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Retrato de um País desequilibrado

2 Março, 2012
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Notas prévias: a) Nos dados apresentados, o somatório dos dados regionais é inferior ao total nacional – entre um mínimo de 2,4 (2006) e um máximo de 3,1 (2008) mil milhões de saldo comercial – por desconhecimento da região de origem / destino de algumas mercadorias (vd. site do ICEP, “Estatísticas – Comércio Internacional”); b) Às exportações e importações de cada Região, deduzi os valores da Secção V da Nomenclatura Combinada (Produtos Minerais), em que a “parte de leão” é relativa a combustíveis. Porque estes são consumidos por todo o País, independentemente da Região que os importa ou refina, mas fundamentalmente porque, a partir de 2007, as respectivas transacções internacionais passaram a ser integralmente registadas na Região de Lisboa, o que lhe empolava artificialmente as exportações, as importações e o défice. Isto penalizará porém a Região do Alentejo (nas restantes as discrepâncias são marginais), que fica assim amputada das exportações dos mármores de Borba, para além dos combustíveis refinados, que saem maioritariamente da refinaria de Sines. Incluindo os produtos minerais, o Alentejo tem, a partir de 2007, uma taxa de cobertura ligeiramente acima dos 100%.

As exportações têm evoluído bem, mas há ainda um longo caminho a percorrer. Só em 2011 (de que ainda não há dados em base regional) é que a taxa de cobertura global teve um crescimento sensível – 9 p.p. para 73,5% ou quase 13 p.p. para 83% excluindo os combustíveis.

Mas olhando para os gráficos, salta à vista o escandaloso desequilíbrio numa óptica regional: 2 regiões, o Norte e o Centro, predominantemente exportadoras e a gerarem excedentes comerciais consistentes não obstante as sucessivas falências, contrastando com a região de Lisboa, essencialmente consumidora e responsável pela quase totalidade dos défices comerciais ao longo dos anos, ostentando a pior taxa de cobertura, estabilizada miseravelmente à volta dos 35%. Mesmo que o excedente nos serviços lhe fosse totalmente imputado, ficaria, ainda assim, bem longe do equilíbrio.

Daí que seja premente uma reconversão económica da Região de Lisboa, exigindo uma enorme transferência de recursos para o sector transaccionável. E isto tem de passar necessariamente pela redução de serviços do Estado, o principal agente económico no sector não transaccionável. A contestação à política de austeridade tem também muito a ver com a resistência de quem até agora tem sido beneficiado, que terá forçosamente de mudar de vida e não quer, naturalmente, sair da sua “zona de conforto”.

254 comentários leave one →
  1. 2 Março, 2012 20:21

    mas o que anda a (não) fazer o PGR?
    João palma desassombrado e sem tabús:
    http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2339294
    tal como temos vindo a defender com unhas e dentes no blog……..

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  2. the lost horizon permalink
    2 Março, 2012 20:46

    O LR quer chamar mouros aos lisboetas, mas para não ser acusado de racista, vem aqui com um gráfico, que faz de conta e com uma redação ajustada ao propósito. Mas LR será pela regionalização ou tem momentos? Por acaso não dá para mostrar o gráfico sobre o referendo de 1998 em que o não venceu no país, com 60%? Será que o sim venceu em Vila Nova de Gaia, no Porto e no Norte?

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  3. anti-comuna permalink
    2 Março, 2012 20:56

    Meu deus! Os números são mesmo assustadores.
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    Obrigado, caro LR. Por se dar ao trabalho de nos mostrar a realidade atroz: Lisboa é quase responsável pelo endividamento externo tuga. Gulp!

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  4. 2 Março, 2012 21:14

    E ainda fazem pouco dos labregos do Norte.
    .
    Os números são eloquentes!!!

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  5. Ricciardi permalink
    2 Março, 2012 21:18

    Estará o turismo incluido nessas contas, caro LR????
    Rb

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  6. Luís Ramos permalink
    2 Março, 2012 21:19

    Boa posta.
    Seria interessante cruzar estes dados com o rendimento per capita e com dados de consumo per capita.

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  7. anti-comuna permalink
    2 Março, 2012 21:28

    “E ainda fazem pouco dos labregos do Norte.”
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    Fora de brincadeiras, mas o Norte e o Centro estão a pagar os desmandos de Lisboa. E o LR tem razão. Grande parte da resistência a este novo modelo económico tem a ver com a forma de viver em Lisboa. Para o bem e para o mal. Uns são comedidos no consumo e tentam vender lá fora. Outros dedicam-se ao consumismo, ao parasitismo e a viverem do crédito.
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    Estes números revelam outra coisa. Antropológica. O Norte e o Centro (que encaixa até nas tais regiões climáticas do Orlando Ribeiro) são diferentes do resto do país. E se o são, não apenas se manifesta politicamente como até na produção, consumo, estilos de vida e formas de viver.
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    Uma coisa é ver isto expresso em palavras, outras em números e realidades económicas.
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    Por mim, se as gentes do sul não quiserem mudar, era de tomar uma atitude a sério: Independência do Norte. (Desde, mais ou menos, a Serra dos Candeeiros/Caldas da Raínha até ao Rio Minho). (E passar-lhes a cobrar a energia e a água a peso de ouro, para compensar os anos e anos de parasitismo.)

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  8. anti-comuna permalink
    2 Março, 2012 21:41

    “. Mesmo que o excedente nos serviços lhe fosse totalmente imputado, ficaria, ainda assim, bem longe do equilíbrio.”
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    Os números não enganam. Lisboa, mesmo que abocanhasse todos as exportações de serviços (que tem que repartir sobretudo com outras regiões a sul e a Madeira) , mesmo assim não compensava o galopante endividamento anual de Lisboa.
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    Isto coloca outra questão. O Norte e o Centro irão ter que fazer os sacrifícios todos para livrar Portugal (Lisboa) do atoleiro em que nos encontramos? Sim, sim. Quanto é que o Norte e o Centro vão ter que apertar o cinto para compensar o endividamento crónico de Lisboa? Porque, eu não estou a ver Lisboa a conseguir melhorar o seu défice na próxima década, por muitos milagres económicos os portugueses façam.
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    Está mesmo na altura do Norte e o Centro em pensarem na Independência. Mesmo que herdemos dívidas externas que não nos deveriam ser imputadas, era a única forma de sairmos do buraco em que Lisboa nos meteu. Pffff!
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    Só me apetece ganir…

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  9. 2 Março, 2012 21:48

    Ricciardi,
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    “Estará o turismo incluido nessas contas, caro LR????”
    .
    Os gráficos referem-se apenas ao comércio internacional de mercadorias. Mas como eu digo na posta, mesmo que todo o excedente que temos nos serviços (que inclui o turismo), fosse gerado na região de Lisboa, ainda ficariam muito longe do equilíbrio. Aí vão os saldos (sempre positivos) da Balança de serviços desde 2006 (em milhões de euros):
    2006 – 5.019; 2007 – 6.533; 2008 – 6.602; 2009 – 5.985; 2010 – 6.712; 2011 – 7.744
    Portanto, para o período em análise, os serviços cobrem pouco mais de 1/3 do défice da balança de mercadorias da região de Lisboa.

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  10. Francisco Colaço permalink
    2 Março, 2012 21:49

    Em Portugal todos os caminhos acabam por ir parar a Lisboa. Cada vez mais me convenço disso.

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  11. anti-comuna permalink
    2 Março, 2012 21:52

    Por isso é que em Lisboa passam a vida a quererem a “unidade do país”. Pudera. Unidade é assim: uns trabalham e fazem sacrifícios, outros vivem à pala dos primeiros.
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    O que é ainda mais estranho é isto. Eles falam em unidade nacional, mas quando toca a repartir os ganhos, eles ficam com eles quase todos.
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    Depois, falam em unidade nacional, mas são os primeiros a preferir o que é de fora em vez do que é português.
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    Bolas, ainda é pior que estar casado com uma shopaholic. Pffff!

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  12. Francisco Colaço permalink
    2 Março, 2012 21:53

    LR,
    .
    As mercadorias que chegam ao Porto de Lisboa ou importadas por empresas de sede em Lisboa, como são todas as boticas continentais e pingadulces, são contadas em Lisboa a despeito de serem vendidas depois em todo o país?
    .
    Apesar de tudo o que tenho contra a farra lisboeta, e que não é pouco, parece-me que os números andam assaz enviesados.

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  13. Francisco Colaço permalink
    2 Março, 2012 22:04

    Anti Comuna,
    .
    Eles falam em unidade nacional, mas quando toca a repartir os ganhos, eles ficam com eles quase todos.
    .
    Não sabe o meu caro que para um lisboeta Portugal é Lisboa? A unidade nacional deles termina um pouco a Sul de Vila Franca de Xira.
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    são os primeiros a preferir o que é de fora em vez do que é português.
    .
    Para um Lisboeta, uma cavaca das Caldas ou uma barriga de freira Coimbrã são esquisitices campesinas, superadas pela gentil finesse (galicismo intencional) de uma Vichyssoisse ou de um queijo pelo dulce e refinado odor de um queijo azul holandês. Para eles, ambas são importações, sendo as primeiras coisas que os imigrantes do Centro e do Norte insistem em trazer da terra (os papalvos!) e as últimas expressões de uma multiculturalidade e de uma urbanidade chiquérrima. (chiste intencional, ênfase gutural nos rr, para dizer com tom nasalizado e severamente afectado, fechando e prolongando o e.)

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  14. anti-comuna permalink
    2 Março, 2012 22:10

    Caro Colaço, isto é mesmo preocupante. Olhe que Portugal vai passar a ter superavites comerciais. Mas à custa de quem? Pense nisto. Mais. O Norte e o Centro estão a sofrer imenso para manter esta Lisboa estouvada. E que não estou a ver como Lisboa vai equilibrar o seu défice comercial.
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    .
    Acha que é justo o Norte e o Centro pagarem para corrigir os erros alheios, que ainda por cima se recusam a mudar de vida? A sério. A injustiça é tão grande, que eu desconfio que não vale a pena manter este país “unido”. Com uniões destas, mais vale viver só com o cão. ehehehehehehe

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  15. Tiro ao Alvo permalink
    2 Março, 2012 22:20

    AC, beba o seu bagacinho e bata nessa malta da capital. Pode bater forte, que elas nunca serão de mais…

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  16. 2 Março, 2012 22:28

    Pois, pois, mas não se esqueçam que os gajos que estão em Lisboa a governar o país, muitos são do Norte e de outras regiões e pouquíssimos são lisboetas de gema. De resto, os autênticos lisboetas são geralmente os mais vilipendiados e prejudicados nestas tricas de ridículos bairrismos folclóricos entre Norte e Sul a que uns ociosos se dedicam.

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  17. Tiro ao Alvo permalink
    2 Março, 2012 22:31

    Desta feita, concordo inteiramente consigo Pi-Erre.

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  18. 2 Março, 2012 22:37

    Francisco Colaço,
    .
    “As mercadorias que chegam ao Porto de Lisboa ou importadas por empresas de sede em Lisboa, como são todas as boticas continentais e pingadulces, são contadas em Lisboa a despeito de serem vendidas depois em todo o país?”
    .
    Eu julgo, mas não tenho a certeza, que as empresas reportam ao INE a origem das exportações e o destino das importações por cada uma das suas fábricas / sucursais que tenham espalhadas pelo País. Sei que na Galp não funciona desta forma porque a partir de 2007 estabeleceram um centro corporativo, a funcionar na sede, que concentra todas as importações e exportações da empresa. Através deste esquema, estabeleceram na sede um centro de proveitos que beneficia de uma margem face aos preços de transferência definidos internamente. Admito que haja outros esquemas similares, mas obviamente que não há dados para quantificá-los, bem como ao respectivo efeito sobre o saldo comercial de cada Região.

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  19. JDGF permalink
    2 Março, 2012 22:39

    Se incidirmos a análise sobre uma das coqueluches do projectado crescimento económico – o sector primário – penso que as assimetrias regionais serão ainda mais gritantes.
    O ajustamento financeiro e o controlo orçamental está a ser dificil. Mas graves problemas esperam-nos no quadro do ajustamento económico apesar de uma profunda destruição do aparelho produtivo… e caminharmos para largar da estaca zero (ou lá próximo).
    Quando se olha para o País, nestes tempos de “resgate” temos a incómoda sensação de que a falhada regionalização foi uma oportunidade perdida.

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  20. Xiça permalink
    2 Março, 2012 22:43

    Estou convencido que os dados são muito mais brutais do que isto. Em termos estatísticos de economia regional , não confio nestes dados. Há centenas de industrias/economia que tem a sede em Lisboa, e que distorcem isto tudo. A realidade é muito pior do que estes gráficos mostram. A grande Lisboa pouco mais é do que uma bolha de serviços que gere a bolha no restante país. A única coisa que se safa são coisas como o Turismo.
    ..
    (Esta minha afirmação nada tem contra Lisboa, a maioria das pessoas que tiveram que “emigrar” para Lisboa são do resto do país, tiveram que o fazer pois não tinham alternativa, era esse o sistema, fizeram pela vida, e também não me revejo em discursos de certos “portistas”, uma cidade ainda pior, podia hoje ser uma espécie de Barcelona por contraste a Lisboa, não é o é porque os políticos do Porto ainda conseguem ser pior que os de “Lisboa”). Falemos antes entre litoral rico e interior pobre. Os erros de Lisboa são os mesmos da Madeira, do Algarve em certa forma, e do próprio Porto. Mesmo cidades dinâmicas como Braga, aquilo também são muitas bolhas para rebentar.

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  21. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 00:08

    Para não ficarmos deprimidos com a injustiça que grassa neste país, não há nada como apreciarmos o mérito alheio. Senão, até dá vontade de ir para o Terreiro do Paço pedir a Independência.
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    .
    Apreciem o que os nosso compatriotas tentam fazer:
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    http://aeiou.expresso.pt/empreendedores-oito-bons-exemplos-portugueses=f708807
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    E que estes exemplos frutifiquem, em especial em Lisboa. E em Lisboa, aprendam a dar valor ao sacrificios. Se há coisa que o Norte dá lições, é no espirito guerreiro, de sacrificio e… Amor ao país. Sim, que nestas coisas, se não fosse mesmo o amor a Portugal e aos seus séculos de História, já há muito que Lisboa tinha sido metida na ordem.
    .
    .
    Bom fim-de-semana!

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  22. CXC permalink
    3 Março, 2012 00:25

    O LR não tem razão.

    Quando uma pessoa do Norte compra um LCD da Samsung essa importação aparece reflectida na conta de Lisboa.
    A mesma coisa quando compra um carro da Peugeot.
    E por aí em diante.

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  23. Castanheira permalink
    3 Março, 2012 01:16

    A.C.
    creio que foi V/ que um destes dias aqui fez comentários aos caixa de óculos …
    Pois está na altura de lhe devolver o piropo e recomendar-lhe que mude de lentes : o sul é quem menos recebe de Lisboa e isso nem é novo. Parece mesmo que sempre foi assim. Claro que quem não chora não mama e o norte é bem mamão. Porque merece ? porque são mais hunos ?
    Na primeira semana de fevereiro entrei no hospital de Faro com uma pessoa a quem um tipo, supostamente enfermeiro lhe atribuiu uma pulseira amarela. De acordo com a informação, ao amarelo corresponderia uma espera de ATÉ uma hora e sendo assim deveria ser chamada pelas 20 horas o mais tardar.
    Não foi chamada às 20 nem 21 nem 22 nem 23 .
    Reinava a maior calma de aldeia num hospital supostamente distrital mas que tem equipamentos avariados e tem de recorrer aos do hospital de Portimão a 80 quilómetros . Noutros casos que não este .
    Foi atendida às 24.03 depois do devido protesto pela demora.
    Lá para dentro apenas se ouvia espanhol. Também havia um medico africano que apareceu na sala a chamar um doente que não aparecendo o levou até uma paciente africana a quem perguntou o nome e de que se queixava.
    Talvez fosse sim, tempo de fazer um protocolo e passar a utilizar o hospital de Huelva em substituição ao de Faro, afinal já que se nasce português em hospitais espanhóis porque não dar uso ainda mais amplo?
    Quanto à sua ambição nortenha … acho que sim, está na hora de cobrarem aos galegos pela hospedagem durante a guerra civil, afinal estão a precisar de uma mãozinha não verdade?

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  24. Castanheira permalink
    3 Março, 2012 01:24

    ” aos seus séculos de História, já há muito que Lisboa tinha sido metida na ordem.”
    bem pode limpar as mãos à parede. O norte como se sabe e é implicito da sua da sua afirmação : “séculos de história” é a principal fornecedora de mão de obra governativa e se uma vezes não está bem outras está como se sabe pela história

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  25. Xiça permalink
    3 Março, 2012 01:28

    Castanheira, o AC apesar de dizer coisas muito acertadas, tem um problema, não olha para as coisas per-capita. E dispara para Lisboa ou sul em geral, sem levar isso em conta. O próprio LR neste curto post, não meteu outros dados como o Turismo, questões de agenda ? Se eu até concordo com muitas coisas, outras há que são um bocado imbecis. O AC talvez não se recorde dos tempos em que era por exemplo o Vale do Ave a região da Europa com mais Ferraris.

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  26. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 02:32

    Caro Castanheira, isto para mim não é novidade:
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    “Pois está na altura de lhe devolver o piropo e recomendar-lhe que mude de lentes : o sul é quem menos recebe de Lisboa e isso nem é novo.”
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    Já uma vez o disse aqui. O Algarve é outra região que é parasitada por Lisboa. Mas, como há-de compreender, entre a defesa do meu Norte (que o considero, como já o disse, o chamado norte climático, desde os Candeeiros ao Minho) e o do seu sul, eu penso que cabem aos algarvios fazerem pela sua própria vidinha. Que se juntem ao Norte na luta contra este sistema económico e até peça a sua Independência. Mas, é impressão que eu tenho, no Algarve parece que gostam muito de estarem na pata de Lisboa, pois só os vejo a protestarem contra portagens, porque no resto…
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    Caro Xiça o PIb per capita é tão enganador. Tão enganador por isto: há, por norma, duas formas de calcular o PIB: pelos rendimentos ou pela produção. Os resultados devem (ou deviam) ser os mesmos, mas a forma de lá chegar é muito diferente. Eu vou-lhe dar um exemplo anedótico, mas já vai compreender melhor a coisa.
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    Imagine o caro Xiça que algures em Portugal surgiam duas ilhotas do nada. E que, por razões de interessa nacional, os portugueses começam a ocupar as ilhas. E passam a viver 20 familias em cada ilha.
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    Agora suponha isto. Imagine que numa das ilhas, existem boas condições para a prática da agricultura, com elevada produção. E essa ilha produz 10 000 euros por cabeça de hortaliças e as vende para o continente. Na outra ilha, com solos muito maus, dedicam-se à pesca. Infelizmente, devido também à fraca capacidade de pescar espécie valiosas, aquela gente mal ganha para sobreviver. E só pesca 3 000 euros por cabeça. Mas o Estado, considerando o valor estratégico das ilhas, decide que à mais pobre, passará a entregar 7 000 euros por cabeça, para equiparar os rendimentos das duas ilhas.
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    Agora vejamos isto, de um ponto de vista teórico. As duas duas ilhas têm um rendimento per cápita igual. Um PIB per cápita igual. (Não interessa como obtêm os rendimentos, se a trabalhar ou a pedinchar os demais portugueses) De um ponto de vista teórico, o consumo das familias é igual. De um ponto de vista teórico, as próprias actividades nas ilhas são condicionadas pelos rendimentos obtidos com o exterior. Uns vendem hortaliças, outros a soberania nacional.
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    Agora, diga-me. Acha mesmo que o PIB per cápita das duas ilhas é igual? Acha mesmo que o consumo gerado no interior das ilhas tem a mesma natureza, embora com efeitos semelhantes?
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    Suponha agora que O Norte pedia a Independência. E Lisboa ficava isolada e independente também. De que ia viver Lisboa? Se compra muito mais do que produz? Se o seu consumo é subsidiado pelos demais portugueses? Pela UE? E até pelo crédito externo?
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    Vc. acha mesmo que Lisboa, com esta incapacidade nas suas exportações era capaz de sobreviver com este nível de consumo? Não. teria que consumir muito menos, logo, menos PIB per cápita. Teria que trabalhar muito mais, muito melhor e exportar muito mais para pagar o seu elevado consumo.
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    Olhe bem para os números. Já reparou que Portugal quase foi à falência porque Lisboa é incapaz de criar riqueza? Apesar do seu elevado consumo? Consumo esse que parasita ao resto do país? Seja honesto. Se Portugal cometeu muitos erros no passado, a quem poderemos atribuir as culpas? A Lisboa?
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    Aliás, nota-se estas coisas noutros indicadores. Por exemplo. Os salários em Lisboa são muito mais altos que no resto do país. Porquê? Porque parasita o resto do país. Vai desde o motorista do administrador da EDP até ao jardineiro do Palácio de Belém. T~em rendimentos que lhes advêm de parasitarem o resto do país.
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    Agora ponha-se no lugar de um galego como eu. Daqueles ociosos do seu passado histórico, com gosto pelas nossas gentes. E ponha-se no meu lugar, quando eu vejo estas gentes a lutarem gloriosamnete contra a crise, há mais de 20 anos. Note bem, caro Xiça. Esta gente luta árduamente contra a crise há mais de 20 anos. E penso para mim. O meu vizinho tem um Ferrari, que o pagou com o dinheiro que ele ganhou a vender fazendas para os USA. E no sul, fulano tal tem um bruto de um Bentley, porque é administrador de uma empresa parasita e rentista de Portugal. (Não lhe vou dizer nomes, mas olhe que eu conheço alguns.) E daí eu pergunto. Um gajo compra um Ferrari, sem parasitar ninguém é acusado como se fosse um ladrão. (Não conheço nenhum dono de Ferrari com dívidas ao Estado, por exemplo. E olhe que eu conheço alguns com ferraris.) E um gajo, a viver em cascais, que sobrevive à custa da parasitagem do resto do país, já pode ter um Bentley.
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    Note bem, caro Xiça, o quanto de inveja Vc. denota nas suas palavras. Um gajo do Norte não pode ter Ferraris. A si pouco lhe importa se o gajo o pagou ou roubou. Mas apenas aponta que um gajo do Norte não pode ter ferraris. Porquê? Um gajo do Norte não tem direito a ostentar a sua riqueza? Porquê? É por ser do Norte? E se comprasse um iate e o metesse na Marina em cascais, já poderia?
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    Dirá. Ah! Mas esses Ferraris foram comprados com dinheiros da CEE? E eu digo-lhe a si: não conheço nenhum que o tenha feito. E tenho amigos meus com Ferraris. E eu até gostava de ter um, veja lá a sua coisa. Não o tenho porque não considero uma coisa que valha a pena, mas conduzir um bicho daqueles dá prazer. Oh se dá. E porquê que eu não poderia ter nenhum? Por ser do Norte? E porquê que um amigo meu não o pode ter? É que, quando alguém acusa alguém de ter um Ferrari, roubado, é bom que o prove. E não tentarem armar-se em gente com mais pedigree, que acham que só no sul pode haver ostentação.
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    Mas esta sua ideia denota mesmo um problema no sul. Têm inveja do sucesso do Norte. Porque, um gajo do norte que anda de Ferrari, seja ele comprado na Boavista ou directamente em Itália, só o pode ter gamado. Ou desviado dinheiro ao Estado para ter um Ferrari. É uma forma encapotada de inveja, xenofobia e, digamos, um bocado azeiteira, como cá em cima se diz.
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    .
    É esta diferença de mentalidades, uns ostentam o sucesso alcançado, e são penalizados. Outros v~em no sucesso alheio, obra da gatunagem e nunca do mérito. Esta diferença cultura, entre o Sul e o Norte existe. É uma diferença sociológica e antropológica. Existe mas no sul não admitem. No entanto, são diferenças que marcam duas sociedades dispares, que os do sul negam todos os dias. Vá-se lá saber porquê. Eu se calhar sei. Porque interessa a Lisboa haver quem lhes pague as mordomias, porque, até nas exportações se prova, Lisboa não gosta de produzir, mas sobretudo panache e consumir.
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    É duro aos lisboetas dizer isto? Deve ser, porque não são todos iguais. Mas como grupo o são. E mesmo o caro Xiça, que se acha diferente da mentalidade comuna e parasita em Lisboa, acaba por mostrar o que verdadeiramente pensa. Não gosta de galegos a conduzirem Ferraris. A mesma mentalidade dos comunas. Tipicamente sulista. É sociológico. Vc. aqui descaiu-se. Mostrou que é do sul. Com todas as suas virtudes e defeitos.
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    Felizmente ainda há Ferraris no Norte. Sinal de gente bem sucedida, que soube criar riqueza e que se pode dar ao luxo de sustentar o seu sucesso com objectos de luxo. Oxalá muitos mais Ferraris voltem ás ruas do Norte. Será sinal de um capitalismo vibrante, bem sucedido e que melhora a vida de todos nós. Incluindo os que, como eu, não acham que sejam um bom investimento, no entanto, sempre podem aproveitar a boleia alheia.
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    .
    Caro Xiça, vai um bagacinho dentro de um Ferrari de um capitalisa galego bem sucedido? 😉

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  27. Nuno permalink
    3 Março, 2012 04:37

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    anti comuna
    (não tenho tempo e não sou dactilógrafo)
    Não vivo em Portugal.
    Conheço pessoalmente uns, poucos, dos que têm Ferraris fruto da exploração de trabalhadores humildes e de golpadas com dinheiros atribuidos “para desenvolvimento industrial no Norte”. Os trabalhadores ficaram na miséria. Eles, têm boas casas, belas terras (no Sul) e bastante dinheiro, normalmente em aplicações no estrangeiro.
    Eu estudei, sou professor e, por acaso, até tenho um Jaguar topo de gama e um Mini Cooper. Vivo numa moradia, razoavelmente bem, mas não tenho terras nem aplicações fiduciárias.
    Sem sequer ter intenção de ir para Portugal, sempre me desagradou o desprezo que os tripeiros votam ao resto do País e, inclusivamente, a estrangeiros. Pela minha parte. é um desdém que retribuo e até incito a que os “Nortistas” iniciem uma secessão. Creio que o nome de Portugal ficaria mais limpo.
    .

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  28. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 05:17

    “Conheço pessoalmente uns, poucos, dos que têm Ferraris fruto da exploração de trabalhadores humildes e de golpadas com dinheiros atribuidos “para desenvolvimento industrial no Norte”. Os trabalhadores ficaram na miséria. ”
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    Mas conhece o quê? Mas quem quer Vc. enganar? Dá-se!
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    Paleio desse só mesmo para quem acha que isto vai lá com paleio do sul. Deixe-se disso. Ah! E conduzo o jaguar, que no Norte ninguém lho vai roubar. Há 30 anos sabemos bem que o impediu. 😉
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    Explorados é o país todo por Lisboa e ainda acham que só eles têm direito à ostentação. Bah!

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  29. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 05:18

    “E conduzo o jaguar, que no Norte ninguém lho vai roubar. Há 30 anos sabemos bem que o impediu. ;)”
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    Só gostava de emendar isto:
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    E CONDUZA o jaguar, que no Norte ninguém lho vai roubar. Há 30 anos sabemos bem QUEM o impediu. 😉
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    Mil desculpas a si e aos demais leitores-

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  30. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 06:03

    Eu vou mostrar como no sul, o pensamento é comunista.
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    Repare-se no texto do Nuno: professor (embora diga que viva no estrangeiro), proprietário de um jaguar (pronto, altamente chique!) e de mini (os clássicos estão na moda). Vive numa moradia boa (no estrangeiro, estão a ver?), mas não tem terras nem aplicações financeiras. Tem mesmo o perfil de um professor no estrangeiro, certo? ehehheehh
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    Mas vejamos o que ele diz: conhece donos de ferraris, que exploravam os trabalhadores (mas davam-lhes de comer ou era mesmo escravidão pura?) mas, e o discurso tipico da CGTP, têm belas casas (o Nuno herdou dele, teve sorte, estão a ver a coisa?), terras no sul (um monte alentejano,, não? lolololol) e aplicações no estrangeiro. (Coisa que o Nuno não tem, só o jaguar, topo de gama e tudo! ehehheeh)
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    O Nuno, para cereja no bolo, diz que “sempre me desagradou o desprezo que os tripeiros votam ao resto do País e, inclusivamente, a estrangeiros.”. Estão a ver o problema dele? Deve sofrer de futebolite aguda, o pobre coitado do Nuno. (Olhe que há muitos tripeiros benfiquitas e sportinguistas.)
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    Diz ele, os tripeiros desprezam o país e os estrangeiros. (Menos as brasileiras, Nuno! Olhe a fruta, olhe a fruta!
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    Mas o discurso dele é mesmo sulista, não haja dúvidas nenhumas. Primeiro, confunde o Norte com o Porto. Esta gente tem uma estranha obsessão com a cidade do Porto. Deve ser por causa da doença futebolite e do Pinto da Costa. Não será assim? Depois acha que só no Porto é que há Ferraris. (Se soubesse mesmo quem os tem, nem escrevia este disparate, mas pronto. Tem que visitar mais o Porto, senão ele nunca mais aprende.) Por fim, acha que os gajos ricos com ferraris gamaram os trabalhadores, os dinheiros para o desenvolvimento industrial, compraram terras no sul e vivem em belas moradias. Só que têm azar. O Nuno acha que tem pedigree, esses outros terão ganho o seu dinheiro, mas à custa do gamanço e exploração alheia. O Nuno conduz jaguar herdado (claro, não é novo-rico, pois não tem terras nem dinheiro aplicado no estrangeiro, mesmo que lá viva numa bela moradia) e odeia gajos que conduzem ferraris, pois gamaram o dinheiro para o “desenvolvimento industrial” e exploraram os pobres trabalhadores. (Os antepassados do Nuno descobriram uma mina de ouro no Brasil e é por isso que herdou o jagua, mas não terras nem dinheiros em offshores.)
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    A malta do norte lê o Nuno e ri-se. Ou o Nuno é um gajo com sorte (herdou um Jaguar topo de gama) ou tem um salário como professor que lhe permite possuir jaguares topo de gama (poderia ter comprado um ferrari em segunda mão, pelo menos punha as gajas aos saltos, não é? e ficava mais barato eheheheheh ), uma bela moradia, e um mini para passear ao Domingo. A malta do Norte lê o Nuno e ainda pensa: mas o Nuno só conhece o Porto e os tripeiros? E o resto do Norte? O Norte não é o Porto, como Lisboa pensa que é o país.
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    Ou seja, o Nuno até pode achar que é um gajo ás direitas, mas tem o discurso típico comuna. E do sul. O homem pensa que no Norte são todos tripeiros (eu não o sou, apenas tenho alguma família no Porto, vejam lá bem o azar dele), que todos os donos de ferraris são industriais, que enriqueceram a gamar o Estado, a CEE e os trabalhadores. E, para cereja no bolo, os tripeiros não gostam de estrangeiros (só brasileiras, não?)
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    A malta do Norte pode tirar a pinta ao Nuno. Discurso tipicamente sulista, saloio, com panache (essa tirada do jaguar topo de gama para um profesorzeco é que não lembra nem ao diabo!), muitos estereótipos sobre o Norte e até sobre a tripalhada (ele tem que aprender o calão do Norre, caraigo! hheheheeh ).
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    Se esta malta do sul pensa isto sobre o Norte, que podemos nós pensar? vale a pena continuar a lutar e sacrificar-nos para manter uma Lisboa destas com cidadãos tão eloquentes como o Nuno? Mas eles ainda pensam que o Norte é como o Biafra! E o Norte vai ter que gramar com esta gente, que se julga de direita, mas com discurso á CGTP? Em nome de quê? Da Unidade Nacional? Ou seja, nós pagamos, eles gozam a vida!
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    Agora, para quem não nos está a ouvir. Preferem manter um casamento com uma shopaholic ou ter uma amante, que goste passear de Ferrari? Olhem que manter a unidade nacional significa manter Lisboa. eheheheheh
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    Este Nuno saiu-me cá um pândego! Até parece um jovem quadro da Juventude Comunista acabado de ingressar nos quadros da CGTP. ehehehheh

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  31. 3 Março, 2012 08:42

    Os gráficos referem-se apenas ao comércio internacional de mercadorias e não ao 3-2 da Luz.

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  32. 3 Março, 2012 09:39

    Olhem só com quem o Nuno se foi meter!… Está tramado!

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  33. João Santos permalink
    3 Março, 2012 09:46

    Os números da manigância. E a manigância é um produto português altamente exportável (veja-se Angola, veja-se o Brasil, etc.) mas é também um produto altamente rentável para os chamados empreendedores, empresários e ofícios correlativos. Sem a manigância o país seria talvez mais justo, progressivo e interessante. Mas não seria mais este país…
    A troika não deve ter contabilizado os números da manigância. Se o fiuzesse, porventura já teria fugido de Portugal!

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  34. João Santos permalink
    3 Março, 2012 09:54

    Queiram perdoar, esqueci-me de explicitar que a manigância é um produto originário do Norte de Portugal, embora disseminado por todo o país e ilhas adjacentes e com as já famosas ramificações brasileiras, angolanas e o mais que se verá…
    Quando ao Nuno, flagelado pela maralha do Fachistério Lusitano, repare na defesa intransigente que eles fazem da manigância, o modo de vida desses produtos recauchutados da sacristia salazarenta, informatizados, engravatados, liberalóides das escoletas belmirosas, valets de chambre desta merda em que transformaram Portugal.

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  35. 3 Março, 2012 10:35

    João Santos,
    .
    Quer p.f. explicar as manigâncias e como terão aparecido no Norte?

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  36. 3 Março, 2012 10:43

    Xiça,
    .
    “O próprio LR neste curto post, não meteu outros dados como o Turismo, questões de agenda?”
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    Você já é a 2ª pessoa que fala no turismo, erigido a entidade mítica que tudo salvará. Já dei no comentário acima (Posted 2 Março, 2012 at 21:48 ) dados sobre o saldo da balança de serviços (retirados do site do ICEP), que já inclui o turismo. Olhe para eles e diga-me se chegam para cobrir o buraco de Lisboa. E claro, estamos a pressupor que todos aqueles serviços eram gerados em Lisboa, a pressupôr que o Algarve, a Madeira e o resto do país nada fazem…
    Quanto a questões de agenda, você tem razão, eu tenho uma agenda. Que consiste prosaicamente em pôr à discussão dados (OFICIAIS) que ninguém divulga. Porque será?

