolvimento Humano mais elevado do mundo.”

    Se tudo fosse assim tão linear a atitude racional dos nossos magníficos empresários deveria ser ir para lá para terem ainda mais sucesso. Alguma vez se interrogou porque é que ainda restam alguns por cá?

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  44. 12 Novembro, 2011 15:41

    “Equidade em Portugal é um funcionário público ir a uma consulta de especialidade num hospital privado (marcada poucas horas ou dias antes) e pagar a extraordinária quantia de 7,5€ ou 15€ pela consulta. ”

    Nitidamente não faz ideia dos tempos de espera para uma consulta ou um exame num hospital privado através da convenção da ADSE.

    “E o resto, paga-a quem?”
    Sabia que os funcionários descontam especificamente para a ADSE bastante mais do que um trabalhador do privado para o SNS?

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  45. 12 Novembro, 2011 15:48

    ” Você vive num mundo de fantasia que não existe.”
    Bom argumento.

    “Trabalhei para o estado quando estava a estudar e sei do que falo. Não fazia a ponta de um corno, (metade da semana nem lá punha os pés na repartição!) no que era acompanhado pelos meus colegas e chefes. Todos. Aquilo era uma brincadeira.”
    Pois. Acredito. Feliz ou infelizmente isso nada tem a ver com a maioria da função pública. Julga que se manteria uma escola ou um hospital a funcionar se muitos funcionários “trabalhassem” assim?

    “TODOS OS SALARIOS DOS TRABALHADORES DO ESTADO SAO PAGOS PELOS PRIVADOS.
    Isto inclui tambem os impostos que os funcionarios do estado pagam, porque os impostos são pagos a partir dos salarios que recebem e estes são TODOS pagos pelos privados.”

    Como os privados não imprimem moeda, todo o dinheiro provém do estado e isso inclui o dinheiro com que os privados pagam os impostos. Logo os privados apenas trabalham com o dinheiro que vem do estado. Está a ver o absurdo deste tipo de argumentos?

    “Só não imigro porque estou velho mas incito os meus descendentes a emigrar, e a pôr o dinheiro que juntaram lá fora. Depressa.”

    Obviamente que é a única atitude racional perante este desgoverno do PSD/PS/CDS.

    “Quando estes merdosos asfixiarem por falta de cacau talvez apareça um governo e um povo que abra os olhos. Até lá só me resta gritar contra os mentecaptos que tem uma pala nos olhos a que chamam socialismo.”

    O PS agravou todos os problemas de Portugal mas foi sobretudo em benefício de meia dúzia de privados. E está tão comprometido com os buracos e com o neoliberalismo que agora se limita a ser elogiado por Passos Coelho.

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  46. António Fernando Nabais permalink
    12 Novembro, 2011 16:07

    Os problemas de memória de José Manuel Fernandes

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  47. ping pong permalink
    12 Novembro, 2011 16:12

    “os funcionários públicos reformam-se mais cedo e com pensões mais altas – apenas 10 por cento do total dos pensionistas recebe mais de 1000 euros por mês, mas essa percentagem sobe para quase 50 por cento entre os reformados do Estado, números da Pordata”
    Contrariamente ao que infere o JMF desta premissa, um raciocínio La Palissiano honesto concluiria: Isto acontece porque a distribuição dos trabalhadores activos com salários acima dos 1000 Euros (com formação superior) é cerca de 50% no público e 10 % no privado. Ou seja aquela distribuição dos reformados correspondem tão somente àquilo que seria de esperar, a menos que a idade das pessoas no privado corresse a velocidade diferente relativamente às do público que levasse a desequilibrar as proporções entre activos e reformados.
    Compreende-se a viciação da sua lógica interpretativa, explicada pela sua declaração de interesses.

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  48. tina permalink
    12 Novembro, 2011 16:42

    “Já agora, sabe qual era a taxa marginal de IRS nos EUA para os rendimentos mais altos em 1950?”
    .
    Possivelmente não chegará aos 46,5% de Portugal. E para chegar lá, já se estarão a falar em verdadeiras fortunas. Enquanto Portugal é um dos países mais pobres da UE e tem o escalão mais elevado de imposto. Seria interessante ver como compara o escalão da classe média em Portugal, não me admiraria nada se fosse inferior à média europeia. Depois ainda querem que os ricos paguem mais.

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  49. 12 Novembro, 2011 16:44

    Tina, em 1950 nos EUA a taxa para rendimentos acima de USD $250 000 era de 91%.

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  50. Antonio permalink
    12 Novembro, 2011 16:49

    Não posso estarias de acordo.
    Parabéns JMF, sempre a escrever muito bem.

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  51. tina permalink
    12 Novembro, 2011 16:54

    Só se for 250 000 dólares por mês, ou seja 3000 000 de dólares por ano. Ou seja, não tem nada que ver com os rendimentos em Portugal.
    .
    Esta tabela mostra que o escalão em Portugal é um das maiores da UE (e não a maior como disse há pouco) http://en.wikipedia.org/wiki/Tax_rates_of_Europe

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  52. ping pong permalink
    12 Novembro, 2011 17:20

    O que a Tina está a dizer é que os funcionários públicos, que não se distinguem dos trabalhadores do privado nesta matéria, para além de serem alvo das maiores taxas de impostos da UE, vão ter um agravamento dessas taxas em mais 14% (bem como os pensionistas do publico e privado), contrariamente aos activos do privado que, discricionariamente em sede de impostos, serão beneficiados na mesma proporção.

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  53. ping pong permalink
    12 Novembro, 2011 17:30

    “vão ter um agravamento dessas taxas em mais 14%”
    No caso dos salários brutos mensais acima de 4200 euros, esse agravamente será de 24% (10% equivalem ao corte do salário herdado do socialista socrates e mantido pelos socialistas que lhe sucederam).

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  54. 12 Novembro, 2011 17:33

    Tina, a questão é que é perfeitamente possível que um país capitalista tenha taxas máximas de IRS muito acima dos 50%. Se acrescentarmos a isso o estado de necessidade urgente do país, é óbvio que havia mais do que justificação para aplicar uma sobretaxa de IRS de 7% em média a toda a gente. O resto são opções políticas do PSD/PS/CDS.

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  55. 12 Novembro, 2011 18:18

    Já tenho uma certa idade e nunca assisti a uma medida tão iníqua e vexatória como esta de dividir a sociedade em bons e maus.Nem no tempo de Salazar,excluindo,claro está,a sua visão dos comunistas.Por este andar,alguém,um dia,se lembrará de taxar a cor da pele?
    Ao contrário de jmf,não são os impostos que me preocupam mas sim vê-los gastar desregradamente sem que daí venha o benefício da sua intenção.Quem me dera em vez de 20 pagar 40 e tal.
    Fala em regalias dos funcionários? Dê uma vasculhadela pelas televisões,banqueiros e bancários etc.,etc . e verá quanto está a enganar as pessoas.

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  56. Zebedeu Flautista permalink
    12 Novembro, 2011 18:24

    Tina a questão é que em 1950 a taxa máxima era de 90% e agora é de 35%. Se bem que nessa altura esse escalão era mais para taxar as estrelas de Hollywood. Houve um tempo em que não se ganhava salários multimilionários à conta do capital dos outros. Os multimilionários tinham de ser empreendedores e quando as coisas corriam mal iam mesmo ao charco.

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  57. Fredo permalink
    12 Novembro, 2011 18:25

    Nunca fui funcionário público, trabalhei sempre no privado, sou hoje reformado. Descontei ~35% (mais de um terço!) de tudo o que ganhei durante 40 anos de trabalho, recebo uma reforma que é uma miséria. Um atuário já calculou que, se tivesse antes descontado a mesma quantia para um Seguro decente, estaria hoje a receber 200% a 300% do que efectivamente recebo. Não contentes com esse esbulho, vêm-me agora roubar mais uns 15%.
    E aparece agora uma espécie de jornalista dizer que está bem.
    Parafraseando o que disse um deputado em plena Assembleia da República: vai pró caralho!

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  58. ping pong permalink
    12 Novembro, 2011 18:37

    Fredo
    Vc, do seu salário só descontou 10-11%. O resto foi o seu patrão que pagou através TSU na proporção do que o senhor ganhava. Não queira por isso desligar-se dos “leprosos” aposentados da fp. Esses “leprosos” também descontaram dos seus salários, ao longo de toda a vida de trabalho, o mesmo que o senhor.
    Quanto ao resto, junto ao seu o meu desabafo .. ide para o c.

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  59. José permalink
    12 Novembro, 2011 18:39

    Mas será que ainda não se entendeu que o objectivo é exactamente dividir para reinar. Lançar trabalhadores do Estado (atenção que uma grande percentagem já nem é funcionário público mas com contratos individuais de trabalho como no privado) e pensionistas por um lado e trabalhadores do sector privado por outro, uns contra os outrso? Já repararam que enquanto andamos a comentar e arremeçar bolas uns contra os outros, o poder instituíto, servil a objectivos muito negros de grupos que controlam o planeta (e bem acima dos Governos), se desatam a rir às gragalhada s e a comemorar pois estão conseguindo concertizar exactamente os seus objectivos nefastos. Deviamos sim, juntar-nos todos, sem excepção, conta os objectivos desees Grupos, bem como contra os os poderes que lhe são servis (Governo português incluido, e agora mais que nunca, como nunca se viu, apesar do anterior também) porque dessa forma teriamos força. Está em causa o futuro e evolução do Ser Humano que, se nos descuidarmos, vai descambar de forma irremediável ….

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  60. tina permalink
    12 Novembro, 2011 18:42

    “Tina, a questão é que é perfeitamente possível que um país capitalista tenha taxas máximas de IRS muito acima dos 50%.”
    .
    Pois é mas para fortunas como é o caso de países ricos. Aqui em Portugal já se paga uma das mais altas taxas para rendimentos que são bastante inferiores. Os seja, os ricos em Portugal já estão SOBRETAXADOS! Agora é altura de os funcionários públicos também se sacrificarem. Esse dia teria de chegar mais tarde ou mais cedo.

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  61. 12 Novembro, 2011 18:51

    Tina, também os pobres estão sobretaxados e também os funcionários sacrificados. O que se vai passar no próximo ano é um campeonato diferente: trata-se de liquidar o aparelho de estado e sacrificar o factor trabalho. Mas como sem o trabalho o capital é inútil, a economia vai levar um trambolhão e a sociedade vai ter que encaixar muitos outros custos. Infelizmente o governo PSD/PS/CDS está tão envolvido com os interesses que puseram o país neste estado que não se interessa pelo país que governa.

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    • Antonio permalink
      12 Novembro, 2011 19:05

      Não se trata de LIQUIDAR o aparelho de estado, mas sim colocá-lo na devida proporção no seu lugar.
      È tempo de acabar com a escravatura da sociedade em relação ao estado. Foi o Estado todo poderoso e omnipresnete em toda a sociedade que nos trouxe aqui.
      Neste momento o que a sociedade diz é BASTA!. Estamos fartos da “pata” do Estado em cima de nós. Chega!
      Reduzam-no ao papel que devia ter, mais equilibrado e menos tentacular e poderoso.
      Isso causa “dores de parto”?. Ah sim claro, especialemente àqueles que não estão habituados ao sacrificio e à contencção. Mas meus caros chegou a vossa vez, pois o resto já se anda a encolher há muito.
      É só isso…para ver se nos deixa respirar.

