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empirismo e autoridade

19 Junho, 2012
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A Priscila Rêgo, co-autora de um blog humildemente designado “A Douta Ignorância”, incomodou-se fortemente com o tom e o conteúdo de alguns dos meus posts, que, segundo ela mesmo confessa, lhe provocaram “urticária”. Longe de pretender exercer esse ou qualquer outro efeito epidérmico sobre a Priscila Rêgo, dediquei-me a ler, atentamente, as considerações que ela me dirigiu sobre os textos que lhe provocaram tamanhas sensações cutâneas. Concluí que o ponto forte do seu argumento, fundado sobre uma “investigação empírica de quem sabe” (a conjugação do empirismo com o argumento da “autoridade” dá, em economia, pano para mangas…) é o de que “Impostos mais altos não tornam os ricos substancialmente mais indolentes”. Ora, como eu não sou rico, nem a tanto aspiro, não lhe sei dizer se esta asserção é verdadeira ou falsa. Mas sempre lhe posso adiantar que o argumento (empírico e de autoridade) de que os impostos altos destroem a riqueza, não deve ser confundido com esse outro, que ela utilizou, de que os impostos altos sobre os rendimentos altos não destroem a riqueza. São coisas diferentes, como todos os portugueses, ricos ou pobres, bem sabem, por experiência empírica própria. O ponto é, então, o seguinte: os impostos, altos ou baixos, sobre rendimentos baixos, médios ou altos, destroem riqueza. A riqueza de quem a gerou e a quem ela pertence por aquele direito que decorre do trabalho honrado, e que certamente lhe daria um destino pelo menos tão proveitoso quanto aquele que permitiu a sua criação, mas que se viu privado dela e de o fazer, em nome de um destino e de finalidades determinadas por quem nada fez para dela usufruir. Mas isto é, obviamente, “propaganda do Instituto Mises”, que desmerece qualquer abordagem mais cansativa por parte da Priscila Rêgo que não seja a invocação do argumento da autoridade e do empirismo alheios. Talvez os trabalhos de Mises, o propriamente dito, lhe merecessem outro tipo de considerações e cuidados. Isto se, obviamente, a Priscila Rêgo se desse ao trabalho de os ler.

73 comentários leave one →
  1. JDGF permalink
    19 Junho, 2012 21:04

    “…lhe provocaram “urticária”. Longe de pretender exercer esse ou qualquer outro efeito anatómico…”
    Rigor, precisa-se. ‘Urticária’ não é um efeito anatómico. Será porventura um efeito imuno-cito-químico conforme o tipo de urticária. A ‘urticária física’, a que me parece estar em causa, é essencialmente dependente de ‘mecanismos colinérgicos’ e, em alguns casos, ‘adrenérgicos’…

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  2. 19 Junho, 2012 21:14

    Mas não existirá um dever de pagar impostos? Sem as estradas e a segurança providenciadas com o dinheiro dos impostos o lucro dos negócios seria o mesmo? Existiria sequer? Quem diz as estradas e a segurança diz o sistema monetário. A recusa liberal do intervancionismo estatal implicará realmente essa visão dos impostos?

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  3. rui a. permalink*
    19 Junho, 2012 21:15

    Muito obrigado pela observação. Já lá está “epidérmico”, em vez do anterior “anatómico”. A bem do rigor!

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  4. Portela Menos 1 permalink
    19 Junho, 2012 21:15

    Priscila Rêgo pareceu-me bem informada sobre o empirismo de rui a.

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  5. 19 Junho, 2012 21:39

    “A riqueza de quem a gerou e a quem ela pertence por aquele direito que decorre do trabalho honrado, e que certamente lhe daria um destino pelo menos tão proveitoso quanto aquele que permitiu a sua criação, mas que se viu privado dela e de o fazer, em nome de um destino e de finalidades determinadas por quem nada fez para dela usufruir.”

    Et tu, Brute? Entao agora o Blasfémias virou anti-capitalista?

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  6. the lost horizon permalink
    19 Junho, 2012 21:40

    Douta Ignorância era no tempo de Nicolau de Cusa, hoje é mais o Paradigma Quântico.
    .
    A Física chegou Enstein e parou, está bloqueada, contudo se existe um Douto Ignorante será Heisenberg; não conseguiu, mas disse porquê. Foi tanto mais douto, quanto mais ignorante soube ser.
    .