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  37. Castanheira antigo permalink
    3 Março, 2012 11:37

    João santos ,
    Com que então os males de Portugal são a a maningãncia??!! Ainda por cima no norte?
    Santa ignorância?
    E a corrupção generalizada no aparelho do estado?
    E o estado a gastar mais de metade da riqueza produzida pelos portugueses?
    E a justiça que não funciona em Portugal?
    E a burocracia que impede o investimento , impede a concorrência e promove o parasitismo e corrupção?
    E os impostos que roubam aos portugueses metade do que ganham?

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  38. Cascais permalink
    3 Março, 2012 12:07

    Mas qual buraco de Lisboa?

    Os maiores importadores estão em Lisboa. Mas eles importam para todo o país e não apenas para Lisboa.

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  39. Cascais permalink
    3 Março, 2012 12:11

    Anti-comuna,
    Capacite-se de que Lisboa é mais produtiva do que o Porto, exporta mais do que o Porto e é Lisboa que sustenta o Porto e não o contrário. Você ao continuar com esses argumentos que não têm qualquer sustentação apenas continua a demonstrar a sua ignorância. Você pode dizer o que quiser mas continuará a ser desmentido pela força dos factos. E se você gosta tanto de exportações, devia saber que elas estão a crescer mais em Lisboa do que no resto do país.

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  40. Xiça permalink
    3 Março, 2012 12:14

    Eu sei que não cobre LR, mas considero o Turismo de Lisboa uma industria de sucesso, fazendo parte das boas coisas que o país faz. Claro que esse sucesso também foi feito com muito dinheiro do resto do país (Expo et al). E repare que a própria “malta de Lisboa” como lhe chamam, queria à força toda dar um tiro no pé retirando o aeroporto da cidade, uma vantagem competitiva que Lisboa tem em relação a outros destinos de eventos de negócios (feiras, conferências) e short breaks. Repare também que apesar de todas as resistências dessa “malta” (e são muitas….) no próximo mês o terminal 2 deixa te ter os voos domésticos e passa a ser da Easy Jet e obviamente sabemos que não será apenas dessa, que estão claramente a negociar com a Ryanair que quando chegar a Lisboa poderá provocar uma revolução no turismo da capital, como fez no Porto. E em Julho abre a estação do Metro do aeroporto, ficando a cidade ainda mais competitiva nos segmentos referidos, portanto será um sector que já por si era bom, mas poderá assim assistir a uma verdadeira explosão de crescimento.

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  41. Cascais permalink
    3 Março, 2012 12:25

    Espero que os meus comentários sejam aprovados.
    Eu gostava que o LR esclarecesse umas coisas. Aqui estão exemplos bastante claros.

    Se você compra um telemóvel NOKIA na Worten de Matosinhos isso conta como importação onde? Em Lisboa, onde está a sede da NOKIA Portugal.
    Se você compra um LCD da Sony na Worten de Matosinhos isso conta como importação onde? Em Lisboa, onde está a sede da Sony Portugal.
    Se você compra um Mercedes num concessionário do Porto isso conta como importação onde? Em Lisboa, onde está a sede da Mercedes Portugal.
    Se você abastece o seu Mercedes num posto de abastecimento da Repsol isso conta como importação onde? Em Lisboa, onde está a sede da Repsol Portuguesa.
    Você vai ao Pingo Doce e compra um cabaz de produtos importados isso conta como importação onde? Em Lisboa, onde está a sede da Pingo Doce, S.A.
    Uma empresa do Norte compra um máquina CAT isso conta importação onde? Em Lisboa, onde está a sede da SET (importador da CAT).

    E podia complementar esta lista com vários exemplos que demonstram porque razão estes dados não provam nada. É óbvio que Lisboa só tem uma taxa de cobertura de 35%. Ora, se a maior parte das importações são feitas nessa região e depois são distribuídas pelo resto do país. Contudo, os dados do INE não conseguem imputar que parte das importações de Lisboa é que depois vão parar a outras regiões (que assim evitam ser elas a importar).

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  42. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 13:09

    Os sacrificios que estão e vão ser pedidos aos portugueses não vão servir para nada. Apenas adiar o inevitável: desagregação do país.
    .
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    Lisboa, na sua mentalidade comuna, invejosa (a bola é apenas uma manifestação cultural, não tenhamos dúvidas nenhumas!) e azeiteita, apenas vai livrar-se do buraco em que nos meteu a todos e ganhar tempo. Logo que o país se endireite, volta ao mesmo sistema que tanto gostam: o pais trabalha e sacrifica-se e eles divertem-se e consome. E ai daquele que, fora de Lisboa, tem algum sucesso. Só pode ter conseguido o seu sucesso à custa de manigâncias. (A bola é mesmo o espelho desta mentalidade, como se viu ontem, pelas vergonhosas e falta de classe, de dirigentes e treinadores de um clube da bola da capital.)
    .
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    Está na altura de dizer basta. Em 30 anos, o país foi submetido a 3 intervenções externas devido ao sistema lisboeta. Goste-se ou não, o país paga os desmandos e falta de juízo de Lisboa. Lisboa nunca irá mudar e a sua mentalidade, caindo o verniz dito civilizado das suas gentes, ela mostra-se na profunda inveja aos bem sucedidos no Norte e à xenofobia sotf que têm a quem no país tem sucesso, fora de Lisboa.
    .
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    Eu já perdi as ilusões. Não aceito ver tantos sacrifícios para beneficio de tão poucos! Não é o país que vive acima das suas possibilidades, é Lisboa. Ponto final, parágrafo.

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  43. João Santos permalink
    3 Março, 2012 13:19

    A propósito de manigâncias: o bem-estar das nações não se mede apenas em pibs e outras matemáticas tão a gosto dos economeses. Não. O bem-estar resulta de procedimentos sérios, lisura no trato da coisa privada e da coisa pública, respeito pelo próximo e organização, muita organização. A manigância é o trato informal, de finta, de desrespeito pelo próximo, que caracteriza a vida económica portuguesa como regra geral e dominante. É o caldo da corrupção e da rebaldaria com os bens públicos. Honra, porém, às excepções que restam mas não chegam para fazer a primavera…
    Quanto a ter surgido no Norte, trata-se de uma picardia, aqui metida para serenar os ímpetos separatistas, futeboleiros e mais ou menos trogloditas com que o nortista (em regra) trata das coisas. A manigância é o espelho de um grau de enorme incivilidade que nos caracteriza, à beira de provectos 900 anos de história. Mais propriamente, trata-se de uma vergonha enorme.
    Digo e repito: os trilhões de Bruxelas só fizeram aumentar a farronquice, o exibicionismo e a manigância nacional. Bastava um ministro das finanças alemão, um inglês para o comércio e assim por diante, com assento e autoridade no Terreiro do Paço, deixando para a malta da pátria dorida um secretário de estado do turismo gastronómico e outro para o futebol em Lisboa e no Porto.
    Estaríamos bem melhor. E sem manigâncias…

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  44. aremandus permalink
    3 Março, 2012 13:32

    e os lisboetas com mais de 75 anos que caem como tordos? eles e os outros de todas as regiões?
    seis mil em duas semanas!
    um balão de ar para a segurança social?
    é assim que o governo resolve os problemas?
    recebendo luvas das agências funerárias?

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  45. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 13:38

    Caro João Santos, isto é para si:
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    Não é o país que vive acima das suas possibilidades, é Lisboa. Ponto final, parágrafo.
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    O resto é letra. Uma união só se mantém viva desde que as partes tenham ganhos. Mas neste caso, a união é entre parasita e hospedeiro.
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    Como ciadadão parasitado, está na hora de dizer basta. Cada um vai para o seu lado e sobrevive como pode. O Norte herda a sua parte das dívidas e enceta um novo caminho. Lisboa que se desenrasque. É apenas um divórcio. De um casamento longo mas que se esgotou pela manifesta incapacidade de uma das partes em ganhar juízo.
    .
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    Caro João Santos, outro ditado popular: só é corno feliz quem gosta. Acho que isto diz tudo nas relações entre Lisboa e o resto do país.
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    Voltou a repetir. Os sacrificios que estão a ser pedidos aos portugueses é para manter Lisboa. Não é justo, tem demasiados custos e poucos proveitos. Daqui por 10 ou 20 anos, voltamos outra vez às intervenções externas, à situação de bancarrota, etc. E não culpem o país, culpem Lisboa. Ponto final parágrafo.
    .
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    E pode chamar troglodita ou cidadão do Biafra à vontade. Mais vale troglodita que ser parasitado por quem acha que tem o rei na barriga, que tem a mania que é cosmopolita mas à custa dos sacrificios alheios e de uma panache surrealista.
    .
    .
    O mundo da bola é o espelho cultural de Portugal. O que ontem aconteceu mostra a verdade, verdadinha: quando os do sul perdem, nunca admitem que o perdem devido ao esforço e mérito alheio: apenas gamanço, manigâncias e corrupção. O que se passou ontem é uma manifestação cultural, de uma divisão profunda portuguesa. Por muito mérito que os de fora de Lisboa tenham, os de Lisboa negarão sempre o mérito e o reconhecimento dele.
    .
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    Eu não aceito um país a sacrificar-se para beneficiar uma região parasita, com a mania das grandezas e de um pedigree falso. Ponto final, parágrafo.

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  46. Francisco Colaço permalink
    3 Março, 2012 13:48

    Anti-Comuna
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    Enquanto os portistas metiam as carnes salgadas nas naus e ficavam com as tripas para si, em Lisboa criava-se a expressão «trabalho de preto». Nos descobrimentos, está-se mesmo a ver.
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    E embora eu seja um defensor empedernido do despesismo lisboeta, tenho a certeza de que o gráfico do LR não conta as mercadorias importadas por todas as SA com sede social em Lisboa e distribuídas no resto do país, o que daria pelo menos para minorar o gráfico por estornos internos.
    .
    Apesar disso, o gráfico mostra o que todos sabemos.
    .
    Deixe-me contar-lhe uma história. Há uns bons anos almoçava eu com um general, que até por vezes vai dar paleio à TV, e conversando sobre o conceito de defesa estratégica nacional (no que ele achava que se tinha feito um excelente trabalho, e dizia isso com orgulho e assertividade) eu apenas retorqui isto:
    .
    — Meu caro, não lhe é relevante que todo o governo e funcionários administrativos superiores do país estejam num círculo de 5 quilómetros? Nesses cinco quilómetros tem todos os ministérios, todos os serviços dos ministérios, todas as secretarias de Estado e as residências oficiais das quatro principais figuras do país. Desde a 5 de Outubro até Belém. Uma bomba suja (sim, nem é preciso uma bomba atómica, bastariam pelos meus cálculos 50 kT) tornaria o país simplesmente ingovernado e inviável.
    .
    Continuei sugerindo o seguinte: que se mudassem os serviços de defesa para o Entroncamento, da Educação (o edifício da 5 de Outubro) para Castelo Branco e os da Agricultura para Vila Real, por exemplo. A Internet estava a iniciar-se comercialmente nesses dias e, julgo ainda eu, é mais fácil comunicar digitalmente entre Lisboa e Faro do que por paquete mesmo entre os diferentes serviços do Terreiro do Paço. Finalizei deste modo:
    .
    — Se vendêssemos o edifício da 5 de Outubro custearíamos edifícios mais baratos nas pequenas cidades. Levaríamos ao repovoamento do Interior e tornaríamos qualquer tarefa de decepar o país uma tarefa hercúlea. Ainda ganhávamos uns cobres com o assunto (estávamos na Era Guterres do Toca a Gastar) e púnhamos o funcionalismo público na ordem e desatávamos o nó górdio que é o sobrepovoamento de Lisboa.
    .
    O General estava siderado. Para eles, a defesa resume-se ao número e ao tamanho dos canhões.

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  47. Francisco Colaço permalink
    3 Março, 2012 13:51

    Aremandus,
    .
    Em 2009 houve um surto comparável a este. Diga a O Sátiro que já sabemos a origem dos 300 milhões que o Sócrates e a família movimentam em off-shores e que pagam as suas extravagâncias em Paris.

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  48. IFIGENIO OBSTRUZO permalink
    3 Março, 2012 13:52

    A SUA ARROGÂNCIA PERDE-O LISBOA É UM MELTING POT DO PAÍS..LOGO O RETRATO FIEL DO MESMO…
    CURIOSO QUE FOI NO NORTE QUE SE ASSISTIU AO MAIOR ESCÂNDALO NO ENSINO COM OS ATESTADOS Á BARDA EM GUIMARÃES PARA SAFAR OS ALUNOS AO EXAME E IR À ÉPOCA CREIO..E FORAM OS PAIS…POIS…PUROS VIRGENS E CÂNDIDOS…E ISTO IDEM…NÃO EXISTEM MEU CARO SÓ SE FOREM AS BEATAS…

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  49. IFIGENIO OBSTRUZO permalink
    3 Março, 2012 13:52

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  50. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 13:59

    Agora, deixo uma ideia para o resto do país. Porque é uma espécie de previsão.
    .
    .
    Dentro do euro, os países não podem ter elevados défices da balança de pagamentos. E se os países não podem ter elevados défices da balança de pagamentos, Portugal terá que ter uma balança de pagamentos equilibrada ou excedentária. Mas se uma das regiões é deficitária por natureza, como é o caso de Lisboa, para Portugal se manter no Euro, todas as demais regiões terão que se sacrificar para compensar a Lisboa consumista. Dito de outra forma: o país nunca conseguirá subir muito o seu nível de vida enquanto estiverem presos a uma região parasitária. Isto é, sempre o resto do país começar a consumir tanto como o que produz (opção normal e racional na maioria dos casos), Portugal irá falir, porque Libsoa é de tal forma deficitária, que estoira logo com sistema como um todo.
    .
    .
    Ou seja. Não vale a pena o resto do país sacrificar-se pois nunca terá capacidade de consumir tanto como o que produz, pois o défice de Lisboa o impedirá sempre. Daí que não vale a pena ao país pensar que um dia terá um nível de vida ao nível do que produz, logo, não vale a pena sacrificarem-se, porque os ganhos serão sempre de Lisboa. Dentro do euro, será impossível Portugal ter défices permanentes da balança de pagamentos. E se Lisboa é deficitária crónica, dentro do euro, o resto do país nunca terá hipóteses.
    .
    .
    Portanto, a solução não é sair do euro. (As outras duas intervenções externas provam-no!) É sair de Portugal.
    .
    .
    Isto é apenas a lógica económica do funcionamento da sociedade portuguesa. O país só conseguirá ter um bom nível de vida se Lisboa mudasse de sistema económica. Não o vão fazer e só querem ganhar tempo para criar um novo sistema parasita. Fizeram-no depois do 25 de Abril, quando tudo indicava que tal nunca ia acontecer. Irão fazer de novo, logo que se livrem da intervenção externa. Encontrarão sempre desculpas para manterem uma união desigual e parasitária. Invocarão a unidade nacional (unidade essa que funciona apenas com os benefícios para uma das partes, note-se bem!), uma História comum, etc. Mil e um argumentos não lhes irão faltar, para parasitarem o resto do país.
    .
    .
    Meditem bem no problema. Dentro do euro, um país não poderá manter elevados défices da balança de pagamentos, sem sofrer ataques especulativos, sanções da UE e a ameaça da bancarrota. E se Lisboa é uma crónica deficitária, o resto do país terá que ter um nível de vida abaixo da sua capacidade de gerar riqueza para manter o parasita. Isto não é mera propaganda anti-Lisboa. É puro raciocínio económico, de uma realidade que mudou com a entrada no euro e a liberalização do comércio mundial. Basta pensarem que se está a passar pela Europa fora.

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  51. IFIGENIO OBSTRUZO permalink
    3 Março, 2012 14:01

    The Book of Jobs

    Forget monetary policy. Re-examining the cause of the Great Depression—the revolution in agriculture that threw millions out of work—the author argues that the U.S. is now facing and must manage a similar shift in the “real” economy, from industry to service, or risk a tragic replay of 80 years ago.

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  52. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 14:03

    “tenho a certeza de que o gráfico do LR não conta as mercadorias importadas por todas as SA com sede social em Lisboa e distribuídas no resto do país, o que daria pelo menos para minorar o gráfico por estornos internos.”
    .
    .
    Olhe para os maiores importadores. E mesmo que usem preços de transferência para centro de custos em Lisboa, Vc. terá que ter em conta as actividade geradas no país e imputadas a Lisboa. Um exemplo corriqueiro: a Brisa.
    .
    .
    Estes números do LR, tenho quase a certeza, são ainda maiores. Não existem é estudos muito profundos sobre o tema. (E talvez até seja quase impossível, devido à confidencialidade fiscal e comercial.)
    .
    .
    Não, caro Colaço. Leia o texto anterior e vai entender que o sistema implodirá. É uma questão de tempo. Medite no meu texto anterior. Ele explica o problema d ebase.

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  53. Francisco Colaço permalink
    3 Março, 2012 14:06

    Anti-Comuna,
    .
    Não divida Portugal em dois. Vamos fazer uma vedação entre Alverca e o Seixal e dar a merecida independência ao que ficar dentro dela.
    .
    Em dois anos teremos de andar a cantar «Nós Somos o Mundo» para lhes dar de comer, mas enfim!, sempre nos safamos das aventesmas.

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  54. Francisco Colaço permalink
    3 Março, 2012 14:09

    Anti-Comuna,
    .
    Brisa é serviços internos, não importação e exportação de mercadorias. Não figurará no gráfico.
    .
    Se falamos de saldos internos, então os vampiros estão em Lisboa: EDP, PT, Águas de Portugal, Brisa, Fornicadores (oops, fornecedores) do Estado und so weit.

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  55. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 14:15

    “Brisa é serviços internos, não importação e exportação de mercadorias. Não figurará no gráfico.”
    .
    .
    Tome como exemplo a EDP então.
    .
    .
    Mas medite no meu texto anterior. Porque ele explica porquê que o país irá desagregar-se. Pode ser em dois ou vários. Porquê que o Algarve não pode ser Independente? Ou até a Madeira?
    .
    .
    Tenha sempre isto presente. Com uma das regiões incapaz de gerar excedentes na balança de pagamentos, as demais terão que equilibrar o saldo negativo de Lisboa. Ou seja, o país terá que trabalhar, poupar e enviar os excedentes para Lisboa, senão o sistema como um todo vai à falência.
    .
    .
    O LR é optimista e acha que Lisboa mudará de vida. Eu não acredito, porque sociologicamente Lisboa é estatista e pró-comunista. Até pessoas que se acham de direito têm a mesma visão dos problemas como os gajos da CGTP.
    .
    .
    Não, o país não de vai dividir em dois, mas em vários. Só quem gosta de ser parasitado se manterá ligada a Lisboa. Duvido que os algarvios caiam nessa esparrela.

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  56. Francisco Colaço permalink
    3 Março, 2012 14:29

    Anti-Comuna,
    .
    Terá a bondade de se relembrar de que se alguém tem identificado a verdadeira fraude que é a transferência de IVA e de IRC para Lisboa à laia das sedes fiscais, essa pessoa fui eu.
    .
    Dito isto, gosto de veracidade e de probidade nos argumentos. No caso do gráfico do LR, a não conta de fluxos internos inviabiliza o argumento, mais a mais porque estamos a falar de mercadorias. As mercadorias facilmente mudam de mãos. Podem ser importadas em Lisboa, vendidas a uma loja Chinesa em Évora e vendidas lá. Mas há coisas mais interessantes para pensar.
    .
    1. A balança de serviços seria mais interessante.
    .
    2. E ainda mais seria ver quem consome EDP (o país inteiro) e onde se paga a derrama e a parte do IVA das autarquias (na câmara de Lisboa). Fazer o mesmo exercício em relação à PT, à Brisa, aos institutos públicos da vergonha.
    .
    3. E fazer um gráfico com os gastos do FSE e do QREN por região, e qual o efeito de spill-over (como lhes gostam de chamar) que faz transbordar para Lisboa (chiste intencional!) dinheiros que deveriam ser disseminados no país.
    .
    4. Fazer um gráfico nada complicado de rácio massa salarial dos filh… funcionários públicos sobre massa salarial dos privados por distrito. Tudo Categoria A, para não englobar os lucros pagos nas sedes fiscais e enviesar o gráfico.
    .
    5. Fazer um gráfico de fornecimentos ao Estado por região e compará-lo com o PIB da dita região.
    .
    Seo LR se quiser dar ao trabalho, teremos muito a discutir aqui. Se o LR não achar isto uma boa sugestão, convido-o a si então, Anti-Comuna, a fazer um blogue comigo onde apresentaremos essa informação, que tem passado despercebida à imprensa capitaleira.

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  57. Francisco Colaço permalink
    3 Março, 2012 14:31

    Podemos chamar ao eventual blogue o Mata-Corvos 😉

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  58. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 14:38

    “Terá a bondade de se relembrar de que se alguém tem identificado a verdadeira fraude que é a transferência de IVA e de IRC para Lisboa à laia das sedes fiscais, essa pessoa fui eu.”
    .
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    Claro, claro. Não lhe retiro o mérito. Mas apenas reforço que o problema que identifica é apenas uma das partes do problema.
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    Quer outro exemplo? A Autoeuropa é o maior exportador nacional. Com sede na região de Lisboa. Mas 60% dessas exportações são de empresas tugas, incorporadas nos carros lá produzidos. E a maior parte dessa produção portuguesa é do Norte. (Incluo aqui o chamado Centro do país.) Agravando ainda mais o desiquilibrio entre Lisboa e o resto do país.
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    “Se o LR não achar isto uma boa sugestão, convido-o a si então, Anti-Comuna, a fazer um blogue comigo onde apresentaremos essa informação, que tem passado despercebida à imprensa capitaleira.”
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    Isso irei declinar, mas acho boa essa ideia. Contacte o José Silva, que ele amiúde tenta encontrar pessoas que o ajudem nesta cruzada.
    .
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    Mas eu gostava mesmo é que o meu amigo meditasse no problema de base e fundamental. Portugal, como um todo, terá que ter um equilíbrio na sua balança de pagamentos. (Ou excedentes, mas para o caso nem interessa muito.) Se Lisboa é responsável pelo défice português (cerca de 10% do PIB de Portugal) só na balança de bens, o resto do país, para impedir o colapso de Portugal, terá que poupar e porduzir o equivalente ao que Lisboa tem como défice. O sistema não irá aguentar muito mais tempo. Todas os remendos serão sempre temporários.
    .
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    O país está a sacrificar-se para nada. Porque, se quiser ter um consumo mais elevado, porá o sistema em perigo. Ou seja, o país está armadilhado e dentro de uma ratoeira, porque Lisboa nunca será capaz de equilibrar a sua balança de pagamentos.

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  59. 3 Março, 2012 15:03

    Francisco Colaço,
    .
    “Dito isto, gosto de veracidade e de probidade nos argumentos. No caso do gráfico do LR, a não conta de fluxos internos inviabiliza o argumento, mais a mais porque estamos a falar de mercadorias. As mercadorias facilmente mudam de mãos. Podem ser importadas em Lisboa, vendidas a uma loja Chinesa em Évora e vendidas lá. ”
    .
    Parece-me que o meu Amigo está preocupado com o rigor dos tostões, que neste caso até podem ser milhões. Mas acha mesmo que alteravam o grande quadro, que atenuavam o desequilíbrio? Ou talvez o acentuassem. É que você tem tantas variáveis, que me palpita que se compensariam entre si. Se há empresas de Lisboa que importam para o resto do país, o grosso do consumo ficará na capital. Mas entretanto, também há empresas importadoras de outras regiões a abastecerem Lisboa. E nas exportações há produtos que saiem de Lisboa, mas cujos componentes foram produzidos noutras regiões, como é o caso da Auto-Europa que o Anti-comuna acima citou. E a inversa será verdadeira, mas nem tanto.
    Em síntese, se fosse possível fazer um estudo como o que sugere, teria um trabalho ciclópico para chegar a valores com desvios pouco significativos face aos valores que apresentei, retirados do site do ICEP. Isso iria alterar a conclusão de fundo, que temos um país super desequilibrado?

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  60. 3 Março, 2012 15:08

    Caro Anti-comuna,
    .
    “O LR é optimista e acha que Lisboa mudará de vida.”
    .
    Eu??? Conhecendo aqueles tipos de gingeira como conheço? Eu disse apenas que eles têm de mudar de vida, mas tal só acontecerá se forem forçados. E isso implicará medidas duríssimas que ninguém terá a coragem política de tomar. Por exemplo, despedir funcionários públicos, privatizar escolas, universidades e hospitais, a única forma de aligeirar as áreas da educação e da saúde, 2 monstros ingeríveis.

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  61. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 15:20

    E agora, vou dizer isto. Tenho andado numa cruzada, há anos, para evitar que o país estoire. Há anos que o faço no Blasfémias, muitas vezes contra a minha vontade (não que não goste do Blasfémias, pelo contrário) mas porque, queiram ou não, sacrifico parte da minha vida pessoal e profissional, para evitar aquilo que me parecia óbvio há anos: a bancarrota de Portugal.
    .
    .
    Mas analisando bem o problema de fundo, é uma luta perdida. Não vale a pena pedir sacrifícios aos meus concidadãos, para beneficio de alguns, que se recusam a mudar de vida e forma de estar na vida. O país tem um problema grave de fundo: temos duas sociedades diferentes. Uma a Norte da Serra dos Candeeiros e outra a sul. Gosto muito de Portugal, dos portugueses e defendo-os sempre que posso, em quase todas as situações da minha vida. Mas antes de ser português sou um tipo do Norte (um galego, digamos assim) e sei que as minhas gentes merecem tudo o melhor deste mundo. E não o terão, porque o sistema tem um problema de base: Lisboa e a a sua mentalidade.
    .
    .
    Não posso continuar a pedir sacrifícios aos meus concidadãos, se perco a fé e a utopia de um país melhor e mais equilibrado. Não sou regionalista e nunca o fui. Mas descobri, ao longo destes anos, que me tornei independentista, à medida que ia meditando nos problemas e conhecendo mais as idiossincrasias portuguesas.
    .
    .
    Uma união política é como um mero casamento. Só vale a pena manter enquanto as partes ganham e desejam viver em comum, sacrificando-se as partes para o bem comum. Quando um casamento passa a ser o sacrifício de uma das partes para beneficio da outra, penso que é um casamento falhado. E que não vale a pena manter. Eu, felizmente, tendo tido a sorte na vida de ter um casamento feliz, e sei o quão valioso é, ter uma boa relação equilibrada entre as partes. E é isso que eu não vejo no país.
    .
    .
    Nunca lutarei pela regionalização mas só talvez pela Independência do meu Norte. Que vai da Serra dos Candeeiros até ao Minho, mais ou menos. E com essas gentes de trabalho, sacrifício e amor à sua terra, eu identifico-me. Não me identifico com o sul, nem com as suas mentalidades e ideologias. Desejo-lhes o melhor do mundo, mas não em união comigo. Faria igual se a nível pessoal eu sentisse o mesmo a nível marital.
    .
    .
    A partir de hoje deixarei de escrever sobre isto, no Blasfémias. Se participar será amiúde. Porque, em boa consciência, não tenho coragem de pedir mais sacrifícios aos meus concidadãos, se deixo de acreditar que eles valem a pena. E como acho que esta problemática não se resolve com sacrifícios do país por causa de uma das partes, eu volto ao recanto da minha vida e meus problemas pessoais. Foram anos interessantes de lutas mas que não valeram a pena. E não valem mesmo a pena.
    .
    .
    Um abraço e até sempre. Em especial aos blasfemos, que me aturaram imenso. 😉

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  62. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 15:22

    “Eu??? Conhecendo aqueles tipos de gingeira como conheço? Eu disse apenas que eles têm de mudar de vida, mas tal só acontecerá se forem forçados. ”
    .
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    Caro LR, então peço-lhe desculpa. Eu penso que nem a tiro mudarão. Por isso, olhe, desisti. Abraços para si. 🙂

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  63. Francisco Colaço permalink
    3 Março, 2012 15:26

    LR,
    .
    Repare que não desdenho do trabalho feito. Apenas penso que grande parte das importações para o resto do país (e grandes delas escusadas e achinesadas) é realizada por Lisboa. Afigura-se-me impossível haver qualquer efeito de cancelamento aqui por outras importações que acabam de vender em Lisboa porque as sedes dos grandes importadores estão precisamente em Lisboa. O gráfico de fluxos externos de mercadorias não é por isso indicador dos desequilíbrios entre regiões, sendo facilmente desmontável. Indiquei atrás alguns indicadores que julgo serem mais adequados a uma situação de favorecimento público.
    .
    Adiante. Os argumentos do Anti-Comuna estão certos: Lisboa é um sugadouro do esforço do país, e vive essencialmente do terciário e da cola ao orçamento do Estado. Pelo efeito de Spill-Over a maior parte (é verdade isto, a maior parte) dos fundos de coesão para as regiões desfavorecidas é gasta em Lisboa e em infraestruturas e fornecedores lisboetas.
    .
    Mas uma inusitada independência de parte do país traria apenas para outra cidade os vícios de Lisboa. Veja até que, embora Portugal seja o país mais centralizado que conheço, até mais que a China ou que a Rússia se pensarmos bem, todos os países que conheço têm críticas semelhantes para a sua capital. Os espanhóis chegam a dizer que Portugal é o que se safou de Madrid. E a Espanha é muito menos centralizada que nós. Tirar a Capital de Lisboa seria porventura transformar a cidade do Porto na Lisboa do amanhã.
    .
    O problema de Portugal não é Lisboa, é o Estado. Estado a mais, Estado omnipotente, Estado arrogante e funcionários imbecis e agremiados. E um povo bovino e dócil, que gosta de imbecis como Os Homens da Luta, porque afinal o que quer é ser agremiado, arregimentado, apaparicado, mandado e desculpado pelo Estado, mesmo rosnando depois que anda a ser espoliado por ele e que o dinheiro vai sempre para os mesmos. Reduza o Estado a 33% da sua expressão. Pesaria então pouco mais de 15% do PIB. Não seria tão apetecível para os escroques do costume e os rendeiros e tenceiros das Prebendas Particulares Portuguesas (PPP). Estranhamente, metade dos problemas de Lisboa resolviam-se assim: menos Estado, menos funcionários, menos impostos.
    .
    Antes que me acuse de ser conivente com Lisboa (acho que já conseguiu discernir a minha aversão ao vampirismo olisiponense) posso-lhe dizer à vista que a Serra de Estrela está coberta de nuvens e que está a chover.

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  64. 3 Março, 2012 15:41

    Caro Anti-comuna,
    .
    “A partir de hoje deixarei de escrever sobre isto, no Blasfémias. Se participar será amiúde. Porque, em boa consciência, não tenho coragem de pedir mais sacrifícios aos meus concidadãos, se deixo de acreditar que eles valem a pena. E como acho que esta problemática não se resolve com sacrifícios do país por causa de uma das partes, eu volto ao recanto da minha vida e meus problemas pessoais. Foram anos interessantes de lutas mas que não valeram a pena. E não valem mesmo a pena.”
    .
    Meu Caro, não desista jamais de lutar por ideias, de tentar fazer opinião. Você tem-no feito e muito bem nesta caixa de comentários, onde constitui uma mais-valia de relevo. Lembre-se que as ideias de hoje (boas ou más) serão as realizações de amanhã. Você vive fora do País – e imagino que viva bem – e de facto não ganha nada (directamente) a “perder tempo” a discordar, a alertar, a recomendar. Na realidade, ninguém lhe irá agradecer por isso, mas não tenha dúvidas que você tem lançado várias sementes e amanhã algumas poderão germinar. Não desista e continue com a luta que (aqui entre nós), até lhe dá algum gozo. Os frutos, se alguns houverem, serão para os vindouros, mas temos de pensar na próxima geração.
    Grande abraço e espero que nos continuemos a encontrar por aqui.

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  65. CXC permalink
    3 Março, 2012 16:37

    Tanto o Anti-Comuna saiem daqui com uma enorme derrota. Foram completamente desmentidos pela realidade dos números. O desiquílibrio é nacional e não apenas de Lisboa. Não me venham com tretas. Esse tipo de argumentação só demonstra o desespero.

    Quando ao efeito de spill-over vale cerca de 200 milhões de euros.

    Já agora, comparem as dotações do POR Lisboa com as do ON-2 Norte. O Norte tem muito mais fundos estruturais do que Lisboa.

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  66. Francisco Colaço permalink
    3 Março, 2012 17:08

    CXC,
    .
    Vejamos a derrota do Anti-Comuna.
    .
    Lisboa recebe verbas por duas vias, diz o Observatório do QREN, o envelope de fundos estruturais: primeiro, através de projectos interpostos por exemplo por direcções-gerais ou institutos públicos, a executar só na capital – o que renderá 109 milhões de euros; segundo, de candidaturas em conjunto com as regiões pobres, pelo que irá ter 28 milhões – mais de metade do aprovado, conclui-se a partir do relatório de execução de 2009 do Compete, o programa financiador. No total, Lisboa receberá 137 milhões de euros – três quartos das aprovações.
    .
    O Norte, Centro e Alentejo receberão a parte que lhes cabe dos projectos com Lisboa: 25,6 milhões de euros, a dividir pelas três. Meteram também projectos sem a participação de Lisboa, promovidos (todos menos um) por universidades e unidades de saúde, com autonomia. Dos 177,7 milhões de euros, diz o Observatório do QREN, as três regiões receberão, em candidaturas isoladas, 15,5 milhões. No total, as candidaturas envolvem 41 milhões em fundos.