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  62. afédoshomens permalink
    12 Novembro, 2011 19:00

    «sem o trabalho o capital é inútil»
    aliás, o factor trabalho é o único a criar mais-valia!

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  63. tina permalink
    12 Novembro, 2011 19:06

    “Tina, também os pobres estão sobretaxados e também os funcionários sacrificados”
    .
    Então prove.

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  64. Zebedeu Flautista permalink
    12 Novembro, 2011 19:18

    E que tal uma taxa extra de IRS de 10% para salários anuais acima de 50.000 euros para todos os que no privado e público estão encostados ao sector dos bens não transaccionáveis?
    .
    Parece-me que teria alguma equidade, incentivo aos melhores a mudar para os transaccionáveis e acalmava a populaça!
    .
    3 coelhos pelo preço de 1. Nem no pingo doce ou modelo,ahahah.

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  65. 12 Novembro, 2011 20:23

    Uma das singularidades da actual situação política portuguesa consiste no facto de o Presidente da República estar arvorado em força de bloqueio.
    Quem diria?
    E ainda agora a procissão vai no adro. Esperem e verão do que é capaz o homem de Boliqueime.

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  66. 12 Novembro, 2011 20:36

    “Não se trata de LIQUIDAR o aparelho de estado, mas sim colocá-lo na devida proporção no seu lugar.”
    Isso era bom mas não é nada disso que está a ser feito.

    “È tempo de acabar com a escravatura da sociedade em relação ao estado. Foi o Estado todo poderoso e omnipresnete em toda a sociedade que nos trouxe aqui.”

    Pois o estado vai estar ainda mais poderoso e omnipresente. Com a Constituição suspensa de facto, quem pode travar o governo?

    “Neste momento o que a sociedade diz é BASTA!. Estamos fartos da “pata” do Estado em cima de nós. Chega!
    Reduzam-no ao papel que devia ter, mais equilibrado e menos tentacular e poderoso.”

    Ao permitir a arbitrariedade do governo e da maioria sobre os seus próprios funcionários, pensará a sociedade que vai ficar mais livre? Pois se pensa, engana-se redondamente.

    “Isso causa “dores de parto”?. Ah sim claro, especialemente àqueles que não estão habituados ao sacrificio e à contencção. Mas meus caros chegou a vossa vez, pois o resto já se anda a encolher há muito.”

    Os sectores do estado que aprofundaram o défice não foram aqueles onde estão a maioria dos funcionários. E esses sectores continuam a dominar o estado. A despesa corrente não diminui. E logo que haja folga as PPPs vão voltar a nascer. Há também os apoios aos bancos.

    Se alguém pensa que é com uma função pública esvaziada dos seus melhores e desmotivada que vai ter um melhor estado engana-se redondamente.

    Portugal vai ter que atravessar um período complicado só para perceber que se enganou. E depois vão ser precisos anos para esboçar uma recuperação. Isto se a Europa tiver a paciência de continuar a sustentar-nos pois por nós ficaremos como os gregos.

    “É só isso…para ver se nos deixa respirar.”

    Aproveite para respirar agora que a asfixia que aí vem vai fazer este período parecer muito arejado.

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  67. ping pong permalink
    12 Novembro, 2011 21:10

    Fredo
    Andou enganado estes anos todos?
    Artigo 74º da Lei nº 9/86 de 30 de Abril de 1986 (Diário da República nº 99, Série I, Parte A de 30/04/1986 suplemento 2):
    – A Taxa Social Única sobre o trabalhador é de 11%.
    – A Taxa Social Única sobre as empresas com base no trabalhador é de 23,75%.
    Exemplo: O trabalhador com um vencimento Bruto de 1000€, terá que descontar para a Segurança Social os ditos 11%, isto é, cerca de 110€, onde receberá, denominado de vencimento líquido, cerca de 890€ (salário Nominal). Por outro lado, a empresa terá que descontar para a Segurança Social os ditos 23,75%, isto é, cerca de 237,50€ suplementares ao vencimento do trabalhador. A Segurança Social arrecadará um total de 347,50€ de receita.

    A ignorância não lhe dá o direito de insultar os outros.

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  68. Nuno permalink
    12 Novembro, 2011 21:48

    Já volto atrás para mais um eventual comentário. Quem estuda e ganha qualificações para taabalhar no privado e auferir de boas remunerações descontando ao mesmo tempo enormidades que sustentam o estado e os seus funcionários não pode – ser espoliado por esse mesmo estado que se qualifica a si próprio de ladrão.
    O funcionalismo público vive à custa do privado
    O funcionalismo público, incluindo o presidente da república, são pagos pelo privado.

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  69. ping pong permalink
    12 Novembro, 2011 22:23

    JMF
    Rui Rio – quanto ao sentido de justiça sobre esta matéria – deixa a milhas todos os políticos, sindicalistas, jornalistas e comentadores que têm contribuído para a bola de neve classificadora dos portugueses sãos e leprosos.

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  70. 12 Novembro, 2011 23:08

    “Quem estuda e ganha qualificações para taabalhar no privado e auferir de boas remunerações descontando ao mesmo tempo enormidades que sustentam o estado e os seus funcionários não pode – ser espoliado por esse mesmo estado que se qualifica a si próprio de ladrão.”
    Engano seu: toda a gente pode ser espoliada pelo estado.

    “O funcionalismo público vive à custa do privado
    O funcionalismo público, incluindo o presidente da república, são pagos pelo privado.”

    A menos que as empresas privadas imprimam dinheiro, o dinheiro vem-lhes do estado. Já para não falar do facto de muito do consumo privado ser de funcionários e do próprio estado. E as empresas se têm um sistema de justiça e de segurança, devem obviamente pagar por ele, ao estado claro. E se existe um serviço nacional de saúde e de emergência médica com meios que mais ninguém tem, também se deve ao estado. E se as empresas podem recrutar as tais pessoas com qualificações com facilidade ainda o devem ao facto de o estado facilitar o ensino superior e financiar todo o ensino não superior.

    É preciso não ter grande ideia da interdependência das nossas sociedades para afirmar que os privados é que sustentam o estado.

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  71. Fredo permalink
    12 Novembro, 2011 23:15

    ping pong:
    Sem insultos. Sabe qual é o seu Q.I.?

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  72. Pedro permalink
    12 Novembro, 2011 23:16

    Nuno, os funcionários públicos também pagam impostos. São descontados directamente do seu salário. Impostos esses que pagam também bens de que usufruis. Para além disso, são funcionários públicos que te recolhem o lixo, que tratam a água que tu bebes e que te socorrem em muitos momentos de aflição, entre muitas outras coisas. Não achas que também deves contribuir para isso? Eles contribuem, em trabalho e impostos que saem do seu bolso. Queres prescindir disso? Vais começar a lavar-te com água do luso, e recolher o teu lixo e a chamar os teus amigos para te levarem ao hospital numa urgência, ou a pagar a preço do mercado tudo isso.

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  73. Nuno permalink
    12 Novembro, 2011 23:28

    Olha!? Calaram-se todos… Curioso.

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  74. Tiradentes permalink
    12 Novembro, 2011 23:58

    ping pong
    vc do seu salario só descontou 11%
    ve-se mesmo que nunca trabalhou ou teve de pagar salarios no privado.
    Ó homem quando uma empresa dispoe de 1200 euros x 14 para pagar um sallario a um trabalhador que terá
    de render esse valor ou mais , essa empresa oferece ao trabalhador um salário de 1000 euros pois 23.75 já ele, p patronato vai descontar por ter arranjado um posto de trabalho.
    Percebeu como é que e porque é que se paga menos( tb ) no privado?

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  75. Zebedeu Flautista permalink
    13 Novembro, 2011 00:19

    Tiradentes,

    O Estado não desconta TSU ou equivalente para a Segurança Social?

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  76. A. R permalink
    13 Novembro, 2011 00:33

    “Sabia que os funcionários descontam especificamente para a ADSE bastante mais do que um trabalhador do privado para o SNS?” “Pois, os funcionários não têm sofrido os aumentos de impostos, a inflação, os cortes salariais, os aumentos nas percentagens de descontos para CGA e ADSE, os cortes de abonos de família, as reduções de comparticipações em despesas de saúde,” Saia do público e vai para o privado ou é masoquista?

    “o dinheiro vem-lhes do estado”. Portanto trabalham e recebem umas esmolas do Estado! São então as pessoas uns negreiros do Estado. Isto deve ser ideia do tio Lenine. Obviamente que os privados sustentam o Estado que não tem petróleo nem recursos naturais.

    “os professores contratados ano a ano, com a casa às costas de um lado para o outro, que ao fim de décadas estão a ser dispensados sem qualquer indemnização nem pré reforma”. O Estado não pode assegurar aos professores o que não assegura a pedreiros, varredores, mulheres da limpeza, engenheiros, cauteleiros, etc. Devem procurar outra profissão. Falei com muitos professores dos países de leste. Compunham a vida a vender legumes nas feiras com -40ºC.

    “Acabe-se com a função pública.Afinal quem precisa de hospitais, escolas, polícias, tribunais, a não ser os que lá trabalham? Mordomias inúteis, para liquidar.” Pois o CA lá saberá. Agora quem não usa a CP, A Carris, o Metro, a Transtejo ter que pagar ordenados milionários, 30 dias de férias, as regalias e os transportes a toda a família destes privilegiados não está correcto. E não está correcto pois eu não tenho nada disso nem transportes depois das 19h20m. Mordomias para liquidar sem dúvida.

    “Claro que os privados gerem as reformas dos outros com o mais profundo sentido do dever, nunca se aproveitando da gestão dos dinheiros dos outros para proveito próprio nem fazendo investimentos arriscados com esse dinheiro. Além de que as empresas privadas têm a vantagem de não poderem ir à falência, claro.” A eleição pelo voto popular consegue então transmitir grandes talentos e uma notável honestidade a quem cuida das reformas como aliás está à vista. Notavelmente o gestores responsáveis nomeados pelo Estado têm sido chamados a tribunal para prestar contas do descalabro a que levaram o país. O Vasco Gonçalves esse foi claramente julgado e o Madoff safou-se. Felizmente as empresas privadas conseguem todas assaltar o bolso do contribuinte para não irem à falência mas já o Estado único é mais honesto que todos os privados e não o faz.

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  77. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 00:48

    CA : “Se o estado tem necessidade, aplique a receita do subsídio de Natal deste ano.”
    .
    Ou seja, o CA diz que se o Estado gasta demais deve aumentar os impostos, mesmo sobre os privados, e não deve cortar unicamente nas suas despesas, a começar pelas mais importantes, as remunerações e pensões.

    Mas é o que o Estado tem vindo a fazer desde há muito tempo.
    Ou melhor, fez ainda pior : aumentou despesas e para as financiar aumentou impostos e aumentou o endividamento (que agora vai ser preciso pagar).
    E todos sabemos que uma parte importante do aumento destas despesas foi para garantir e melhorar a situação de privilégio dos funcionarios publicos e para recrutar ainda mais funcionários.

    Mas é o que o Estado tem de deixar de fazer daqui para o futuro. Começando desde já a mudar estes maus hábitos.