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  7. 19 Junho, 2012 21:46

    Caro Rui,

    Se não for abuso, gostava de lhe pedir alguns esclarecimentos.

    Com que significado usa a palavra “riqueza”?

    Porque é que 100€ gastos pelo homem do lixo são menos “riqueza” que seriam os mesmos 100€ gastos pelo pasteleiro, se este não tivesse de pagar impostos para a recolha do lixo?

    Se eu herdar uma fábrica e passar a viver sem fazer nada, só dos lucros da fábrica gerida e operada por quem já lá trabalha há anos, estou a gerar riqueza?

    Finalmente, acha que o problema principal da economia mundial nestes últimos anos foi o excesso de impostos ou terá sido mais a forma como o sector bancário tentou “gerar riqueza”?

    Obrigado,
    Ludwig

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  8. 19 Junho, 2012 22:06

    Rui,

    Da leitura do seu post anterior fico com a ideia que por “destruição de riqueza” se referia a algo um pouco mais palpável do que a dor psicológica de ser privado de uma parte do seu rendimento. Quando refere coisas como “a evolução da justiça, da segurança, da saúde e da educação de Portugal?”, está a fazer uma referência implícita ao PIB. Nos comentários posteriores que fez ao post, essa referência até é explícita. E é essa relação, ou pelo menos a ideia de que ela é especialmente forte, que a bibliografia que eu ‘linkei’ refuta.

    Com este post parece-me que adopta uma postura muito mais recuada e se limita a dizer que ninguém gosta de pagar impostos. Isto, obviamente, não é propaganda do Instituto Von Mises; é apenas a constatação de uma realidade de tal forma trivial que de facto dispensa qualquer abordagem especialmente cansativa – e uma banalidade que, se formulada desta forma, certamente não me teria levado a escrever a resposta que escrevi.
    (Ah, uma nota: daqui não se extrai que isto seja argumento para não cobrar impostos; quem quer levar em conta a ‘dor psicológica’ de tributar X, também tem de levar em conta o ‘prazer psicológico’ de financiar Y).

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  9. jif permalink
    19 Junho, 2012 22:17

    redutor mas podia estar pior…

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  10. Fincapé permalink
    19 Junho, 2012 22:17

    Muito bom texto de Priscila Rêgo.

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  11. Carlos Dias permalink
    19 Junho, 2012 22:44

    Esta Priscila Rêgo não é familiar do Jacinto Leite Capelo Rêgo?
    É que se for, ela já sabe mais do que devia.
    Se não for, deve mais do (acha) que sabe.
    Para mim ela não sabe nada.
    E não é dela que saberemos o que quer que seja.

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  12. rui a. permalink*
    19 Junho, 2012 22:52

    Priscila,
    Agradeço a remissão bibliográfica para que me remeteu, mas, muito francamente, não me parece necessário ler papers universitários norte-americanos (há-os aos milhares, um pouco por todo o mundo, para links de todos os gostos e paladares) para constatarmos evidências, desde logo, as que ocorrem à nossa volta. Sobre estas, há uma relação que me escapa e que gostaria de ver explicada: a relação entre tributação e crescimento económico. Pode tomar como estudo de caso o exemplo português dos últimos vinte anos, se não se importar de se cansar um pouco mais com este género de trivialidades.

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  13. rui a. permalink*
    19 Junho, 2012 23:42

    Ludwig,

    Não é abuso nenhum, antes pelo contrário, já que é sempre um prazer debater consigo. Permita-me, no entanto, que o faça não exactamente em forma de comentário directo aos seus textos, para evitarmos esta coisa um pouco maçadora de andarmos para aqui a replicarmos uns aos outros, o que torna, a meu ver, progressivamente redutor qualquer debate, mas sob a forma de um novo post onde tentarei, com as minhas mais do que evidentes lacunas de quem pouco sabe de economia, explicar o que é o conceito liberal-austríaco de «capital».
    Mas, pegando neste seu último comentário, não pense que os liberais desconsideram o crédito fácil como razão das crises económicas. Pelo contrário, andaram, desde sempre, a pregar contra a banalização de crédito e o baixo custo do dinheiro, sobretudo quando ele é, como sucedeu, por exemplo, na bolha imobiliária norte-americana, resultado de políticas desenvolvimentistas governamentais, inspiradas no célebre efeito-multiplicador keynesiano. Repare que há, aliás, uma incoerência no seu raciocínio: se, como você diz e bem, a banalização do crédito bancário não originou desenvolvimento, por que razão o há-de criar o crédito dado pelo governo? Será que é no dinheiro fácil, isto é, a custos que não correspondem a poupança efectiva, que reside o segredo do crescimento do capital? Ou isso é insuficiente (e até manifestamente prejudicial, como se tem verificado pelas consequências da operação de resgate do BPN, por exemplo), como, em minha opinião, o têm demonstrado as sucessivas injecções de dinheiro lançadas sobre as economias dos países europeus em crises (anteriores e posteriores à eclosão destas, note bem)?