    .
    Só aqui (na modernização do Estado) o Spill-Over é 137 Milhões de Euros e 3/4 das verbas. Notícia de Setembro de 2010.
    .
    Na modernização do Estado, 75% vão para Lisboa, a região mais pobre de espírito do país. Nas infraestruturas nem quero pensar quanto, mas pelo que parece as obras nas linhas férreas em Lisboa andavam a transbordar fundos europeus.
    .
    G’anda derrota do CXC, na verdade. Olhe, contacte o Anti-Comuna e peça uma caixa da vaselina milagrosa que ele andou a destilar, pode ser que de tanto se meter a jeito lhe faça um grande benefício.
    .
    .
    .
    Anti-Comuna,
    .
    Não desista, peço-lhe eu e pedem-lhe outros. A menos que a sua desistência tenha a ver com razões pessoais ou profissionais (se arrisque a dormir um mês no sofá, por exemplo), peço-lhe que continue a martelar-nos com a sua saudável dose de optimismo.
    .
    Lembre-se que nem o Anti-Comuna nem eu nem o LR nem ninguém individualmente podemos salvar o país da bancarrota. Mas podemos contribuir para que alguns parem para pensar, se lembrem que têm talentos escondidos e os ponham em uso, beneficiando-se a si próprios, às suas famílias e à sociedade. Se conseguir que dez pessoas modifiquem o seu comportamento, apontando os bons exemplos, terá feito muito por todos nós.
    .
    Um grande abraço.

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  67. jose silva permalink
    3 Março, 2012 17:27

    CAro Francisco Colaço

    Não conhecia o seu know how sobre «desvios» fiscais internos. Esse é um assunto interessante. Mas eu também só tenho tempo para ler o «anti-comuna» e o LR. Não tenho tempo para cruzadas. Sugiro que contacte o Carlos P Cruz que é consultor de PMEs dedicadas à exportação e naturalmente produz conteúdos sobre estes assuntos: balancedscorecard.blogspot.com. Abraços.

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  68. jose silva permalink
    3 Março, 2012 17:28

    Caro LR,

    Você acaba sempre por enviezar o seu raciocínio contra o funionalismo público e estado social. Ora esse não é o principal problema. Os funcionários publicos até vão estão mais ou menos bem distribuídos pelo pais. O que não está distribuído é a remuneração destes (em Lisboa ganha-se mais) as funções de administração de serviços públicos e afins e compras públicas (que estão todos concentrados em Lisboa). E também a economia não transaccionável, de seviços em rede, que está quase toda em Lisboa (por acaso você pertence a ela mas está no Porto; uma excepção que confirma a regra). Veja lá que até a troika quer abater com a protecção a esta economia (EDP, banca, PPP, comunicação social, distribuiçã, gestão de infra-estruturas, contratação de obras públicas, consultoria e pareceres jurídicos ao Estado, etc). Deixe lá o Estado Social em paz e concentre na economia não transaccionável. É que a sua fixação contra o Estado Social tira-lhe logo metade da audiência (a esquerda). E como provam as estatisticas europeias o nosso rácio de funcioários públicos face ao nº de habitantes nem é exagerado.

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  69. jose silva permalink
    3 Março, 2012 17:32

    Caro Ac,

    Os dados que o LR apresenta não estão 100% correctos. Mas não invalidam as conclusões. Não estão correctos porque de facto a sedeação da importação não significa consumo. De facto, se a Sonae que importa for a da Amadora em vez de Matosinhos, isto já desequilibra os dados. Porém, há que não ignorar que há muita PME industrial a Norte que importa MPs directamente do exterior e que depois vende o produto acabado em todo o território (eu trabalho numa delas). POranto, apesar de eventualmente os verdadeiros dados não serem tão dramáticos como o gráfico ilustra, não há dúvida que a especialização de Lisboa em sede de delegações de multinacionais, serviços públicos e economia não transaccionável lhe permite ter uma especialização económica sem concorrência internacional, e portanto com maiores margens, salários, valor acrescentado por trabalhador (produtividade) por causa de preços de venda mais altos por causa da ausência de concorrência. E depois dá origem a manias de grandeza e também a bolha imobiliária (que aliás está prestes a rebentar em Lisboa; http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=bolha+imobili%C3%A1ria+ninguem+quer+falar+jornal+de+neg%C3%B3cios&source=web&cd=1&ved=0CCcQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.jornaldenegocios.pt%2Fhome.php%3Ftemplate%3DSHOWNEWS_V2%26id%3D541305&ei=Ck1ST-mUEMKr0QXuyq3zCw&usg=AFQjCNFkL16XAq88He4MSU8fQrmUm-E1nA&sig2=-IpPdTMLbzLfbFrM8BL0Sw; relembro que o m2 da AMLisboa vale mais 40% do que a média nacional).

    Ora efectivamente a austeridade em curso é sobretudo uma austeridade ao modelo de desenvolvimento de Lisboa, economia não transaccionável, protegida, sem concorrência, crony capitalista. Concordo com o AC quando diz que equilibradas as contas externas irá aparecer novo ciclo de drenagem de margens de Portugal para Lisboa, agora através de novos mecanismos, sempre ligados à economia não transaccionável: Gestão centralizada de portos, aeroportos e ferrovias, que obrigará todo o resto do pais a passar por lá e a lá pagar portagem nessas infra-estruturas; Redução da oferta de ensino superior na periferia e melhoria em Lisboa; Aliás há um estudo da UP, que mostra que há desvio de alunos para Lisboa; Um dia destes fecham a Exponor e a montra das exportações será sempre na FIL; etc. De facto o modo de vida ao longo dos séculos de Lisboa sempre foi usar o seu estatuto de capital para cobrar um sobre-imposto por assumir essas funções.

    O assunto da independência do Norte é completamente inviável. Imagine-se que o Movimento do Partido do Norte tem um discurso exactamente igual aos parasitas lisboetas afectados pela austeridade actual. Até estes que supostamente deviam defender o verdadeiro Norte, actuam como infelizes colonizados mentais. Portanto, se estes do MPN que deviam perceber da poda pensam assim, imagine o que pensam os militantes obdientes dos partidos tradicionais fora de Lisboa. Serão sempre carneiros.

    O problema do Norte é efectivamente não ter massa crítica de conhecimento para a cada momento perceber as circunstâncias políticas, económicas, tecnológicas e conseguir formular estratégias para seu próprio bem. O Norte é como o outro. É sempre o último a saber…. Quando digo o Norte, estou a referir a Portugal extra-Lisboa, e à aglomeração onde se situa a maior parte da população, que é efectivamente a Norte.

    POrtanto, terminado este periodo de ajustamento, de facto Lisboa, entenda-se como oligarquia do crony capitalism e do sector transaccionável, comunicação social vendida e massa acéfala de cidadãos comuns que conhece o mundo pelo que se vê na TV, vai arranjar novo esquema de parasitagem e o Norte vai novamente ser roubado. Está na massa do sangue, uns serem chupistas e outros tansos; Não é a internet, o livro do Vitor Bento «no cego na economia», eu, ou o anti-comuna que vamos conseguir difundir e evitar este padrão de comportamento que atravessa a história de Portugal e milhões de concidadãos.

    Escrvi isto antes do seu comentários das 15:20. De facto a luta é inútil.

    PS: O AC é de facto o melhor comentador nacional de blogues. E é pena não ser blogger. Seria um passo à Armstrong para Portugal…

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  70. jose silva permalink
    3 Março, 2012 17:40

    Já agora, deixo aqui um link que me envergonha como POrtuguês e que sintetiza tudo o que escrevi.

    NUTS2 Name of the region Motorway density km/1000km
    1 PT17 Lisboa 220
    2 DE50 Bremen 176
    3 UKD3 Greater Manchester 140
    4 NL31 Utrecht 122
    5 DEA1 Düsseldorf 118
    6 DE60 Hamburg 107
    7 NL33 Zuid-Holland 104
    8 AT13 Wien 101
    9 UKD5 Merseyside 100
    10 NL41 Noord-Brabant 95

    Click to access KS-SF-08-028-EN.PDF

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  71. jose silva permalink
    3 Março, 2012 17:43

    Correcção:

    POrtanto, terminado este periodo de ajustamento, de facto Lisboa, entenda-se como oligarquia do crony capitalism e do SECTOR NÂO TRANSACCIONAVEL, comunicação social vendida e massa acéfala de cidadãos comuns que conhece o mundo pelo que se vê na TV, vai arranjar novo esquema de parasitagem e o Norte vai novamente ser roubado.

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  72. jose silva permalink
    3 Março, 2012 17:59

    Correcção:
    NUTS2 Name of the region Motorway density km/1000km2

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  73. 3 Março, 2012 18:00

    Caro Francisco Colaço,
    .
    “Repare que não desdenho do trabalho feito. Apenas penso que grande parte das importações para o resto do país (e grandes delas escusadas e achinesadas) é realizada por Lisboa. Afigura-se-me impossível haver qualquer efeito de cancelamento aqui por outras importações que acabam de vender em Lisboa porque as sedes dos grandes importadores estão precisamente em Lisboa. O gráfico de fluxos externos de mercadorias não é por isso indicador dos desequilíbrios entre regiões, sendo facilmente desmontável. Indiquei atrás alguns indicadores que julgo serem mais adequados a uma situação de favorecimento público.”
    Você está a partir do princípio que os grandes importadores se concentram em Lisboa. Estarão de facto a maior parte, mas fundamentalmente nos sectores de bens de consumo e estes, repito, são consumidos maioritariamente na capital. Mas já que fala nas importações achinesadas, posso dar-lhe mais um dado, tirado da mesma fonte, a repartição das importações da China por Região: entre 2006 e 2010, elas destinaram-se em média, com pequenas oscilações ao longo dos anos, para Lisboa (45,5%), Norte (34,3%) e Centro (16,5%). Os menos de 4% remanescentes distribuiram-se pelas outras regiões. Se olharmos para o consumo / capita de produtos importados chineses, ele é crescente em todas as regiões entre 2006 e 2010. Temos então que em Lisboa ele evolui de 114 a 236 euros; no Norte de 69 a 130 euros; no Centro de 58 a 96 euros. Considerando o maior poder de compra e maior propensão ao consumo de Lisboa, você acha mesmo que haverá grandes discrepâncias e que Lisboa é fundamentalmente abastecedora do país de produtos importados?
    Já agora, outro indicador: os 3 grandes portos portugueses são, por tonelagem movimentada, Sines (em que pesam sobretudo os combustíveis), Leixões e Lisboa.

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  74. José Martins permalink
    3 Março, 2012 18:15

    Caro AC,
    Independentemente das razões que obviamente lhe assistem para se ausentar deste blog, como seu leitor atento peço-lhe que o não faça. infelizmente não temos tanta massa critica que na praça que possámos dispensar sem graves perdas comentários ao nivel dos que produz. Acredite que os seus comentários são fonte de inspiração e alento para muito nortenho galego que, se devidamente esclarecido, um dia ainda se chateia a sério com os Mouros.
    Continue pf. melhores cumprimentos

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  75. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 18:29

    Caro José Silva, a Modis está sedeada no Norte, por exemplo. Eu sei que é quase impossível fazer isto com rigor, por várias razões, desde a confidencialidade dos números (veja que há multinacionais estabelecidas em Portugal que até nem estão autorizadas a apresentar números, como a Danone) até à própria confidencialidade fiscali. Ou podemos ver pelo consumo que Lisboa tem acima da média, eu deduzo que a realidade é ainda pior que os números que o LR apresentou. (Basta pensar que se Lisboa pouco produz e tem o maior poder de compra em Portugal, então ainda ficamos mais fulos.)
    .
    .
    Por fim, um apontamento para o CXC.
    .
    .
    Vc. tem a certeza que é uma derrota pessoal para mim? Não o creia tanto, amigo. Se Vc. for inteligente e compreender as conclusões a que eu cheguei, quem será derrotado é Lisboa.
    .
    .
    Mas se não compreendeu as minhas conclusões, eu vou dizer-lhe claramente isto: O Norte e o Centro deveriam evitar aceitar mais medidas de austeridade e pedir a Independência. Pois é Lisboa que tem de fazer austeridade e não o país. Se o Norte e o Centro meditarem no problema, eles irão marchar contra Lisboa. E acabar com Portugal.
    .
    .
    Percebeu o problema e a conclusão a que eu cheguei? Se não percebeu, um dia vai perceber.
    .
    .
    Agora, eu tenho medo das conclusões a que eu cheguei e com uma responsabilidade maior. Não sou eu que vou dizer ao país para ir a Lisboa arrasar tudo, meter aquela gente no Campo Pequeno e fazer um 14 de Julho à portuguesa. Portanto, calo-me e as forças vivas do Norte e Centro que meditem na conclusão a que chegam com os números que o LR destaca.
    .
    .
    Por isso, olhe, fico de fora e a tentar perceber se há outra saída. Eu não acredito que haja. Só há uma saída: a Independência do Norte (incluindo aqui o dito Centro do país). (E os algarvios que pensem pela sua cabeça e pensem se querem ser os criados de Lisboa.)
    .
    .
    Fica aqui esclarecido o meu ponto. Derrota? Pessoal? Não. Apenas triste que com a inevitável desagregação de Portugal. E que essa desagregação não traga sangue para as ruas. Apenas isso.

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  76. jose silva permalink
    3 Março, 2012 18:50

    Pois é caro AC.

    É muito triste chegar-se a uma conclusão como a sua. Racionalmente a solução é declarar em vão 800 anos de história e de sofrimento de compatriotas no passado. Por isso eu sou regionalista defensor de mais autonomia política regional e justiça económica, com ou sem processo de regionalização, mas não sou independentista, porque não tenho coragem para anular 800 anos de história comum.
    Vamos a ver como é que em 2014 se vai processar a independência da Escócia e até 2020 a divisão da Bélgica e independência da Catalunha. Depois pode ser que o Norte perceba e ganhe dignidade. Ou pode ser ser que Lisboa ganhe maturidade e decida por exemplo colocar 50% das funções do Estado fora da capital e assim consiga evitar a percepção da realidade pelo resto do pais.

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  77. Francisco Colaço permalink
    3 Março, 2012 18:54

    Anti-Comuna,
    .
    Não se apoquente, meu caro, pois não vai haver sangue nas ruas. O povo português, formatado por sessenta anos de corporativismo e quarenta de socialismo, rosna, fala ou grita, mas gosta de ser apaparicado pelos políticos.
    .
    Vá é preparando a preciosa vaselina para os nossos críticos e se algum palerma o ameaçou por email ou por telefone, com o velho argumento de lançar a sedição (calha-nos a todos, uma vez por outra), mande o endereço dele para cá, que a gente referencia-o na claque dos apoiantes do António José Seguro e logo os socialistas dão-lhe o tratamento que deram ao pobre do Sousa Franco.
    .
    E continue por cá.

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  78. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 18:55

    Infelizmente, caro José Silva, são também 500 anos de Lisboa a parasitar o resto do país. E acha que em 10 anos, eles vão mudar uma cultura quase milenar?
    .
    .
    Perdi as esperanças. Tal não irá acontecer. Pior, depois de nos safarmos destas, eles irão voltar a criar um sistema parasita. Olhe que imaginação não lhes falta. O mundo da bola é apenas o espelho cultura das diferenças do país. Eu ontem fiquei convencido que eles nunca irão largar o tacho e o poder. Se acontece no mundo da bola, imagine no resto.
    .
    .
    É triste acabar com Portugal? É. Mas olhe, há casais que se separam após muitos anos de vida em comum. Se calhar é o melhor. E devemos viver a pensar no futuro, não presos ao passado.
    .
    .
    Abra a si. E a todos os compatriotas que lutam contra este sistema. As próximas décadas vão ser muito difíceis para todos nós. Se calhar não vou morrer com o meu passaporte português. Mas, é como tudo na vida. É preciso cortar as perdas e pensar em novos ganhos. 😉

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  79. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 18:59

    Caro Colaço, ninguém me ameaçou pelo email. Foi mesmo eu chegar à conclusão que eu cheguei. E, portanto, para ser honesto, eu não posso pedir aos meus compatriotas que lutem, se esforcem e se sacrifiquem para manter uma Lisboa parasita. Não posso. Não quero. Isso seria a maior desonestidade que eu faria a mim mesmo. Portanto, olhe. É deixar correr o marfim e ver a que conclusão chegam muitas almas que desejam um país melhor.
    .
    .
    Abraços para si também.

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  80. Francisco Colaço permalink
    3 Março, 2012 19:05

    Mas que raio é que aconteceu no futebol? Desculpe perguntar assim, mas eu não ligo nada a essas pedibolagens.

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  81. jose silva permalink
    3 Março, 2012 19:08

    Caro AC,

    Há que ter alguma esperança: Em 2008 eu escrevi «O FMI já cá está e o Norte salvou-se» http://norteamos.blogspot.com/2008/11/o-fmi-j-c-est-o-norte-salvou-se.html
    E de facto acertei. Face à tendência anterior e face a Lisboa, o Norte teve um intervalo e uma conjuntura positiva nos últimos anos. Percebi na altura que o fim do endividamento sem limites e o esbarrar contra a parede da economia não transacionável de Lisboa iriam criar uma folga ao Norte e reganhar poder, como efectivamente agora se constata. O assunto só agora está chegar ao main-stream como por exemplo aqui http://aeiou.expresso.pt/a-defesa-do-norte=f707364#ixzz1nZsQIP9F, mas pode ser que finalmente haja luz. Com a eleição de Rui Moreira para CMPorto em 2013 novo ciclo se iniciará. Por outro o fim da drenagem de jovenshabilitados e ambiciosos para a economia insustentável mas de altos salários de Lisboa vai fazer com que o Norte se qualifique a passos mais largos. Por outro lado a formação de opinião é cada vez menos centralizada na TV e cada vez mais descentralizada via internet. Pode ser que nessa altura, dentro de 2 ,3 ou 4 anos o Norte esteja mais ciente da sua realidade, talvez seja uma Catalunha circa 1990.

    A vantagem de ser avant la letre e de se ver o negativo que ninguém vê, é que também se ve as oportunidades e tendências em formação. E portanto, não se pode ser definitivo na avaliação.

    Abraços e continue por aqui.

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  82. jose silva permalink
    3 Março, 2012 19:11

    Repare como eu comecei a escrever em 20081103: «Hoje é um grande dia, muito maior do que o dia da derrota da OTA. Norte salvou-se por vários anos da Drenagem e sabotagem que Lisboa constantemente exerce»

    E terminava assim: «O que escrevo só passará de aparente para realidade daqui por ano. No entanto respiro já de alívio.»
    Estava enganado. Demorou mais de 4 anos.

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  83. anti-comuna permalink
    3 Março, 2012 19:23

    Caro Colaço, eu fiquei atónito pelo vergonhoso comportamento de um dado clube da bola, o seu líder principal e o seu treinador, que perderam uma partida de bola, muito disputada (não vi o jogo mas ouvi os comentários na SIC Noticias), com arbitragem má, mas a não beneficiar ninguém em particular, e a usarem o facto do tal juiz da parida ser um assumido associado do clube derrotado, para esconderem a sua profunda incompetência e incapacidade. Dito de outra forma, perderam, perderam bem, mas como sempre, nunca admitem os seus erros, o mérito alheio e perdrem contra os gajos da provincia.
    .
    .
    O mundo da bola é um espelho cultural do país, não tenha dúvidas nenhumas.
    .
    .
    Caro José Silva, o FMI vai salvar o Norte, mas por quantos anos? 5 anos? 10 anos? Quando o resto do país quiser ter um maior consumo, o país estará na bancarrota outra vez. E Lisboa, depois de sair o FMI, encontrará forma de voltar a corromper o país. Não tenha dúvidas nenhumas. Tivemos o FMI na crise de 83/85, não foi? 30 anos depois, o sistema voltou a ser montado, ainda está pior que no tempo do Botas e agora armadilhados por diferenças abismais, entre Lisboa e o resto do país.
    .
    .
    Mais. O FMI vai ajudar imenso a país, mas os custos vão ser sobretudo pagos pelos de fora de Lisboa. O que é ainda mais injusto. Portanto, acredite mesmo no que lhe digo. Eu gostava de compartilhar o seu optimismo, mas não o posso.

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  84. Cirilo Marinho permalink
    3 Março, 2012 19:29

    Anti-comuna, deixo-lhe também um agradecimento por todos os momentos de reflexão e discussão, graças aos seus argumentos, à sua perseverança e ao seu optimismo.
    Na verdade, a vinda ao blasfemias já só se justifica(va) por si, pelo JM e pelo LR.
    Um abraço

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  85. jose silva permalink
    3 Março, 2012 19:37

    AC, pois tem razão.

    O único argumento que lhe posso apresentar é o seguinte: A Escócia apesar de estar unida há 700 anos com a Inglaterra, está neste momento a mudar de opinião. E isso também é visível em muitos outros territórios, até nos EUA. A maturação das injustiças de desenvolvimento económico intra-estado é um processo lento. Portanto, pode haver um subita (leia-se 5, 10 anos) mudança de posição. Aliás, se perguntar com poligrafo a 100 residentes a Norte se gostam de viver no mesmo pais que Lisboa, vai ver que uma grande percentagem diz que não. Ora o descontentamento está lá, e pode haver uma mudança de postura a médio prazo, passando a ser mais intransigente com as injustiças e a não tolera-las em termos de votos na AR. Aliás, isto já se está a verificar mas ainda é de pequena dimensão.

    Outro facto importante que dá espaço para alguma esperança é a forma de organização da comunicação social. Há tempos vi um entrevista à BBC de um guru das smartgrids, conselheiro de Barroso. O jornalista questionava da viabilidade da transformação dos sistemas centralizados de distribuição de energia electrica para sistemas descentralizados. E o guru respondeu. Imagine como era a distribuição de video há 20 anos e como é hoje. Há 20 anos era necessário uma organização tipo BBC para produzir e distribuir conteúdos de video em massa. Hoje pode-se fazer no Youtube de N para N. Ora o que isto tem a ver co o assunto em causa. A formação de opiniões é cada vez mais descentralizada e baseada em internet. E portanto, Lisboa conseguia sempre inventar e impor esquemas/opinião ao resto de Portugal porque tinha na mão a comunicação social que funcionava de forma centralizada. No futuro já não será assim. E portanto, apesar de achar que nunca é, pode ser que «this time is different».

    Eu compreendo o seu cepticismo, mas não tenho a certeza que a tendência se mantenha.
    Abraços.

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  86. jose silva permalink
    3 Março, 2012 19:43

    AC, eu acho que o seu esforço pessoal de reflexão merece outro palco. Já lhe fiz vários convites que nunca pode aceder. Acho que devia aproveitar e participar no livro do CCZ para passar para um palco superior. Efectivamente ser um sem abrigo numa caixa de comentários não se adequa a pertinência dos seus comentários. Devia considerar outro palco, mais profissionalizado e de acordo com as suas restrições pessoais. Caso contrário andará sempre com uma revolta calada por dentro que nunca se resolverá. Devia procurar uma saída que se adequasse às suas restrições. Abraços.

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  87. Lissabon permalink
    3 Março, 2012 19:46

    Caro Anti-Comuna,

    É uma pena não acompanhar de perto o futebol, o Futebol Clube de Porto, e mais recentemente, o Sporting de Braga são exemplos máximos do sucesso do norte do país que tanto tem apregoado nos últimos tempos. E olhe que não falo só a nível interno, um clube como o Sporting de Braga finalista da Liga Europa é um enorme feito, algo que o Benfica e o Sporting, com muitos mais recursos, e com muitas melhores condições, só atingiram também por uma vez cada um deles. Do sucesso do FCP nem se fala, foi, a par do Ajax de Amesterdão (que fica num país rico) dos poucos clubes fora dos grande campeonatos (Espanha, Itália, Inglaterra, Alemanha ou França) a ganhar a Liga dos Campeões (se não estou em erro, o actual modelo com fase de grupos começou em 1991). A apregoada corrupção não explica este sucesso estrondoso (embora explique parte).

    Nota: sou fã de um clube lisboeta, logo estou à vontade para escrever este tipo de posta.

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  88. 3 Março, 2012 19:51

    José Silva,
    .
    “Você acaba sempre por enviezar o seu raciocínio contra o funionalismo público e estado social. Ora esse não é o principal problema.”
    Mas existe por acaso outro agente da economia não transaccionável com mais peso do que o Estado? Reduza consideravelmente o peso do Estado como acima sugeriu o Francisco Colaço e você verá se as EDPs, PTs e afins arranjam em quem se pendurar.
    .
    “O que não está distribuído é a remuneração destes (em Lisboa ganha-se mais) as funções de administração de serviços públicos e afins e compras públicas (que estão todos concentrados em Lisboa).”
    Pensar que podia ser de outra forma é wishfull thinking. O Estado é por natureza concentracionário. Tem é de ser reduzido e muito e é um erro estar à espera da sua equidade para o desenvolvimento regional, seja em termos de investimento público ou de repartição de serviços. Erro em que me parece que você continua a persistir.
    .
    “Deixe lá o Estado Social em paz e concentre na economia não transaccionável. É que a sua fixação contra o Estado Social tira-lhe logo metade da audiência (a esquerda).”
    No Blasfémias temos audiências talvez porque cada um de nós é igual a si próprio. Não andamos propriamente em campanha. Mas, a aferir pela caixa de comentários, eu apostaria que a maioria dos que nos lêem são de esquerda.

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  89. jose silva permalink
    3 Março, 2012 19:55

    Caro LR,
    Acabar com o Estado Social decente é um radicalismo bárbaro e uma obcessão. Acabar com o excesso desnecessário de economia não transaccionável, protegida, pública ou privada, é uma prioridade aceite por todos. Se assim é então foquemos no prioritário.

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  90. 3 Março, 2012 20:14

    José Silva,
    .
    Você parece que ainda não percebeu que há uma osmose quase total entre as funções do Estado e a economia não transaccionável. Daí que a sua redução seja primordial.

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  91. Francisco Colaço permalink
    3 Março, 2012 20:17

    José Silva,
    .
    O Estado Social, como o temos, é claramente insustentável. Na verdade, o Estado Social Peso Bruto tem permitido a criação de uma catrefa de indolentes e ociosos, pessoas cujo modo de vida é pendurar-se nos impostos dos outros.
    .
    Agora, façamos uma distinção entre funções essenciais do Estado e funções desejáveis do Estado. Das primeiras não podemos abdicar, das segundas podemos abdicar, mas pioramos a nossa qualidade de vida. Enumero algumas:
    .
    1. (Essenciais) Defesa nacional, política externa, finanças do Estado, segurança, legislação, policiamento, actuação em emergência (protecção civil), gestão das prisões e justiça.
    2. (Desejáveis)
    Custear serviços de saúde de emergência. — NÃO NECESSARIAMENTE EXECUTÁ-LOS
    Custear educação até à escolaridade obrigatória. — IB IDEM
    Custear a protecção dos menores, idosos, deficientes e vítimas em risco. — IB IDEM
    Custear ou, melhor, financiar sob retorno formação superior e formação profissional. — IB IDEM
    .
    Eu sei que o LR discordará de mim na maioria das funções que eu chamo desejáveis. Repare que custear a educação de uma criança até à conclusão Secundário é um acto de justiça: uma criança não pode prover por si própria. Repare que para a formação profissional e a educação superior eu admito perfeitamente que as pessoas paguem retorno de empréstimos ou, como eu quando quis por burrice ser ingenhêro, trabalhar por turnos em fábricas e ir à universidade quando se pode e tirar dias de férias para exames.
    .
    A saúde é algo que apanhando uma pessoa (como unidade económica, que marxista sou eu) a pode fazer, num azar, descarrilar do mercado de trabalho. Não concordo com hospitais públicos, pois são o cúmulo do desperdício. (Tem aí boas anedotas.)
    .
    Finalmente, existe um grupo de pessoas que não se podem bastar porque não estão de idade, têm idade a mais e corpo a menos ou são fisicamente ou intelectualmente inaptos. Essas pessoas devem ser, na minha opinião, tuteladas pela sociedade. É um dever mínimo do ser humano prover a essas pessoas. Há também pessoas que num acidente como a morte de um filho ou um divórcio, ficam temporariamente incapazes de se bastar. A essas pessoas pode-se ajudar a voltar ao trabalho.
    .
    Agora, distribuir electricidade? Gerir empresas de transportes? Estão a gozar comigo.

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  92. 3 Março, 2012 20:36

    Francisco Colaço,
    99% de acordo.

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  93. Francisco Colaço permalink
    3 Março, 2012 20:39

    LR,
    .
    Temo o 1%.

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  94. jose silva permalink
    3 Março, 2012 20:40

    F. Colaço, LR

    Eu defendo apenas um Estado Social mínimo e civilizado e não o actual.
    Acho que o discurso anti-Estado Social é contrproducente. Há de facto outros problemas bem mais graves do que as funções sociais: RTP, compras públicas, PPP, potecção à economia não transaccionável e cronycapitalismo, outsourcing de acessoria e capacidade de gestão do Estado, visivel no assunto das PPP e criação de leis por escritórios de advogados, estado central concentrado em Lisboa onde o m2 é mais caro, etc. Começar pelo assunto de excesso de intervenção na saude, educação, segurança social, que de facto há (como por exemplo, a ofensa que é os beneficiários do RSI poderem tem aplicações bancárias até 50000€), é começar pelo lado errado.
    É um tiro no pé.

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  95. jose silva permalink
    3 Março, 2012 20:47

    A redução da intervenção do estado na saude, educação, segurança social tem que ser gerida com pinças. A redução da intervenção do estado nos restantes sectores, pode e deve ser feita à bruta. Mas atenção, nem uma nem outra se pode transformar na privatização de monopólios no sítio do costume (Lisboa) como aconteceu com a EDP, PT, Banca, Brisas, etc Isto é, não podemos criar tipo Portos de Portugal SA, uma CP SA monopolista, um BES Saude ou MEllo Saude duopolistas, etc, etc.

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  96. Francisco Colaço permalink
    3 Março, 2012 21:38

    José Silva,
    .
    Se as privatizações forem feitas à bruta e equitativamente, onde é que os ex-políticos se irão encaixar?

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  97. jose silva permalink
    3 Março, 2012 21:48

    vão para a empresa PQP.
    🙂

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  98. Costa Cabral permalink
    3 Março, 2012 21:56

    As «privatizações» foram feitas para sacar o património que é de todos.
    Os seus promotores são sempre recompensados, ora com lugares de «administração» ou então com carconhol para os respectivos partidos.
    Isto é uma lição básica que as polícias e os magistrados aprendem quando estudam a Corrupção!

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  99. 3 Março, 2012 22:18

    MUITO BEM!
    Luis Rocha mais uma vez toca onde “lhes” custa: no centralismo e colonialismo lisboeta.

    Juntam-se ao Partido do Norte (enquanto ainda temos um país)

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  100. Costa Cabral permalink
    3 Março, 2012 22:24

    O Norte só tem hipótese de sobreviver se tiver um partido como a Liga do Norte italiana.
    Aliás os políticos portuenses que vêm para cá, para Lisboa, são uns autênticos capachos da fidalguia lisboeta.
    No Norte, com excepção do Pinto da Costa e do invicto Futebol Club do Porto, já não há tomates.
    Há maricas e mariconas na politica do Norte!

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  101. 3 Março, 2012 23:49

    José Silva,
    .
    “Acho que o discurso anti-Estado Social é contrproducente. Há de facto outros problemas bem mais graves do que as funções sociais: RTP, compras públicas, PPP, potecção à economia não transaccionável e cronycapitalismo, outsourcing de acessoria e capacidade de gestão do Estado”
    .
    Tirando a protecção à economia não transaccionável, de custos incalculáveis, mas com que se acaba de um dia para o outro, tudo o resto custa quanto por ano? 1.000, 2.000 milhões? É que há um défice de 15.000 milhões para anular.

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  102. Xiça permalink
    4 Março, 2012 01:15

    Note bem, caro Xiça, o quanto de inveja Vc. denota nas suas palavras. Um gajo do Norte não pode ter Ferraris. A si pouco lhe importa se o gajo o pagou ou roubou. Mas apenas aponta que um gajo do Norte não pode ter ferraris. Porquê? Um gajo do Norte não tem direito a ostentar a sua riqueza? Porquê? É por ser do Norte? E se comprasse um iate e o metesse na Marina em cascais, já poderia?

    Não é inveja nenhuma, acredite, quem nos dera a nós que o país tivesse mais ricos para comprar Porshes e Ferraris. Os Ferraris de que falei foi da década de oitenta, muito pato bravo que se passiava de Ferrari enquanto as suas fabricas texteis iam falindo por falta de estratégia e visão. Uns completos grunhos ignorantes, que eram incapazes de pegar num simples livro para aprenderem alguma coisa. Mas isso faz parte do passado, esses gajos já foram todos de cona, alguns hoje são uns miseráveis pedintes, conheço pelo menos uns casos da região de Famalicão, hoje o sector está a renascer com gente de outra fibra.

    Mas tudo isto para dizer que não concordo com algumas coisas que diz, apesar de ser há muitos anos um apreciador do que escreve (como outros, muitas vezes pedi para que escrevesse num local seu).
    Mas discordo do seu discurso de “Lisboa”, é um discurso inutilmente agitador, redutor e até perigoso. A culpa não é de Lisboa, invente outra expressão, Terreiro do paço, é uma boa sugestão.
    Repare que nós temos 3 autoestradas paralelas, aonde ? Por acaso no centro-norte. Repare que nós temos estádios de futebol vazios à espera de demolição aonde ? Aveiro, Leiria, Loulé. Acha que é normal em Braga terem gastado cento de tal milhões de euros num estádio de futebol, por conta dos contribuintes ? Diga-me, acha que um Mesquita Machado de Braga é um político melhor dos que estão em Lisboa ? Diga-me, acha que as camaras mais endividadas são apenas em Lisboa ? Ou estão espalhadas por muitas outras regiões, onde por exemplo Gaia que lidera o endividamento ?

    A culpa não é de “Lisboa”, isso é um discurso muito redutor. Eu trabalhei muitos anos em Lisboa, e por acaso até sou dos que regressou ao interior. Mas enquanto lá estive, trabalhei incansavelmente.
    O problema do país não é nem deixa de ser de “Lisboa”, é do sistema xuxualista, se você até dividisse o país em dois, o sistema depois instalar-se-ia bem no centro do Porto, hehehehe. Não combata o alvo errado.

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  103. Nuno permalink
    4 Março, 2012 04:58

    .
    Bem. Parece que isso aí está a ficar mais limpo…
    Parabéns!
    Next, please…
    .

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  104. aremandus permalink
    4 Março, 2012 08:40

    ASSIM VAMOS LÁ:
    http://arrastao.org/2481455.html

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  105. aremandus permalink
    4 Março, 2012 08:42

    «presidente de partido reeleito com 95,5% dos votos»
    Onde foi isso?
    ah,foi na Coreia do Norte…fica longe!