    Uma empresa privada que esteja em situação dificil, em risco de falência, procura reagir.
    Em primeiro lugar considera a possibilidade de aumentar os preços dos seus produtos ou serviços pagos pelos consumidores. Mas normalmente esta via não é possível, até porque, provávelmente, as dificuldades da empresa resultam da sua falta de competitividade no mercado. Isto é, os consumidores consideram que os produtos da empresa não valem os preços que esta lhes pede e encontam melhor e mais barato na concorrência.
    Em segundo lugar, e é o mais realista, a empresa corta fortemente nos seus custos e, em particular, reduz remunerações e vantagens dos seus trabalhadores e/ou despede uma parte destes. Procurando assim melhorar as suas margens e baixar preços de venda.
    Como é óbvio, uma empresa nestas condições não vai pedir aos outros trabalhadores das outras empresas e aos funcionários do Estado para suportarem uma parte igual dos sacrifícios dos seus trabalhadores aceitando uma redução de remunerações e uma taxa de despedimentos equivalentes. Ninguém, incluindo os funcionários públicos, compreenderia e aceitaria um pedido de solidariedade nestes termos.

    As contas do Estado português estão fortemente desequilibradas. É necessário equilibra-las.
    Em primeiro lugar, o governo pode naturalmente considerar a possibilidade de aumentar os impostos pagos pelos cidadãos . Mas o problema é que estes já são extremamente elevados, os contribuintes consideram que já pagaram e pagam demais em relação às prestações e aos serviços que o Estado lhes dá em troca. Claro que o Estado, ao contrário da empresa privada, sendo um autêntico monopólio, tem a possibilidade de impor estes aumentos. Mas é algo que será ressentido como uma injustiça por parte dos contribuintes que já pagaram e pagam muito e que acham que o Estado tem é de gastar menos e melhorar a sua eficiência.
    Em segundo lugar, e neste sentido, o que se espera que o governo faça é que ponha ordem nas suas contas cortando nas suas próprias despesas. Sabe-se que as remunerações dos funcionários públicos e as pensões dos reformados são uma parte significativa destas despesas. É aqui que o Estado pode cortar e fazer economias. Poderia eventualmente despedir funcionários. Mas, não querendo pôr em causa a garantia de emprego que dá aos funcionários, e preferindo não penalizar fortemente todos aqueles que fossem despedidos, o governo tem mesmo de reduzir remunerações e pensões.
    Como é óbvio, também aqui não faz sentido que o governo venha agora pedir aos trabalhadores das empresas privadas para suportarem uma parte igual dos sacrifícios dos funcionários e pensionistas aceitando uma redução das respectivas remunerações (ou aceitando pagar mais impostos, o que dá no mesmo).

    A verdade é que o Estado foi mal governado, gastou mal todo o dinheiro que foi cobrando aos contribuintes através dos impostos e outras taxas, gastou mesmo mais do que este dinheiro e endividou-se para além do que seria razoável e prudente.
    O Estado tem agora de corrigir este desgoverno.
    Mas não faz sentido, não é justo, que para isso venha de novo sobrecarregar todos os trabalhadores do privado que, para além de já terem pago e continuarem a pagar impostos elevados, que serviram e servem para pagar os vencimentos dos funcionários públicos, têm ainda o risco diário de verem as suas remunerações amputadas ou, o que é bem pior, verem-se pura e simplesmente lançados no desemprego.
    É bem pior porque não se trata apenas de ficar sem os 13° e 14° salários durante 1 ou 2 anos mas sim de todos os salários durante um tempo indeterminado, eventualmente um longo período ou mesmo para sempre !

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  78. 13 Novembro, 2011 00:51

    “Obviamente que os privados sustentam o Estado que não tem petróleo nem recursos naturais.”
    Isso tem tanto sentido como dizer que os clientes sustentam as empresas. E muitos dos clientes são ou o estado ou pagos pelo estado. Não tem qualquer significado. Ou um hospital privado produz e se for público é sustentado?

    “O Estado não pode assegurar aos professores o que não assegura a pedreiros, varredores, mulheres da limpeza, engenheiros, cauteleiros, etc.”
    Mas o argumento era a estabilidade no estado…

    “Devem procurar outra profissão. Falei com muitos professores dos países de leste. Compunham a vida a vender legumes nas feiras com -40ºC.”
    É verdade. E em África também há formas criativas de sobreviver. Os objectivos de desenvolvimento em Portugal estão a progredir, não haja dúvidas.

    “Acabe-se com a função pública.Afinal quem precisa de hospitais, escolas, polícias, tribunais, a não ser os que lá trabalham? Mordomias inúteis, para liquidar.” Pois o CA lá saberá.”
    Pois, sei que há quem tenha preconceitos contra o sector público ao mesmo nível que outros têm contra a propriedade privada. Ambos os extremos ignoram a realidade e são muito perigosos quando estão no poder.

    “Agora quem não usa a CP, A Carris, o Metro, a Transtejo ter que pagar ordenados milionários, 30 dias de férias, as regalias e os transportes a toda a família destes privilegiados não está correcto. E não está correcto pois eu não tenho nada disso nem transportes depois das 19h20m. Mordomias para liquidar sem dúvida.”
    Quanto às mordomias, transportes para a família, etc., não vejo problemas. Quanto ao pacote remuneratório e outras regalias, há que revê-las em sede própria.

    ” o Estado único é mais honesto que todos os privados e não o faz.”
    Quanto ao estado, todos têm uma palavra na sua gestão e pode ser escrutinado. E isso faz toda a diferença.

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  79. oberon permalink
    13 Novembro, 2011 00:55

    ‘nos próximos dois anos’? língua de pau…

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  80. 13 Novembro, 2011 01:13

    “Ou seja, o CA diz que se o Estado gasta demais deve aumentar os impostos, mesmo sobre os privados, e não deve cortar unicamente nas suas despesas, a começar pelas mais importantes, as remunerações e pensões.”
    Não cumprir contratos não é cortar na despesa. Se a opção é não cumprir contratos, todos os contratos devem ser afectados.

    “Ou melhor, fez ainda pior : aumentou despesas e para as financiar aumentou impostos e aumentou o endividamento (que agora vai ser preciso pagar).”
    Os governos são eleitos pelos cidadãos. Os cidadãos são responsáveis pelo financiamento das suas decisões.

    “E todos sabemos que uma parte importante do aumento destas despesas foi para garantir e melhorar a situação de privilégio dos funcionarios publicos e para recrutar ainda mais funcionários.”
    Uma parte importante foi para aquisições aos privados e para contratos ruinosos como os das PPPs. Logo todos têm que ser revistos pela mesma percentagem de 15%.

    “Em segundo lugar, e é o mais realista, a empresa corta fortemente nos seus custos e, em particular, reduz remunerações e vantagens dos seus trabalhadores e/ou despede uma parte destes. Procurando assim melhorar as suas margens e baixar preços de venda.”

    É normal mas não é moral que uma empresa, depois de ser mal gerida pelos seus gestores, viole os contratos com os seus trabalhadores para recuperar uma competitividade que em primeiro lugar era da responsabilidade dos gestores. Infelizmente há quem queira transpor a imoralidade deste comportamento para o estado. E há um nítido moral hazard: os votantes do privado apoiam despesismo inútil em aquisições aos privados e outros negócios ruinosos, sabendo que na hora de pagar são os funcionários do estado que terão que pagar a conta.

    “Como é óbvio, uma empresa nestas condições não vai pedir aos outros trabalhadores das outras empresas e aos funcionários do Estado para suportarem uma parte igual dos sacrifícios dos seus trabalhadores aceitando uma redução de remunerações e uma taxa de despedimentos equivalentes. Ninguém, incluindo os funcionários públicos, compreenderia e aceitaria um pedido de solidariedade nestes termos.”

    O que mais há são empresas a pedir apoios do estado. E se forem geridas pelas pessoas “certas” até os conseguem. Haverá exemplo mais escandaloso do que o estado se prepara para fazer: pedir dinheiro emprestado a juros para salvar bancos privados? Isto devia ser considerado crime!

    “As contas do Estado português estão fortemente desequilibradas. É necessário equilibra-las.”
    De acordo.

    “os contribuintes consideram que já pagaram e pagam demais em relação às prestações e aos serviços que o Estado lhes dá em troca.”
    Os contribuintes não são os clientes, são os accionistas e gestores!
    ” contribuintes que já pagaram e pagam muito e que acham que o Estado tem é de gastar menos e melhorar a sua eficiência.”
    Então terão que votar em partidos que tenham alguém competente a gerir e a melhorar a eficiência. Este governo não será, de certeza.

    “Em segundo lugar, e neste sentido, o que se espera que o governo faça é que ponha ordem nas suas contas cortando nas suas próprias despesas. ”
    Excelente ideia.

    “Sabe-se que as remunerações dos funcionários públicos e as pensões dos reformados são uma parte significativa destas despesas.”
    Mas nem de perto nem de longe a única, sobretudo com BPN’s pelo meio.

    ” É aqui que o Estado pode cortar e fazer economias.”
    Aqui e em todas as outras despesas.

    ” Poderia eventualmente despedir funcionários. Mas, não querendo pôr em causa a garantia de emprego que dá aos funcionários, e preferindo não penalizar fortemente todos aqueles que fossem despedidos, o governo tem mesmo de reduzir remunerações e pensões.”
    Para despedir teria que saber onde despedir e para isso era preciso saber gerir. O governo não decidiu até agora nada que se veja sobre as famosas “gorduras” do estado.

    “Como é óbvio, também aqui não faz sentido que o governo venha agora pedir aos trabalhadores das empresas privadas para suportarem uma parte igual dos sacrifícios dos funcionários e pensionistas aceitando uma redução das respectivas remunerações (ou aceitando pagar mais impostos, o que dá no mesmo).”
    Claro que não. O que o estado deve fazer é pedir aos seus cidadãos eleitores que se responsabilizem pelo que fizeram os governos que elegeram. Não são os trabalhadores do privado ou do público quem deve por essa via pagar as decisões dos eleitores.

    “Mas não faz sentido, não é justo, que para isso venha de novo sobrecarregar todos os trabalhadores do privado que, para além de já terem pago e continuarem a pagar impostos elevados, que serviram e servem para pagar os vencimentos dos funcionários públicos, têm ainda o risco diário de verem as suas remunerações amputadas ou, o que é bem pior, verem-se pura e simplesmente lançados no desemprego.
    É bem pior porque não se trata apenas de ficar sem os 13° e 14° salários durante 1 ou 2 anos mas sim de todos os salários durante um tempo indeterminado, eventualmente um longo período ou mesmo para sempre !”

    Pois. Daí que a via própria seja o IRS e não apenas os rendimentos de trabalho.

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  81. Arlindo da Costa permalink
    13 Novembro, 2011 01:13

    O JMF tem toda a razão.
    Tal como o capitão Moura, ele é honesto, sério e imparcial.
    Os meus cumprimentos e que Deus o abençoe.

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  82. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 01:31

    CA : “Não cumprir contratos não é cortar na despesa. Se a opção é não cumprir contratos, todos os contratos devem ser afectados.”
    .
    Não ha nada de contratual que impeça o governo de alterar unilateralmente as condições de remuneração e as pensões. Este assunto ja foi aqui discutido ha tempos.
    .
    E se quzermos ir por este lado, quem não tem respeitado o contrato tacito com os seus cidadãos é o Estado que lhes tem vendido gato por lebre, cobra antecipadamente um preço elevado por um serviço publico mau ou inexistente e vem depois ainda pedir mais dinheiro para pagar prejuizos.
    Por muito menos do que isso, os gestores de uma empresa privada ja teriam sido julgados e condenados por burla qualificada !