    Vamos, então, ver se consigo fazer esse post.

    Cumprimentos cordiais,

    RA

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  14. rui a. permalink*
    19 Junho, 2012 23:45

    «dos países europeus em crise», naturalmente.

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  15. JCA permalink
    20 Junho, 2012 00:09

    .
    Preocupou-me o que ouvi hoje de manhã no café:
    .
    “Vamos para a porrada na rua, queremos todos ser Funcionários Publicos, Pensionistas da CGA, Garantia de Emprego Vitalicio, Oportunidades dumas lecas por baixo da mesa e ter o regime ‘Lord’ da ADSE. Nascemos todos em Portugal, da mesma maneira, não há filhos nem enteados. Nem Portugueses ‘nobres’ de 1ª nem o resto de 2ª. Isso era no tempo dos Reis e dos Vinténs. Como é ? Ora se não houver para pagar faz-se como eles fazem agora, pede emprestado aos estranjas”
    .
    =KEYNESIANISMO:
    RECESSÃO – DEPRESSÃO – CAUSA E CURA:
    .
    “Beneath their diagrams, mathematics, and inchoate jargon, the attitude of Keynesians toward booms and bust is simplicity, even naïveté, itself.”
    .
    “It was not so long ago that this kind of attitude and policy was called “socialism”; but we live in a world of euphemism, and now we call it by far less harsh labels, such as “moderation” or “enlightened free enterprise.” We live and learn.”
    .
    “In the market economy, one of the most vital functions of the businessman is to be an “entrepreneur,” a man who invests in productive methods, who buys equipment and hires labor to produce something which he is not sure will reap him any return. In short, the entrepreneurial function is the function of forecasting the uncertain future.”
    .
    “Fortunately, a correct theory of depression and of the business cycle does exist, even though it is universally neglected in present-day economics. This theory began with the eighteenth century Scottish philosopher and economist David Hume, and David Ricardo”
    .
    Essentially, these theorists saw that another crucial institution had developed in the mid-eighteenth century, alongside the industrial system. This was the institution of banking, with its capacity to expand credit and the money supply (first, in the form of paper money, or bank notes, and later in the form of demand deposits, or checking accounts, that are instantly redeemable in cash at the banks). “
    .
    “But the injection of bank credit adds another crucial and disruptive element. For the banks expand credit and therefore bank money in the form of notes or deposits which are theoretically redeemable on demand in gold, but in practice clearly are not. For example, if a bank has 1000 ounces of gold in its vaults, and it issues instantly redeemable warehouse receipts for 2500 ounces of gold, then it clearly has issued 1500 ounces more than it can possibly redeem”
    .
    “But so long as there is no concerted “run” on the bank to cash in these receipts, its warehouse-receipts function on the market as equivalent to gold, and therefore the bank has been able to expand the money supply of the country by 1500 gold ounces.”
    “The banks, then, happily begin to expand credit, for the more they expand credit the greater will be their profits.”
    .
    “The central bank acquires its control over the banking system by such governmental measures as: Making its own liabilities legal tender for all debts and receivable in taxes; granting the central bank monopoly of the issue of bank notes, as contrasted to deposits”
    .
    “The correct and fully developed theory of the business cycle was finally discovered and set forth by the Austrian economist Ludwig von Mises”
    .
    .
    =LER TUDO EM:
    http://www.lewrockwell.com/rothbard/rothbard183.html