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  106. Francisco Colaço permalink
    4 Março, 2012 11:09

    Castanheira,
    .
    La represión en la zona republicana durante la Guerra Civil Española fue una sucesión de acciones violentas cometidas en el territorio del bando republicano durante la Guerra Civil Española.[1] [2] Dichas acciones, al igual que las originalmente ocurridas durante la revolución bolchevique, eran cometidas por grupos de revolucionarios contra aquellos a los que percibían como sus enemigos de clase. En España, eso incluía tanto a empresarios, industriales, terratenientes y políticos de la derecha como a miembros y bienes de la iglesia católica, a quien tradicionalmente las fuerzas de izquierda había visto siempre como alineada junto a las clases capitalistas y reaccionarias, y actuando como un factor necesario para la represión psicológica del obrero.[2] [3] [4] [5]
    .
    Também da Wikipedia. Não houve inocentes naquela guerra e, bem vistas as coisas, em guerra nenhuma.

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  107. Tiro ao Alvo permalink
    4 Março, 2012 11:31

    Caro AC,
    os seus comentários vão fazer-nos falta. Pf não seja tão radical. Os lisboetas não são todos comunas e, muitos, até nem lisboetas são. O Xiça teve razão quando escreveu que “os gajos que estão em Lisboa a governar o país, muitos são do Norte e de outras regiões e pouquíssimos são lisboetas de gema. De resto, os autênticos lisboetas são geralmente os mais vilipendiados e prejudicados nestas tricas de ridículos bairrismos folclóricos entre Norte e Sul a que uns ociosos se dedicam”. Eu conheço alguns, mais papistas do que o Papa.
    Esse discurso dos ferraris do vale do ave, que é como quem diz, da zona dos têxteis, é um discurso tolo, que não tem verdadeira ligação à realidade. O mesmo se diga dos jipes para os agricultores e dos mercedes para os pescadores. Para essa gente, ainda devíamos ter 30% da população activa a trabalhar na agricultura, a trabalhar como na idade média e produzir muito abaixo das necessidades do País. Essa gente, alguma do norte, só vê o que está mal – e está muita coisa mal -, mas é necessário, é urgente, falar das coisas que estão bem. Não vai há muito tempo, o sector do calçado era apontado como um sector do terceiro mundo, a utilizar mão-de-obra infantil. Mas é preciso dizer que apenas o concelho de Felgueiras exporta mais valor em calçado do que Portugal em vinho do Porto! E que ombreamos, neste particular, com o que há de melhor no mundo.
    Em conclusão, serve tudo isto para lhe dizer que faz mal em se desligar da malta, e que gostaríamos de o ver por cá mais tempo, ainda que com menos frequência. Disse!

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  108. smal permalink
    4 Março, 2012 23:54

    Reblogged this on Palavras no Vazio and commented:
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  109. Nuno permalink
    5 Março, 2012 04:12

    .
    Assim sendo, é menos um a propagandear disparates.
    .

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  110. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 17:28

    A minha visão da verdadeira solução para evitar a implosão de Portugal.
    .
    .
    Como já escrevi aqui, o euro veio obrigar os países a deixarem de usar truques para enganar os cidadãos. As exigências do euro impedem os políticos de aldrabarem os seus cidadãos e…, Claro, os seus credores externos. E, assim, Portugal terá que ter uma balança de pagamentos positiva. Mas não temporária, mas estável, sustentada e definitiva.
    .
    .
    O que os números revelam, que o LR, nos mostrou, é simples. Portugal quase estoirou por causa de… Lisboa. Em 2010, o défice da balança de mercadorias foi todo criado por Lisboa. Ou seja, é Lisboa que vive acima das suas possibilidades, é Lisboa que tem que fazer austeridade. Esta austeridade não poderá ser mais paga pelo resto do país (com excepção, talvez, das ilhas) pois não podem os já mais pobres sacrificarem-se para manter o nível de vida artificial, criado em Lisboa.
    .
    .
    Lisboa tem dos mais altos nível de consumo do país e até acima da média comunitária. Tal se deve a vários factores, mas o principal é o Estado, dito redistributivo, que rouba aos mais pobres (resto do país) para oferecer à região mais rica do país. Lisboa. Além de Portugal contribuir para o seu alto consumo, ainda Lisboa tem que se endividar no exterior (usando o nome de Portugal) para manter os seus actuais níveis de consumo.
    .
    .
    Esta mentalidade em Lisboa é milenar. Eu, sinceramente, duvido que a mentalidade de Lisboa mude, mas é possível que o faça. Está em Lisboa a solução, não está no país. O resto do país só pode colocar Lisboa na ordem e dizer-lhes: ou Vcs. mudam de mentalidades ou pedimos a Independência. Talvez Lisboa mudasse de mentalidades, porque Lisboa sozinha colapsava. A fome seria crónica, o nível de vida caia para metade ou mais e talvez até Lisboa, a sós, nem conseguisse sobreviver por muitos anos. Acabaria por, de joelhos, pedir a integração em… Espanha.
    .
    .
    O problema está em Lisboa. E o resto do país só pode pedir a Lisboa que mude de vida. Que abandone a pretensa superioridade sobre o resto do país e aprenda a ser humilde. E a viver de acordo com o que produz. E não pensar que tem que ser o país a manter o parasitismo de Lisboa.
    .
    .
    Uma solução sangrenta seria má para Portugal. Mas o resto do país não pode deixar de dizer a Lisboa: Chega! Basta! Têm que começar a aprender a viver sem esperar parasitar o esforço alheio. E dar a Lisboa uma oportunidade. Dar-lhes uma última oportunidade. Ou mudam de mentalidades parasitas e estatistas ou pediremos o divórcio. Sem dramas e sem derramamento de sangue.
    .
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    Pessoalmente não acredito que Lisboa mude. Vão tentar ganhar tempo, com o milagre económico dos portugueses e tentarão criar um novo sistema parasitário, usando mil e um argumentos. (Seja fazer novas pontes, novos aeroportos, etc. Não irão faltar argumentos para Lisboa se apoderar do esforço alheio. Mas existe uma solução. E cabe a Lisboa optar pela solução.
    .
    .
    Se o Estado se reformar e acabar com os proteccionismos rentistas, talvez Lisboa diminua o seu défice comercial. Que é cerca de 10% do PIB português. Mas mesmo que caia para uns 7 ou 8%, ele é impossível de sustentar. Não existem muitos países no mundo que consigam gerar excedentes deste tipo, 7 a 8% do seu PIB, na balança comercial. E é isso que se está a pedir ao resto do país. Pode ser conseguido no curto prazo, em situações de emergência, mas é impossível de sustentar ao longo do tempo. (A menos que descubramos petróleo nas nossas costas e mesmo assim é duvidoso que tal seja possível.)
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    Lisboa, quer queira, quer não, tem que baixar rapidamente o seu défice comercial. Terá que o fazer. Chovam rosas ou canivetes, Lisboa terá mesmo que baixar o seu défice comercial. E, como não existem varinhas de condão, só o pode fazer através de três soluções. Ou exporta mais; ou importa menos, ou um mix das duas. Para importar menos, Lisboa terá mesmo que baixar o seu consumismo desbragado ou produz mais o que consome. Ou compra ao resto do país. Não pode continuar com o seu parolismo crónico, de preferir produtos estrangeiros aos portugueses. Ao contrário do que pretendem as ditas elites, isso é um profundo sinal de parolismo crónico, que é preferir sempre a galinha da vizinha, mesmo que seja mais magra que a nossa.
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    Lisboa tem que optar por algumas coisas, no curto prazo. Primeiro, baixar o seu estilo de vida. Porque não pode-o manter à custa dos outros. Segundo, tem que comprar mesmo o que é português. Terceiro, tem que vender mais o que produz, ou vender mais o que os demais portugueses produzem. O país não pode manter esta mentalidade parasita. Ou terão uma guerra civil. Será inevitabilidade. O resto do país quererá também melhorar os seus níveis de consumo e estilo de vida e só tal poderá ser conseguido se Lisboa deixar de ser uma crónica parasita. E chegará a altura que os demais portugueses compreenderão que, para viverem melhor, terão que pedir a Independência. Independência essa que será negada por Lisboa, habituada a parasitar o resto do país. E haverá uma guerra civil. Haverá derramamento de sangue. Não pensem que o que estou a dizer é imaginação minha. Estou apenas a dizer que a História portuguesa está marcada por marchas contra Lisboa. Só que desta vez não haverá regimes ditadoriais para servir de bodes expiatórios nem monarquias ou reis para atribuir as culpas. Serão os lisboetas que terão a cabaça nas guilhonhas, no dia em que o Norte marchar rumo ao Terreiro do Paço. O padrão no passado mostrou que um país injustiçado procura sempre em Lisboa a Justiça. Mas desta vez, haverá muito sangue nas ruas e guilhotinas para cortar a cabeça aos lisboetas que impeçam a Independência dos demais portugueses.
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    Portanto, a coisa é simples e complexa ao mesmo tempo. É simples, porque a solução depende apenas de Lisboa, com a ajuda dos demais portugueses. E complicada, porque não se mudam mentalidades parasitas, com pelo menos 500 anos de sistema parasitário, em meia dúzia de anos.
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    A solução é esta. Lisboa terá que, primeiro, valorizar o que é português (e deixar-se de manias que vive numa Lisboa iluminada cercada pela bárbarie) e consumir o que é português. Terá que produzir muito mais e terá que exportar muito mais, seja produzido em Lisboa, seja no resto do país. (Como exemplo, a Autoeuropa.) E Lisboa terá que aprender a não viver de rendas e aldrabices várias, que é apenas parasitismo adaptado aos tempos modernas. E terá que aprender a sacrificar-se, pois os custos de uma transformação da sua economia vão ser dolorosos. (O Norte anda há 20 anos a construir o seu sucesso, com muitos custos, sofrimento e até fome. Lisboa irá passar pelo mesmo, e quanto mais tarde o reconhecer, mais duros e prolongados os sacrificios.)
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    Lisboa terá que aprender a valorizar o que é português. E é possível? É. Veja-se este exemplo:
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    “Catarina Portas: “Em Portugal fazemos coisas belíssimas”
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    Cinco anos depois de ter criado o conceito Uma Casa Portuguesa, em que se predispõe a restaurar a identidade portuguesa através de produtos emblemáticos que criámos ao longo dos anos, Catarina Portas apostou no Porto, uma cidade que tem vindo a descobrir e com a qual tem uma relação cada vez mais próxima.
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    in http://aeiou.caras.pt/famosos/2010/04/03/catarina-portas-em-portugal-fazemos-coisas-belissimas#ixzz1oGMsA1qH
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    Além de valorizar o que é português, as admirar, também consegue ganhar dinheiro com elas. Só mesmo a parolada de Lisboa é que não reconhece as coisas boas que se fazem pelo país fora. Isto revela uma falsa capacidade em saber apreciar o que é mesmo bom. Bom, pode ser feito em qualquer parte do mundo, incluindo em Portugal. E não apenas nas sociedades que a parolada de Lisboa pensa que são muito avançadas e nunca em Portugal. E bom pode ser feito por qualquer um, não apenas com e palavras em língua de cão. Só mesmo a parolada dá mais valor ao que feito fora do que o que é feito em Portugal. (Basta ver as elites da Alemanha, Escandinávia, França, Japão, etc. que muito valorizam o seu próprio folclore. Só em Portugal, a parolada de Lisboa acha que andar com um IPOD colado aos cornos é que é sinónimo de chique. A parolada de Lisboa tem que aprender a viajara mais e a misturar-se mais com quem tem mesmo pedigree, por esse mundo fora.)
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    Lisboa tem que aprender a não apenas a valorizar o que é português, como aproveitar o que existe de bom por esse país fora para vender por esse mundo fora. E dou outro exemplo, de uma empresa inovadora de nível mundial, que cresce muito, exporta agora cada vez mais e até ganha dinheiro com o que é português.
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    “A Vida é bela
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    Criada em 2002, a vida é bela® é uma marca portuguesa, pioneira a nível mundial e líder destacada de mercado de presentes experiência. A sua oferta é a mais diversificada do mercado, com 58 presentes e mais de 6000 experiências, divididas em 6 temáticas: Alojamento, Spa, Aventura, Gourmet, Personal e Multiactividades.
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    Goza o presente, a vida é bela®!”
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    in http://www.banif.pt/xsite/Atrium/MaisBanif/ClubedeLazer.jsp?CH=5435
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    E crescem muito:
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    “Marca
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    A Vida é Bela cresce 60% graças a Espanha
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    “Cada vez pensamos mais ibérico” diz Margarida Reis, directora de marketing d’A Vida é Bela.
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    A marca alargou a gama de presentes com preços mais baixos a pensar neste Natal.
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    A menos de um mês do Natal, que representa 50% das vendas da marca portuguesa de presentes experiência, A Vida é Bela prevê fechar o ano com uma facturação de 65 milhões de euros. Um crescimento de quase 60% face a 2010, totalmente suportado pelo mercado espanhol.”
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    in http://mobile.economico.pt/noticias/a-vida-e-bela-cresce-60-gracas-a-espanha_132924.html
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    Além de dominar um mercado criado por eles (notem bem a capacidade deles, pois o que eles fizeram foi revolucionar o mercado de viagens, uma coisa pioneira a nível mundial, que eu saiba), já começa a dominar Espanha:
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    “H: Apesar das estimativas negativas traçadas para 2012, a “a vida é bela” vai crescer para o ano?
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    M.R.: Sim, vamos, provavelmente, passar de 47 para 65 milhões de euros, sendo que o crescimento vai acontecer do lado espanhol.
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    Em Espanha, dos 100 milhões de euros que o mercado vale, queremos atingir uma quota a rondar os 40%.”
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    in http://www.hipersuper.pt/2011/11/29/margarida-reis-directora-de-marketing-de-%E2%80%9Ca-vida-e-bela%E2%80%9D-%E2%80%9Ca-nossa-perspectiva-e-cada-vez-mais-iberica%E2%80%9D/
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    E do sucesso obtido em Portugal (facto de serem pioneiros ajuda-os a combater os novos competidores, como os gajos da Sonae) já se preparam para atacar o mercado brasileiro e o italiano. (Embora, continuo a não entender, o medo que esta malta tem ao consumidor alemão, mas enfim.)
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    “A empresa de experiências manteve, no ano passado, a liderança em Portugal com uma quota de 81 por cento. Em Espanha, a quota é superior 40 por cento, informa a marca em comunicado.
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    “Os números verificados no país vizinho são positivos, representando um crescimento superior a 130 por cento comparativamente ao período homólogo”.
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    Itália é a próxima etapa europeia. A marca quer entrar naquele país ainda em 2012, com uma gama de 12 referências. Segundo António Quina, fundador da marca, “o objectivo é alcançar uma quota de mercado superior a 20% dentro de três anos”.”
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    in http://www.hipersuper.pt/2012/03/05/a-vida-e-bela-aposta-em-italia-e-no-brasil/
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    Esta empresa de Lisboa conseguiu criar parcerias-fornecedores em Portugal e está a revolucionar o mercado de viagens e ofertas. É um conceito novo de negócio que tem tudo para ser um sucesso na Europa e noutros mercados também. Mas aproveita o que de bom existe em Portugal e vai começar a exportar.
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    Esta empresa mostra que é possível haver em Lisboa uma mentalidade diferente da parasita e até consegue vender no exterior aquilo que valoriza em Portugal.
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    Estes são dois exemplos de que em Lisboa, se quiserem, poderão manter o seu nível de vida, mas sem parasitarem o resto do país. E o último exemplo, da A Vida é Bela, até é possível exportar e vender lá fora, aquilo que é feito e produzido em Portugal. Portanto, ter uma queda no nível de vida em Lisboa pode ser amortecida com uma mudança de mentalidades. Os custos serão altos, mas tenham bem presente em Lisboa (a História de Portugal nos últimos 200 anos não deixa margem para dúvidas!) que, ou Lisboa muda de mentalidades e sistema económico, ou terá que aceitar a Independência do resto do país. Se não o aceitar, terá que pegar em armas, porque o cadafalso voltará a erguer-se em frente ao Terreiro do Paço. Porque, se Lisboa pensa que o país vai continuar a viver mal e a sacrificar-se para manter o estilo de vida lisboeta, ainda por cima, dominado pela parolice, então podem contar os dias, até que rolem cabeças no Terreiro do Paço.
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    A solução está em Lisboa. O país pode ajudar a salvar a crise actual, mas outras virão, se Lisboa não mudar de vida. Lembrem-se de uma coisa. No Euro, Portugal nunca poderá ter défices crónicos na sua balança de pagamentos. E o resto do país nunca poderá gerar excedentes de 10% do PIB de Portugal, para manter o parasitismo de Lisboa. Se o país ajudar Lisboa a mudar, todos ganhamos com a mudança de Lisboa. Se Lisboa pensa que vai ganhar tempo, é melhor prepararem a cabeça, porque vai jorrar sangue em Lisboa.
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    Quem vos avisa, amigo é.

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  111. Ricardo Monteiro permalink
    5 Março, 2012 18:13

    anti comuna:
    quando quiseres “invadir” Lisboa ou outra cidade, vila ou aldeia, vão lá estar portugueses a sério que TE vão fazer o favor de explicar o que é Portugal e o que é ser português. É um conceito que já vem dos tempos do Viriato, 139 a. C.. Na altura eramos chamados Lusitanos, denominação que perdura até hoje. Mas quando chegar a altura alguém vai explicar-te isto melhor. Cumprimentos e até breve, espero eu.

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  112. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 18:31

    O Ricardo Monteiro nem sabe que o tal Viriato nem sequer era português e os Lusitanos desaparecem há muito.
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    Lá no encontraremos. eheheheheheh

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  113. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 18:38

    Por acaso estava a meditar nisto. Até mitos, Lisboa criou para dominar o resto do país. O mito dos lusitanos é um (em especial por Camões) e o mito do Viriato. os lusitanos desaparecerem quase deixar rasto e o Viriato, quando muito, poderia ser apropriado pelos espanhois.
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    Mas até aqui nisto se vê como Lisboa criou mitos para perpétuar o seu domínio sobre o resto do território e sobre o parasitismo crónico implementado.
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    Mas enfim, parolada há muita, armada em defensora de Portugal e dos portugueses, quando na prática… Defendem um status quo dominado por Lisboa, suas elites e clientelas. eheheheheh
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    Meditem nisto. O padrão é este: quando o país se sente injustiçado, marcha sobre Lisboa. Não estiquem muito a corda…

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  114. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 19:13

    Não há razão nenhuma para Lisboa não mudar. As oportunidades existem, as potencialidades também e podem mudar de vida e mentalidades.
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    As empresas da região de Lisboa que decidem apostar na sua internacionalização e exportar, conseguem ter sucesso. E conseguem criar riqueza e até exportar produção portuguesa (frutas tugas, por exemplo):
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    “2011 foi pior ou melhor do que estava à espera?
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    Sentiu-se uma forte retracção do consumo em Portugal, que conseguimos compensar com uma forte expansão das vendas a nível internacional. A capacidade de alavancar as exportações tem compensado a consequência da situação e do contexto económico que conhecemos em Portugal.
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    As exportações vão continuar a ser o principal foco?
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    Sim. A aposta na internacionalização é clara. Nos últimos cinco anos multiplicámos o nível de exportações por três vezes. Hoje, mais de 50% do volume de Compal e Sumol são feitos fora de Portugal, o que quer dizer que exportamos mais de 100 milhões de litros destas marcas por ano.”
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    in http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=43150
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    Não há desculpara para as mentalidades reinantes em Lisboa. Não há desculpa para pedirem falsos proteccionismos, rendas quase perpétuas e parasitismo sobre o resto do país. Exemplos não faltam, mas há que mudar as mentalidades de funcionário público em Lisboa. Lisboa que se mexa, porque o país vai-se fartar do status quo.

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  115. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 19:22

    Quando Lisboa pedir um novo aeoroporto, é mostrar-lhes o que se faz fora de Lisboa, que lhes pode resolver o problema.
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    “Invento português permite descolagens a cada 30 segundos
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    O aeroporto de Lisboa está sobrelotado? As companhias queixam-se da falta de espaço? A portuguesa Active Space Technologies, sediada em Coimbra, deitou mãos à obra e inventou duas tecnologias que permitem poupanças significativas de tempo durante o voo e na descolagem.
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    Uma boa notícia para os aeroportos, para as companhias e para os passageiros. A Airbus comprou os dois inventos e já está a testá-los.
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    A tecnologia Greenwake é uma espécie de laser colocado bem no nariz da aeronave. Serve para medir os vórtex (remoinhos de ar) que são criados pela descolagem dos aviões.”
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    in http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=2342858
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    As soluções para o país sair da crise estão a ser criadas em todo o Portugal. Quando Lisboa quiser viver à grande e à francesa, que poupe e aproveite as boas ideias alheias, para viverem de acordo com as suas possibilidades. Quando não há dinheiro, não há vícios.

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  116. jose silva permalink
    5 Março, 2012 19:31

    CAro Ac,

    Acho o cenário de confronto interno exagerado. É muito mais provável um confronto político, isto é, partidos regionalistas terem poder suficiente para condicionar maiorias e portanto dessa forma forçar mudança de políticas, do que o cenário que você traça. Aliás, aqui na AMporto, basta o FCP ser campeao que os murcões perdem logo vigor na defesa da justiça no desenvolvimento. Pinto da Costa é nesta perspectiva o principal aliado de Lisboa dado que produz doses elevadas e com cadência anual de alienação do NOrte.

    É inevitável que a constatação do modus operandi chegue ao main stream e aos decisores e que a realidade exterior a Lisboa a force a mudar. Há 5 anos, em plana fúria de OTas e TGVs do Sócrates e do sistema de Lisboa, seria impensável que as PPP e seus adeptos passassem a párias, que da UE empurrassem o Sócrates pela borda fora, que um estudioso da dicotomia BST/BSNT fosse conselheiro de estado, que o JN teria orgulho em dizer que é do Norte e publicasse editoriais fortemente anti-Lisboa, que existisse um Porto Canal. A realidade, racionalidade, sustentabilidade, equidade são argumentos muito fortes em sociedades com liberdade de informação com se vive com a INternet actualmente.
    Portanto não se chegará a guerras. Espere a chegada de Rui Moreira à CMPorto, pela 1ª vez um presidente sem ambições de ir para Lisboa, a emergência de uma autarquia metropolitana que o Relvas anta a prometer e o rumo vai mudar.

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  117. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 20:09

    “Portanto não se chegará a guerras. Espere a chegada de Rui Moreira à CMPorto, pela 1ª vez um presidente sem ambições de ir para Lisboa, a emergência de uma autarquia metropolitana que o Relvas anta a prometer e o rumo vai mudar.”
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    Não acredito nisso. O Rui Moreira vai ser um flop. No fundo, não passa de um centralista. Um gajo do Porto que se ache líder do Norte não passa de um lisboeta com ambições a Norte.
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    E ao contrário do que pensa, eu acho que existe uma elevada probabilidade de haver confrontos directos. Sabe porquê? Porque, quando nós tomamos consciências que as crises se geram e têm como causa a mentalidade centralista e parasita da capital, percebemos logo que é preciso extirpar o cancro. E esse sentimento de injustiça quando começar a alastrar por todo o país e quando o país compreender que está numa ratoeira, vai-se mesmo virar contra Lisboa. E, como eu escrevi, se em Lisboa compreenderem que têm de mudar de vida e tentarem mudar de vida, o país acaba por calar as injustiças actuais, pela esperança no futuro. Mas se o país compreender que o cancro está em Lisboa e que eles nunca mudarão de mentalidades e impedem o resto do país em sair da cepa torta, as populações começarão a revoltar-se contra a capital. E, tal como é recorrente na História, quando o país se sente injustiçado, marcha contra Lisboa.
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    E quando esta malta sentir que continua a sofrer porque Lisboa não muda, não vai ser um Pinto da Costa ou um cromo parecido a ele, como o Rui Moreira que vão liderar os revoltosos. Deverá ser um tipo qualquer, inesperadamente e até, se calhar, surpreendendo tudo e todos, e lidera a revolta contra as injustiças. Como Vc. diz e bem, a figura do Pinto da Costa é até perniciosa para o resto do país e para o Norte. Mas nunca será um gajo como ele a liderar a revolta. Será um gajo qualquer, que descobriu que o país está numa armadilha, que lhe impedirá de viver tão bem ou melhor que Lisboa.
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    Nestas coisas, acontece quase sempre o inesperado. Não vou ser eu, ou alguém como Vc. que vão liderar a revolta popular. Vai ser alguém, que de um momento para o outro, descobre que Lisboa é o cancro. E será alguém que não quer saber de passados comuns conjuntos e está apenas focado no futuro.
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    Mas, seja como for, a resposta está do lado de Lisboa e das suas gentes. Que meditem no problema e pensem o que acontecerá, quando jovens que nada têm a perder, descobrirem que têm a vida atrapalhada, porque em Lisboa não querem mudar de vida. Aí, Lisboa terá muito que pensar em como impedir uma juventude revoltado, radical e disposta a tudo, por nada ter a perder. Gulp!

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  118. jose silva permalink
    5 Março, 2012 20:21

    Caro AC,
    O Rui Moreira já disse que quer que o Porto entre no campeonato das 2ªs cidades europeias e que não deve ligar a Lisboa. Anda há anos a aguardar um oportunidade. E tem coragem para por em causa a OTa e ser o 1º a falar contra a ANA e contra as tentativas de passar o controlo de Leixões para Lisboa. Não ponho as mãos no fogo, obviamente, mas há muitos portuenses que o empurrarão para posições de força. Ele terá mais votos do que Rio ou do que Menezes. A comunicação social do Porto e as universidades irão todas elas leva-lo para a frente. Rui Moreira é o mais consensual entre a escassa elite portuense.

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  119. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 20:34

    “Rui Moreira é o mais consensual entre a escassa elite portuense.”
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    Pode até ser. Mas o país e o resto do Norte nunca apoiarão alguém, que do Porto, se ache dono do resto do país e do Norte. Medite bem nisto. Todo aquele que se arvorou em líder do Norte, sem legitimidade para tal, acaba em desgraça. Olhe, desde o Eurico de Melo ao Fernando Gomes, desde o Pinto da Costa até ao Narciso Miranda. Ninguém se pode arvorar em líder do Norte sem que a população o consinta.
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    O Rui Moreira pode ser a pessoa talhada, no Porto, para atacar o centralismo de Lisboa. Mas não tem estaleca nem visão para ser líder do Norte. Nunca se esqueça disto. Para a generalidade do resto do país, as guerras Porto-Lisboa é luta de galos para o mesmo poleiro. E quando alguém quer-se armar em líder do Norte, sem ter legitimidade para tal, cai em desgraça. Olhe, quando quiseram fazer a folha ao Pinto da Costa, viu algum movimento do Norte ou no país, a protestar em Lisboa contra o que lhe fizeram? Não. Porquê? Porque o Pinto da Costa falava em nome de um Norte com a visão do… Porto.
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    Não. Um gajo que seja Bragança, de Coimbra, de Viseu ou outro lugar qualquer, têm mais probabilidade de se impôr como líder contra Lisboa, que um gajo com a visão do Porto.
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    O Rui Moreira até poderá dar um bom líder do Porto, mas nunca o será do Norte ou do resto do país. Até lhe digo mais, nunca será um regionalista a conseguir liderar um movimento popular contra Lisboa. Mas é apenas a minha visão do que se passou no passado, noutras revoltas populares ou até militares. (Veja que o Salgueiro Maia até era da região de Lisboa, que ajudou a fazer um golpe-de-estado e a tornar-se símbolo da luta contra um regime. Isto mostra bem que as coisas nem sempre são como pensamos. Assim como a Revolta da Maria da Fonte nasce fora de uma urbe.)

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  120. jose silva permalink
    5 Março, 2012 20:35

    Caro Ac,
    Sabe porque é que não há confrontos nem revolução. POrque o modelo de drenagem de rentabilidade económica que Lisboa exerce é difuso. Só os mais atentos é que percebem. Quer a prova ? A constatação de que o deficit comercial de Portugal é igual ao de Lisboa já foi escrito há anos, aqui (http://norteamos.blogspot.com/2009/02/lisboa-nao-exporta.html) e aqui (http://norteamos.blogspot.com/2008/01/regio-de-lisboa-tem-dfice-comercial.html). Houve revolução entretanto ? Voce ai algures na Europa não nota, mas eu aqui noto: Uma imensa maioria do Norte e o resto de Portugal não tem consciência da realidade. Vive alienado com as vitórias do FCP e com a propaganda do mass-media de Lisboa. Você julga que são todos inteligentes e racionais como você, ou como os civilizados com quem convive, mas infelizmente não é assim. Em quase todos os países da europa há partido regionais para defender estes assuntos. Cá só agora é que está a começar !!!!

    Eu não disse que vair ser o PCosta ou o RMoreira a liderar revoluções, porque não acredito que elas possam existir. O que acho que pode existir é uma evolução lenta de consciecialização, que tenha reflexos na representação da AR e que depois tenha impacto na formação de governos e de programas de governo. Isto é, um partido regionalista que possa contribuir para uma maioria parlamentar, como aconteceu há tempos com os partidos da Catalunha no governo de Madrid.

    Eu de certeza que não vou liderar qualquer revolução. Eu sou um intelectual que não gosto de sair à rua. 😉

    Uma juventude revoltada a liderar ? Talvez … Teria que ser letrada e versada, que também é difícil.

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  121. jose silva permalink
    5 Março, 2012 20:42

    Estes debates via caixa de comentários tem os seus lags.

    Volto a escrever: Não acredito em revolução contra Lisboa. Portanto não acredito em protagonistas da revolução. Acredito sim em evolução, isto é, os nossos interesses acabem por ter representação na AR e forcem mudanças de política a nível nacional. Aliás isto é verdade. Pense porque é que os políticos do Norte são sempre expulsos da corte. Porque é que Guterres ganhou a FNogueira F-Gomes, Cadilhe, Bessa, Menezes tem que regressar à base. Porque é que agora vai acontecer o mesmo ao ASPereira. A evolução será a impossibilidade de formação de governo sem a participação política de partido que represente os interesses do Norte. Aliás isso já seria possível se o PSD fora de Lisboa não se deixasse enganar pelo PSD de Lisboa. NA prática o tal partido já existe: São as distritais do PSD, que tem como base as PMEs e as autarquias. Só que históricamente o PSD fora de Lisboa deixa-se sempre enrrabar…

    Acho que Rui Moreira na CMP contribuirá para essa evolução. Isto é, chamará à atenção para as injustiças de forma inequívoca e sem medo das consequências para a carreira política, coisa que nem o Rio nem o MEnezes fazem.

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  122. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 21:02

    Caro José Silva, está a ver como num aspecto me dá razão? As pessoas ainda não ganharam bem consciência de onde está o cancro. E tiro o chapéu ao autor PMS, pela capacidade em ter posto em números, aquilo que presssentimos directamente.
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    Mas o cancro per si não diz tudo. Porquê? Porque, existe sempre a ideia que o cancro pode ser eliminado. Mas o que as pessoas começarão a tomar consciência e que lhes dará alento para a revolta, é a falta de esperança no futuro. Ou seja, termos um cancro e não vislumbrarmos como o eliminar.
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    Deixe-me explicar melhor a coisa. Há anos que eu tenho consciência de um país desequilibrado. Já tinha feito alguma análise a números e estudos, etc. Mas eu nunca pensei que estávamos numa ratoeira. Porque achava que acabariamos por corrigir os erros. Mas eu tomei consciência, que o cancro não será eliminado porque Lisboa não o quer. Lisboa, com o seu atavismo parolo crónico, julgará sempre que tem direito a um nível de vida superior ao resto do país e que o mérito a si pertence. E como estamos dentro do euro, isso gerará uma nova crise, mais rápido do que se pensa. Isto é, a crise actual será debelada mas logo que a Troika vá embora, voltarão os excessos de Lisboa, teremos uma nova crise rapidamente. E que em vez de 30 anos, demorará muito menos, porque estamos no euro.
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    Se eu fico sem esperança, ainda procuro soluções. Se eu não acredito que Lisboa mudará, ainda penso que vale a pena tentar que eles mudem. Mas eu vivo fora, estou um bocado com as costas protegidas e a minha vida pessoal não está em causa. Mas, e essa juventude, que se esforça, que luta, que ainda acredita no seu futuro e descobre que o problema está em Lisboa e que não mudará de mentalidades e comportamentos? Está a ver a coisa. Não desvalorizemos os movimentos sociais do tipo “descamisado”. Essa gente, quando tiver consciência do cancro e que ele não se elimina…
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    Note bem a coisa. Já não poderão invocar a falta de liberdade e democracia. Não poderão invocar um regime monárquico e as classes altas a si ligadas. Não poderão invocar a falta de reformas no Estado. (Que a troika está a obrigar a fazer.) O que resta? Irão concentrar em Lisboa e nas suas mentalidades, o foco do problema. E será perigoso, porque aí, já sabemos como as coisas são. Sabemos que as condições existem e que qualquer coisa pode incendiar o país. Só não sabemos é como acaba.
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    Eu sou pessimista quanto a isto. Porque, se o país perde a esperança e encontra a sua solução. Isto, eliminar o cancro, a coisa torna-se perigosa. Eu sou pessimista, nestas coisas. Não há nada pior que uma sociedade sem esperança e metida numa espécie de ratoeira. Oxalá eu esteja enganado. Oxalá. Mas olhe que eu sou pessimista nestas coisas, porque basta-me tentar perceber o passado e extrapolar para o presente ou futuro.
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    caro José Silva, Vc. lembra-se o que fez estalar a chamada Revolução da Maria de Fonte? Por causa de uma boa medida de higiene e defesa da saúde pública, mas que mal compreendida e sobretudo aceite, por uma população farta de sofrer e sem esperança no futuro. Nós estamos a criar as condições para o mesmo tipo de revoltas e movimentos. Porque estamos a pedir sacrificios para salvar Portugal, quando é em Lisboa que está o cancro e que essa mesma Lisboa impedirá que o resto do país tenha uma esperança melhor no futuro.
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    Agora, não pense que em Portugal não há gente atenta a estas coisas. Não desvalorizemos uma juventude, muito mais bem formada e com acesso a informação, que parece adormecida, mas que pode, de um dia para o outro, mostrar que está acordada. Lembra-se dos 300 mil jovens, sem um objectivo claro, a protestar nas ruas portuguesas? São sinais como estes que nos mostram que isto é bem mais complicado do que parece. E esta juventude não tem aderido aos apelos dos comunas, dos betinhos de esquerda (BE), das CGTPs, UGTs, etc. Mas se encontrarem uma boa justificação e compreensão do que lhes impedirá no futuro… Cuidado com a brincadeira!
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    Na Revolução da Maria da Fonte, também não faltou quem pensasse que o povo era manso. No entanto, quando menos se espera, ele torna-se uma fera bem acordada!