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  83. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 01:36

    CA : “Os governos são eleitos pelos cidadãos. Os cidadãos são responsáveis pelo financiamento das suas decisões.”
    .
    Os governos não foram eleitos para levar o Estado e o pais à falencia.
    De qualquer modo, os cidadãos portugueses “chumaram” o governo anterior e elegeram agora um outro governo para fazer uma politica diferente e para tomar as medidas necessarias para tirar o pais da situação a que chegou. O corte das remunerações dos funcionarios publicos é uma dessas medidas.

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  84. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 01:42

    CA : “Uma parte importante foi para aquisições aos privados e para contratos ruinosos como os das PPPs. Logo todos têm que ser revistos pela mesma percentagem de 15%.”
    .
    Os privados venderam bens e forneceram serviços comprados pelo Estado. A responsabilidade (ou irresponsabilidade !) foi dos governantes, não dos privados. Era o que faltava !
    De qualquer modo, claro que o Estado também tem de cortar nessas despesas intermédias e nesses projectos desastrosos !

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  85. 13 Novembro, 2011 01:43

    “Não ha nada de contratual que impeça o governo de alterar unilateralmente as condições de remuneração e as pensões. Este assunto ja foi aqui discutido ha tempos.”
    Se o que liga o estado aos funcionários e trabalhadores das empresas públicas pode ser alterado pelo estado, também podem ser alterados todos os outros compromissos do estado.

    “O corte das remunerações dos funcionarios publicos é uma dessas medidas.”
    Não foi sequer ventilado durante a campanha nem no programa de governo.

    “Os governos não foram eleitos para levar o Estado e o pais à falencia.”
    Nem os gestores são nomeado para levar as empresas à falência. Mas os responsáveis pela escolha são os accionistas, não os trabalhadores.

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  86. 13 Novembro, 2011 01:44

    “Os privados venderam bens e forneceram serviços comprados pelo Estado. A responsabilidade (ou irresponsabilidade !) foi dos governantes, não dos privados. Era o que faltava !”
    O mesmo se aplica a todos os supostos privilégios dos funcionários, obviamente. Era o que faltava serem penalizados pelas decisões dos governos.

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  87. Nuno permalink
    13 Novembro, 2011 01:54

    Em princípio, os gestores são designados pelas suas qualidades e fazem parte dos quadros das empresas com funçóes e estatuto predefinidos. Se não cumprem podem ser despedidos ou colocados em funções adequadas, se as houver, com o salário revisto e ajustado.

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  88. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 02:01

    CA : “É normal mas não é moral que uma empresa, depois de ser mal gerida pelos seus gestores, viole os contratos com os seus trabalhadores para recuperar uma competitividade que em primeiro lugar era da responsabilidade dos gestores. Infelizmente há quem queira transpor a imoralidade deste comportamento para o estado. E há um nítido moral hazard: os votantes do privado apoiam despesismo inútil em aquisições aos privados e outros negócios ruinosos, sabendo que na hora de pagar são os funcionários do estado que terão que pagar a conta.”
    .
    Os contratos das empresas privadas com os trabalhadores não impedem despedimentos dos trabalhadores que estão a tempo determinado, e mesmo indeterminado, quando existem razões economicas.
    De qualquer modo, a legislação existente é excessivamente rigida, é um dos factores de perda de competitividade da economia portuguesa, pelo que deve ser revista e alterada o mais rapidamente possivel. O actual governo esta a trabalhar nessa direcção.
    .
    Não percebo bem o argumento “moral” relativamente aos “votantes do privado”….
    De qualquer modo, todos os eleitores tiveram alguma responsabilidade politica ao manterem no poder governos que gastaram mal o dinheiro dos contribuintes e endividaram o Estado e o pais.
    Por isso a austeridade deve e esta a atingir a generalidade dos portugueses. Os trabalhadores do sector privado não são excepção. Pagaram antes o despesismo e estão agora a pagar a austeridade. De resto, como tem sido lembrado por muita gente, as centenas de milhares de desempregados, os mais afectados pela crise em absoluto, são do privado, não são funcionarios publicos.
    Quanto aos funcionarios do Estado, mais cedo do que tarde o seu numero deveria ser reduzido substacialmente. O dinheiro que custam e os recursos que utilizam, pagos pelos contribuintes privados, não justificam nem os serviços que prestam mal ou que nem prestam. O Estado deve ser profundamente reformado e muitas das suas funções devem ser privatizadas. De resto, um Estado mais pequeno e menos despesista reduziria consideravelmente o nivel de desperdicio, corrupção, trafico de influencias, neopotismo, clientelismo, etc. Incluindo o “despesismo inutil” e os “negocios negocios” ruinosos” que parecem preocupar o CA (e a mim também).

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  89. 13 Novembro, 2011 02:10

    “as centenas de milhares de desempregados, os mais afectados pela crise em absoluto, são do privado, não são funcionarios publicos.”

    Mas menos afectados ainda são so que no privado mantêm os seus empregos com bons salários. E estes “escondem-se” por detrás dos desempregados para evitarem contribuir via IRS.

    “Quanto aos funcionarios do Estado, mais cedo do que tarde o seu numero deveria ser reduzido substacialmente. O dinheiro que custam e os recursos que utilizam, pagos pelos contribuintes privados, não justificam nem os serviços que prestam mal ou que nem prestam.”

    Sim. Mas para isso será preciso alguém que saiba gerir minimamente o estado. Não é o caso deste governo.

    ” O Estado deve ser profundamente reformado e muitas das suas funções devem ser privatizadas.”
    Privatizar as funções do estado é muitíssimo discutível.

    ” De resto, um Estado mais pequeno e menos despesista reduziria consideravelmente o nivel de desperdicio, corrupção, trafico de influencias, neopotismo, clientelismo, etc. Incluindo o “despesismo inutil” e os “negocios negocios” ruinosos” que parecem preocupar o CA (e a mim também).”

    Um estado mais pequeno ou deixa de desempenhar as suas funções ou passa a contratá-las a privados. Os privados têm sempre um capital a remunerar e não gerem necessariamente melhor do que o estado. As experiências na saúde têm mostrado que entregar aos privados pode dar resultados muito maus.

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  90. 13 Novembro, 2011 02:16

    O argumento do moral hazard tema ver com o facto de não serem os responsáveis pelas decisões a suportar os seus custos: para decidir todos os cidadãos votam e aí apoiam que o estado se endivide para apoiar o sector privado e promover aquisições ao sector privado. Quando o estado fica sem dinheiro os custos são suportados pelos funcionários do estado e os cidadãos que trabalham no sector privado e beneficiaram das compras e contratos do estado e decidiram nesse sentido não têm que pagar. O “crime” compensa.

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  91. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 02:19

    CA : “O que mais há são empresas a pedir apoios do estado. E se forem geridas pelas pessoas “certas” até os conseguem. Haverá exemplo mais escandaloso do que o estado se prepara para fazer: pedir dinheiro emprestado a juros para salvar bancos privados? Isto devia ser considerado crime!
    .
    A esmagadora maioria das empresas privadas não teem apoios do Estado.
    De qualquer modo, os “apoios” que anteriormente apenas a algumas empresas “escolhidas” são inaceitaveis, contraproducentes, economicamente irracionais, pelo que devem acabar.
    No que se refere aos Bancos, numa economia de mercado verdadeiramente livre, também não deveriam ter apoios e privilégios por parte do Estado. Mas, infelizmente, vivemos numa economia que é bastante entravada e condicionada pelo intervencionismo abusivo do Estado. Este intervencionismo, as politicas keynesianas de despesismo e crédito facil e barato, trouxe-nos para a situação actual de crise financeira e economica. Neste contexto, a intervenção do Estado é infelizmente inevitavel sob pena de o sistema financeiro e bancario poder entrar em colapso e comprometer sériamente o financiamento da economia (e do proprio Estado). Mesmo assim, a intervenção do Estado deve ser o minimo indispensavel e deve acabar o mais rapidamente possivel. De resto, existe uma grande mistificação quanto ao dinheiro que o Estado gastou e gasta efectivamente com o apoio aos Bancos. Tirando o dinheiro que o Estado tem posto ao longo dos anos na CGD e comprometeu recentemente no BPN, o Estado não tem gasto muito dinheiro com os Bancos. Tem dado garantias pelas quais os Bancos teem pago e continuarão a pagar juros ao Estado. Com o volume actual de garantias, desde 2009 até 2014, o Estado vai arrecadar 350 milhões de Euros de receitas.

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  92. 13 Novembro, 2011 02:27

    O que a crise actual mostra é que o sistema financeiro de um país é “too big to fail”. Nessa situação parece-me insustentável que o estado não tenha uma intervenção mais directa na sua gestão.

    Se um sistema financeiro pode deixar a Irlanda no estado em que os bancos irlandeses a deixaram, se em última análise é o estado que tem que pagar os desvarios da gestão privada, o estado tem que estar presente.

    Por isso acho muitíssimo estranha esta situação que se pretende criar de accionista silencioso. Pelos riscos envolvidos para o país, o estado não devia ser silencioso nem quando não é accionista quanto mais quando é accionista.

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  93. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 02:29

    CA : “Os contribuintes não são os clientes, são os accionistas e gestores!”
    .
    Não são certamente “gestores”.
    Quando muito são pequenos “accionistas” mal informados. Convém recordar que uma parte significativa dos eleitores não paga impostos. E também que os impostos pagos pelos funcionarios publicos vem em ultima instancia dos contribuintes privados.
    São certamente “clientes”, na medida em que são ou é suposto serem os utentes dos serviços publicos. Na verdade, uma parte importante dos contribuintes acaba por desistir de utilizar os serviços publicos e, apesar de os pagar pelos impostos, acabam por recorrer ao privado, pagando uma segunda vez. Esta é uma das grandes injustiças da actual situação.
    Seja como for, todos eles acham que ja pagam impostos a mais e que não devem pagar ainda mais.

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  94. 13 Novembro, 2011 02:32

    “Seja como for, todos eles acham que ja pagam impostos a mais e que não devem pagar ainda mais.”

    Quase toda a gente acha que paga impostos a mais, mas isso não é argumento para não se aumentarem os impostos quando a situação do país o exige. A vantagem do IRS, por exemplo, é que quem mais rendimentos tem mais paga, permitindo uma mais justa distribuição dos sacrifícios.

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  95. 13 Novembro, 2011 02:33

    “E também que os impostos pagos pelos funcionarios publicos vem em ultima instancia dos contribuintes privados.”

    E que também os impostos pagos pelos privados vêm dos gastos do estado e do consumo dos funcionários. Esta linha aproxima-se do problema da galinha e do ovo.

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  96. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 02:36

    CA : “Então terão que votar em partidos que tenham alguém competente a gerir e a melhorar a eficiência. Este governo não será, de certeza.”
    .
    Sem duvida.
    Para ja, correram com o governo anterior, que teve uma enorme responsabilidade na situação a que se chegou e que obriga agora à tomada de medidas de austeridade bastante drasticas, incluindo as que temos estado aqui a discutir, e elegeram um novo governo, que por enquanto tem estado a tentar corrigir a situação.
    Se este governo vai ser ou não capaz de gerir melhor e mais eficazmente … é o que se vai ainda ver.
    Para ja esta a ter a coragem de tomar algumas medidas que são impopulares em certos sectores mas que são necessarias (e estou convencido que uma parte importante da opinião no fundo até percebe isso).
    De qualquer modo é dificil o actual governo não fazer melhor do que o governo anterior !

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  97. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 02:45

    Fernando S : “Em segundo lugar, e neste sentido, o que se espera que o governo faça é que ponha ordem nas suas contas cortando nas suas próprias despesas. ”
    CA : Excelente ideia.
    .
    Ainda bem que concorda.
    Mas cortar nas despesas é também, e necessariamente, cortar nas despesas com vencimentos e pensões. Como ja foi referido varias vezes, representam a parte mais importante das despesas do Estado. Não é possivel corrigir a trajectoria actual sem passar por ai.
    Além de que, por diferentes razões, se deve evitar ao maximo aumentar impostos que incidam sobre o sector privado, que ja suporta uma carga fiscal elevada. No fim de contas, é o sector privado que cria o essencial da riqueza. Sem uma economia privada dinamica e competitiva não é possivel uma politica fiscal sustentavel e, por isso, não ha impostos suficientes para que o Estado possa desempenhar as suas funções de modo adequado e eficiente.

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  98. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 02:55

    Fernando S : ““Sabe-se que as remunerações dos funcionários públicos e as pensões dos reformados são uma parte significativa destas despesas.”
    CA : “Mas nem de perto nem de longe a única, sobretudo com BPN’s pelo meio.”
    .
    Não são a unica, naturalmente, mas são “de perto e de longe” as mais importantes. Se juntarmos a saude e a educação representam mais de 80% das despesas primarias.
    O BPN é muito dinheiro mas não é comparavel. E foi uma despesa excepcional (não se repete).

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  99. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 02:56

    Fernando : ” É aqui que o Estado pode cortar e fazer economias.”
    CA : “Aqui e em todas as outras despesas.”
    .
    De acordo.

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  100. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 03:02

    CA : “Para despedir teria que saber onde despedir e para isso era preciso saber gerir. O governo não decidiu até agora nada que se veja sobre as famosas “gorduras” do estado.”
    .
    Efectivamente, o governo tera ainda de mostrar o vale a este respeito. Técnicamente é mais facil e mais rapido cortar vencimentos e pensões. O governo tem de dar sinais rapidos e fortes para tentar controlar a situação e reganhar a confiança dos mercados, da troika, e … dos portugueses !
    Mas é verdade que, como disse antes, este ou outro governo devera reformar significativamente o Estado e acabar de vez com todos os desperdicios e gastos inuteis.

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  101. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 03:18

    CA : “Claro que não. O que o estado deve fazer é pedir aos seus cidadãos eleitores que se responsabilizem pelo que fizeram os governos que elegeram. Não são os trabalhadores do privado ou do público quem deve por essa via pagar as decisões dos eleitores.”
    .
    Mas o governo tem vindo a aplicar e a anunciar medidas de austeridade que afectam a generalidade dos “cidadãos eleitores”, publicos e privados. De resto, os “eleitores” e “os trabalhadores do publico e do privado” são as mesmas pessoas.
    Mas isto não significa que essas medidas devam afectar todos da mesma maneira.
    A este respeito convém ter presentes 2 aspectos importantes :
    1. No sentido de reequilibrar as contas do Estado compromentendo o menos possivel as possibilidade de relance da economia (espera-se que a partir de 2013 ou 2014), deve-se cortar sobretudo nas despesas do Estado e aumentar o menos possivel os impostos sobre a economia privada (e logo que possivel começar a reduzir estes impostos). Acontece que, técnicamente, os vencimentos dos funcionarios e as pensões são despesa e que um agravamento do IRS ou outros é carga fiscal.
    2. Globalmente, os funcionarios publicos foram benificiados ao longo dos anos relativamente aos trabalhadores do privado : garantia de emprego, remunerações, reformas, saude, etc. Não é imoral, antes pelo contrario, pedir agora um sacrificio maior aos funcionarios publicos .

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  102. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 03:23

    CA : “Pois. Daí que a via própria seja o IRS e não apenas os rendimentos de trabalho.
    .
    Bom, claro que o IRS taxa também outros rendimentos mas o que é certo é que os rendimentos do trabalho são taxados directamente por via do IRS.
    O problema é ser um imposto, com os inconvenientes que referi acima.

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  103. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 03:29

    CA : “Se o que liga o estado aos funcionários e trabalhadores das empresas públicas pode ser alterado pelo estado, também podem ser alterados todos os outros compromissos do estado.”
    .
    Bom, eu acho que ha diferenças… Não nos esqueçamos que as remunerações e condições dos funcionarios são alteradas, ou podem se-lo, todos anos. E ainda bem para os funcionarios porque no passado foi quase sempre para melhor.
    Outros contratos, com entidades publicas e privadas, teem outras caracteristicas e outras obrigações e deveres.
    Mas os juristas é que deverão verificar isso.

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  104. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 03:37

    FS : ““O corte das remunerações dos funcionarios publicos é uma dessas medidas.”
    CA : “Não foi sequer ventilado durante a campanha nem no programa de governo.”
    .
    Na verdade, ja o anterior governo fez cortes nas remunerações dos funcionarios publicos.
    Não é uma novidade nem um exclusivo deste governo.
    Um programa eleitoral não pode, nem deve, incluir e prever tudo em detalhe. Até porque as condições se podem alterar, e muito. Foi o que aconteceu. A recessão e a instabilidade mundiais acentuaram-se, foram descobertos buracos diversos, etc.
    Sejamos realistas, nenhum governo em lado nenhum faz apenas exactamente o que esta escrito no programa eleitoral. Ainda mais na economia, e ainda mais num contexto de crise e instabilidade. O que conta mais é o sentido geral das politicas.

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  105. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 03:53

    FS : ““Os governos não foram eleitos para levar o Estado e o pais à falencia.”
    CA : “Nem os gestores são nomeado para levar as empresas à falência. Mas os responsáveis pela escolha são os accionistas, não os trabalhadores.”
    .
    A minha frase era um desenvolvimento a proposito da sua afirmação de que os eleitores são responsaveis pelos governos que elegem. O que eu nem contesto. Mas tal não significa que os governos fazem necessariamente o que os eleitores esperam deles.
    Os gestores privados que gerem mal as empresas são normalmente responsabilizados e sancionados pelos accionistas.
    Mas também é verdade que os trabalhadores dessas essas empresas sofrem as consequencias. Como devem poder sofrer os funcionarios relativamente a uma ma governação das contas publicas.
    Nas situações mais graves os trabalhadores do privado sofrem até a pior das consequencias : o despedimento. O que não acontece com os funcionarios, pelo menos até ver.

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  106. lucklucky permalink
    13 Novembro, 2011 03:53

    Nenhum Governo anunciou em campanha aumentar qualquer imposto.
    E no entanto aumentaram. Alguns mais de 100%.
    Mas como o dinheiro vai para ao Estado o que permite mais funcionários públicos e maiores ordenados ficaram todos caladinhos de funcionários a sindicatos.
    E mesmo assim o défice continuou.
    E mesmo com défice ainda vieram aumentos de ordenados.

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  107. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 04:05

    FS : “Os privados venderam bens e forneceram serviços comprados pelo Estado. A responsabilidade (ou irresponsabilidade !) foi dos governantes, não dos privados. Era o que faltava !”
    CA “O mesmo se aplica a todos os supostos privilégios dos funcionários, obviamente. Era o que faltava serem penalizados pelas decisões dos governos.”
    .
    Não é a mesma situação …
    No primeiro caso os bens e serviços foram vendidos e pagos … não se pode alterar nada … a não ser que tenha existido alguma ilegalidade e, nesta eventualidade, a justiça pode intervir. Se foi um mau negocio para o Estado, e desde que não tenha existido uma pratica comercial ilegal por parte do vendedor, a responsabilidade é do comprador, isto é, dos gestores publicos e governantes.
    No segundo caso, trata-se de uma prestação laboral sendo que certas condições são renovadas anualmente. De resto, nenhum dos “supostos privilégios dos funcionarios”, cujo beneficio ja foi realizado, é depois retirado. Os funcionarios não são penalizados por o governo lhes ter dado certos beneficios no passado. Mas esses beneficios não são eternos e podem ser alterados, ou até mesmo completamente retirados, no presentee no futuro. Não ha nada de ilegitimo ou de imoral.

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  108. 13 Novembro, 2011 04:20

    Fantástico artigo, estas de parabéns!

    http://amatemagica.wordpress.com/

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  109. Fernando S permalink
    13 Novembro, 2011 04:25

    Bom, o CA ja ha muito que foi dormir, e fez muito bem !… E eu também vou …
    Não consegui responder a todos os seus comentarios … fica eventualmente para outras oportunidades.
    Para além dos aspectos que discutimos, julgo que a proposito deste assunto seria também util enquadra-lo na problematica mais geral do modelo economico que vigorou em Portugal no passado e, em particular, da relação entre os sectores de bens transaccionavies (onde se inclui uma parte importante das empresas e trabalhadores do privado) e de bens não transaccionaveis (onde se inclui a função publica, as empresas publicas, e um conjunto de actividades privadas com situações de renda internas). Mas fica também para outras oportunidades.
    Que fique claro que eu não tenho nada pessoalmente contra os funcionarios publicos. Do mesmo modo que não considero que o CA tenha algo contra os trabalhadores e as empresas do privado.
    Temos apenas opiniões diferentes sobre o que deve ou não ser feito, pelo menos na situação actual.
    Embora não concorde com ela respeito a sua opinião e agradeço-lhe a correcção e seriedade com que esteve nesta troca de impressões.
    Saudações cordiais.

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  110. Pinto permalink
    13 Novembro, 2011 09:46