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  123. jose silva permalink
    5 Março, 2012 21:11

    Caro AC, essa juventude descamisada nunca descobrirá nada. Até você que é um economista esclarecido demorou todos estes anos a descobrir o modelo de drenagem de desenvolvimento que Lisboa pratica. Como está à espera que a juventude grunha perceba ? Só se for simples como o gamanço de um penalti… Sociologicamente a sua análise não é realista.

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  124. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 21:34

    Mas eu não sou um economista esclarecido. O que eu sou é um mero observador de factos e tento descobrir tendências novas. E se eu demorei a descobrir, outros tantos não o farão. Porque, quem anda a brandir esses números e essas realidades, fala-o em nome de um regionalismo sem aderência à realidade ou por supostos líderes do Norte.
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    Vamos ser claros. Eu não sigo movimentos regionalistas porque as soluções deles é copiar Lisboa. E como eu, milhentos de cidadãos como eu. Mas quando surgir alguém, com uma visão integrada do país (por exemplo, as tricas do Porto de Leixões pouco dizem a um beirão, porque acha que aquilo é guerra de galos para o mesmo poleiro), que tenha consciências dos problemas e que não existe solução, senão Lisboa mudar… Esse alguém passará a falar em nome do país contra… Lisboa! Aí verá como as coisas terão um outro sentido.
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    Repare que um gajo que passa a vida a protestar contra Lisboa por causa dos problemas no Porto, nunca terá legitimidade para falar em nome do resto do Norte ou sequer do país, contra Lisboa. Por isso os regionalistas falam, falam, falam e ninguém lhes liga pevide. (Como eu nunca ligo, por exemplo.)
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    Um jovem de 23 anos, recém licenciado, desempregado e sem esperança no futuro, que vive em Terras de Baúlhe, por exemplo, quando ouve o Rui Moreira, até se ri do que ele fala. Um casal desempregado do Marco ouve os nossos regionalistas e topa-os logo: estes gajos querem copiar Lisboa. Um agricultor da Guarda ri-se do que dizem e pensam os supostos líderes do Norte ou regionalistas. Os problemas deles são de tal forma mais preocupantes que discutir quem vai gerir Leixões ou o aeoroporto Sá Carneiro, porque que acha que esta gente vive noutro mundo. Está a ver a coisa?
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    Agora espere por um jovem formado em economia, que vive num desses lugarejos do país e que também acede à mesma informação que eu e descobre que o país está numa ratoeira… Será um potencial revoltoso, com um discurso a sério e sem falsos regionalismos, contra Lisboa e o seu centralismo. Aí, as coisas podem mudar mesmo.
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    Uma coisa, Vc. terá que compreender. Não subestime os nossos jovens, a geração mais bem formada de sempre e com acesso a informação que nunca tivemos antes, e com as mesmas qualidades e defeitos dos demais portugueses. Olhe que o povo português é muito inteligente. E esse povo não anda tão adormecido como pensamos.
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    Oxalá Lisboa mude. Essa é a minha esperança. O resto, olhe, é rezar. 😉 Que tudo corra bem e que afinal eu esteja errado. Fico mesmo feliz se estiver errado.

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  125. jose silva permalink
    5 Março, 2012 21:41

    Ac o raciocínio de que o modelo económico de Lisboa é culpado não de fácil alcance. A prova disso é que você só agora é que o constatou.
    Já agora o PMS está a fazer um MBA nos EUA. Foi funcionário de uma consultora e de um banco.

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  126. jose silva permalink
    5 Março, 2012 21:45

    ” Eu não sigo movimentos regionalistas porque as soluções deles é copiar Lisboa”

    Isso é verdade verdadinha. Um POrtugal sem Lisboa iria criar uma nova Lisboa num sítio qualquer.

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  127. jose silva permalink
    5 Março, 2012 21:47

    «Mas quando surgir alguém, com uma visão integrada do país». Continuando com linguagem de capoeira, isso só acontecerá quando as galinhas tiverem dentes.

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  128. jose silva permalink
    5 Março, 2012 21:49

    «Agora espere por um jovem formado em economia, que vive num desses lugarejos do país e que também acede à mesma informação que eu e descobre que o país está numa ratoeira» Esse jovem vai cair na ratoeira. Pega no Expresso Empregos e muda-se para Lisboa. Milhares já o fizeram.

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  129. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 21:50

    “Ac o raciocínio de que o modelo económico de Lisboa é culpado não de fácil alcance. A prova disso é que você só agora é que o constatou.”
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    É de fácil alcance, é. Eu sei que o país é desequilibrado. Já há muito. (E por isso me tornei cada vez mais Independentista.)
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    O que eu descobri (ou perdi a esperança) é que Lisboa mude. E fiquei convencido, não foi com os números do LR. Foi com a palhaçada no mundo da bola, que me mostrou, que esta gente nunca mudará. Se for preciso prender todos os dirigentes da bola a Norte, o farão, para ganharem. Porque nunca admitirão mudar de mentalidades e ter um verdadeiro espírito competitivo. Isto é, alguém que admite os seus erros e os tenta corrigir. Estes gajos são como os gajos que perdem dinheiro nos mercados e culpam sempre os outros pela sua falta de jeito ou capacidade.
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    E fico feliz por esse PMS ter escrito aquilo. Como me disse, deve ser um jovem, o que comprova que eles, os jovens, chegam ainda mais rápidos que eu, aos problemas. Falta-lhes a solução. 😉

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  130. jose silva permalink
    5 Março, 2012 21:52

    Caro AC, voce acaba de cair no mito sebastianico. Um jovem que vem do interior profundo e torna-se um lider contra o centro do nosso mal económico. Continuo a não achar realista. Acredito mais num lenta consciencialização evoluindo para a representação parlamentar e influencia nos programas de governos e por fim mudança de políticas. Há N exemplos por essa europa fora. Não há que inventar.

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  131. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 21:54

    “Pega no Expresso Empregos e muda-se para Lisboa. Milhares já o fizeram.”
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    Isto já foi chão que deu uvas. Agora emigram. Mas até nisso estão a ficar com as saídas tapadas. E agora? Ponha-se no lugar de um deles. Se não há em Lisboa, se não há na Alemanha… Ou se até nem quer e pode emigrar…
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    Olhe, vou-lhe contar uma coisa. Um determinada pessoa, com alguma idadezita, com filhos, está desempregado. Mas não quer emigrar, por causa dos filhos. Tem já uma idadezita (quarentão) e sente que não tem futuro. E começa a sentir um misto de desespero, falta de esperança e incapacidade. Uma pessoa destas, pode fazer coisas que nem imaginamos. Eu posso-lhe dizer que este caso, real, de alguém que eu contactei há uns dias atrás, deve ser milhento por esse país fora. Não apenas no interior do país, não apenas fora de Lisboa.
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    Esta gente tem muito para dar mas sem esperança e com líderes que os saibam “encantar”, podem fazer de tudo. Por isso, olhe, eu sou pessimista. Oxalá eu esteja enganado, como muitas vezes o estou.

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  132. jose silva permalink
    5 Março, 2012 21:58

    Relativamente ao futebol, os lisboetas tem razão. Quer o Pinto da Costa, quer o LFVieira compram ou tentaram comprar árbitros. Foi um sócio de um vice-presidente de LFVieira que me disse que este também tinha tentado fazer um esquema igual ao do PCosta, só que este não deixou.

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  133. Lissabon permalink
    5 Março, 2012 21:58

    O centralismo de Lisboa é isto:
    “Câmara de Lisboa deixa seguir projecto da EDP que viola Plano Director

    08.02.2012 – 17:05 Por Ana Henriques, Inês Boaventura
    O projecto é da autoria da britânica Amanda Levete O projecto é da autoria da britânica Amanda Levete (DR)

    A Câmara de Lisboa aprovou hoje, com os votos contra do PSD e do CDS, um pedido de informação prévia da Fundação EDP para construir um centro cultural em forma de concha à beira-Tejo. Isto apesar de o projecto violar as regras urbanísticas de preservação da frente ribeirinha impostas pelo Plano Director Municipal

    Projectado para terrenos de Belém ao lado da Central Tejo onde neste momento existem antigos armazéns, o edifício é assinado por um nome em ascensão na arquitectura britânica, Amanda Levete. Acontece que, segundo as normas criadas pelo próprio município, é demasiado grande para estar tão próximo do rio.

    “Viola praticamente todos os critérios do PDM”, assinala o vereador António Carlos Monteiro, do CDS-PP. “Não se pode construir mais de dez metros de altura na frente ribeirinha, nem tapar a frente de rio com mais de 50 metros de frente. Ora o edifício tem 14 metros de altura e 150 de frente”.

    O autarca reconhece que o projecto até tem qualidade. O problema é o local onde a EDP quer implantá-lo. “O PDM salvaguarda os sistemas de vistas”, explica António Carlos Monteiro, que chama ainda a atenção para outro problema: o facto de parte do edifício ser subterrâneo, apesar de a frente ribeirinha de Belém ser uma zona de aterro.

    “A Câmara de Lisboa tem dois pesos e duas medidas: é forte com os fracos e fraca com os fortes”, critica o vereador, numa referência ao facto de aos particulares estar vedada a infracção das regras urbanísticas. Para autorizar a construção da Fundação Champalimaud, um volume ainda maior de construção também à beira-Tejo, foi preciso suspender o PDM, recorda António Carlos Monteiro.

    Na reunião camarária desta manhã, tanto o vereador do CDS como os eleitos do PSD votaram contra a aprovação do pedido de informação prévia da Fundação EDP, pelo facto de este entrar em contradições várias com o PDM. Já o vereador do PCP, Ruben de Carvalho, votou favoravelmente, ao lado da maioria liderada por António Costa.

    Ruben de Carvalho diz que as incongruências com o PDM de que falam alguns vereadores são “discutíveis” e baseiam-se numa “leitura muito estrita” documento. O eleito comunista prefere sublinhar os aspectos positivos do projecto, que vai permitir o nascimento na cidade de “um centro para as artes”, e a sua qualidade arquitectónica.

    “Se o projecto for considerado ilegal, isso será para nós uma surpresa”, reage o administrador-delegado da Fundação EDP, Sérgio Figueiredo, explicando que tem contado com “o incentivo do presidente da câmara e do vereador do Urbanismo, Manuel Salgado”. E observa: “Se assim for, no limite não se faz – o que é uma pena”.

    Sérgio Figueiredo explica que o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico já aprovou o trabalho de Amanda Levete para Belém, que “não constituirá” mais um obstáculo entre a cidade e o rio. “É um edifício o mais democrático possível, no topo do qual as pessoas vão poder caminhar. E é mais baixo do que os armazéns que vai substituir”, argumenta. Já a ciclovia que ali passa “será desviada para trás ou para cima” do imóvel em forma de concha.”

    http://www.publico.pt/Local/camara-de-lisboa-deixa-seguir-projecto-da-edp-que-viola-plano-director–1532856

    Quando há idosos à morrerem de frio, talvez por não poderem pagar o elevado preço da electricidade, Lisboa decide fazer uma festa toda pomposa à conta de todo o país cliente da EDP…

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  134. jose silva permalink
    5 Março, 2012 22:00

    Acredito que esse desespero se vire em 1º lugar contra os ricos, os bancos, os cobradores de impostos, a troika, etc. Só no fim da lista é que o desesperado iria descobrir que afinal é o modelo económico de Lisboa…

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  135. Lissabon permalink
    5 Março, 2012 22:05

    Caro José Silva, a questão não é só a corrupção. A questão é o triste espectáculo que ocorre sempre após as derrotas do Benfica. Parece que o Benfica tem alguma autoridade moral para ter que ganhar sempre, assim como a esquerda portuguesa o tem… lembre-se da famosa conferência de imprensa do “Deixem jogar o Mantorras”, por exemplo, existe algo que seja mais “chorão” que isto?? Mais calimero??
    Aqui estou com o anti, é muito mau perder, é muita pouca força de vontade de mudar. O Sporting ainda o tenta, mas nem sabe como o fazer, e foi levado por uma classe dirigente muito corrupta e parasitária, o Belenenses tinha todas as condições para ser um excelente clube, e não se aguenta na 1ª divisão sequer. E em todos estes 3, existe um denominador comum, negociatas com a EPUL para os financiar. E mesmo assim, o baile que levam de Porto e Bragas (e há uns anos atrás o Boavista) é categórica.

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  136. Lissabon permalink
    5 Março, 2012 22:08

    Só uma nota em relação à “concha de Belém”, que é bastante importante: isto custará qq coisa como 14 M€ (a notícia não o diz), se não estou em erro…

    Porra, se isto não é um dislate, então não sei o que é… desculpem o exercício algo demagógico, mas com velhos a morrerem de frio, alguns tlvz por a electricidade ser caríssima, isto admite-se?

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  137. jose silva permalink
    5 Março, 2012 22:12

    lissabon,
    eu pouco percebo de futebol. apesar de ser portista, acho que o melhor que podia acontecer aos portistas era perder todas as competições durante 10 anos. Ai sim é que a revolta que o AC fala é que ocorreria. Vocês não imaginam aqui a Norte qual o grau de desconhecimento dos assuntos do centralismo económico face ao grau de alienação com os assuntos de futebol. De tal forma que as vitorias do FCP afagam as mágoas da falta de viabilidade profissional e económica. Aliás, se isto não for uma conspiração lisboeta, estamos cheios de sorte. Afinal, pão e circo é o suficiente para manter o povo obdiente… Portanto se alguem conspirou há uns anos atrás para sabotar o desenvolvimento a Norte, com a drenagem de grandes empresas e investimentos para Lisboa, também poderá ter pensado numa estratégia para manter os indigenas alegres e calados…

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  138. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 22:13

    Caro José Silva. Eu acho que Vc. ainda não entendeu a minha mensagem. Eu não quero confundir desejos com a realidade.
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    Se me perguntar, o que eu desejo, eu digo-lhe: gostava que Lisboa mudasse e o país continuasse unido.
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    Se me perguntar, o que eu penso que vai acontecer, eu digo-lhe: uma provável revolução militar ou até mesmo golpe-de-estado contra Lisboa.
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    Uma coisa é aquilo que eu gostava que acontecesse. Outra aquilo que eu penso que irá acontecer. São duas bem distintas. O meu medo é daquilo que eu penso que irá acontecer, não do que desejo.
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    O que Vc. prevè é uma evolução lenta, eu julgo que tal não irá acontecer, porque a sociedade portuguesa tem uma notável capacidade de adaptação. Se os portugueses descobrem que o problema está em Lisboa e que eles não irão mudar e apenas comprar tempo, de um momento para o outro, tudo pode acontecer. Mesmo que a evolução seja lenta, estamos dentro do euro e uma crise virá mais rápido do que se pensa, se Lisboa não muda. O que acaba por precipitar os acontecimentos.
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    Dirá. Isso é sebastianismo. Eu digo-lhe: são lideranças que podem liderar movimentos. Seja o Spínola a escrever livros e a mudar a carola de muita gente; seja o Otelo consciente que é preciso mudar e a liderar um golpe-de-estado. E o Salgueiro Maia a portar o símbolo de uma mudança. Nestas coisas, as lideranças contam bastante.

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  139. jose silva permalink
    5 Março, 2012 22:21

    AC, isso parece os lideres da JMP: Criaram um projecto chamado Millenium em 1999 e queriam muitos milhões da administração central para investir e para equilibrar o investimento que se tinha feito na Expo98. Porem tudo foi por agua abaixo quando alguem lhe perguntou em que é que queriam investir o dinheiro. Ainda não tinham pensado nisso. continuo na minha não vejo massa crítica de reflexão concentra em lideres revolucionários. Acredito sim que no ambito de um roubo do porto de leixões, de uma série de derrotas do FCP, uns tantos superdragoes façam uns grafittis ou coleoquem uns petardo no terreiro do passo. Mais do que isso é demais para a ausência de reflexão e compreensão estratégica a Norte. A prova do que digo está no que aconteceu nas últimas décadas. As coisas foram acontecendo sem que nada se tivesse alterado.

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  140. jose silva permalink
    5 Março, 2012 22:23

    eu percebi a questão de desejos/realidade.
    só acho que o cenário que aponta não condiz com o percurso passado recente.
    a haver alguma alteração, na minha opinião, será evolutiva.

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  141. 5 Março, 2012 22:28

    Caros Anti-Comuna e José Silva, a vossa discussão é interessantíssima, mas parece-me que os meus Amigos andam algo distantes da realidade. Os nossos brandos costumes, que o Estado social tornou mais acomodatícios, bloqueiam qualquer revolta do género das que o AC prevê; não vejo igualmente hipótese de singrar um partido regional como jugere o JS, porque não existe em Portugal verdadeira consciência regional. Aliás, se porventura começasse a despontar um partido regional, os media do regime, todos centrados em Lisboa, erigiriam autêntica barragem contra ele. Eu acho, mas sinceramente não creio viável, que a solução passaria pela reforma dos partidos, pela alteração do modelo partidocrático que temos, conjugada com a alteração da lei eleitoral visando o estabelecimento de círculos uninominais. A ocorrer isto e se amanhã os grandes partidos escolhessem os seus candidatos por primárias – e teriam de ser primárias abertas a qualquer cidadão eleitor – veríamos emergir pessoas não dependentes dos lobbies e sindicatos de voto partidários e mais cientes dos interesses regionais e locais. aí sim, teríamos um parlamento bem mais diversificado e representativo e deputados a privilegiar mais os interesses dos seus eleitores (no seu próprio interesse) do que a “disciplina partidária”. Só que esta reforma teria de se fazer dentro dos partidos e isso poria em causa todos os interesses estabelecidos. Acho muito pouco provável que ela acontecesse, mas seria a melhor hipótese de evoluirmos no bom sentido sem rupturas.

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  142. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 22:32

    Caro José Silva, olhe para os sinais, para as mudanças na sociedade, para as condições actuais, o que mudou em Portugal e no mundo; etc.
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    Não pense que isto será lento. Quando a sociedade muda, e quando esta é rápida a adoptar novas ideias e novos comportamentos, tudo pode acontecer.
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    Dirá: Vc. está errado. Eu digo que posso estar errado. Mas até prova em contrário, penso que não. Nos dias de hoje, por vezes uma coisa anda adormecida durante anos, para depois, nas condições certas, essa mesma cois aganha vida própria e passa a fazer parte do mainstream. Quer um exemplo? O Ron Paul e as suas ideias, durante anos, eram marginais. De um momento para o outro, passaram a fazer parte do discurso de parte do mainstream.
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    Quer outro exemplo? O euro e as suas falhas, durante anos, ninguém reparou nelas. De um momento para o outro, ganham relevo e tomam uma dimensão quase inesperada por todos.
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    Estamos na mesma situação. Temos factos, temos problemas, temos até quem ande com algumas soluções na cabeça- (Os regionalistas, por exemplo.) E ninguém repara nos problemas. Até ao dia, que passam a reparar, e velhas ideias voltam a surgir, com novos protagonistas, novas soluções e uma dinâmica social e política enorme.
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    O pior é que o padrão é antigo. Nestes últimos 200 anos, o padrão é o mesmo. O país em bolandas e lança-se para as revoltas e revoluções, contra quem detém o poder em Lisboa. Só que hoje, quem detém o poder em Lisboa? Ditadores? Reis? Monarquicos? Não, os ditos defensores das classes trabalhadoras e oprimidas à mistura com interesses corporativos e clientelares, empresas rentistas, e élites parasitas.
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    Se eu vejo e Vc. o vê, acha mesmo que os demais não o irão ver? Se calhar o vêm mas sem um ideário que o porte. Até ao dia… E pronto, temos o caldo entornado.
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    PM Olhe para as sondagens sobre se preferem ser portugueses ou espanhois. Acha mesmo que em Portugal existe um sentido de portugalidade? Quem o pensa, está enganado. 😉

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  143. 5 Março, 2012 22:32

    Mas estou com o José Silva quanto à análise sociológica que faz do pessoal do Norte. Não existe de facto um mínimo de reflexão estratégica, apenas a estupidificação da bola onde se cristalizam inconscientemente todas as frustrações.

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  144. jose silva permalink
    5 Março, 2012 22:33

    Caro LR, porque é que essa reforma eleitoral nunca foi feita ? Porque os directórios partidários percebem que perderiam controlo. É mais fácil e provável surgir um verdadeiro partido com consciência regional ou o PSD partir-se em PSD das distritais vs PSD de Lisboa/cavaquistas do que se fazer essa reforma eleitoral. É obvio.

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  145. jose silva permalink
    5 Março, 2012 22:38

    Ainda bem que falou em Espanha. É mais provavel que as elites Lisboetas sem saída optem por entregar o poder a Madrid criando uma qualquer federação ibérica no momento em que a Catalunha chegue à independência do que o Norte estupidificado consiga fazer revolta ou assertivamente conquistar poder. O mais grave é que num cenário desses o Norte iria também com Lisboa para Madrid. Nun cenário desses o que fazia sentido é que o Norte nunca participasse no mesmo Estado que Lisboa. Mas lá está, não há massa crítica para estas reflexões. Se houvesse nunca teriamos chegado aqui.

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  146. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 22:39

    Caro LR, o problema que Vc. aponta, tem uma deficiência de base. Por norma, os nossos regionalistas o que querem é copiar Lisboa. E ninguém acredita neles. (Nem eu.)
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    Mas imagine que alguém, como eu, que não é regionalista, mas chega ás mesmas conclusões como eu e propõe uma solução diferente? Não há imprensa em Lisboa que os valha. Não vou muito por aí.
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    Agora veja os nossos regionalistas. O discurso deles. Está centrado nos problemas do Porto. Os de fora, com razão, olhem-me estes, com o rei na barriga, a lutar pelo bife e nós nem os ossos comemos. eheheheheh
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    O regionalismo em Portugal nasceu torto. E torto vai morrer. E, mantenho a minha, a implosão de Portugal é uma questão de tempo. Nós é que ainda não tomamos consciência disso. Gulp!

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  147. 5 Março, 2012 22:39

    Caro José Silva, você mesmo já manifestou o seu cepticismo quanto aos arremedos de partidos regionais que vão surgindo: eles são tão centralistas e estatistas como os partidos do sistema, vêm impregnados de todos os seus vícios. E não conte com os líderes distritais do PSD. De uma forma ou de outra, eles prestam vassalagem a Lisboa.

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  148. jose silva permalink
    5 Março, 2012 22:40

    Aliás, a venda do Estado a MAdrid, é provável. Espanha é o 2º maior credor. Talvez eles perdoem a dívida exigindo como contrapartidas um federaçãozita…

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  149. 5 Março, 2012 22:43

    Caro Anti-comuna, repare que eu não falei em regionalistas, falei em pessoas, em novos candidatos que emergissem da sociedade civil num cenário de escolha em primárias, em que não relevassem as amarras ou “encostos” aos sindicatos de votos partidários. Aí você teria pessoas com participação cívica, porventura portadoras de novas ideias e de energias criativas e que hoje não estão para se meter com as mafias partidárias.

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  150. jose silva permalink
    5 Março, 2012 22:50

    O MPN actual é de facto uma profunda decepção. Ainda vai a tempo de mudar. Mas já há um Movimento Douro Litoral e os monarquicos acabam por ter posições pro-regionalistas. Entretanto, havendo mais Ruis Moreiras a presidri a autarquias, mais editoriais do JN e Porto Canal a fazer ver estas realidades, inevitavelmente os partidos tradicionais tem que ter algum cuidado. É por ai que eu penso que a haver alguma alteração ela ocorrerá. Eu sou do tempo em que o JN praticamente fazia troça do Porto e que ser regionalista não passava na TV. E agora e até ver há internet que permite comunicação N para N.

    POr exemplo a Merckel criticou a Madeira por construir pontes e tuneis. Foi simpatica porque a região da europa com mais densidade de auto-estraadas por km2 é Lisboa. UM dia destes há um criativo que faz um youtube com estes casos e spill-overs e isto chega à MErckel e aos que querem disciplinar. Quando souberem que Lisboa anda a fazer isto a POrtugal, acha que vão deixar ? A situação de Lisboa está mesmo muito tremida. O próximo assunto vai ser rebentar lá a bolha imobiliária. Como alguem disse, neste momento qualquer rato mickey apresentava uma estratégia a dizer que o rei nu e ganhava audiência e votos. A situação vai tornando-se tão obvia que de uma forma ou de outra vai chegar à governação. MAis alguns anitos.

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  151. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 22:51

    Caro LR, eu concordo com o que diz no último comentário. Mas, essas ideias existem. Não é apenas Vc. que as tem. Há mais gente em Portugal que as tem. Mas nós não temos tido regionalistas a sério, nem protagonistas com capacidade. E quem no Porto pensar em liderar um movimento destes, tem primeiro que criticar o que se passa a Norte e só depois contra Lisboa. Agora, quando as coisas também estão mal no Norte, estes regionalistas calam-se ou fecham os olhos. O resto da malta até se ri, com algumas coisas que alguns protagonistas dizem.
    .
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    É por isso que eu acho que do Porto nunca sairá um líder contra Lisboa. Nem nenhum líder do Norte. Estão queimados, têm um discurso gasto e até, por vezes hipócritas e só se queixam de Lisboa quando sentem o Porto (e a AMP) ameaçada. Por isso nunca conseguirão liderar coisa nenhuma.
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    É mais provável alguém de Coimbra, da Covilhã, de Braga, de Bragança, etc. E alguém que conhece a sério os problemas do interior do país e os conjuga com os de fora de Lisboa, mesmo no litoral. Conhece algum protagonista da AMP que tenha um discurso contra o próprio… Porto? 😉 Não. Logo, ninguém o levará a sério.
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    Agora, ao contrário de si e do José Silva, eu penso, que de um momento para o outro, isto explode. Basta ir por esse país fora. Olhe, em Maio aprendi uma verdadeira lição contra o centralismo lisboeta, perto de Chaves. Mas também contra o… Porto. 😉

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  152. jose silva permalink
    5 Março, 2012 22:55

    Ac, está a confundir regionalismo (ideologia política que advoga mais poder às regiões) com partidos regionalistas. O primeiro continua em crescimento. Os partidos regionais são apenas manifestação dessa tendência política. Ela pode-se manter sem partidos regionais.

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  153. jose silva permalink
    5 Março, 2012 22:58

    Ac, já ouvi o Rui Moreira a dizer que o Metro do Porto tem muitos erros e que por causa disso o Porto tem que ter cuidado com comparações com o Metro de Lisboa.

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  154. jose silva permalink
    5 Março, 2012 23:01

    Há que fazer alguma justiça relativamente ao MPN; Tem de facto defendido interesses do Norte, fora do Porto. E aliás, onde o PDA/MPN obteve mais votos em % foi precisamente na cidade do Porto e em Bragança, VilaReal e Guarda, precisamente onde estas questões tem mais pertinência.

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  155. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 23:02

    “Ac, está a confundir regionalismo (ideologia política que advoga mais poder às regiões) com partidos regionalistas. ”
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    Estão mortos os dois. Aliás, se Vc. analisar as coisas de uma forma fria, vai ver que o regionalismo actual é todo… Estatista. Ou seja, cria ainda mais pessoal político. Que é isso que a população não quer. Para haver regionalistas a sério, terão que pedir para si o mesmo para os outros e vice-versa. Um tipo que só pede para a sua região (tipo AJJ) mata a própria ideia de regionalismo, porque assenta o parasitismo. Por isso, os portugueses pensam: mais Estado? Mais tachos? Mais políticos? Mais burocracia?
    .
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    Veja o que se passa aqui em Espanha. O regionalismo está a acabar para desembocar no… Independentismo. Porque o regionalismo é apenas conquistar poder. Se o é, á custa de quem? Do Estado. Ou seja, é manter o mesmo poder nas mãos dos políticos ou criar mais camadas estatais e suas burocracias. E isso impede que uma região consiga se desenvolver, porque na actual integração económica mundial, quanto mais Estado, pior. Quanto mais leis, pior. Quanto mais políticos, pior. Ou seja, eles querem eliminar poder estatal, através da Independência.
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    .
    Até parece contraditório, mas é o que se passa em Espanha, na Belgica, ou até na Escócia.

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  156. jose silva permalink
    5 Março, 2012 23:06

    AC, mas a mudança a existir não será revolucionária mas sim uma imposição assertiva da classe média, media alta extra-lisboa à medida que se aperceba o que se passa. Na prática a consciência dos desequilibrios regionais que prejudicam umas regiões em benefício de outras leverá a que o espaço de manobra de Lisboa se reduza. É assim que as coisas se vão alterar, lentamente mas constantemente.

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  157. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 23:10

    Por exemplo, Espanha, dita como modelo de integração regional, mostra que falhou. O país está a viver uma crise tremenda, e não por culpa do Estado central. As populações sabem isso.
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    Depois, claro, (isto não se aplica a quem não defende o liberalismo clássico), como pode alguém defender regionalização, nos moldes que o preconizam, se estão a aumentar o poder do Estado, dos políticos e dos seus tentáculos? É contraditório nos seus termos. Por isso, a descentralização a sério não tem lugar no liberalismo clássico. Porque, se o Estado é reduzido às funções essenciais de soberania, já pouco precisa de descentralizar. Só faz sentido descentralizar o poder do Estado quando ele existe, mas um Liberal tenta-o minimizar. Se o fizer, não precisa de regionalização, que é uma solução para Estado demasiado fortes e organicamente, um peso descomunal na sociedade.
    .
    .
    Depois, há ainda outro problema. A divisão do poder do próprio Estado Central, que deve ser vertical e não horizontal, como todos estão habituados a pensar. O Liberalismo francês mostrou que é isso que se deve fazer. Mas a maioria pensa em descentralizar, dando mais poder a novas camadas estatais, burocráticas e aos políticos. Coisa que as pessoas sabem e sentem que não é a solução.
    .
    .
    A verdade é esta. O regionalismo está morto, assim como a ideia de regionalização. Aliás, cuidado com o regionalismo, porque se acreditam nessas coisas, então Lisboa está certa. Eles é que sabem roubar os demais. ehehehehe

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  158. jose silva permalink
    5 Março, 2012 23:11

    Não nao. O regionalismo é a constatação de desigualdades regionais injustas. Não significa necessariamente a criação de mais estado, embora na cabeça dos actuais regionalistas isso aconteça (Regionalização). Uma solução pode ser a que o LR apresenta: Circulos uninominais. Outra pode ser a obrigatoriedade de sedear organismos da administração central fora de Lisboa, a chamada deslocalização ou desconcentração da administração central. Isto foi tentado pelo PSLopes e durou 4 meses no governo… Você está a confundir regionalismo com os regionalistas actuais. Aliás, é esse o mal dos regionalistas actuais. Só conseguem conceber regionalismo com regionalização administrativa e proliferação de mini-lisboas.

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  159. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 23:15

    “Na prática a consciência dos desequilibrios regionais que prejudicam umas regiões em benefício de outras leverá a que o espaço de manobra de Lisboa se reduza. É assim que as coisas se vão alterar, lentamente mas constantemente.”
    .
    .
    As mudanças na economia mundial e dentro da Europa não o irão permitir. Será uma coisa rápida e se calhar aos saltos. A velocidade dos acontecimentos será acelerada pelos problemas económicos. E hoje, os problemas surgem de um modo brusco e rápido. Estamos dentro do euro e os erros custam mais a emendar e as coisas tomam velocidades muito mais rápidas. Quer um exemplo. Em 2009 ninguém pensava que as dívidas soberanas iam pôr a Europa de pântanas. E puseram. E até países como a Holanda, que ainda há dias cantavam contra os “mal comportados do sul” já está também a sentir os efeitos das mudanças. Mas há poucos meses atrás…

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  160. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 23:17

    “O regionalismo é a constatação de desigualdades regionais injustas. ”
    .
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    Acha mesmo que sim? ehehhehh
    .
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    Não é nada disso. É luta pela conquista de vantagens e poder, contra um Estado central, mesmo que à custa das demais regiões. Vc. veja o que se passa em Espanha. ehhehheh

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  161. jose silva permalink
    5 Março, 2012 23:22

    Acredito que novos cenários mundiais venha afectar as tendências internas: Guerra no irão, efectiva saida de Portugal do Euro, independencias de Escócias, Belgicas, Catalunhas, fim da liberdade na Internet, etc.

    MAs acredite nisto, a constatação das injustiças internas é crescente. Não tenha dúvida. Se esse crescimento é suficiente para mudar rapidamente ou não, tenho dúvidas. Não vai ser para já. Pode ser que Lisboa invente nova jogada e consiga abafar esse sentimento. O cenário de revolta sobretudo se for contra a ordem democrática, é o menos provável ou até desejável. Seria facilmente instrumentalizado.

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  162. jose silva permalink
    5 Março, 2012 23:23

    Tenho que desligar.
    AC, devia contactar o meu email (norteamos@gmail.com) e manter estas conversas privadas. Era mais interessante e menos afectado pelas circunstâncias.
    Abraços

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  163. jose silva permalink
    5 Março, 2012 23:25

    In politics, regionalism is a political ideology that focuses on the interests of a particular region or group of regions, whether traditional or formal (administrative divisions, country subdivisions, political divisions, subnational units). Regionalism centers on increasing the region’s influence and political power, either through movements for limited form of autonomy (devolution, states’ rights, decentralization) or through stronger measures for a greater degree of autonomy (sovereignty, separatism, independence). Regionalists often favor loose federations or confederations over a unitary state with a strong central government. Regionalism may be contrasted with nationalism.
    http://en.wikipedia.org/wiki/Regionalism_(politics)

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  164. jose silva permalink
    5 Março, 2012 23:28

    Na minha interpretação do que se passa actualmente a Norte, que eu chamo de regionalismo, não significa necessariamente mais estado.ISto é, as pessoas estariam interessadas em mais equidade regional sem crescer mais o estado. Portanto seriam um regionalismo de protecção contra a sabotagem de outra regioão munida de estado central. É isto que eu acho que está em crescimento a Norte e há mais de 10 anos. e vai continuar. A que ritmo e se com resultados, não sei.