    CA,
    Se houver suspeitas de ilegalidade, pode crer que o que contrata com os seus empregados é discutível.
    .
    Mas se há ilegalidades já existem tribunais para as suprimir. Agora o valor que eu acordo com o meu trabalhador não lhe diz o mínimo respeito: se eu entender que lhe devo pagar 100 mil e ele os aceitar, pago-lhos. Por muito “imoral” que você ache que seja esse ordenado. A isto se chama o princípio da autonomia da vontade.
    .
    o que alguém ganha tem pouco a ver com o trabalho e esforço que desenvolve e tem muito a ver com factores aleatórios, não vejo nenhum problema em que pague taxas de impostos elevadas sobre esses rendimentos mais elevados.
    .
    Não percebi. Os empresários devem esclarecer o Estado dos motivos do ordenado que pagam aos seus trabalhadores? O Benfica deve explicar ao Estado porque paga X milhares ao Aimar? O Luís Filipe Vieira deve-se deslocar a uma repartição de finanças e explicar, tim-tim por tim-tim o porquê de pagar o que paga ao Luisão?
    E o que é essa história de factores aleatórios? Pode haver factores que você não entenda agora eles não são aleatórios. E desde que não exista qualquer ilegalidade os motivos não dizem respeito ao Estado nem aos justiceiros que por aí abundam.
    .
    Mas porque pensa que o dinheiro é seu?
    .
    Ah, já cá faltava o saudoso comunismo. Há muito tempo que não via este vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=CbxGF7ZhHDM
    .
    Quanto ao dia no café e aos estudos, se prestar atenção ao mundo que o rodeia descobrirá que muitas vezes quem trabalha e estuda vive com mil euros e ainda lhe cortam os subsídios enquanto que alguém que passa a juventude no café e tira um curso manhoso é colocado numa grande empresa privada a pedido do papá que fez um grande favor à empresa com dinheiros do estado.
    .
    Mas isso é crime. E para isso existem tribunais. Não funcionam? Porquê? Há poucos magistrados (média superior à média da UE)? Ganham mal (mais que muitos magistrados de países com o PIB per capita muito superior ao nosso)? O “sistema” protege-os? Pois, é bem capaz de ser mais por aqui. Agora só falta perceber que o maldito “sistema” se traduz e se deve ao intervencionismo cada vez maior do Estado na economia. E você ainda defende mais intervencionismo.
    E o Estado obviamente também: muito embora os bancos tudo façam para não receberem a ajuda que o Estado lhes quer dar (os tais 12 mil milhões disponíveis) vão ter de a receber. E quando tal suceder o Estado terá poderes de gestão sobre os bancos (embora o primeiro-ministro jure a pé junto que não) e acções privilegiadas nos mesmos. Ou seja, é uma forma camuflada de nacionalizar a banca. Este maior poder do Estado na economia e na banca traduzir-se-à – como a história nos está farta de mostrar – em mais influência e mais favores políticos de us para outros.
    Mas o maldito neo-liberalismo é que continua a ser o culpado. Tem as costas largas.
    .
    Os apoio sociais funcionam como um seguro social e ninguém pode garantir que nunca precisará deles. Infelizmente as vistas de muitos dos nossos empresários são muitíssimo curtas.
    .
    Não são curtas. Os empresários sabem bem que se a sua empresa fechar não têm direito às famosas ajudas sociais. Nem a subsídio de desemprego. Se a sua empresa fechar ficam por sua conta. Só não percebo porque é que não vejo os funcionários públicos abrirem empresas e usufruírem das maravilhas do mercado concorrencial. E terem de fazer todos os dias contas ao que conseguiram naquele dia para chegarem ao fim do mês e pagarem aos funcionários e despejarem no Estado avultadíssimas quantias em impostos.
    .
    Se tudo fosse assim tão linear a atitude racional dos nossos magníficos empresários deveria ser ir para lá para terem ainda mais sucesso. Alguma vez se interrogou porque é que ainda restam alguns por cá?
    .
    Por variadíssimas razões. Mas estamos a chegar ao fim do ano que viu fugir mais empresários do país. Pelos vistos os que restam já não chegam para criar um PIB per capita que garanta 14 ordenados aos funcionários públicos. Nem as reformas aos quarenta e poucos anos. Nem os subsistemas de saúde.
    A fuga de capitais está-se a traduzir naquilo que se vai vendo. Mas como se trata de um país com gente de rara inteligência, ainda se continua a cuspir nos poucos que sobrevivem.
    Por fim fica a refinada lógica: os malditos empresários deviam trabalhar mais e melhor para que os funcionários públicos não perdessem as suas regalias. Como esses “incapazes” ou vão indo à falência por causa os suaves impostos ou fogem para outros países (este ano para a Holanda foi um ver-se-te-avias) a única solução parece passar por prendê-los e obrigá-los a serem mais eficientes. Porque na Administração Pública não se pode tocar. Embora toda a gente saiba que é cara, ineficiente, burocrática, lenta e desproporcional para o país.

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  111. lucklucky permalink
    13 Novembro, 2011 09:47

    “A vantagem do IRS, por exemplo, é que quem mais rendimentos tem mais paga, permitindo uma mais justa distribuição dos sacrifícios.”
    .
    Isso não tem nada que ver com Justiça. Justiça seria que quem ganhasse mais pagasse menos proporcionalmente uma vez que está criar riqueza.
    Obviamente que quem ganha mais nunca deveria ter direito de bloquear outras pessoas ganharem mais como por exemplo acontece com as licenças de TV e outras actividades que são reguladas como no tempo do Fascismo.
    .
    É fácil reconhecer no que escreve as táticas das críticas típicas da esquerda “Mover postes da baliza”: Crítica a ajudas aos bancos e ás empresas e depois uns posts adiante já diz que são necessárias.
    Crítica o poder que o Governo tem mas uns posts depois quer mais dinheiro para o Governo.
    Há alguma consistência no que escreveu desde que está aqui neste tópico?

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  112. IFIGENIO OBSTRUZO permalink
    13 Novembro, 2011 09:49

    O Homem Engana-se a Si Próprio ..nada mais verdadeiro…


    O resto são tretas…

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  113. IFIGENIO OBSTRUZO permalink
    13 Novembro, 2011 09:50

    Porque no fundo ambos sonhavam com o mesmo…

    NO FUNDO AMBOS PRETENDIAM O MESMO TANTO O SÓCRATES COMO O PASSOS..FAZER UM PAÍS MAIS POBRE….

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  114. IFIGENIO OBSTRUZO permalink
    13 Novembro, 2011 09:52

    No fundo é isto funcionários públicos e povo em geral… que nos querem fazer..só não têm ainda os tomates e o descaramento que os alemães tiveram…mas lá chegarão com o tempo…..fui..existe sempre um bode expiatório..e haverá sempre uma noite de Cristal…

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  115. lucklucky permalink
    13 Novembro, 2011 09:55

    “tira um curso manhoso é colocado numa grande empresa privada a pedido do papá que fez um grande favor à empresa com dinheiros do estado.”
    .
    E você quer dar mais dinheiro ao estado…
    .
    “as vistas de muitos dos nossos empresários são muitíssimo curtas.”
    .
    Se são incompetentes então é fácil ser empresário. Que tal funcionários publicos e os altamente instruídos estudantes do ensino estatista(publico e privado) criarem empresas ?
    É só criarem empresas de sucesso e os empresários de vistas curtas vão à falência. Ou será que talvez a ideologia monólitica de esquerda que domina o Ministério da Educação foi desenhada para só produzir trabalhadores e nenhuns empresários?
    E assim temos empresários com o 7 ano de “vistas curtas” que arriscam e trabalhadores com curso universitário que nada sabem fazer sozinhos? Ou seja nem “vista” têm.

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  116. 13 Novembro, 2011 10:09

    O Estado alimenta 200.000 a mais do que poderia (para além dos gastos sem controlo). Quem paga verdadeiramente impostos é que está fora do “Estado”. Funcionários e outros pagam impostos com o dinheiro que recebem dos impostos pagos por que está fora.
    Esses 200.000 são 2% da população. Como neste país há solidariedade 98% leva na cabeça para não despejar 2%.
    Tá bonita a festa pá!
    Eu, que sou contribuinte pleno, não sou obrigado a trabalhar; por isso não trabalho (pese já pouco trabalho tenha). Mas trabalhar para continuar a alimentar ISTO…obrigado não me interessa…não tem muito retorno da parte da eficiência do Estado e como cidadão de pleno direito tenho este: o de não trabalhar!

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  117. A. R permalink
    13 Novembro, 2011 11:04

    “Quanto ao estado, todos têm uma palavra na sua gestão e pode ser escrutinado. E isso faz toda a diferença.” O Estado não sabe quantos trabalhadores têm, contrata quem entende, tem escrutinadores como Constâncio, usa as empresas públicas para assaltar a comunicação social, nomeia gestores para o BCP, não investiga ninguém que tenha o poder (especialmente os de esquerda) etc. É um escrutinador que se escrutina a ele próprio e isto faz toda a diferença. E foi por isto que o Estado foi à falência já 3 vezes. E foi por isto que o 25 de Abril, o Estado e os seus escrutinadores arruinaram em poucos meses uma economia com um crescimento pujante que o FT disse estar a caminho de ser um Japão. E foi por esse escrutino que em 6 anos desapareceram 80 biliões com a ajuda do PCP e BE que queriam que ainda fosse pior.

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  118. Realista permalink
    13 Novembro, 2011 11:09

    Tanta discussão à volta de um indivíduo que apresenta argumentos espatafurdios, comparando o que não é comparável. Como se o salário médio do sector privado fosse de 20.000 euros mês.
    Quem apresenta argumentos desses ou apresenta-os de má fé ou está alheio à realidade. Independentemente de uma ou outra, não merece crédito.

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  119. Realista permalink
    13 Novembro, 2011 11:52

    Fruto de uma lenta absorção ideológica, a nossa sociedade está mais organizada para parasitar o próximo, do que para lhe providenciar bens e serviços. As pessoas sentem que têm o direito, que esse mesmo direito pode ser instituído formalmente sobre os outros. Ninguém pensa de onde vêm as coisas nem porquê. Se alguém fica rico por providenciar algo aos outros, a preocupação não é que ele continue com a sua actividade providenciando riqueza ao país e postos de trabalho. A preocupação é, isso sim, arranjar forma de lhe subtrair parte dessa “riqueza injusta” com carácter legal.

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  120. Realista permalink
    13 Novembro, 2011 11:54

    “O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros” – Margaret Tatcher

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  121. esmeralda permalink
    13 Novembro, 2011 12:06

    Como se fica até altas horas a dizer baboseiras!!!! FOGO!!!!!! Não conversam em casa?!

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  122. anonimo permalink
    13 Novembro, 2011 13:10

    A MENTIRA COMO INSTRUMENTO DE MANIPULAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA
    RESUMO DESTE ESTUDO DE EUGÉNIO ROSA, ECONOMISTA
    Na semana de 13/17 de Julho de 2009, a Agência Lusa, e depois a maioria dos órgãos de comunicação, incluindo a TV, acabaram por colaborar numa gigantesca operação de manipulação da opinião pública. Para isso, foi utilizado um estudo divulgado no Boletim Económico – Verão de 2009 do Banco de Portugal, que, segundo os autores da noticia, provava que “os funcionários públicos auferem um salário mensal claramente acima dos seus congéneres do sector privado e o diferencial aumentou ao longo do tempo, passando de 50% em 1996 para quase 75% em 2005” Desta forma, ficava justificada a politica deste governo contra os “privilegiados” da Administração Pública (uma ajuda para a campanha eleitoral de Sócrates), por um lado, e, por outro lado, preparava-se já a opinião pública para que o futuro governo continuasse a reduzir as condições de vida destes trabalhadores. Uma análise objectiva de todo o estudo do Banco de Portugal, e não apenas de alguns dados retirados do seu contexto, revela que a notícia dada pelos media é falsa.

    Na pág. 65 do referido estudo do Banco de Portugal encontra-se a passagem anterior que foi utilizada pelos media no seu ataque à Administração Pública. Mas logo a seguir, na pág. 66, do mesmo estudo chama-se a atenção que “ Os diferenciais brutos que temos vindo a referir podem ser indicadores erróneos de desigualdade salarial, já que remunerações mais elevadas podem ser justificadas, por exemplo, por uma maior dotação de capital humano”, ou seja, por uma maior escolaridade e qualificação. E logo na mesma página do estudo refere-se que “a proporção de funcionários públicos que reportam educação universitária ronda os 50% em 2005, enquanto no sector privado esta corresponde a pouco mais de 10%”. Mas tudo isto foi ocultados pelos media.

    Utilizando os valores dos rendimentos auferidos pelos trabalhadores por conta de outrem de acordo com o seu nível de escolaridade obtidos através do “Inquérito às despesas das famílias 2005/2008” realizado pelo INE, e tendo em conta a percentagem de trabalhadores no sector público e no sector privado em cada nível de escolaridade, conclui-se que só o efeito da escolaridade mais elevada que existe na Administração Pública, explica que o salário médio ponderado anual nesta seja superior em 58% ao do sector privado. Por outras palavras, devido ao facto de 50% dos trabalhadores da Administração Pública terem formação superior, enquanto no sector privado são apenas 10%, e como os trabalhadores com formação superior auferem, em média, um salário muito mais elevado do que aqueles que apenas possuem o ensino básico ou secundário, o salário médio ponderado na Administração Pública teria de ser superior em 58% ao do sector privado.

    Mas as razões das diferenças salariais não resultam apenas do efeito escolaridade. Na pág. 68 do estudo reconhece-se “que a disparidade salarial bruta entre os dois sectores apresentada na última secção é largamente explicada pelas diferenças nas características da mão de obra”. Assim, segundo o estudo divulgado pelo Banco de Portugal, devido a essas características verifica-se, “em termos do salário mensal, que a diferença passou de 10% em 1996, para 15% ou um pouco mais na década que se seguiu” (pág. 68), portanto valores muito inferiores aos 50% e 75% divulgados pelos media. E mesmo esta diferença 15% não corresponde à realidade.

    Em 2006, o governo de Sócrates, contratou a CAPGEMINI, que é uma das maiores empresas do mundo de serviços de consultoria, para fazer um “Estudo Comparativo de Sistemas de Remuneração entre os Sectores Público e Privado”. E as conclusões a que esta empresa chegou desagradaram o governo de tal forma que ele fez desaparecer o estudo apesar do seu elevado custo para o erário público (em 2006, na Assembleia da República, durante o debate do Orçamento do Estado, em que participamos, solicitamos ao ministro das Finanças que fornecesse o estudo aos deputados, o que ele recusou). Segundo o estudo da CAPGEMINI, por categorias profissionais as remunerações dos trabalhadores da Administração Pública eram inferiores aos do sector privado nas seguintes percentagens: (1) Grupo técnico : entre -188% e -156%; (2) Grupo Técnico-profissional: entre -75% e -46%; (3) Grupo administrativo: entre -89% e -55%; (4) Grupo de auxiliares : entre -19% e – 27%; (5) Grupo de operários : entre -26% e -65%. O estudo divulgado pelo Banco de Portugal apenas analisa por categorias profissionais um grupo de trabalhadores: os com formação superior. E, em relação a este grupo, chega a conclusões opostas às divulgadas pelos média. Segundo o Banco de Portugal, os salários destes trabalhadores eram em 2005, em média, inferiores aos do sector privado em -5,9% (quadro 4, pág. 76). E há profissões em que a penalização é muito maior. Por ex., os salários dos trabalhadores de informática da Administração Pública eram inferiores aos do sector privado em -13,8%; os dos economistas em -18,6%; e os salários dos não especialistas em -9,3%. Se a análise for feita para os trabalhadores do 3º Quartil, portanto os com formação superior e com qualificação mais elevada, a penalização sobe de -5,9%, referida anteriormente, para -25,9%. Portanto, os salários destes trabalhadores da Administração Pública são, em média, inferiores em -25,9% do sector privado segundo o próprio estudo do Banco de Portugal. E no período 2005/2008, a desigualdade salarial agravou-se ainda mais, pois os salários na Função Pública aumentaram apenas 7,5%, enquanto os do sector privado subiram 13,5%. A questão que se coloca agora é esta: Terão os órgãos de comunicação que divulgaram aquela noticia falsa, manipulando assim a opinião pública, a honestidade de a corrigir informando com objectividade os seus leitores? . Vamos ver.” (Publicado no blogue do autor em 2009)

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  123. anonimo permalink
    13 Novembro, 2011 13:31

    Quando existia um maior nº de professores no sistema … Nos mesmos anos de 2007 e 2008, o Estado poupou, relativamente a 2006 (também a preços constantes), cerca de 1099 Milhões de euros em pessoal (com os salários dos professores)” !!!
    In,
    “Sobre o financiamento da Educação: condicionantes globais e realidades nacionais
    (Revista Lusófona de Educação, 2009,13, 49-80)

    “O subfinanciamento do ensino português parece ter sido uma quase constante desde que o Estado português, em meados do século XVIII, foi um dos pioneiros em assumir a responsabilidade pelo ensino popular. Este subfinanciamento crónico é ainda mais evidente quando comparado com a situação ocorrida noutras países em período análogo.”

    “Em traços gerais, Portugal é um dos países europeus com os mais baixos índices de investimento educativo nos 150 anos que separam o meio do século XIX (1850) e o fim do século XX, período este que foi decisivo na construção dos sistemas educativos europeus. Na década de 1960, Portugal investia na Educação entre 1/4 e 1/3 daquilo que investia a generalidade dos países europeus, situando-se, face a estes, no último lugar das despesas com o ensino. Foi a ruptura democrática de 1974 que iniciou uma visível e sustentada alteração nesta situação.”

    “Verifica-se que a II República, nascida da revolução de Abril, aumentou a parte da despesa pública dedicada à educação ainda que com oscilações sensíveis ao longo de trinta anos. Relativamente à relação dessa despesa com o Produto Interno Bruto (PIB) per capita regista-se uma subida mais ou menos constante, que quase quadruplicou neste período.”

    “Quanto aos anos mais recentes, a OCDE apresenta Portugal na quinta posição entre os países que mais aumentaram as suas despesas com a educação entre 1995 e 2001.”

    “Todavia, no período seguinte, esse crescimento parece regredir consideravelmente, remetendo o país para a 17ª posição quanto ao conjunto do crescimento no período compreendido entre 1995 e 2004. De facto, entre 1995 e 2000, Portugal tem um aumento de investimento entre os seis melhores, mas de 2000 a 2004 tem o pior crescimento.”

    “Esta quase paragem no crescimento do investimento na Educação teve provavelmente várias razões. As dificuldades orçamentais e as medidas decorrentes da subordinação ao “Pacto de Estabilidade e Crescimento” da UE influíram neste processo, assim como a mudança de governo ocorrida em 2002.”

    “Todavia, parece importante considerar algum discurso político-ideológico que se afirmou, em Portugal, neste período e que teve importância na fundamentação de medidas de desinvestimento financeiro na Educação.
    Correspondendo ao propósito de limitar as despesas com o sistema educativo, foi produzida uma retórica, que subsiste ainda hoje, assente essencialmente em dois argumentos: o primeiro, que Portugal investe muito na Educação, ‘como se fosse um país europeu rico’ e, o segundo, que os resultados educativos não correspondem a esse elevado investimento.”

    “Mais rigoroso é verificar qual a despesa que Portugal tem com cada aluno (desde a educação pré-escolar até ao ensino superior), comparativamente com a média da OCDE em USD convertidos para o mesmo padrão de poder de compra. Esses dados permitem comparar a despesa que Portugal tem, em cada ano, com a média da OCDE (gráfico 3). Podemos, assim, verificar que Portugal continua a investir anualmente, em cada aluno, significativamente menos do que a média dos países da OCDE. Tanto em 2004 como em 2003 Portugal, quanto a este indicador de despesa por aluno, ocupava o 23º lugar, em 34 países, com uma despesa por aluno inferior a metade da realizada pelos EUA (gráfico 4).”

    “Os dados do PISA parecem assim indicar que, dentro dos condicionalismos sócio-económico-culturais existentes em Portugal, a escola portuguesa realiza uma acção meritória, designadamente na sua capacidade de valorizar a aprendizagem dos alunos, sobretudo quando estes têm um ESEC mais desfavorável.
    O PISA 2006 apresenta um quadro comparativo entre 4 países onde estes factores estão sintetizados (gráfico 8).”

    “Dentre as várias implicações destes dados a que parece merecer uma especial atenção é, de facto, o significativo impacto que a grande desigualdade sócio-económica-cultural tem sobre os resultados académicos dos estudantes portugueses. Tal é consistente com os dados da OCDE (2008) acerca do índice de desigualdade que situam Portugal como um dos países onde a desigualdade é mais acentuada, apenas ultrapassado pela Turquia e pelo México (ver gráfico 9). É também consistente com o atraso educacional e cultural existente em Portugal há 30 anos, isto é, na geração dos pais dos actuais alunos.”

    “É, essencialmente, a partir de 2000 que se assiste a uma ofensiva ideológica de um conjunto de forças diversas, directa ou indirectamente ligadas aos interesses económicos, que defendem uma determinada agenda para a educação.”

    “Esta corrente teve representação directa, eventualmente mais retórica do que efectiva, no governo da educação portuguesa entre 2002 e 2004.
    Por outro lado, emerge um discurso mais articulado com os interesses económicos directamente referenciados ao ideário neo-liberal que defende um conjunto de reformas estruturais para a Educação portuguesa.”

    “O baixo nível, à partida, da população portuguesa (como está reflectido na muito baixa percentagem das gerações mais velhas, incluindo a de 35-54 anos de idade, que completou o ensino secundário) tem sido o maior obstáculo para a realização de progressos na educação. Em 2003, 62,8% dos alunos com 15 anos avaliados pelo PISA tinham a mãe que não havia completado o ensino secundário (25,7% na OCDE). Os resultados do PISA também mostram que as variáveis sócio-económicas (estatuto ocupacional dos pai, nível educativo dos pais, etc) contam em 21% para a variação dos resultados dos estudantes, o que é uma das maiores percentagens na OCDE. Uma vez introduzida a correcção relativa à educação dos pais, os resultados obtidos pelos estudantes portugueses no “ranking” do PISA são comparativamente bons.”

    “Pelos próprios dados divulgados pela OCDE neste seu relatório (cf. gráfico 14) podemos verificar que os salários dos docentes, no início de carreira, estão em 24º lugar, em 30 países, sendo apenas mais elevados do que os dos professores da Nova Zelândia, do México e de quatro países do antigo ‘bloco da influência soviética’. Após 15 anos de serviço, portanto a meio da carreira, o salário dos professores portugueses continua a ser dos mais baixos da OCDE (20º lugar) e apenas melhora significativamente no fim da carreira, o que provavelmente decorre de se tratar de uma carreira mais longa do que a generalidade das outras e com os impulsos salariais mais significativos nos últimos patamares (8º, 9º e 10º). Um estudo rigoroso teria que considerar quanto é que efectivamente os professores auferem ao longo de toda a sua carreira”

    “As despesas com a função educação, em termos reais (considerando o valor da inflação indicado pelo INE e, para 2008, pelo Banco de Portugal) cresceram até 2002, tendo vindo a diminuir consideravelmente desde então. Assim a variação anual verificada neste período de tempo teve uma regressão especialmente acentuada nos três últimos anos.”

    “o peso das despesas com pessoal no conjunto das despesas do Ministério da Educação baixou entre 2003 e 2008 de 83,4% para 77%.”

    “Esta evolução das despesas com pessoal poderia ter como explicação possível um eventual decréscimo do número de professores os quais constituem o essencial do pessoal do Ministério da Educação. Todavia as estatísticas disponíveis no site do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação não comprovam esta hipótese. De facto, considerando o período entre 2003 e 2007, terá existido um ligeiro decréscimo no número de docentes da educação pré-escolar (de 10.644 para 10.123) e do 1º CEB (de 34.516 para 31.209), mas nos restantes ciclos houve um aumento no número de docentes, pelo que, globalmente, em todo o Ministério da Educação, o número de docentes aumentou de 152.340 para 156.522.
    Assim, a significativa diminuição verificada nas despesas com pessoal na Educação, num período em que existem mais cerca de 4.000 professores, parece só poder ser explicada com a existência de uma significativa diminuição dos salários reais dos docentes e de outro pessoal da Educação. Os dados parecem mesmo indicar que esse é o factor determinante para a diminuição global das despesas com a Educação.”