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  165. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 23:32

    Eu gostava que meditassem no problema espanhol. Porquê que Espanha está com problemas piores que os portugueses. E no entanto, os mercados ainda não o reconhecem dessa forma. Porque foi o regionalismo que estoirou com Espanha.
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    Peguemos no exemplo da bolha imobiliária. As regiões cometiam entre elas pelos metros quadrados construídos. (Algo semelhante aconteceu em Portugal, mas que poucos têm consciência disso. Mas perguntem ao Paulo Morais, que o deve ter sentido na pele.) Porquê? Por causa da arrecadação de receitas fiscais, atracção de população e competição entre elas. (E, claro,a corrupção.) A dada altura (de memória) construia-se mais casas em Espanha que nos USA, com uma população que é cerca de 8 vezes maior. Mas o Estado central nunca conseguiu impedir o completo suicidio colectivo.
    .
    .
    Depois peguemos no poder das autonomias. Elas usavam as instituições bancárias para promoverem os seus tais projectos. Sobretudo imobiliários. O que aconteceu? Tornaram-se no actual principal cancro espanhol. E hoje temos, autonomias falidas e bancos falidos. O Estado central não consegue resolver os problemas criados por estas redes tentaculares estatais e regionais.
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    Talvez por isso, a Catalunha, irá conseguir a Independência, porque é a única forma de resolver os seus problemas e, simultaneamente, não sucumbir ao poder de Madrid. Um poder centralista.
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    A verdade é clara como a água. Espanha está num buraco por causa dos regionalismos exacerbados. Pensem numa Madeira e nuns Açores por todo o Portugal. ehehheehh Neste caso, de Espanha. Qual a única solução? Independência. Porque senão, nunca os problemas serão resolvidos.
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    Numa economia mundial cada vez mais integrada e aberta, quanto mais burocracia e mais poder estatal, piores os resultados económicos. Qual é a solução natural das regiões, de cada país? Independência. Senão, ou desistem de deter o poder ou têm as suas economias em frangalhos.
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    Países descentralizados como a Dinamarca, com uma longa tradição de divisão do poder do Estado, estão a reduzir o poder das regiões e a encolher o seu poder. Fazem-no porque são regiões com variações baixas entre si e preferem menos Estado, mesmo que Central, a mais Estado, mas com mais desemprego e menos riqueza criada. O caso dinamarquês deve ser estudado com calma, porque é um que vai contra tudo aquilo que temos como adquirido. E um caso anómalo. Não se importam de perder regiões, como a Gronelândia, porque é a unica forma de ter menos burocracia estatal e um um Estado mais eficiente.
    .
    .
    No resto da Europa será ao contrário. Menos regiões e mais independências.

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  166. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 23:36

    Ok! Caro José. Mas tem que encontrar outro email, pois da última vez, tive problemas. Esse não funciona. Abraços.

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  167. jose silva permalink
    5 Março, 2012 23:36

    Em Espanha N regioes endividaram-se para apostar em não transaccionáveis os efeitos negativos anulavam-se e todas foram prejudicadas. EM Portugal só uma o fez (Lisboa) e foi sugando as restantes.

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  168. jose silva permalink
    5 Março, 2012 23:39

    funciona sim. eu que o visito poucas vezes. mas se mandar um msg hoje eu amanhã leio.

    atenção: A Dinamarca fez em 2007 um Regionalização e uma fusão de autarquias. Não acabaram com regiões, mas sim criaram novas, eliminando estado dispensável.

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  169. anti-comuna permalink
    5 Março, 2012 23:53

    “A Dinamarca fez em 2007 um Regionalização e uma fusão de autarquias. Não acabaram com regiões, mas sim criaram novas, eliminando estado dispensável.”
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    Veja as últimas mudanças e vai ver que não é aquilo que Vc. pensa. Repito, a tendência é tirar poder ás regiões, fundir autarquias e retirar-lhes poder. Porquê? A elevada carga fiscal que isso representa. Ou seja, a fiscalidade está a lixar a Dinamarca. (Não apenas isso, mas é um dos principais problemas.)
    .
    .
    Ou seja. São três camadas do Estado para manter e isso está a afugentar empresas, negócios e sobretudo gente qualificada para manter ou elevar os actuais níveis de produtividade. E como são três camadas estatais para manter, os impostos são muito elevados e pouco competitivos. A única solução? O Estado central tenta dar subsidios, encapotados, para enganar a UE. eheheheheh
    .
    .
    Olhe, arranje mesmo outro email. Esse não vale a pena, porque me dá problemas ou diz que não… Existe. O que é ainda pior.

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  170. JCardoso permalink
    6 Março, 2012 00:43

    Querem maior prova do que são as manias e as manias das grandezas de empresários da treta?
    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=542241&pn=1
    Ora aí está, o que foi matraqueado durante décadas como sendo o exemplo do dinamismo industrial do norte, a sua coroa de glória, o Europarque, chegados aqui agora querem mamar também do Estado. Mamões!
    Sobre isto os habituais do costume nem piam.
    Falem desta vossa coroa de glória, o espelho do dinamismo de grande parte dos industriais do norte. Agora querem também mamar.
    Falem de outro grande empresário, o do monopólio das transmissões televisivas e digam onde foi ele mamar para montar a sua sportv.
    Só podia ser esta casta do norte, que numa altura em que o País mais precisa de unidade para ultrapassar a grave crise por que passamos que se haviam de lembrar de vir com as suas habituais guerrinhas norte contra o sul. Cresçam, ultrapassem o vosso regionalismo bacoco, deixem de fazer de calimeros que há regiões em Portugal que são mais descriminadas que a vossa querida região do Porto ou norte e estão a fazer pela vida. E se acham mesmo que são uma casta à parte, peçam a independência e se quiserem abrir um referendo eu voto a favor da vossa independência que eu depois quero ver do que se vão queixar.
    Incrível, numa altura destas virem os habituais arranjar mais estas guerrinhas.
    Como já lhes falta a coragem para falarem do futebol, este texto, foi uma espécie de crónica futebol do fim-de-semana que passou, só que apresentaram a versão de dados estatísticos e depois mal amanhados para o objectivo que queriam.
    Digam-me lá em que parte das estatísticas vem o Europarque ou a Casa do Douro. Mamões!

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  171. Nuno permalink
    6 Março, 2012 03:59

    .
    anti-comuna,
    Afinal de contas, você ainda anda por aqui na sua empresa arrojada, de um fanatismo indisfarçável, em que, pé ante pé, de vagar e manso, luta para impor o seu MPN, com vista à secessão do Norte que pretende. Julga-sa um conhecedor iluminado e vai tentando arrebanhar seguidores.
    Gostaria de o alertar que muita gente, desde o Minho às Beiras, não gostam do Porto pela sua arrogância e sobranceria.
    Pois bem, faço votos de que consiga, alertando-o e aos seus prosélitos para um muito velho provébio que, eventualmente, não conhece: «the highest the top the longest the drop».

    * Há quem use “hardest” em vez de “longest”. O sentido é o mesmo. Use o que melhor lhe sirva.
    .

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  172. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 07:10

    Nuno, vai-me atropelar com o seu jaguar topo de gama ou com o mini? Se eu puder escolher, prefiro o jaguar. Nestas coisas, é sempre melhor escolher o mais valioso. ehehhehh

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  173. 6 Março, 2012 07:21

    LR escolhe a tese e ajusta os dados de forma a provar a tese. Quando se assinalam as obvias distorções e incorrecções metodologicas afirma (sem demonstrar) que o efeito das mesmas é desprezavel. Depois conclui liminarmente: a culpa é dos piegas e mandriões de Lisboa.
    Com este tipo de abordagem que liberta as paixões mais demagogicas não vamos longe.
    Decididamente ler estas “intervenções civicas” é uma perda de tempo.

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  174. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 08:40

    “Com este tipo de abordagem que liberta as paixões mais demagogicas não vamos longe.
    Decididamente ler estas “intervenções civicas” é uma perda de tempo.”
    .
    .
    Se tiver outra, apresente-a. Os factos é que contam.
    .
    .
    Aliás, a metodologia do LR até beneficia Lisboa. E dou-lhe apenas um mero exemplo. Se Lisboa detém cerca de 37% do poder de compra de Portugal, logo, nos combustíveis, o saldo da balança comercial é ainda mais negativo.
    .
    .
    Se na metodologia utilizada pelo LR fossem incluidos os serviços, talvez até mesmo neles Lisboa seja deficitária. O saldo positivo de 2001, por exemplo, foi de 7 7744 milhões de euros, a grande parte gerada pelo Turismo, mas que Lisboa só capta cerca de 20% e deverá emitir pelo menos… 37% dos turistas portugueses.
    .
    .
    Critique-se a metodologia mas ao menos seja-se coerente e apresente-se uma melhor e alternativa.

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  175. 6 Março, 2012 08:48

    CO,
    .
    “LR escolhe a tese e ajusta os dados de forma a provar a tese. Quando se assinalam as obvias distorções e incorrecções metodologicas afirma (sem demonstrar) que o efeito das mesmas é desprezavel. Depois conclui liminarmente: a culpa é dos piegas e mandriões de Lisboa.
    Com este tipo de abordagem que liberta as paixões mais demagogicas não vamos longe.
    Decididamente ler estas “intervenções civicas” é uma perda de tempo.”
    .
    Indiquei a fonte dos meus números. Vá lá, refaça as contas e depois venha apontar-me onde é que houve ajustes de dados para favorecer a minha tese.

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  176. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 09:16

    Eu dá-me a impressão que esta gente não acredita no que vê, porque não quer ver. Estão no estado de negação. Não aprendem nada com o passado. E hoje pagamos caro por fechar os olhos as estes factos e realidades.
    .
    .
    Eu acho que, nem mesmo com a crise europeia ao rubro, esta gente percebeu mesmo qual o problema de base que gerou a crise europeia. (Não interessa muito discutir as causas, mas apenas o que realmente despoletou a crise.)
    .
    .
    Vamos voltar ao mesmo. Num regime de moeda única e partilhada por vários países, os países com elevados endividamentos externos, com elevados défices da sua balança de pagamentos, a prazo estão condenados a terem que corrigir estes problemas. As razões são várias mas a mais importante delas todas, os países não podem aldrabar os cidadãos com desvalorizações competitivas. (Por isso o Krugman acha que Portugal precisa de desvalorizar em 30% os salários tugas. Mas esquece-se dos efeitos dessa mesma desvalorização que acabam por inviabilizar essa opção.)
    .
    .
    Portugal tem que ter excedentes na sua balança de pagamentos, não apenas para parar de se endividar no exterior como até começar a amortizar as suas dívidas. Portanto, Portugal, no mínimo, terá que ter uma balança de pagamentos equilibrada. O saldo de Portugal terá que ser zero ou positivo. E aqui é que começa o verdadeiro problema, que esta malta se recusa a aceitar. Pensam que, por artes mágicas, esse défice é corrigido.
    .
    .
    Agora dividamos o país em dois. (Vamos usar só o Continente no exemplo.) Vamos supor que Lisboa é decide ser Independente e deixa o resto do país. E passamos a ter dois países: Portugal e Lisboa. E esses dois países, usando dados de 2010, do LR, temos duas realidades distintas. Temos um país, Portugal, com um saldo positivo e uma Lisboa com um saldo negativo. Não vamos complicar as coisas, para não assustar a malta, e assumimos que Portugal tem um saldo da balança comercial ligeiramente positivo e Lisboa com um saldo negativo que é cerca de 10% do PIB dos dois países. (Se Lisboa estivesse sozinha, o seu PIB como é cerca de 37% de Portugal, na realidade daria um défice da balança comercial na casa dos… 27% do PIB de Lisboa!!!!)
    .
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    Vamos supor que Lisboa, eliminados alguns sectores rentistas, até que conseguiria um saldo negativo de apenas 7% do PIB de Portugal. No entanto, para que haja um saldo zero, o resto do país, Portugal, terá que ter um saldo positivo de… 7%. Quantos países no mundo conseguem gerar saldos positivos de 7% do seu PIB? Quantos? Pois é isso que se pede. Que Portugal tenha um saldo positivo de 7% para equilibrar os 7% negativos de Lisboa. Acham que será fácil?
    .
    .
    Usemos esta base de dados, para se ter uma ideia do problema: http://www.tradingeconomics.com/
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    Quantos países têm uma balança corrente positiva acima dos 7%? 12. Quase metade deles, devido aos seus elevados recursos energéticos, incluindo aqui a… Holanda. O Luxemburgo é um caso especial, não aplicável a Portugal. A própria Suiça deixa muitas dúvidas. Sobra quem? Singapura, Malasia e a Formosa. Portugal, excluindo Lisboa, conseguirá gerar 7% de saldo positivo, de um modo definitivo e estável? Não, a menos que se deprima para sempre a procura interna de Portugal, excluindo Lisboa. Dito de outra forma, em situações excepcionais e de emergência, o resto do país pode gerar 7% de excedente, mas não por muito tempo. Porque isso era obrigar a população do resto do país a estagnar o seu nível de vida, mesmo com um excedente brutal na sua balança corrente.
    .
    .
    Os que acham que isto é demagogia ou propaganda, é porque, das duas uma. Ou vivem num mundo-do-faz-de-conta ou ainda não perceberam o que significa estar dentro do euro e com uma economia aberta ao mundo. Vamos voltar ao mesmo: dentro do euro, poucos países conseguirão manter um elevado défice da sua balança corrente sem sofrer ataques especulativos, pressões dos seus pares e crises internas. Portugal, por maioria de razões, muito menos.
    .
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    Vamos supôr que até 2013, Portugal vai ter um saldo equilibrado ou positivo. Ele vai ser conseguido à base de duas coisas: redução da procura interna, logo, menos importações; e um aumento das exportações. Mas de onde vêm esses saldos. Será de Lisboa? Ou do resto do país? Provavelmente será mais do resto do país, que de Lisboa. Por causa da queda da procura interna. Ou seja, lá para 2013, O défice de Lisboa será mais baixo, mas não será eliminado. O que irá pôr pressões dos dois lados da balança. Lisboa, se não mudar de modelo económico, quererá voltar a consumir mais, logo terá mais défice. E o resto do país, quererá também aumentar o seu consumo, logo, menos superavite. Gerando um novo défice, certo? A menos que Lisboa consiga impôr ao resto do país, um travão nas suas legítimas aspirações de subir o seu nível de vida. Porque, o natural, em qualquer parte do mundo, é a sua procura interna atingir um nível que equilibre o saldo da sua balança de pagamentos ou tenha ligeiros saldos positivos. Com excepção dos casos especiais. Então Lisboa como vai conseguir impedir as legítimas aspirações do resto do país?
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    .
    Dentro do euro, a procura interna do país e de Lisboa terão que ser de tal forma geridas, que impeçam novos défices crónicos na balança de pagamentos. Se Lisboa tem um défice crónico e não se prevê que mude, seja por manifesta falta de vontade ou até incapacidade; só conseguirá manter o seu nível de vida à custa do resto do país. Não há aqui muito que entender. E a questão, que se põe é: é legítimo e natural que a região mais rica do país tenha o privilégio de se manter como a mais consumista à custa do resto do país? Claro que não. Era mais natural o seu contrário. A região com mais poder de compra ajudar as mais pobres e não o contrário. (E partimos do pressuposto que Lisboa tem a maior produtividade, usando as metodologias actuais, sem excluir rentismo, centralismo e parasitismo vários, que permitem na aparência, transmitir a ideia de uma região com maior produtividade.)
    .
    .
    O problema é este, meus amigos. Lisboa é a Grécia portuguesa. Ou seja, vive acima das suas possibilidades, capturou um Estado Central (o que é ainda mais caricato, vindo de um país sem divisão administrativa do país) e gera cada vez mais desequilíbrios, que nunca serão debelados, a menos que se imponha um garrote sobre o resto do país. Isto é não é propaganda regionalista ou independentista. É mera lógica dos factos. É o problema de base português. Temos uma região que gera défices de tal forma crónicos, que só pode sobreviver à custa do resto do país. Não é Portugal que se parece à Grécia, é Lisboa. Só mesmo os mais cegos é que ainda não compreenderam o que aqui temos. Um problema grave, que a prazo, gerará mais crises e uma crise política terrível, que fará o país virar-se contra… Lisboa!
    .
    .
    Mas se quiserem meter a cabeça na areia e inventar desculpas para enganar a consciência, estejam à vontade. Mas não creiam que vão impedir que o país tome consciência do problema, assim como sonhar que a Grécia poderia viver bem acima das suas possibilidades ia ser permitido pelo resto da Europa. Como se costuma dizer, quem paga, manda e demanda.

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  177. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 09:23

    Claro que podem meter a cabeça na areia e continuar a viver à grande e à francesa. Falta saber com que recuros e como os obtém.
    .
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    “Lisboa tornou-se a capital das casas milionárias”
    .
    in http://economico.sapo.pt/noticias/lisboa-tornouse-a-capital-das-casas-milionarias_138710.html
    .
    .
    Pronto, pronto. Lisboa merece, não é? Falta saber é como se paga isto tudo e como se vai manter isto tudo. Enfim.

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  178. 6 Março, 2012 09:44

    ” Um POrtugal sem Lisboa iria criar uma nova Lisboa num sítio qualquer.”
    .
    No Huambo.

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  179. 6 Março, 2012 09:47

    “Claro que podem meter a cabeça na areia e continuar a viver à grande e à francesa. Falta saber com que recuros e como os obtém.”
    .
    Indo aos mercados pedir empréstimos. Depois dizer: – Não pagamos!

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  180. berto permalink
    6 Março, 2012 10:16

    Custa-me admitir, como lisboeta que sou e que sempre vi à minha volta muitos lisboetas como eu que sempre (mal) viveram da sua força de trabalho, ser cognominado de parasita, que vive à custa do norte empreendedor. Não sei até que ponto a concentração demográfica na área de Lisboa e os grandes desníveis sociais daí resultantes serão a causa da absorção exagerada de fundos em detrimento do resto do país. É um facto que o litoral tem absorvido muito mais que o interior, cada vez mais desertificado. E possívelmente a Guarda ou Bragança têm muito mais a exigir de Lisboa do que o Porto.
    Mas numa coisa eu concordo: a concentração dos poderes em Lisboa gera estas desigualdades, onde os políticos na maioria dos casos não sabem nem querem saber do que se passa no resto do país, e mesmo aqueles que vêm do interior acabam por sucumbir à miragem do poder concentracionário da capital. Possívelmente a regionalização seria uma boa solução para este problema.
    O que condeno na argumentação do anti-comuna é o aparente racismo em relação a Lisboa, como se a cidade e os seus habitantes fossem os principais culpados da crise que vivemos. Em relação aos casos de corrupção e desvio sistemático de fundos comunitários o norte não fica atrás da capital, embora o empreendedorismo actual disfarce muita coisa.
    Quanto aos lisboetas viverem “à grande e à francesa” aconselho o a-c a consultar os números do desemprego, a ver como se vive em certos bairros da capital e dos subúrbios. Não pode basear os seus argumentos tendo como comparação os habitantes da quinta da marinha ou da quinta da beloura, mas veja lá quantos supostos empresários do norte vivem nestes empreendimentos?

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  181. Carlos permalink
    6 Março, 2012 10:49

    Os posts de LR e os comentários do anti-comuna são do melhor que o Blasfémias tem. Geralmente ambos atiram nos alvos certos. Gosto particularmente da ausência de bullshit nos posts de LR e da humildade do AC. Bem hajam por isso.

    Disto isto, que é sem dúvida muito mais importante que esta polémica sobre Lisboa X resto do País, penso que ambos estão a deixar-se levar pela emoção nesta discussão. O ponto de partida, o desiquilibrio entre o contributo das diferentes regiões para os nossos problemas na balança externa, parece-me acertado. Digo isto intuitivamente, não tenho dados diferentes dos apresentados no post e creio que a metodologia seguida pelo LR foi, como é hábito, claramente explicitada. Não estou a ver onde é que há manipulações dos dados em si. Já sobre o que se infere a partir daí, sobretudo do ponto de vista quantitativo, tenho as maiores dúvidas. As minhas dúvidas são as mesmas aqui enunciadas acerca da contabilização das importações em função da sede das empresas importadoras, e não do local efectivo do consumo. Efectivamente a dúvida não mereceu resposta objectiva da parte de LR, o que se compreende, não existem esses dados (ou se existem seria um trabalho ciclópico organizá-los de forma simples). A resposta mais relevante de LR foi no sentido de “achar” que se tal estudo fosse feito estaríamos a falar de tostões e não de milhões. Isto é simplesmente… guessing. E se quisermos situar a discussão nessa base então eu “acho” que muito provavelmente não seriam tostões mas sim milhões. Também “acho”, verdade seja dito, e repetindo-me, que no essencial o ponto inicial de critica a Lisboa é válido.

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  182. neototo permalink
    6 Março, 2012 11:08

    eheheh
    E com essa balança comercial tao deficitaria Portugal caminha para onde?
    Oh caro AC tente explicar bem explicadito (se puder) porque a vista dos dados e dos graficos qualquer um podería deduzir o que nao parece…
    E acima com um etiope de inspector do FMI…estamos apanhados.
    Maus ventos chegam desde Portugal que nao sao precisamente em nada comparaveis ao anticiclao das Açores.

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  183. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 11:12

    Caríssimos,
    .
    Nada tenho contra a gestão centralizada dos portos. mas não precisa de estar em Lisboa. Pode bem o corpo portuário ser gerido a partir de uma sede em Leixões ou em Aveiro ou na Figueira da Foz ou em Sines.
    .
    Se querem acabar com o poder de Lisboa, basta agarrar nos serviços do Ministério da Educação (o edifício que está na 5 de Outubro) e mudá-los, por exemplo, para Proença-a-Nova (é apenas aleatório). Quem quer manter o emprego vai, que não quer fica. O edifício da 5 de Outubro valia há poucos meses qualquer coisa como 40 Milhões de Euros, se a memória não me falha. Ora, construir um edifício semelhante em Proença-a-Nova deverá custar qualquer coisa como três a cinco milhões de euros, e isto assumindo que o terreno é já posse do Estado ou da Autarquia.
    .
    Podem-se construir casas para os funcionários, se quiserem, em renda controlada, por mais 3 milhões de euros. Estes valores são recuperados tipicamente logo na primeira década, pelo que o custo real da mudança seriam 5M-40M=-35M. Isto se a memória não me falhar quanto ao valor que li do edifício da 5 de Outubro.
    .
    A massa salarial faria muito bem a Proença-a-Nova, especialmente considerando os empregos indirectos que seriam gerados. Multiplique isso com os 25.000 funcionários da Segurança Social deslocalizados para Alfândega os Fé, os mil funcionários do Ministério da Defesa no Entroncamento e as centenas da FCT para Évora, os das Finanças para Penamacor e pode deixar o gabinete dos ministros em Lisboa, com uma dezena de funcionários cada um, todos no espaço onde hoje está o Ministério das Finanças.
    .
    Esta descentralização é possível dado o estado das tecnologias de informação. É mais rápido transmitir digitalmente para Évora a partir de Lisboa do que por paquete entre edifícios opostos do Terreiro do Paço.

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  184. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 11:16

    Neototó,
    .
    com um etiope de inspector do FMI
    .
    Diga-me lá, o Neototó é racista? Não existe inteligência possível num escurinho?
    .
    Mais inteligência deve existir num etíope no que num tipo que ambos conhecemos que usa um tradutor automático de português para mandarim sem se assegurar de que não está a dar um tiro no pé (ou, mais literalmente, a pedir vaselina para o fundo das costas).

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  185. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 11:18

    Carlos,
    .
    Eu pus a questão antes do Carlos ao LR. Ele respondeu-me quase no início dos comentários. E embora eu não esteja muito convencido de que os números do que diz não têm impacte (tê-lo-ão, embora não seja de tal forma que faça perigar as conclusões a que chegamos), essa resposta existiu.

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  186. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 11:26

    Anti-Comuna, LR,
    .
    Os «devia ser assim» não sabem fazer contas. Têm fobia aos números, acham que as contas são coisa de merceeiro e de trolha.
    .
    Não há factos que possa dar que possa ir contra a blindagem das suas teses. As teses são lavradas no mármore das suas cabeças, e a realidade tem forçosamente de se lhes adequar. Se não se adequa o observável à conjectura, então é a realidade que foi observada pelo ângulo errado.
    .
    A realidade deles é o éter espacial que afinal não existia.
    .
    Falando mais porcamente, a esquerda portuguesa é o fautor da Ribeira dos Milagres que é a informação económica e política nacional. (Chiste intencional).

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  187. Carlos permalink
    6 Março, 2012 11:47

    Caro Francisco Colaço,

    A resposta existiu sim, e começa com “Eu julgo, mas não tenho a certeza, ….”. Depois, conclui assim: “…mas obviamente que não há dados para quantificá-los, bem como ao respectivo efeito sobre o saldo comercial de cada Região.”.

    Também acredito que (e a palavra certa é essa mesmo, acredito) os dados sendo apurados não seriam de molde a modificar a essência do que está em discussão. Mas, ainda no domínio deste credo, suponho que muito provavelmente diminuiria bastante as diferenças naquilo que é mais importante. Dito de outra forma, não tenho a percepção que o “habitante médio” da área de Lisboa seja mais consumista que o “habitante médio” de outras zonas do País. O mais importante, a batalha que eu julgo valer a pena travar, é pelo equilibrio do País como um todo. Já alguém aqui disse que, se quisermos, podemos usar expressões como “Terreiro do Paço”, aí sim estaremos a ser mais rigorososo na separação de águas, mas não é porque o Terreiro do Paço é em Lisboa, é porque ele representa o estado centralizado. Isso sim, vale a pena combater na minha opinião.

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  188. Ricardo Monteiro permalink
    6 Março, 2012 11:52

    anti-comuna:
    Sou beirão. E patriota. E digo-lhe outra vez: esteja à vontade para “marchar” sobre qualquer cidade, vila ou aldeia de Portugal. Terá a resposta apropriada. Como outros antes de si tiveram.
    P.S. – O “mito” Viriato, segundo o estudo de Adolf Schulten, terá nascido nos altos Montes Hermínios, actual Serra da Estrela. Mas não pretendo dar aulas de história a alguém que acha que Portugal não devia existir. Nem dar mais atenção a alguém que acha que o problema de Portugal são os portugueses. Cumprimentos.

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  189. neototo permalink
    6 Março, 2012 12:04

    Vamos ver Sr. Colaço, D. Francisco.

    Se tiver a bem volver para ler o que eu insinuei foi:
    “com um etiope de inspector do FMI” (etiope)

    O resto foi vc que o anhadiu da sua colleita de musculatura branquita a nao ser em tempos do verao…

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  190. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 12:35

    Carlos,
    .
    Se quisesse corrigir os dados, eu iniciaria por saber qual o valor das importações de produtos alimentares por região, capitando-o primeiro à população de cada região (todos comemos o mesmo) e depois corrigindo em 0,5 os produtos alimentares em regiões urbanas, segundo o índice de urbanidade (no campo fazem-se produtos para consumo próprio). Seria um modo imperfeito, mas um bom caminho, de capitar os dados. Essencialmente faria a mesma distribuição com as importações de bens restantes (na cidade há mais rendimento disponível e por isso consome-se mais).
    .
    Ou em alternativa capitava todas as importações, indiscriminadamente, às massas salariais de cada região. Não há-de fugir assim tanto da realidade.
    .
    Não creio que os resultados fossem tão diferentes do que estão apresentados caso esta capitação fosse feita. Provavelmente o Norte e o Centro não seriam tão exportadores, mas não creio nem por um momento que acabassem por ser negativos. O Alentejo, o Algarve, a Madeira e os Açores ficariam um pouco mais negativos, de certeza. (Podíamos argumentar que as importações para a Madeira e para os Açores não passam pelo Continente, mas isso, dada a população das duas regiões, pouco pesa no gráfico.)
    .
    Se eu tivesse as séries, fazia eu mesmo as contas. Seria um exercício interessante.
    .
    O que disse o LR, pesando ter feito um trabalho revelador, é que seria atacado por essa falta. Surpreendentemente, dos que atacaram o trabalho do LR poucos argumentos substantivos vi, como falar na sedeação dos importadores e das importações. Meu caro Carlos, fácil é dizer mal, difícil é fazer bem. E quem fala com o coração não tem cabeça para usar. Importa que digo que pensei que os que atacaram as conclusões do trabalho do LR pusessem alguma inteligência nos seus argumentos. Enganei-me, mas gostaria de pensar que não é por falta de inteligência que esta não foi posta.

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  191. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 12:37

    Neototó,
    .
    (?)

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  192. Xiça permalink
    6 Março, 2012 12:42

    Europarque, em Santa Maria da Feira. Será culpa de “Lesboa” ?
    .
    Europarque alimenta mais peixinhos do que negócios
    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=542227&pn=1
    .
    Não somos todos culpados
    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=542289&pn=1

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  193. Xiça permalink
    6 Março, 2012 12:57

    Compra de estádios em Matosinhos, será só culpa de “Lesboa” ?
    «Matosinhos: Tribunal de Contas emperra compra de estádios»
    http://www.dn.pt/desporto/interior.aspx?content_id=1747953
    .
    Estádios do Euro, só culpa do Sócas de “Lesboa”, ou também de outros lunáticos espalhados pelo país ?
    «Estádios do Euro 2004 custam 55 mil euros por dia às autarquias»
    http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=23798
    ..
    O betão, modelo de desenvolvimento nacional, que agora está a implodir, era só culpa de “Lesboa” ?
    A FDO por exemplo, que construiu coisas como Centro de Arte Contemporânea em Bragança, Academia de Música de Espinho, Estádio Municipal de Braga, Pavilhão Multiusos de Guimarães, Tróia Casino, Centros Comerciais Vivaci, etc, está a um passo da insolvência com salários em atraso:
    http://www.engenhariaeconstrucao.com/2012/02/fdo-um-passo-da-insolvencia.html
    ..
    Tudo culpa de “Lesboa” ? Posso passar as próximas horas a dar maus exemplos por todo o país … A culpa não nem deixa de ser de “Lesboa”, é dos maus líderes e estrategas que temos em todo o país.

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  194. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 13:16

    Xiça,
    .
    Não me levará a mal se afirmar aqui que a situação do Europarque é o reflexo exacto do centralismo lisboeta que seca os outros centros de decisão portugueses. Não vale a pena fazer uma empresa que tenha negócios com o Estado no Porto ou em Vila Real, pois quem não está em Lisboa não é visto, e os negócios com o Estado (antes, negociatas) resolvem-se como já todos sabemos.
    .
    É claro que a decisão não é partir Portugal aos bocados, pois cada região seria menos forte do que seria na união. A decisão está em deslocalizar funcionários. (engraçado, tinha escrito por gralha deslocalixar, e acho que não está longe). Se deslocalizar (ou deslocalixar) 400.000 dos 750.000 funcionários que trabalham num raio dourado de 5 Km, tará a criação de pelo menos 200.000 postos de trabalho adicionais no resto do país. Com a deslocalização dos funcionários serão necessárias lojas, cafés, pastelarias, polícias e outras indústrias poderão nascer.
    .
    Os piegas lisbonenses queixam-se da poluição, do trânsito, das filas dos transportes. Pois têm aqui uma solução para todos esses problemas. Onde vivo, estou a ouvir neste momento melros, e tenho uma vista campesina que faz a inveja de todos os capitalistas da Capital que me visitam. Ouço os sinos da Igreja a quase dois quilómetros e de vez em quando passa um carro. Isto pode ser assim para centenas de milhar de pessoas. Haja vontade.
    .
    Se fosse eu a fazer o processo, determinava as cidades para onde transferir cada serviço por tiro de dardos (de costas) a um mapa, numa farra, numa noite. Sem possibilidade de apelo, numa semana compraria em segredo os terrenos ou as instalações aos referidos autarcas, numa reunião em Lisboa (quem não quisesse disponibilizar terrenos ou instalações de graça era preterido), e num mês lançavam-se os concursos para as obras. A mudança seria efectuada no primeiro dia de Março de 2013, um ou dois serviços por semana até que ao fim do ano, quando todos os serviços haviam sido esgotados. Se alguns pudessem mudar a partir de Setembro de 2012, seriam mudados.
    .
    Pedir opinião aos sindicratos partidocreiros é inviável. Os sindicatos são adeptos do «devia ser assim» e nunca do «será como deve ser».

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  195. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 13:31

    Ricardo Monteiro,
    .
    Quando quiser descobrir onde viveu Viriato, vá até à capital da Lusitânia. Azar o seu, não encontrará lá ninguém que fale português. Viriato não viveu em território onde hoje seja Portugal, viveu na zona de Cáceres, na Sierra de Gata, em Espanha.
    .
    Por Lisboa viviam Cónios (e espero que não os chamem o dito da mãe, como se diz no Norte). Lisboa nada tem a ver com Lusitanos. E se quer saber, vivo a poucas centenas de metros de um castro lusitano. Entre a Serra de Estrela e a da Gardunha.

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  196. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 13:35

    Caro LR,
    .
    Se o problema é o poder de Lisboa, tira-se o poder de Lisboa. Como o poder está nos funcionários, tira-se o funcionário de Lisboa. Os políticos não mandam assim tanto, pois quem compra serviços e movimenta dinheiro é funcionário.

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  197. 6 Março, 2012 14:52

    Caro Francisco Colaço,
    .
    Não pondo em causa a sua boa fé, parece-me que o meu Amigo está a cair naquele excesso de voluntarismo a que a nossa preocupação cívica nos impele. Antes de nos pormos com grandes projectos de regionalizações ou descentralizações, de mudanças de serviços com esvaziamento de imóveis e construção de outros (não temos já imóveis que cheguem em Portugal???), de enormes tarefas logísticas com custos que, no mínimo, triplicam o esperado, conviria que decidíssemos sobre uma questão basilar: quais devem ser as funções do Estado?
    Na minha opinião devem ser muitíssimo menores que as actuais, sendo que o grosso delas deverá ser transferido para a sociedade civil. Algumas das remanescentes deverão ser delegadas para órgãos regionais / locais. Previamente a isso, haveria que fazer uma verdadeira Reforma Administrativa que vá muito mais além que a pobreza do Livro Verde do Relvas. Mesmo que não se criem Regiões, é importante que se criem autarquias com um mínimo de massa crítica, o que é relevante no interior. E não temos de inventar muita coisa: porque não considerar as actuais NUT3 como as novas “super-autarquias”. Com uma reformulação do mapa concelhio, cindindo os maiores e fundindo os menores. E extinguir todas as juntas de freguesias, que não estas que, quanto a mim, deveriam manter-se – sem prejuízo de ajustamentos – apenas para efeitos estatísticos e eleitorais. Nestas circunstâncias, os concelhos em zonas menos populosas do interior deveriam ser de menor dimensão (vg., entre 3 a 5.000 habitantes). Estou certo que uma reforma deste género pouparia dinheiro e acresceria em racionalização. Iria colidir com laços identitários dos cidadãos? Tenho algumas dúvidas. Quem agita este slogan pertence, na maioria das vezes, ao “cacicado” para quem a redução de órgãos é algo de impensável. Os cidadãos querem é ter bons serviços públicos.

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  198. Ricardo Monteiro permalink
    6 Março, 2012 15:06

    Francisco Colaço:
    Depois de ler esta fantástica troca de massagens ao ego entre si, o anti-comuna e o LR, só me resta dizer que, como alguém já disse a propósito de outro assunto, que a vossa argumentação é original e brilhante. Pena que o original não seja brilhante e o brilhante não seja original. Quer a identificação dos problemas quer a vossa solução(?) para os mesmos. Cumprimentos

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  199. Carlos permalink
    6 Março, 2012 15:10

    Francisco,

    “Se quisesse corrigir os dados, eu iniciaria por saber qual o valor das importações de produtos alimentares por região, capitando-o primeiro à população de cada região (todos comemos o mesmo) e depois corrigindo em 0,5 os produtos alimentares em regiões urbanas, segundo o índice de urbanidade (no campo fazem-se produtos para consumo próprio).”

    Não tenho a certeza de ter entendido a sua proposta mas não vejo no enunciado acima resposta para a pergunta de base: podemos aceitar como bom o critério de contabilização dos fluxos de acordo com a sede da empresa de importação ou exportação?

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  200. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 15:17

    Vou voltar a este assunto, pela última vez, porque acho que se começa a entender o problema de base português.
    .
    .
    Em boa consciência, eu não acredito que Lisboa queira mudar. Digam o que disserem, na prática, eles não querem mudar. Poderíamos referir o problema que a Troika encontra, em conseguir as tais famosas reformas que incidem sobre os sectores rentistas. (Energia, concessionárias de auto-estradas, etc.) Parece que nem o governo tem força e capacidade para obrigar a mudar isto tudo. E não se pense que isto é mera suspeita. Eu deixo aqui uma noticia para provar que as clientelas e as elites de Lisboa não querem mudar de vida e deixar de parasitar os demais portugueses:
    .
    .
    “Televisão
    .
    Balsemão e Pais do Amaral unidos contra a privatização da RTP
    .
    Produtores e distribuidores admitem parcerias nos conteúdos para fazer face à crise.
    .
    Francisco Pinto Balsemão e Miguel Pais do Amaral voltaram a alertar para as consequências da privatização da RTP no mercado publicitário. Segundo o presidente da Impresa e fundador do PSD, “não haverá mercado para mais um ‘player’ em televisão de sinal aberto”.”
    .
    in http://economico.sapo.pt/noticias/balsemao-e-pais-do-amaral-unidos-contra-a-privatizacao-da-rtp_121740.html
    .
    .
    Coisa mais clara não há. Estes dois senhores não querem a privatização da RTP ou tão pouco um verdadeiro mercado concorrencial em Portugal, nos seus sectores. Eles sobrevivem do rentismo e da protecção aos seus sectores económicos e negócios. E isto também explica o flop que foi a famosa TDT.
    .
    .
    Eu, na minha consciência e face ao que já escrevi, digo. Eu não tenho coragem de pedir aos meus concidadãos para fazer um esforço e sacrifícios brutais para ajudara a salvar esta gente. Porque, esta gente não o merece e apenas se limitam a parasitar o resto do país. Há quem não goste do termo, mas rentismo é isso mesmo: parasitar sectores económicos alheios, famílias e demais agentes económicos. Goste-se ou não das palavras, goste-se ou não do que elas representam, elas fazem sentido e justificam-se perfeitamente face ao comportamento parasita desses senhores.
    .
    .
    Como eu já expliquei, os sacrifícios valem a pena se depois a sociedade passa a viver melhor. Mas o processo a que eu estou a assistir não permitirá ao país fora de Lisboa viver muito melhor e obter a recompensa de tantos e brutais sacrifícios. Porque, não há garantia que Lisboa, suas elites, suas clientelas e seus cidadãos irão procurar um novo modelo económico. Eu já disse aqui que existe uma potencial solução, mas não acredito que Lisboa vai querer mudar de vida. As declarações desses dois senhores provam bem aquilo que eu digo: querem protecção ás suas actividades económicas e o país pagará custos de publicidade acima do que seria desejável e saudável. Isto é mero parasitismo, doa a quem doer.
    .
    .
    Eu penso que já expus com clareza o problema e a minha visão das coisas. Já o disse aqui, não vou ser eu que vou contribuir para criar uma espécie de clima de pré-guerra civil. Quem souber expôr este tema e eventuais soluções melhor que eu, faça o favor de o fazer. Uma coisa, porém, é certa. Não pensem que o resto da sociedade não chegará à mesma conclusão que eu. Chegará. Não há aqui iluminados ou génios. Há apenas o reconhecimento de um problema, à vista de todos, mas que pouco a pouco será ainda mais perceptível e premente, que poderá levar o país à implosão.
    .
    .
    Eu sou pessimista face ao que vejo. Por isso, para mim, é apenas uma questão de tempo até que o país se desagregue. O último a sair, que feche a porta.

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  201. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 15:46

    LR,
    .
    Quanto às funções do Estado, já as discutimos aqui. Como o LR mostra saber, vivemos no mundo real. E no mundo real os funcionários do Estado não se despedem. Deviam despedir-se, mas ninguém tentará. Logo, nunca se despedirão, e teremos sempre esta cáfila a mamar a água do Oásis. A burocracia tem como primeiro mandamento, tal como o camelo, proteger a sua própria pele. E, como sabem vários ministros da educação, tem gasolina suficiente para queimar qualquer político que a ousar enfrentar seriamente.
    .
    O LR sabe, eu sei, o Anti Comuna sabe, o José Silva sabe e alguns sabem que o uadi está em baixo. Os camelos deveriam ser abatidos ou vendidos no mercado (talvez trocados por loiras), por forma a que o número de camelos e o que eles bebem fosse menor do que a reposição natural do uadi que está no meio do Oásis. Como os camelos não querem ser vendidos, há que os distribuir por vários oásis, para que o seu impacte seja menor em cada um deles. Nós sabemos disso. O resto dos comentadores, honrosas excepções há demasiadas para a enumeração particular, andam confiados que a chuva vem, que os rios vão sempre continuar a pôr água para os camelos, que até podem vir mais camelos pois, segundo eles, há água que chegue. E se não há, pede-se ao vizinho. Estes é que não vivem no mundo real.
    .
    Quanto aos edifícios, note que eu próprio disse que há pelo país edificações devolutas, já propriedade pública, que facilmente seriam adaptadas e usadas como currais… centros burocráticos. O custo, por isso, não me parece grande, e as receitas, haja quem compre os prédios nesta conjuntura!, seriam muito maior que os ditos. É uma típica operação de curto prazo, de alienação de património, facilmente paga e repaga a um ano com os dinheiros da venda dos edifícios na capital.
    .
    E, LR, podemos discutir ad aeternum as soluções para o problema, mas vamos agravar os problemas. A minha experiência enquanto profissional mostra que mais vale avançar com paliativos enquanto se redesenha uma solução melhor do que esperar a solução perfeita e aplicar solução nenhuma. Isto é, mais vale ir tirar parafusos a um T55 soviético abatido e possivelmente minado (bendita gelamonite!) que esperar que venham parafusos novos de Luanda.

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  202. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 15:47

    Anti-Comuna,
    .
    As declarações desses dois senhores provam bem aquilo que eu digo: querem protecção ás suas actividades económicas e o país pagará custos de publicidade acima do que seria desejável e saudável.</i<
    .
    Na mouche! Como disse o LR e tenho dito eu, há que redimensionar o Estado. Muito Estado, muita corrupção.

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  203. 6 Março, 2012 15:49

    Caro LR,
    Dada a temática abordada, tomei a liberdade de publicar este seu “post”, com o respectivo link, no
    .
    Regionalização
    .
    Cumprimentos

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  204. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 15:51

    Carlos,
    .
    O que disse eu é que acredito que a recontabilização das importações não pesará por aí além no gráfico, e certamente não modificará o facto de que Lisboa é o vampiro da sangue do país.
    .
    Isto não é uma crítica aos lisboetas, que trabalham duro como todos os outros, mas para os seus patrões, que trabalham à beira do Estado, pendurados nos impostos dos outros e com alfaiatarias de leis à medida para as suas actividades. Situação que, no caso da TVI e SIC contra RTP, foi aqui exposta pelo Anti-Comuna.

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  205. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 15:58

    Ricardo Monteiro,
    .
    Pena que o original não seja brilhante e o brilhante não seja original.
    .
    Acredito que o Ricardo terá inteligência, como infere, para fazer alguma solução original e brilhante. Apresente-a, meu caro, apresente-a, pois eu estou em pulgas por a ler.

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  206. Carlos permalink
    6 Março, 2012 16:11

    Sim, Francisco, eu percebi que não acredita que a recontabilização das importações pudesse afectar os resultados. Mas não creio que a sua proposta de recontabilização seja endereçada à questão posta, aplicar um factor entre áreas urbanas e rurais não responde à dúvida, que, pelo menos para mim, subsiste. No cenário absurdo de dizer (“achar”) que 95% das importações de um determinado sector, feitas através de empresas com sede em Lisboa, tenham como destino as outras regiões, os numeros e o gráfico seriam modificados de forma substancial, certo? Claro que 95% é absurdo, seja para o for, desde TV’s a Bacalhau, mas quem consegue saber qual o factor correcto, sejam 30%, 47% ou 0%? Como nesse dominio me parece estarmos todos a adivinhar, então eu arricaria dizer que “acredito” existir uma diferença que vai no sentido apontado no gráfico, mas com uma expressão muito mais reduzida.

    Quanto ao seu segundo parágrafo eu penso que toca, finalmente, no ponto sensivel que motivou tanta reacção por aqui. O comentário do AC, associa, de forma directa, o comportamento do sector rentista dos media a Lisboa. Leia com atenção e veja se encontra lá alguma distinção como aquela que faz no seu comentário.

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  207. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 16:12

    LR, (Tinha-me esquecido desta, desculpe)
    .
    Nestas circunstâncias, os concelhos em zonas menos populosas do interior deveriam ser de menor dimensão (vg., entre 3 a 5.000 habitantes).
    .
    Quando os concelhos forma reunidos no tempo do Mouzinho, o critério era poder ir a pé e voltar no mesmo dia à sede do Concelho a partir de qualquer um dos seus pontos, ou durante a manhã a trote. Não compreendo como isso poderia ser no caso particular do Concelho da Covilhã e da aldeia de São Jorge da Beira, que nem eu daqui vejo, mas enfim!, funciona para a totalidade dos outros casos que conheço.
    .
    Se fosse esse o critério hoje, teríamos de pensar em automóvel. E neste caso o NUT3 poderia ser a autarquia e a freguesia (os ‘autarcas’ da minha freguesia querer-me-ão arrochar por dizer isto) pode ser a vila inteira e freguesias limítrofes. Nem sequer há razão, na maioria das pequenas cidades, para haver mais que uma freguesia urbana. Os serviços da freguesia podem ser assegurados por um guichê aberto onde hoje existem freguesias, mantendo-se lá um ou dois funcionários, sendo as freguesias agregadas e a gestão centralizada.
    .
    Que acho que se deveria pensar na organização administrativa top-down, nisso pode confiar. Neste mundo, isso, miseravelmente, não é simplesmente possível. Portugal é saudavelmente confuso quando sabe e hecticamente ingovernável no resto dos casos.

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  208. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 16:18

    Já agora, como complemento do anterior texto e para que não se pense que o problema não é mais profundo e vasto do que se pensa. deixo aqui outra noticia, que prova que em Lisboa se vive demasiado à custa do país. Não apenas as classes altas mas até a classes médias.
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    “Viagens grátis, folgas, prémios e baixas nas empresas públicas.
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    Ficar de baixa compensa na Carris
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    Passivo: 674 milhõesTodos os meses, os cerca de 2.700 colaboradores da Carris podem faltar um dia ao trabalho para tratar de assuntos pessoais. E também têm direito a folga no dia em que fazem anos. Estas são apenas duas das regalias de quem tem contrato com a empresa que gere os autocarros, eléctricos e elevadores na área metropolitana de Lisboa.Um levantamento das regalias sociais mostra que estar de baixa é mais compensador do que estar de serviço: a Carris dá aos funcionários um complemento do subsídio de doença até ao valor do ordenado, livre de impostos.”
    .
    in http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=30093
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    Mais pérolas:
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    “Pais com direito a 4 mil km de viagens grátis na CP
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    Passivo: 3,32 mil milhões
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    Na CP – Comboios de Portugal EPE, os trabalhadores viajam gratuitamente nas carruagens da empresa. Mas além dos cônjuges e filhos até aos 21 anos, também os pais dos funcionários têm direito a circular sem pagar até aos 4.000 quilómetros por ano. Se essa quilometragem for ultrapassada, as viagens passam a ser pagas a custo reduzido: 25% do bilhete.”
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    Mesmo link anterior.
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    Prémios de assiduidade na Metropolitano de Lisboa
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    Passivo: 2 mil milhões
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    Os 1.600 trabalhadores da Metropolitano de Lisboa também podem viajar de graça na Carris e na Transtejo. Os cônjuges e filhos também não pagam bilhete para circularem nas composições.”
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    Mesmo link anterior.
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    “Não pagar bilhete na TAP
    Passivo: 2 mil milhões

    Na TAP, os colaboradores, cônjuges e filhos até aos 25 anos têm bilhetes gratuitos nos voos da companhia nacional e noutras com quem esta tem acordos. Mas os descendentes de antigos funcionários também têm a possibilidade de continuar a viajar por quantias módicas, que representam 10% do valor do bilhete de executiva. Não há limite para as viagens feitas anualmente, estando o passageiro limitado aos lugares não vendidos no voo, em classe económica. ”
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    Mesmo link anterior.
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    E isto atravessa toda a sociedade lisboeta. Toda. Custa a ouvir, mas a verdade dos factos não deixa mentir:
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    “Escândalo começou há 30 anos
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    3.000 casas atribuídas por cunha em Lisboa
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    O Património Disperso da Câmara é uma espécie de porquinho-mealheiro de casas par adistribuir: Sem regras.
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    in http://aeiou.expresso.pt/3000-casas-atribuidas-por-cunha-em-lisboa=f412879#ixzz1oM0BbPEJ
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    Portanto, é a sociedade de Lisboa que vive numa espécie de paraíso socialista. Há benesses para todos os gostos e feitios, para todas as classes sociais, à custa do resto do país.
    .
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    Há no país também deste tipo de comportamentos anómalos, mas não generalizado e tão enraizado como em Lisboa. Dirão. Mas isso é racismo! Se o é, metam um saco na cabeça de vergonha. Lisboa é ainda pior que na Grécia. Vai deste o grande accionista até ao jardineiro desse grande accionista. O sistema é de tal forma disforme e anómalo, que é impressionante como o país, ande anos, sem pôr as culpas onde deve. Note-se bem. A generalidade destes casos são-no com dolo. E aí, meus amigos, a Justiça é cega e parece que manca. Só consegue correr quando interessa aos interesses de Lisboa. Porque, como se prova pela atribuição de casas, ao que tudo indica ilegalmente, foi tudo abafado, para não chatear ninguém.
    .
    .
    Isto é uma vergonha. E o país está a pagar bem caro o completo deboche de Lisboa.

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  209. Ricardo Monteiro permalink
    6 Março, 2012 16:18

    Francisco Colaço:
    Eu raramente infiro. E não o fiz aqui.
    O que vocês aqui falam é de distribuição de riqueza. E no sentido mais comunista: o meu vizinho ganha mais do que eu, por isso, em vez de aspirar a ganhar mais, quero que ele ganhe menos.
    O problema de Portugal é o de competividade e são três os factores que a fazem baixar:
    1. Excessiva carga fiscal
    2. Excessivos custos energéticos
    3. Excessivos custos com logistica
    Enquanto estes factores não forem competitivos tudo o resto é fogo de vista. Quer seja no norte, no sul, interior litoral ou ilhas.

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  210. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 16:21

    Carlos,
    .
    1) Onde existe o saldo das importações e exportações por região existe o valor das importações por região. Se me der na real gana, ainda vou fuçar as séries e fazer as contas com factores de correcção para apresentar aqui esta noite.
    .
    2) Não é apenas o sector rentista dos media. Há o sector rentista dos emperreiteiros (grafia intencional!), dos sindicráticos dos dirigentes ociosos, dos fornicadores do Estado, dos desfuncionários públicos, dos beneficiários do Rendimento Social da Indolência, dos fornecedores de serviços de Tecnologias de Intromissão, etc. (note as grafias!) Há muitos sectores rentistas com escritórios em Lisboa porque simplesmente têm de estar em Lisboa, onde o seu principal cliente pode ser untado com manteiga e esvaziado do dinheiro que paguei.
    .
    Há uma anedota inglesa que diz isto: um ladrão assalta um homem bem vestido, de chapéu de coco. O assaltante diz:
    .
    — Passe para cá o seu dinheiro!
    — Tenha cuidado, amigo, que sou um político importante!
    — è um político!? Então devolva.me já o meu dinheiro!

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  211. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 16:26

    Ricardo Monteiro,
    .
    Lamento, meu caro, a sua solução é parcial, logo longe de brilhante, e nada original. Todos falam no que disse há décadas, mas poucos avançam um método de o fazer, como eu, o LR e o José Silva.
    .
    O Ricardo desiludiu-me. Pelo modo como falava, pensava estar perante uma pessoa que me poderia ensinar alguma coisa.
    .
    Se no entanto tiver as ditas ideias, e apenas não as tiver exposto por brevidade, faça o favor de nos surpreender agradavelmente, dê o melhor de si. As melhores ideias vêm muitas vezes de fontes improváveis.

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  212. jose silva permalink
    6 Março, 2012 16:34

    Caro AC,

    LEia o editorial de hoje do PSG no JdN: Ele lá enuncia quem são os lobbies da economia não transaccionável Lisboeta que estão a mandar o ASP pela borda fora.

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  213. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 16:45

    Pois. Valha-nos isso, caro José Silva. Felizmente, há gente dos editoriais em Lisboa, que têm alguma coragem.
    .
    .
    E o artigo dele mostra uma coisa: nem este governo vai ser capaz de mudar o cancro. E, lá está, quando a Troika for embora, volta tudo ao mesmo do costume. Não faltarão razões para impedir a modernização da economia portuguesa. Ele é o desemprego, os custos da concorrência aberta e feroz, a queda nos rendimentos, a dureza de uma reestruturação económica.
    .
    .
    Assim, não é preciso ser-se o Einstein que, ao virar da esquina, Portugal voltará a colapsar. Até que o país acorda e abre os olhos. É tão triste ver um país a deitar fora uma oportunidade de ouro para criar uma sociedade melhor e mais equilibrada… Que até doi. Doi mesmo. Porque, é duro ver tantos esforços e sacrifícios em vão…

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  214. Ricardo Monteiro permalink
    6 Março, 2012 16:53

    Francisco Colaço:
    Transcrevo o que expressei no anterior: “O que vocês aqui falam é de distribuição de riqueza. E no sentido mais comunista: o meu vizinho ganha mais do que eu, por isso, em vez de aspirar a ganhar mais, quero que ele ganhe menos.”
    Espremido, dá isto.
    Peço desculpa, isto e mudar o ministério do(a) (intruduzir aqui o que se queira) para o Entroncamento ou assim.
    Dificilmente esse tipo de discurso pode ser considerado um método.
    Quanto ao seu comentário, forçado, para incluir as palavras “original” e “brilhante”, não me desiludiu. Já o esperava. Cumprimentos

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  215. jose silva permalink
    6 Março, 2012 16:56

    Nogueira Leite em 2009: Lisboa ainda não compreendeu que tem que mudar de vida:
    http://economico.sapo.pt/noticias/nogueira-leite-psd-deve-dizer-que-baixa-os-impostos_93143.html

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  216. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 17:09

    Ricardo Monteiro,
    .
    Porventura acha que o Estado não poderia vir a ganhar dinheiro com as deslocalizações. E o Interior não iria ficar melhor povoado? Isto realmente tem a ver não com distribuição de riqueza, mas com alocação de recursos, coisa extremamente diferente. Pelo modo como falou, julguei que teria a solução, mas afinal fica-se pelo «devia ser assim».
    .
    É fácil dizer que é necessário baixar os impostos. É fácil dizer como é fácil saber que é necessário baixar os impostos. É mais difícil dizer, mesmo superficialmente, como se há-de baixar os impostos. E finalmente, é muito difícil dizer, substanciadamente, como se hão-de baixar impostos.
    .
    O que disse não é original, porque é repetido ad exaustio. O que disse não é brilhante, porquanto a mera promessa da luz de uma vela não alumia todo um estádio.
    .
    Terei de lhe pedir que fuce no Blasfémias pelos meus comentários no passado. Deixei cá imensos métodos de poupar nas despesas do Estado (sendo a primeira por a catrefa de funcionários excessivos na rua, mas há outras). Ainda assim estou esperançado que deixará cá meios e métodos de atingir os brilhantíssimos objectivos que todos enunciam e repetem. De quem faz alpinismo lhe posso dizer uma coisa: todos sabemos que é necessário chegar ao cimo da montanha. O bom alpinista traça uma rota segura na sua mente, que não o ponha em alhadas e o obrigue a recuar. Já teve de recuar e arrepelar caminho a menos de 100 metros do cume? Pois eu já. O problema é sempre traçar a rota e prever o imprevisto, quando olha a montanha de quilómetros de distância.

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  217. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 17:12

    E, Ricardo Monteiro,
    .
    O nosso problema não é que o meu vizinho ganhe mais do que eu. É que ele ganha o seu roubando o meu dinheiro. O meu vizinho é, pois, um ladrão. Sofisticado, de gravata, mas ainda assim ladrão, excepto no Ministério da Agricultura e dos bois e das vacas.

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  218. Ricardo Monteiro permalink
    6 Março, 2012 17:14

    Pelo menos o José Silva concorda comigo: baixar impostos é o único caminho a seguir. Tudo o resto não me parece que seja uma prioridade. Se bem que um ex secretário de estado de Guterres não seja um bom exemplo para ser citado. Mas a ideia é boa. E podia ter efeitos no curto prazo. E sim, sei que existe um empréstimo para pagar, mas a receita fiscal já esta em queda livre.
    E o QREN vai servir pra cobrir essa falha. Um erro monstruoso.

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  219. Ricardo Monteiro permalink
    6 Março, 2012 17:36

    Francisco Colaço:
    Não entro na linguagem do “roubar”. Quanto a “prever o imprevisto”… Lamento mas isso é uma impossibilidade. Continuo a achar que vocês discutem o acessório. Não é exequível, neste momento, despedir 100.000 funcionários públicos. Já as PPPs deviam ter acabado à oito meses. No fundo a minha critica é que vocês querem começar a casa pelo telhado. Ao menor abalo, cai. Cumprimentos.

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  220. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 17:41

    Ricardo Monteiro,
    .
    Todos concordamos em princípio em baixar impostos. Repare que eu apenas lhe pergunto o que é que o Ricardo Monteiro preconiza para baixar os impostos. Nada mais.
    .
    Veja que no curto prazo baixar os impostos é irrealista. Com o Estado como o temos, se o quisermos manter assim os impostos subirão, e em catadupa. Para baixar os impostos, teria de dizer a metade do funcionalismo público e autárquico para irem ganhar a vidinha noutro lado. Pouparia assim grosso modo dez mil milhões de euros anuais na administração central, e outro tanto na local. Faria assim um superavit de 5 mil milhões de euros, mais ou menos, o que, revertido em pagamento de capital da dívida, restituiria ao país cerca de 400 milhões de euros por ano em juros não pagos. Se calhar o que se paga em manutenção de rotundas e de outros elefantes brancos por ano em Portugal, segundo uma estimadivinha minha. Se não fosse assim, poderia baixar 12% os impostos (5/40 mil milhões), ficando por saber:
    .
    1) que impostos baixar;
    2) como dar uma reguada na mão dos políticos que pensariam desde logo utilizar o dobro do dinheiro poupado em mais rotundas, farras e obras de regime;
    3) sabendo que os funcionários públicos despedidos não eram realmente necessários, e que o Estado continuará a funcionar como dantes, que destino dar às famílias destroçadas e aos funcionários desempregados;
    4) como convencer o António José Seguro de que o dinheiro poupado não é para ser reinjectado (raio de neologismo!) na economia, e que a baixa de impostos é melhor que qualquer reinjecção.
    .
    Consegue? Acredite que se o ponto 3) parece a si e a mim o mais angustiante, os outros são severamente mais difíceis de decidir.

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  221. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 17:46

    Eh! Pá. Esse Nogueira de Leite não deve gostar de Lisboa, poxa! ehehhehh
    .
    .
    “Os portugueses já perceberam isso?
    .
    Uma parte substancial da população ainda não percebeu porque os efeitos da crise são muito diferentes. Na zona de Lisboa, ao contrário do centro e do norte litoral, ainda não se percebeu que temos de mudar de vida.”
    .
    Link com cortesia do José Silva.
    .
    .
    Ele tocou no ponto certo. Graças a deus o gajo não é lisboeta! ehehheheh
    .
    .
    “António do Pranto Nogueira Leite GO IH (Lisboa, 3 de Março de 1962) é um economista e professor português.”
    .
    in http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Nogueira_Leite
    .
    .
    Nem acredito no que leio. Este gajo ainda não foi corrido de Lisboa?
    .
    .
    Em Lisboa há tanta gente como ele e porquê que se calam? Eu aposto, que cada um de nós, conhece pelo menos 3 ou 4 pessoas com as ideias dele: Lisboa tem de mudar de vida. Mas poucos têm coragem de o dizer. Este Nogueira de Leite di-lo para os jornais, o que mostra mesmo que o gajo tem coragem.

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  222. berto permalink
    6 Março, 2012 17:51

    Anti-comuna,
    “Há no país também deste tipo de comportamentos anómalos, mas não generalizado e tão enraizado como em Lisboa”.
    Pois é, só que a área metropolitana de Lisboa representa mais de 1/4 da população do país, de modo que a percentagem das aberrações que refere é maior. Não contesto nada do que diz, nem as soluções que propõe, que até podem e devem ser discutidas. Mas a população que reside em Lisboa tem tanta culpa da situação como a de Matosinhos ou Fornos de Algodres. Aqui trabalha-se tão bem ou tão mal como em qualquer outro ponto do país. Quanto às regalias que os familiares de quem trabalha nos transportes usufruem, lembro que já antes do 25 de Abril isso acontecia, pelo menos na Carris onde o meu pai trabalhou toda a vida.

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  223. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 17:52

    Ricardo Monteiro,
    .
    Quando alguém se apossa à força do que não é seu, nega o usufruto ao legítimo proprietário, e pouco ou nada dá em troca, é de roubo que falamos. Se for particular, estamos perante um ladrão; se for público, de um político.
    .
    Diz que não é exequível despedir de uma só vez 100.000 funcionários públicos. Pois eu acho que temos de despedir o dobro, acabar de uma ceifada com os institutos públicos, ameaçar os concessionários e o Almerindo Marques com uma investigação séria caso não terminem com as PPP, terminar todas as compras de material para a defesa nacional no estrangeiro (comprar os projectos e fazê-los aqui) e acabar com as compras de aplicações informáticas e de pareceres jurídicos, pois há suficientes licenciados na função pública para os fazer. Tem de se fechar cursos universitários e despedir professores. Se são tão bons, estarão melhor no privado, o sector da economia que gera riqueza. Acabar com destacados sindicais (que sejam sindicalistas nas horas livres) e mandá-los fazer vida noutro lado. Acabar com o um a cavar a vala e cinco a ver (é verdade, já vi isto). Acabar com os projectos de novas rotundas, estatuazinhas e inutilidadezinhas que nascem nos brilhantes e originais neurónios de qualquer autarca, pagos sempre ao dobro do preço de mercado.
    .
    Diga-me o que faria mais.

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  224. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 17:52

    Eu acho que anda muita gente para aí a brincar com as ideias. Eu gostava de ver alguns, à frente de uma empresa em dificuldades, a dizer aos seus colaboradores: “- pois bem, temos custos elevados e receitas baixas; a margem operacional é muito reduzida e pouco cobrem os encargos financeiros. Tomei uma decisão e espera que o Conselho Executivo me apoie: decidi baixar o preço médio a todos os produtos, com campanhas de promoção já no próximo mês, para tentar subir as receitas da empresa.”
    .
    .
    E a sala fica a abananada a olhar para o tipo. E isso vai permitir ganhos de mercado, logo mais receitas? Resposta pronta do azelha, não sei. Mas temos que fazer alguma coisa, pois não temos receitas suficientes que nos permita sobreviver no médio e longo prazo e muito menos no curto prazo.
    .
    .
    Isto de baixar os impostos é quase a mesma coisa. É bonito na teoria, na pratica, nas más circunstancias… É a receita certa para o estoiro.
    .
    .
    Vou beber o meu bagacinho, à conta dos génios que por aí pululam.

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  225. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 17:59

    Berto,
    .
    Faça justiça ao Anti-Comuna. Ele não está a falar do comum trabalhador, mas do grande emperresário (grafia intencional!) lisboeta, que vive como uma lapa agarrado à maquia do Estado.
    .
    Não é o varredor de lisboa (o almeida) que trabalha pior do que o varredor de Freixo de Espada à Cinta. É o emperresário da Capital que vive à pala dos impostos que o pequeno industrial de Freixo de Espada à Cinta tem de pagar, lixando-lhe as margens ou subindo-lhe os preços até perder clientes. E esse é o dinheiro de todo o país que os políticos desviam e aplicam monumentalmente em Lisboa e nas zonas limítrofes, dizendo a Freixo de Espada à Cinta que vá à bardam… e se cuide com a derrama do IRC e uns pozinhos do IVA.

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  226. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 18:02

    ” Quanto às regalias que os familiares de quem trabalha nos transportes usufruem, lembro que já antes do 25 de Abril isso acontecia, pelo menos na Carris onde o meu pai trabalhou toda a vida.”
    .
    .
    Caro Berto, eu sei que Vc. diz a verdade. Por isso eu, digo algumas vezes, o 25 de Abril não mudou quase nada na sociedade portuguesa.
    .
    .
    “Pois é, só que a área metropolitana de Lisboa representa mais de 1/4 da população do país, de modo que a percentagem das aberrações que refere é maior. Não contesto nada do que diz, nem as soluções que propõe, que até podem e devem ser discutidas. Mas a população que reside em Lisboa tem tanta culpa da situação como a de Matosinhos ou Fornos de Algodres.”
    .
    .
    Pois tem. Uns por ambição, porque querem copiar Lisboa. A velhinha expressão, eu também quero a minha parte. Outros por omissão, que acham que o problema nem se resolve ou alguma vez resolverá. Aquela velha expressão: sempre foi assim e não será hoje que irá mudar.
    .
    .
    Mas o problema é este. O país está numa ratoeira. Ou exige que Lisboa mude ou nem vale a pena a ao resto do país mudar. É que não faz sentido uns fazerem sacrifícios e esforços comunais e outros pensarem que herdaram o direito ás benesses. Por isso eu digo. Indo embora a Troika, é uma questão de tempo até que estejamos de rastos novamente. Acha justo que se peça a um transmontano ou a um algarvio que se sacrifique em nome de uma esperança vã? Eu penso que não.

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  227. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 18:16

    Caro Colaço, isto não é bem assim:
    .
    .
    “Faça justiça ao Anti-Comuna. Ele não está a falar do comum trabalhador, mas do grande emperresário (grafia intencional!) lisboeta, que vive como uma lapa agarrado à maquia do Estado.”
    .
    .
    Também é daquele que meteu uma cunha para ser jardineiro na Cámara ou a varrer ruas. Dirá, mas em Portugal inteiro é assim. Por isso há que mudar. E tem mudado, só em Lisboa é que acham que todos têm direitos ás benesses. Como parece que se diz na tropa, vai do recruta ao general, todos comem pela mesma medida.
    .
    .
    Quer um exemplo? Outro? E eu não sou especialista em questões militares, pese embora o meu gosto pelo assunto. Quantos generais tem Portugal, a viver em Lisboa e não fazem a ponta de um chavo? Que são generais sem tropas, postos mesmo horroríficos na prática, mas com os seus altos salários, mordomias e benesses, que um general deve ter. Note bem. Eu não discuto algumas compensações dos generais. (Ou dos juízes, por exemplo.) Discuto é a quantidade de gente a ter postos que não o deveriam ter.
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    .
    Quer outro exemplo caricato? Foram criadas as policias municipais para quê? Em Lisboa há a policia municipal mas quem anda a passar multas são empresas privadas ou semi-privadas. Para que serve a Policia Municipal? Passar multas aos comerciantes? Mas não temos a ASAE? Estes são exemplos do completo desvario dos nossos políticos. Eles querem ter poder e burocracias ao seu serviço. Até lhe deram policias municipais. ehehheh
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    Serve isto para dizer, que não são apenas os empresários que se protegem mas muita gente, desde o varredor de rua até ao director de serviços.
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    .
    Aqui há uns anos, segundo me lembro, o JCD, que de vez em quando escreve neste blogue, parece que descobriu que há milhares e milhares de funcionários públicos em Lisboa, no ministério da agricultura. Porquê? Ah! Deve ser por isso que agora os abéculas querem criar hortas municipais, para justificar os funcionários que lá existem, deste ministério.
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    .
    Um Estado disfuncional, cheio de tachos e vícios, tem alapados a si mesmo, desde o comum manga de alpaca até ao grande accionista, que se move bem em Lisboa, para ganhar dinheiro, com anomalias típicas de sociedades do terceiro mundo. Infelizmente é assim mesmo, caro Colaço. Não são apenas grandes empresários, mas médios, pequenos, altos funcionários e até funcionários de funções mais “básicas”.