    “Poderíamos pensar, se a ingenuidade nos fosse consentida, que a hipervalorização que tem sido feita da percentagem da despesa com a Educação que está afecta ao pagamento dos professores também se baseia num insuficiente conhecimento da realidade.”

    “De facto, a percentagem do orçamento educativo necessário para os salários dos professores é ligeiramente (1 ou 2%) acima da média da OCDE, mas isso tem bastante a ver com o facto de o Orçamento educativo português ser, em termos reais, significativamente inferior à média da OCDE. Conforme verificámos anteriormente, só quando esse orçamento é relacionado com o baixo PIB per capita português é que Portugal parece ocupar uma situação média de financiamento educativo.”

    “No entanto, o discurso preponderante nos anos recentes tem apontado os vencimentos dos professores como um factor central no bloqueio do progresso educativo. José Manuel Fernandes, director do Público, defendia, em 2001, a necessidade de «suspender as progressões automáticas, proceder à avaliação (das escolas e dos profissionais), distinguir os bons dos maus, premiar os que merecem e quebrar a engrenagem infernal que faz crescer os custos sem correspondência nos resultados é o mínimo que se poderia exigir a qualquer ministro da Educação»
    Igual visão parece ter tido a OCDE”

    “Ora, contrariamente ao que vulgarmente é difundido, o sistema educativo português, também em virtude do secular sub-investimento na educação, não tem margens significativas de manobra. Como se pode ver pelos dados anteriormente referidos, o essencial das verbas utilizadas assegura as despesas de funcionamento mínimo da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário.”

    “As verbas para inovações ou para medidas de desenvolvimento curricular são muito reduzidas, assim como o são, efectivamente, as despesas com a administração do sistema.”

    “Então, nestas circunstâncias concretas, como corresponder às orientações e metas globalmente traçadas para o país sem proceder a um aumento de investimento na Educação ?

    “A resposta dos governos portugueses nos anos recentes parece ter sido a de poupar nas despesas com os professores o suficiente para realizar algumas reformas,mesmo que tal seja dificultado pelo facto de o ensino secundário carecer ainda de se expandir implicando um crescimento no número de docentes.”

    “A análise da evolução das despesas por acções mostra-nos que as reformas que mobilizaram algum investimento entre 2005 e 2008 foram os complementos educativos (ensino de inglês no 1º ciclo), o ensino profissional e as “Novas Oportunidades” (EFA e CRVCC).”

    “Em conjunto, estas três medidas terão custado em 2007 e 2008 cerca de 543 Milhões de Euros (a preços de 2006). Nos mesmos anos de 2007 e 2008, o Estado poupou, relativamente a 2006 (também a preços constantes), cerca de 1099 Milhões de euros em pessoal.” ” (extractos)

    * Vasco Graça

    Click to access 13a04.pdf

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  124. tina permalink
    13 Novembro, 2011 13:46

    “Quem paga verdadeiramente impostos é que está fora do “Estado”. Funcionários e outros pagam impostos com o dinheiro que recebem dos impostos pagos por que está fora.”
    .
    Exactamente. É graças aos empresários paroulos que descapitalizam as suas empresas em Mercedez e amantes e aos capitalistas tão odiados que os funcionários públicos sobrevivem.

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  125. Zebedeu Flautista permalink
    13 Novembro, 2011 14:19

    Dividir pare reinar. Sempre deu resultado não ia ser por termos fibras ópticas e Ipads que falharia.

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  126. tina permalink
    13 Novembro, 2011 14:26

    É um alívio depois de tanto tempo a ouvir a classe empresarial portuguesa a ser atacada pela própria sociedade, que chegou a vez do funcionalismo público. E perceber que afinal estes ainda encontram menos simpatia que os empresários. ahahaha!…

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  127. anonimo permalink
    13 Novembro, 2011 14:43

    Em que planeta tem vivido, “tina”?

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  128. 13 Novembro, 2011 17:39

    Só tenho a dizer isto: «Mas o meu pai foi funcionário do Estado toda a vida e hoje é pensionista. »
    E é assim que ex-maoistas dão uma de “liberais” ferrenhos.

    Tenho dito.
    R.

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  129. Nuno permalink
    13 Novembro, 2011 19:26

    A grande diferença entre público e privado vai se ver na adesão à próxima greve geral.

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  130. Dimas permalink
    14 Novembro, 2011 23:54

    Infelizmente o descrito não corresponde à verdade. Porquê ? Porque se há uma camada dentro da Administração Pública que está remunerada em condições razoáveis, a maioria não vive esta realidade e, po tanto, não possui folga.
    Mas a análise centra-se no aspecto da estabilidade do vínculo público. Há várias falecias aqui: Os mais novos não gozam deste tipo de estabilidade. Porquê ? porque as regras mudaram e porque no maior parte dos casos não há contratação directa mas sim prestação de serviços ao estado ou a uma empresa que esta sim tem contrato com o estado. Mas mesmo para aqueles para quem há uma suposta super protecção a minha resposta também é simples: há mecanismos de ultrapassar isso e eles podem funcionar, basta querer. A maioria dos funcionário públicos que conheço é bom, dedicado e produz.
    Em suma: não pense assim, não é verdade.

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  131. Ana Maria permalink
    15 Novembro, 2011 23:42

    SE É ASSIM TÃO CONFORTÁVEL E BEM PAGO SER FUNCIONÁRIO PÚBLICO PORQUE É QUE OS QUE AFIRMAM ISSO (começando por jmf) NUNCA QUISERAM TRABALHAR NO ESTADO?
    Quem me explica????

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  132. victor cipriano permalink
    12 Janeiro, 2012 20:18

    Gostaria de fazer o contraditório ao racional apresentado no artigo.
    Começo também por dizer que sou funcionário do estado, mas não funcionário público.
    Afirmar que no privado paira o possível desemprego e dai não ser justo efectuar sacrifícios iguais ao público é, no minimo, faltar à verdade, pois esses sacrifícios só seriam pedidos aos que têm emprego, logo esse argumento é inválido;
    Afirmar que a pensão média do público é muito acima da do regime geral (segurança social) e dai concluir, provavelmente de muita má fé, que o público é um beneficiado, mais uma vez é faltar à verdade. A % de trabalhadores com formação superior no público é altíssima comparada com o privado, é de lembrar, por exemplo, que só no ministério da educação e da saúde existem centenas de milhar de licenciados num universo que não chega a 700 mil, com vencimentos correspondentes a essa formação e que ao reformarem-se passam a ter pensões acima dos mil euros. A tudo isto acresce mais uma verdade, que se aplica para comparação de vencimentos no activo ou na reforma, os trabalhadores do estado declaram com exactidão os seus rendimentos reais, sobre os quais descontam, o estado consegue controlar com exactidão, contudo, o português típico, principalmente o trabalhador por conta própria, foge descaradamente ao fisco e o estado tem grande dificuldade de o controlar, para não falar do trabalhador no privado, todos conhecemos amigos ou conhecidos, principalmente no universo dos com formação superior, em que a sua remuneração é diversificada, sobre a qual grande parte não é contabilizada para o fisco na medida que devia ser. Falamos de carros atribuídos, sem despesa de combustíveis , seguro ou manutenção (quantos milhares é que vale por ano?), cartões de crédito, prémios munetários disfarçados, telemóveis sem limite de despesa, computadores com autorização de uso privado, etc, etc…, logo dizer que um engenheiro no público ganha mais só,pode ser gozo (não sou nenhum engenheiro), posso falar de um exemplo de um engenheiro de 39 anos, técnico superior da FP desde 2000, já lá vão 11 anos, e ganha 1400 euros, sem direito a mais nada, agora, pergunto, um engenheiro que trabalhe há 11 anos no privado, na mesma firma, quanto ganha ?, não falo nas excepções , falo da regra, pois os 1400 é para todos que estão na mesma condição na FP, que regalias tem, que remuneração declara.
    Pois é, pegar em dados estatísticos e dai retirar conclusões no imediato é muito perigoso e não se respeita a verdade, é desonestidade intelectual. Não tenho a sua visão pacificadora da sociedade, neste momento considero-me integrado numa 2ª parte da sociedade, um dos lados, do outro vejo o resto da sociedade que para mim nada me diz.
    Gastou-se de demais, agora é preciso devolver, mas interrogo, quando se gastou só o funcionário público beneficiou ?
    pois é, para pagar só uns servem.

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  133. Carlos Alberto permalink
    4 Março, 2012 15:39

    Sabe porque existe menos desemprego na Função Pública, porque efectivamente o Estado é pessoa de bem e a maioria dos nossos empresários não o são. Vejamos se as grandes fortunas deste país foram conseguidas com a honestidade dos FP ou pelas vigarices do sector privado.
    Depois é claro que existem mais desempregados no sector privado porque este sector é em termos de recursos humanos 8 vezes superior ao publico. Por outro lado em termos de vencimento sejamos honestos e vamos comparar as competências adquiridas pelos FP em termos de formação académica e a maioria do sector privado .
    Ainda sou do tempo que um bancário com o antigo 5º ano do liceu ou escola comercial auferia bem mais vencimento e outtras regalias sociais que um quadro superior da função pública licenciado nas universidades públicas.
    Haja decoro

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  134. susana soares permalink
    28 Janeiro, 2014 00:01

    Infelizmente este e o pais e a gentinha que temos….que em vez de se preocuparem com um bem estar comum,preferem bodes expiatorios e como sempre a funcao publica…e como entendidos do que sao resumem-na ao governo e afins, como se fossemos todos uma corja que viveu sempre bons salarios e mordomias, pois eu em vintes anosde funcao publica a que todos se dirigem e necessintam, embora sei que com mts falhas, muitas vezes humano e errado eu sei, e embora nada justifique o mau servico prestado, somos todos humanos e por isso sou tambem, nos servicos privados a que vou mal deparo.me com muitos servicos mal prestados. E correcto,tambem nao. Mas como trabalho a vinte anos na funcao publica, tenho 39, cresci aqui e o descontentamento e enorme,em vinte anos trago para casa pouco mais de setecentos, com uma filha, lamento se o meu chorrudo rendimento lancou o pais na desgraca , mas uma coisa tenho como garantida, paguei ao estado as percentagens de irs comuns a toda a gente,nao sei se sabem mas nao existe uma so para funcionarios publicos, descontamos todos o mesmo,com a diferenca que eu sempredescontei sobre o valor real dovencimento e que, sabemnao e facil nos fugirmos ao fisco, com a facilidade com que certos privados que batem no peitos e urram larvidades sobre a vida princepesca e chorruda que um funcionario publico tem, como se eu tambem nao fosse uma pessoa que luto no meio desta palhacada toda,ecomtantos que recebem um tanto na follha e quase outo tanto por baixo da mesa….e bom para os dois…por isso nao cuspam para o ar, todos temos tenhados de vidro. Eu ao contrario do privado, eu a corja, que tambem tem nome . prazer susana. Nao faco ninguem bode expiatorio acho que de alguma todos de uma forma ou de outro estao a ser maltratados e todos temos familia enao e o facto de alguns funcionarios publicos com estas medidas ja terem de recorrer ao banco da fome. E entao por causa de nos passarmos mal voces tem passado melhor….esta coisa de ter que explicar a minha filha que, nao somos todos portugueses e pessoas, somos privados e funcaos publica…e triste

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