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  228. jose silva permalink
    6 Março, 2012 18:21

    AC, o ANLeite é um valente hipocrita; Diz uma verdade (Lisboa tem que mudar de vida), mas fez carreira no grupo Mello a inventar e a gerir PPPs e agora está na administração da Caixa. É um parasita típico. Até sabe o que está mal, mas aproveita o bar aberto.

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  229. Ricardo Monteiro permalink
    6 Março, 2012 18:26

    anti-comuna:
    Em relação aos impostos e à sua comparação com com uma qualquer empresa, esperava mais seriedade nos seus comentários.
    Francisco Colaço:
    Na minha opinião baixar o IRC. É o que eu acho que deve ser feito. Se não há liquidez no país, captar empresas que a tenham. É tão importante como fomentar as exportações. Penso que é a solução que menos desvantagens tem, neste momento. E retira peso do Estado na economia.

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  230. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 18:28

    caro Ricardo Monteiro, não espere nada de mim, senão me rir das suas parvoíces. Como o Colaço diz amíude: o devia ser assim é bonito, mas quando é preciso fazer, não há devia ser assim, é como se pode e consoante as circunstâncias.
    .
    .
    Teoria e paleio cada um pode ter, mas quando é preciso pôr a mão na massa, não há muitas teorias nem paleio. É o que se pode fazer.
    .
    .
    Beba um bagacinho que isso passa-lhe.

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  231. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 18:29

    Caro José Silva, ele pode ser hipócrita, mas disse a verdade. E isso é que importa.

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  232. jose silva permalink
    6 Março, 2012 18:31

    AC,

    leia o que escrevi dias antes das últimas eleições legislativas. É de facto idêntico às suas teses:

    Apresento de seguida o inevitável «trabalho de casa» do MPN (ou outros que venham a surgir) no contexto politico, económico, financeiro e social dos próximos anos.

    Em primeiro lugar uma declaração de interesses: Sócrates já esta derrotado e o PSD de PPCoelho já ganhou. Ainda bem. Agora o voto útil a Norte e o meu voto amanha e´ no MPN/PDA, apesar de todas as reticencias que coloco a certos militantes e simpatizantes.

    Desenganem-se todos os que acreditam que com o PSD de PPC haverá alterações substanciais a Norte. De facto, não haverão.

    O PSD tem 2 metades:

    O PSD de Lisboa que é um instrumento das oligarquias, do PSI20, dos sectores «rent-seeeking», da economia dos bens e serviços não transaccionáveis e dos mercados e negócios protegidos pelo Estado;
    O PSD distrital, oposto, que se baseia, no capitalismo industrial, regional, shumpeteriano (http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Schumpeter), na economia dos bens e serviços transaccionáveis, das PMEs, na concorrência , na exportação.

    Não vale a pena falar do PS e CDS pois são partidos da economia mafiosa ligadas ao fornecimento do Estado e a população inactiva ou menos dinâmica. O PCP e BE pois são partidos tribunícios sem aspiração de governar.

    Ora historicamente, o PSD inclina-se sempre para os interesses da oligarquia de Lisboa. Como já se pode vislumbrar do curriculum (http://verdadeirolapisazul.blogspot.com/) de PPC, apesar das imposições da Troika contra o sector BSNT, é muito provável que se mantenha o «status quo».

    A economia lisboeta que tem uma bolha imobiliária (valor do m2 40% acima da media nacional), que se especializou em deficit comercial externo via delegações de multinacionais la instaladas e em BSNT, que concentra 40 % do endividamento privado não bancário, que tem um PIB per capita artificialmente acima da media da UE, que concentra a imensa maioria das sedes e serviços centrais da administração central, deveria ser aquela que mais iria sofrer com a crise. São eles que estão a viver acima das possibilidades e não o resto de Portugal

    Porem como as oligarquias e o Estado de Lisboa vivem há séculos de parasitagem colonial e há décadas de parasitagem regional, sabem bem manobrar a politica e lançar os políticos certos para defender os seus interesses. E portanto encontraram em PPC uma via para manter o «status quo». O apoio a economia dos BSNT, lucrativa porque sem concorrência, parasitadora, alimentada pelos contribuintes, mudara´ de sabor e ate poderá fazer alguma cura de emagrecimento, mas os beneficiários serão os mesmos. Com PPC acabara o beneficio `a oligarquia pela via das obras publicas e fornecimentos intermédios ao Estado Central e começara´ o beneficio `a mesma oligarquia via privatização parcial ou total de serviços públicos da saúde, educação e segurança social, ainda que seja disfarçado de salvação de Estado Social.

    Ora em tudo isto, o padrão vai manter-se. A oligarquia lisboeta dos BSNT continuara a explorar a economia do BST, com Vitor Bento denuncia no seu livro «No´ Cego da Economia».

    Na pratica, a única constante politica nos últimos 100 anos, com um interregno de alguns anos depois do 25 de Abril, tem sido o domínio dos oligarcas lisboetas da economia BSNT sobre a politica nacional. Desde o condicionamento industrial em que o Norte ficou com o que Lisboa não queria, ate `a aposta na economia de serviços que deslocalizou do Porto para Lisboa sedes de instituições ca´ haviam ate `as recentes propostas para obras por todo o pais financiadas por PPP organizadas por lisboetas apoiantes de PPC.

    Enquanto a economia BST, regional, industrial, shumptereana, sustentavel estiver representada politicamente pelo PSD distrital, na hora H, este será sempre preterido pelos interesses do PSD lisboeta. E quando o PSD distrital toma o poder dentro do PSD, a oligarquia lisboeta muda-se para o PS, como aconteceu com Guterres/Nogueira ou como aconteceu com Sócrates/Santana.

    Como os resultados de amanha confirmarão, o PSD ganhara´ a Norte, excepto talvez na Lisboa do Norte (Braga) e o PS e CDU ganharão a sul excepto Algarve e Madeira. Ora esta previsão, vai confirmar minha tese.

    Onde entra o MPN neste jogo?

    O MPN tem sido um partido tribunício de critica ao centralismo e reclamação por investimento publico. Limita-se ao populismo anti-centralista, uma espécie de bloco de esquerda do Norte.

    O MPN tem que perceber efectivamente a sociologia politica e económica se quer efectivamente defender o Norte (eu ainda tenho duvidas sobre isso). Tem que perceber como e que as oligarquias lisboetas criam o rotativismo politco-partidário que as beneficia.

    O MPN tem que munir-se de intelectualidade para poder formular uma estratégia para desviar os votos, poder politico, simpatizantes e militantes do PSD distrital. Reclamar contra o TGV, aeropostos, ferrovias, falta de regionalizações entre outros, de nada serve dado que são apenas sintomas de um modelo em funcionamento. Se não forem essas as parasitagens serão de certeza outras. O que verdadeiramente se passa e que os votos do Norte são usados para defender os interesses da oligarquia e massas lisboetas. Este é o problema nº 1.

    Perante este desafio, de efectiva compreensão dos mecanismos de representação politica da oligarquia lisboeta , apesar de ter subscrito quase todos os feeds do PDA/MPN, desde que Francisco Fialho abandonou o movimento, não tenho ouvido Anacoreta Correia, nem Cristina Barbot, nem iniciativas para ouvir intelectuais independentes a Norte como seja Rio Moreira ou Pedro Arroja ou lisboetas como Vítor Bento, nem propostas baseadas na inteligência online acumulada em blogues como a Baixa do Porto, Regiões, O António Maria, Geoscopio, Desmitos, etc. No MPN há demasiados lutadores das scuts, empreendedorismo social, produtores de vídeo, vendedores de seguros e por muito meritória que sejam as suas acções e reclamações, não conseguem ver o problema em toda a sua profundidade. E portanto nunca encontrarão uma solução ou proposta ganhadora por falta de correcto diagnostico do problema.

    O «upgrade» do MPN também é uma urgência. é que de forma inesperada o assunto independência do Norte será um tema a estudar com profundidade nos próximos 5 anos. E terá que ser o MPN a pensar nele.

    O cenário é este: O nível de endividamento externo de Portugal é muito grande e os próximos anos serão duros a tentar equilibrar as contas (embora haja soluções que ainda não foram exploradas como seja incentivar a redução da economia informal via redução de impostos). Ora nos percalços que irão existir neste caminho, num mundo e Europa indisponível para compreensões, haverá sempre a tentação da celebre renegociação da divida, sobretudo por quem não esta habituado a sacrifícios, nem a emigrar, nem a fazer pela vida: precisamente a economia e cidadaos lisboetas, beneficiários do status quo actual. Ora os maiores credores do Estado Português são precisamente… os bancos e fundos espanhóis. Ora com o PSEO pró-autonomia em queda e o PP tradicionalmente castelhanista em ascensão é muito provável que em Madrid se aceite uma renegociação da divida a troco de uma federação Ibérica ou afim. Os Migueis de Vasconcelos do sitio do costume irão aceder, porque é esta a lógica secular deles: Mais um esquema para viver acima das possibilidades durante uns anos. Ora neste cenário, altamente provável a 5 anos, mas para o qual ainda não tenho ideias formadas, o MPN e o Norte terá que ter uma proposta concreta.

    http://norteamos.blogspot.com/2011/06/missoes-do-mpnpda-no-novo-cenario.html

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  233. Ricardo Monteiro permalink
    6 Março, 2012 18:33

    Francisco Colaço:
    De qualquer maneira apenas entrei nesta discussão porque me chocou, enquanto português, algumas coisas que foram aqui escritas, sem noção do que se escreve, e da seriedade do que se está a falar. Que, admito, não é o seu caso. Cumprimentos

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  234. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 18:42

    Na mouche, caro José Silva. Na mouche!
    .
    .
    Olhe, este país está a ficar confuso. Afinal o Alvaro está contra os lobbies, mas eu os vejo a apoiarem o tipo. Este mundo está perigoso. ehehehheh

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  235. anti-comuna permalink
    6 Março, 2012 18:49

    Esta série de noticias é para o genial Ricardo Monteiro, outro teórico, que isto acha que vai lá a aplicar cartilhas.
    .
    .
    “IVA desce para 20 por cento em Julho
    .
    José Sócrates não afasta nova descida de impostos no próximo ano
    .

    O primeiro-ministro, José Sócrates, respondeu hoje com a expressão “veremos para o ano” quando confrontado com a possibilidade de descer a taxa normal de IVA para 19 por cento em 2009, repondo o valor de 2005.”
    .
    in http://economia.publico.pt/Noticia/jose-socrates-nao-afasta-nova-descida-de-impostos-no-proximo-ano-1323747
    .
    .
    “Défice de 2009 vai ficar em 2,2% do PIB”
    .
    in http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=1131968
    .
    .
    “Défice de 2009 é de 9,3%
    .
    O défice das contas públicas atingiu os 9,3% do PIB no ano passado. A intenção do Governo é reduzir, em 2010, esse valor em um ponto percentual.”
    .
    in http://economico.sapo.pt/noticias/defice-de-2009-e-de-93_79870.html
    .
    .
    Agora faça o favor do sr. Ricardo Magalhães meter a viola ao saco ou deixar-se de ser lírico.. Cumprimentos e larguras ao senhor Ricardo Magalhães, em em duas penadas demonstrou viver num mundo de fantasia.

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  236. Francisco Colaço permalink
    6 Março, 2012 18:55

    Ricardo Monteiro,
    .
    O IRC é um imposto besta. Os rendimentos das empresas ou são guardados e reinvestidos ou são distribuídos, sendo assim taxados em sede de IRS. O IRC é o imposto mais estúpido do mundo, e não o SISA (hoje IMT), este assim considerado pelo Guterres das Mãos Largas.
    .
    Sou frontalmente contra impostos sobre património e impostos sobre empresas. Ainda posso engolir o IVA, mas para mim as pessoas devem ser taxadas apenas em sede de IRS, isto é, quando recebem salários, rendas, juros ou lucros.
    .
    Mas para isso o Estado tem de perceber que não pode ser tão grande e ineficiente. Vou-lhe dar uma história. Numa empresa em que fui o responsável pela manutenção faziam-se dois camiões por semana (manutenção). Com os mesmos recursos humanos, mal entrei passou-se a fazer cinco por dia (foi mesmo assim!). Ponto assente, fazíamos mais que empresas concorrentes com o triplo dos nossos recursos humanos.
    .
    O Estado é como a empresa (em Angola, já agora) antes de eu lá entrar: modorra e desleixo. Este é na verdade um problema de chefias e de objectivos, com a anuência cúmplice dos funcionários. Se eu estivesse numa organização estatal e não numa empresa privada, provavelmente teria sido avisado para não fazer tanto, porque assim estaria a sobrepor-me aos outros, e assim iriam esperar mais trabalho de todos (isto realmente aconteceu-me quando fui professor na Universidade). O que é engraçado é que, após um mês, os homens estavam habituados ao novo ritmo, os sindicatos vinham-me comer à mão e eu estava a negociar por eles o aumento dos meus homens (sou mais lixado que qualquer sindicato, mas primeiro temos de nos provar, e depois é a administração que nos vem aumentar a sério).

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  237. 6 Março, 2012 20:06

    Caro Francisco Colaço,
    .
    Você aparentemente aceita a fatalidade de o Estado ter de aguentar “ad-eternum” todo o contingente actual de funcionários públicos. Mas porque terá de ser assim? Eu julgo que o corte dos subsídios foi um primeiro passo para aceitarem a curto/médio prazo a inevitabilidade de rescisões/despedimentos. Em termos económicos, isto é preferível à baixa generalizada de salários, propiciadora de desmotivação e mal estar e de abandono por parte dos melhores. A nível social isto será dramático mas não vejo alternativas. Daí que eu pense e já tenha aqui proposto que o Estado deveria privatizar escolas, universidades e hospitais. Seria uma forma de colocar no mercado uma grande faixa do sector não transaccionável e de fomentar uma maior racionalização. Não tenho dúvidas que uma série de cursos na base do papel, esquadro e retroprojector e que não garantem colocação a ninguém, desapareceriam num ápice. E de uma assentada o Estado libertar-se-ia de um enorme contingente de funcionários que se tornariam bem mais produtivos se tivessem de trabalhar para Clientes em vez de prestarem serviços (geralmente maus) a utentes.

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  238. Lissabon permalink
    6 Março, 2012 21:02

    Lisboa ficou com quase todos os fundos para modernizar PORTUGAL!!!!!!!!!!

    2010-09-01

    Alexandra Figueira
    O Governo negociou com Bruxelas a possibilidade de investir fundos do Norte, Centro e Alentejo na modernização de PORTUGAL, mas a autorização está a ser levada ao extremo: a larga maioria do dinheiro não sai da capital. O resto do país pouco recebe.
    A Administração Pública Central (Governo ou institutos públicos, por exemplo) vai receber 177,7 milhões de euros de fundos europeus para financiar a sua modernização. O dinheiro foi dado por Bruxelas às regiões mais pobres (Norte, Centro e Alentejo), mas é Lisboa quem mais beneficia, ao abrigo de uma excepção à regra negociada entre o Governo e a União Europeia, conhecido como o efeito “spill-over”, ou efeito difusor (ver explicação ao lado).
    Lisboa recebe verbas por duas vias, diz o Observatório do QREN, o envelope de fundos estruturais: primeiro, através de projectos interpostos por exemplo por direcções-gerais ou institutos públicos, a executar só na capital – o que renderá 109 milhões de euros; segundo, de candidaturas em conjunto com as regiões pobres, pelo que irá ter 28 milhões – mais de metade do aprovado, conclui-se a partir do relatório de execução de 2009 do Compete, o programa financiador. No total, Lisboa receberá 137 milhões de euros – três quartos das aprovações.
    O Norte, Centro e Alentejo receberão a parte que lhes cabe dos projectos com Lisboa: 25,6 milhões de euros, a dividir pelas três. Meteram também projectos sem a participação de Lisboa, promovidos (todos menos um) por universidades e unidades de saúde, com autonomia. Dos 177,7 milhões de euros, diz o Observatório do QREN, as três regiões receberão, em candidaturas isoladas, 15,5 milhões. No total, as candidaturas envolvem 41 milhões em fundos.
    Governo fala de legalidade

    O JN questionou a Secretaria de Estado da Modernização Administrativa sobre a razão pela qual tem concentrado investimentos na capital, em vez de desconcentrar as infra-estruturas, aplicando o dinheiro noutras regiões; e, também, se entende que os fundos deviam ser usados só em investimentos que discriminam positivamente as três regiões, em vez de financiar projectos destinados ao país no seu todo, por norma pagos pelo Orçamento de Estado.
    Em resposta, fonte oficial disse apenas estar a cumprir a lei: “A atribuição de fundos comunitários, no âmbito do SAMA (Sistema de Apoios à Modernização Administrativa), decorre no cumprimento escrupuloso do que foi acordado com a União Europeia”, disse. A legalidade efeito “spill-over” está a ser contestada nos tribunais pela Junta Metropolitana do Porto, mas ainda não há qualquer decisão final.
    “Escandaloso”, diz-se a Norte

    A concentração em Lisboa destes investimentos foi contestada, a Norte. “A confirmarem-se os dados é, no mínimo, escandaloso. Mais uma vez, Lisboa está a modernizar-se, dizendo que o resto do país não existe”, acusa António Marques. O presidente da AIMinho questiona o porquê de investimentos de carácter nacional serem feitos com recurso a verbas originalmente dadas para beneficiar apenas três regiões. As verbas destinam-se a “diminuir o fosso entre as regiões mais pobres e as mais ricas”, disse.

    Em vez disso, as “decisões cada vez mais centralizadas” tomadas pelo Executivo contrariam um discurso oficial descentralizador. “Falar de descentralização é falar de competências e estas medidas não só retiram competências às regiões como levam recursos humanos para Lisboa”. Garante que “o país está cada vez mais centralizado” e teme que a regionalização, de que é defensor, só seja feita “quando já não houver fundos”.

    O gestor do Programa Operacional do Norte, o ON.2, aponta o dedo à concentração do Estado em Lisboa. Mário Rui Silva admite como “natural” alguma concentração na capital, mas entende que, “em Portugal, é excessiva”, atendendo à “expressão muito reduzida dos serviços da administração central fora da capital”.
    A opinião é partilhada por Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto. “Se não for contrariada, a Administração Pública funciona numa lógica de centralismo, com uma justificação: se apostar numa única região, consegue mais sinergias, entrando num círculo vicioso: quanto mais investe, maiores as sinergias, logo mais investe. Enquanto isso, a periferia desaparece”, lamenta, acusando os autarcas da região de não terem uma reacção organizada. “É uma vergonha”, diz.
    Onde vai parar o dinheiro?

    Os fundos comunitários só comparticipam parte do investimento; o resto é entregue pelo promotor da candidatura. Como, neste caso, se trata do Estado, a segunda parte é paga com os impostos.
    Os 140 projectos aprovados até Junho implicam um investimento de 391 milhões de euros, 178 milhões dos quais oriundos da União Europeia e 213 milhões do Orçamento de Estado, diz o Observatório do QREN.
    Perguntas e respostas
    O que é o efeito “spill-over”?
    É o argumento usado para investir em Lisboa dinheiro dado às três regiões. Diz o Governo que certos investimentos feitos na capital ajudam a desenvolver o resto do país, pelo que as regiões mais pobres desenvolvem-se mesmo quando o dinheiro é aplicado em Lisboa. É o “efeito difusor”, ou de “spill-over”, sobre o resto do país. O raciocínio tem sido contestado por várias entidades, a Norte.
    O que é o SAMA?
    O Sistema de Apoios à Modernização Administrativa, do Estado, é uma das alíneas que admite investimentos em Lisboa, apesar de os fundos se destinarem ao Norte, Centro e Alentejo. É o que tem recebido mais dinheiro.
    Que outros investimentos podem ser feitos em Lisboa?
    A cláusula de “spill-over” também pode financiar acções de inovação e desenvolvimento cujos principais promotores estejam nas regiões mais pobres, mas que incluam um parceiro de Lisboa; e formação profissional para a Função Pública. É sempre obrigatório descrever de que forma um investimento em Lisboa contribuirá para desenvolver as regiões.
    Que razões têm sido dadas?
    A justificação invocada é semelhante na maioria dos projectos: que o investimento irá beneficiar todo o país e, portanto, as regiões mais pobres. Os documentos não dizem, contudo, por que razão o investimento tem que ser feito em Lisboa e não em alguma outra região do país.
    Há limite ao dinheiro a desviar?
    Não está definido. O Governo tanto pode não meter mais projectos (no primeiro semestre, de aperto orçamental) não foram aprovadas novas candidaturas), como pode aproveitar toda dotação do Eixo IV – Administração Pública Eficiente e de Qualidade, de quase mil milhões de euros: 685 milhões de fundos estruturais e o resto do Orçamento de Estado.
    Quem financia os projectos de âmbito regional?
    O Compete financia projectos promovidos pela Administração Central. As candidaturas de municípios ou associações inter-municipais, ou até entidades do Governo mas de âmbito exclusivamente regional, são apoiadas pelos programas regionais.
    Projectos aprovados no Norte
    No Norte, seis entidades pediram sete financiamentos; o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto interpôs duas candidaturas, para investir no Porto e Peso da Régua (406 mil euros de fundo deverão propiciar um investimento de 581 mil); as universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro (Vila Real) e do Porto, a par do Politécnico do Porto (ambos na Invicta), viram aprovado um financiamento de quatro milhões de euros, para um custo total de 5,8 milhões, que será sobretudo gasto no Porto; em Valongo, o Hospital de Nossa Senhora da Conceição vai aplicar 1,5 milhões de euros, indo receber um milhão da Europa; por último, o laboratório de Energia e Geologia, de Matosinhos, receberá 525 mil € para financiar um projecto de 750 mil. Quase todos os projectos serão feitos no Grande Porto.
    E no Centro e Alentejo?
    No Centro, os projectos estão mais descentralizados. Estão previstos investimentos em Coimbra (a Universidade e o hospital psiquiátrico receberão 3,5 milhões de euros, para um custo de quase cinco milhões); o Hospital das Caldas da Rainha recebeu um financiamento de 1,3 milhões de euros (investimento de 1,850 milhões); em Castelo Branco, o Hospital Amato Lusitano vai investir 3,5 milhões, com 2,4 milhões de fundo; na Covilhã, a Universidade receberá 472 mil euros para uma despesa de 674 mil euros; e o Politécnico de Leiria terá direito a 1,3 milhões, para financiar um investimento de 1,9 milhões. O Alentejo só viu uma candidatura aprovada, iniciativa da Universidade de Évora, que deverá receber uma comparticipação de 393 mil euros para um investimento de 561 mil.

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  239. PMS permalink
    6 Março, 2012 21:21

    “E fico feliz por esse PMS ter escrito aquilo. Como me disse, deve ser um jovem, o que comprova que eles, os jovens, chegam ainda mais rápidos que eu, aos problemas.”
    Tinha 26 aninhos na altura… : )
    .
    Ha muita gente ai a criticar a analise do LR com a historia de que as importacoes em Lisboa estao impoladas. Estao a ignorar no entanto um efeito: que da mesma forma que Norte e Centro dominam as exportacoes, tambem muito provavelmente dominam tambem o comercio interno. Pelo que, se formos a ter em conta todos esses factores, nao e’ claro que o defice comercial da regiao de Lisboa nao seja ainda mais grave do que o grafico deixa antever.
    Consegui, uma vez, encontrar dados de comercio intraregional, bastante desactualizados, e penso que iam de encontro a minha tese.
    Convem tambem nao esquecer quem sao os principais exportadores de Lisboa: Galp (que tem refinaria em Sines e Matosinhos), e AutoEuropa (cujos componentes vem quase todos do Norte). Se incluissemos servicos, ai o principal de Lisboa (e de Portugal) e’ a TAP, mas que tera 40% dos voos externos fora de Lisboa, grosso modo. De resto, e’ bem sabido que o Algarve tem cerca de 50% do Turismo.
    .
    O facto e’ que, por mais que se tente dar a volta, a conclusao do grafico do LR mantem-se. E querer negar isso a toda a forca, infelizmente, apenas mostra a indisponibilidade dos beneficiados para alterar a situacao. Nao tem solidariedade, mas exigem a nossa…

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  240. Carlos permalink
    7 Março, 2012 08:09

    PMS,

    Pela minha parte não vou insistir na colocação das dúvidas. São isso mesmo, dúvidas. Não tentei negar coisa nenhuma, muito menos com força. Aliás, deixei bem claro que me parece acertado identificar os desiquilibrios regionais. Se houver dados que permitam quantificar com mais rigor ficarei feliz. Tentei encontrá-los seguindo a pista do LR mas compreendo que a AICEP não seja a fonte mais adequada para os obter.

    Mas continua a parecer-me errado querer fazer uma equivalência directa entre os vicios da economia portuguesa estatizada e a região de Lisboa. É simplista e, no limite, contraproducente. Há muita gente em Lisboa que não tem nada a ver com esses vicios e que, tal como “vocês” (eu nao queria usar este termo mas está dificil não ir por aí), não vive à sombra do socialismo reinante, gostaria de ver o País transformado. E isso não tem nada a ver com sermos de Lisboa, ou de outro lado qualquer.

    Já vos acompanho há muito tempo, desde o tempo do Mata-Mouros e dos saudosos Jaquinzinhos e Liberdade de Expressão. Sempre me senti em casa no Blasfémias essencialmente pela sintonia na forma de pensar. Um dos traços marcantes disso é o rigor. Os posts do JM, do JCD, do LR, são normalmente pedradas no charco do que muita malta aceita simplesmente porque não se dá ao trabalho de pensar, de desafiar.

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  241. silva permalink
    7 Março, 2012 08:41

    Há que despedir a torto e a direito, depois entram por outsourcing, vejam o caso do Casino estoril com lucros e ajuda do estado colocou no desemprego 112 trabalhadores. De seguida colocam anuncios, na internet a pedir trabalhadores e tudo isto nas barbas da justiça. Um negocio da CHINA.

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  242. the lost horizon permalink
    7 Março, 2012 08:57

    Mas isto é só conversa, não ata nem desata? Assim não vai lá.
    .
    Como a coisa está só uma mulher conseguirá liderar o processo e ter sucesso, uma mulher tipo MARIA da FONTE!
    Ainda mais forte do que aquela do Kinaxixi, porque nos anos oitenta no pedestal que diziam ter sido o seu, estava lá então um carro de combate (russo?). Mas alguém historicamente saudosista,versado em pintura mural, gravou para a posteridade, a letras enormes e negras : “MARIA do TANQUE”.

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  243. anti-comuna permalink
    7 Março, 2012 10:09

    Caro PMS, os meus parabéns pela sua excelente análise. Agora dirijo-os a si, directamente, porque os merece. E Vc. comprova a minha tese, que a juventude portuguesa está muito mais bem formada que antes e é capaz de analisar e compreender melhor os problemas que os mais entradotes. 5 Estrelas!
    .
    .
    E concordo consigo que o problema deve ser mais grave, pois indirectamente, pelos sinais e outros indicadores indirectos, a realidade é bem pior que aquela que o LR nos mostra. Esta gente pode negar as evidências, mas não o fazem com factos, apenas fezadas. E isso é mau. É sinal de dissonância negativa. E sinal que nunca irão mudar de maus comportamentos e atitudes. Muitos em Lisboa, que criticam a Grécia, que metam isto na cabeça: Lisboa é ainda pior que a Grécia.
    .
    .
    Aliás, eu conto uma coisa. Eu gosto de ver de onde surgem novas empresas e ideias, empresas dinâmicas e de elevado crescimento. E nos últimos meses tenho apontado aqui inúmeros casos de sucesso, sobretudo na internacionalização e na exportação. E a generalidade das empresas são do “meu” Norte: desde a Serra dos Candeeiros até ao Minho. Eu evitei sempre apontar esse facto, mas era mesmo claro para mim. E houve mesmo um leitor que me chamou a atenção para esse facto, porque também ele notou este padrão distinto. Ele disse, mais ou menos isto (já não me lembro até quem o disse, mas fê-lo com perspicácia): “mas essas empresas/exemplos são quase todos do Norte e Centro do país!” Eu concordei mas tentei desvalorizar o facto, mas é claro é que é uma verdade inegável. É o país que está a fazer o milagre económico, não Lisboa. E até a nível de startups com alguma visibilidade, elas vêm sobretudo do mundo académico de Coimbra, Porto e Braga/Guimarães. O que demonstra o tipo de mentalidades divergentes, entre o país e Lisboa, esta última mais acomodada e mais dado à protecção contra o risco e falta de capacidade (ou vontade) de assumir riscos e empreender. Que é a característica principal para quem quer criar riqueza.
    .
    .
    Continue o seu bom trabalho, caro PMS. E desejo-lhe toda a sorte do mundo, agora nos USA. E que seja mais um exemplo, da enorme capacidade, inteligência e excelência, que os portugueses vão propagando por esse mundo fora.

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  244. Ricardo Monteiro permalink
    7 Março, 2012 12:58

    anti-comuna:
    Muito bom ter falado em teoria e paleio. Já está a caminho de Lisboa com a caçadeira ao ombro? Ou é só paleio? A minha teoria é que é só paleio.
    P.S. Não acredito que beba bagaço. Leitinho morno talvez.
    Cumprimentos

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  245. Francisco Colaço permalink
    7 Março, 2012 13:40

    The Lost Horizon,
    .
    Soubesse o horizonte perdido alguma coisa de história e saberia que a Maria da Fonte enquanto pessoa corpórea nunca existiu.

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  246. Francisco Colaço permalink
    7 Março, 2012 13:41

    Ricardo Monteiro,
    .
    Não é preciso ir de caçadeira ao ombro a Lisboa. Basta que o país dê uam lição aos que pensam que são o país, dando-lhe a respectiva independência.

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  247. 7 Março, 2012 13:49

    Interessante verificar que em tanto comentário ninguém falou no Alentejo, que a julgar pelos gráficos é a terceira região do país onde mais se trabalha, logo após o Norte e Centro.
    Pelo menos que sirva como chapada de luva branca aos parolos de Lisboa que durante anos fomentaram o preconceito da preguiça Alentejana… Tivessemos nós, os alentejanos, mais autonomia e uma mentalidade mais capitalista (as velhas raposas que nos governam ainda têm sonhos húmidos com a União Soviética…) e ninguém nos segurava!

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  248. anti-comuna permalink
    7 Março, 2012 14:22

    “Interessante verificar que em tanto comentário ninguém falou no Alentejo, que a julgar pelos gráficos é a terceira região do país onde mais se trabalha, logo após o Norte e Centro.”
    .
    .
    Com a chegada da Embraer e as suas ligações à Universidade, penso que essa imagem vai ser mudada. Além disso, se reparar, muitas empresas novas alentejanas estão agora a surgir, em especial na alimentação, mas até em novas tecnologias, como por exemplo, a produção e comercialização de LEDs.
    .
    .
    Há uma enorme vantagem do Alentejo, que poucas vezes é notada. Propicia uma qualidade de vida excelente, para quem não quer viver em “selvas urbanas”. Já reparei que há bastante gente que foge para o Alentejo, devido à enorme qualidade de vida que lá tem. Se somarmos novas actividades económicas (como a aeronáutica) e a modernização da agricultura (ou criação de actividades agro-industriais, desde o processamento de alimentos até aos novos produtos na cortiça), o Alentejo tem potencialidades incríveis. Sem falar no Turismo.
    .
    .
    Mas caro André, eu posso estar enganado, mas em Lisboa não me parece que desgostem dos alentejanos. Pode ser impressão minha, mas não me parece que haja uma “perseguição” tão grande, como denota. Mas posso estar enganado, claro, pois nunca vivi em Lisboa.

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  249. 7 Março, 2012 16:17

    Caro André Miguel,
    .
    “Interessante verificar que em tanto comentário ninguém falou no Alentejo, que a julgar pelos gráficos é a terceira região do país onde mais se trabalha, logo após o Norte e Centro.”
    .
    Na posta refiro o Alentejo que na realidade, e não considerando os combustíveis, tem balança comercial positiva. Eu acho que o Alentejo tem potencial e mesmo abstraindo da Embraer cujo efeito ainda não se fez sentir, já está a dar um contributo positivo para o crescimento económico. Não considerando sectores nascentes, só na vinicultura, mármores e gastronomia (a precisar de um marketing mais agressivo), ainda têm uma grande margem de crescimento.

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  250. the lost horizon permalink
    7 Março, 2012 23:11

    Sr Colaço, tem toda a razão, sei muito pouco de História, por isso sempre que posso passo por aqui Mas chego à conclusão de que o pessoal que sabe não se manifesta, devem continuar naquela, de borla só o relógio.
    Mas este assunto, penso eu, interessa a todos, até aos independentistas. Crises sempre existiram e continuaram a existir, o importante é a saber das soluções que alguns encontraram para sairem delas. Como é que Dom Dinis venceu a sua e conseguiu tornar a Nação num Estado? Sem ele, hoje não existiríamos.
    Terá sido aplicando as teorias de desenvolvimento social e económico reveladas no século século XII, por um monge de Cister, Joaquim de Fiore? É este o medievo da Globalização, com a teoria do Quinto Império ou do Império Universal? Então porque razão as teorias de Fiore não teveram sucesso? Foi porque a sua obra foi considerada herética pelo concílio de Latrão de 1215? O destino da sua obra foi a fogueira? Terá Isabel de Aragão conseguido algo, que tenha escapado à Santa Inquisição?
    .
    Sr Colaço consegue responder a isto com dados credíveis? Se sim, sabe mais do que eu, senão, já somos dois.

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  251. Anastacio Cunha permalink
    28 Março, 2012 11:33

    Depois de ler por alto tudo isto so tenho uma coisa a dizer o povo portugues é do mais invejoso que há… Fiquem a capital que nunca foram e vejam se o cenario nao sera parecido! ja agora bragança, vila real, chaves, Aveiro, Viseu, etc deviam pedir a independencia da cidade do Porto pois estes sugam tudo do Norte…

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