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  16. 20 Junho, 2012 00:13

    Rui, confesso que tenho alguma dificuldade em responder directamente à sua questão, dado que já usou o termo “crescimento económico” em pelo menos dois sentidos diferentes (e, pelos vistos, ainda não se decidiu, porque escreveu este post para clarificar que por riqueza não entendia ‘PIB’ mas agora parece ter voltado à acepção convencional da palavra). Respondendo de forma possível: a relação entre tributação e crescimento económico é negativa. Isto não significa que seja especialmente forte, ou sequer que o nível de óptimo de impostos, em termos de eficiência económica pura, não orbite num valor que o Rui consideraria elevado: tudo depende do impacto que a despesa pública que esses impostos financiarem. Em todo o caso, uma coisa é certa: seja qual o for nível, ele está longe de suportar a sua asserção categórica de que impostos são condição necessária e suficiente para arrasar com uma economia. Foi isto, e só isto, que me motivou a escrever o post; se já reviu a sua posição, acho que tenho pouco a acrescentar. A não ser, talvez, que retirar conclusões da observação ingénua do que nos rodeia é cometer a ‘falácia do jornalista’: tomar o todo pela tarde e confundir correlação com causalidade. Para limpar este ruído, é mesmo preciso fazer mergulhar no debate científico e comparar alguns papers [que, apesar de serem de facto muitos, não apontam em conclusões tão divergentes como pensa 🙂 ].

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  17. piscoiso permalink
    20 Junho, 2012 00:37

    Aos que a riqueza toca
    O ouro irrita a pele.
    Aos que a fama bafeja
    Embacia-se a vida.

    Fernando Pessoa

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  18. 20 Junho, 2012 00:46

    Não se zanguem,
    este país “é lindo !”, porque amanhã a populaça-NADA vai acordar contentinha com a notícia Tânia Ribas Oliveira está grávida e não quer saber da não-notícia MRelvas ilibado pela ERC…

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  19. JoaoMiranda permalink*
    20 Junho, 2012 00:50

    ««Porque é que 100€ gastos pelo homem do lixo são menos “riqueza” que seriam os mesmos 100€ gastos pelo pasteleiro, se este não tivesse de pagar impostos para a recolha do lixo?»»
    .
    Ludwig,
    – 100 euros não são riqueza. São um símbolo de aceitação generalizada que pode ser trocado por riqueza. O símbolo que a cada ano que passa vale cerca de 2% menos.
    – O acto de gastar 100 euros não é um acto de produção de riqueza. Implicitamente está-se perante um acto de consumo de riqueza.
    – 100 euros só são comparáveis se forem ganhos num mercado aberto. Os 100 euros que o homem do lixo ganha são um preço administrativo. O homem do lixo é funcionário público e o seu salário não está necessariamente em equilíbrio com o mercado laboral do sector privado. Aquele dinheiro não é pago por alguém que livremente o paga. Os 100 euros ganhos pelo homem do lixo não medem a mesma quantidade de riqueza que os 100 euros ganhos pelo pasteleiro (que, coitado, tem que vender algo que as pessoas queiram voluntariamente comprar). Na verdade, o homem do lixo até podia receber o mesmo dinheiro sem fazer nada, sem produzir riqueza nenhuma.

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  20. rui a. permalink*
    20 Junho, 2012 01:38

    Priscila,

    Muito obrigado pela paciência com que aqui me vem esclarecer as minhas graves lacunas em macroeconomês.
    De todo em todo, parece que ambos concluímos que «a relação entre tributação e crescimento económico é negativa». Valeu o esforço.
    Cumprimentos cordiais,

    RA

    P.S.: Quando tiver alguma disponibilidade de tempo e pachorra para me ensinar, ficava-lhe grato se me explicasse o significado de «eficiência económica pura».

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  21. tric0001 permalink
    20 Junho, 2012 01:52

    Referendo à estadia de Portugal na Zona Euro !!!! Agora já o G20 pressiona Portugal para prescindir da sua Independência…em favor da Banca Mundial…O Primeiro-Ministro de Portugal fica-se por esta humilhação…o Brasil, apoia a perda de soberania de Portugal em troca da Eurpoa…A Europa que só erra por falta de integração…de mais integração…depois do FMI ter roubado 300 toneladas de ouro a Portugal…com a conivência dos Judeus…Jorge Sampaio…Vitor Constãncio…e a Banca Judaica surgida com 25 de Abril…

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  22. JCA permalink
    20 Junho, 2012 03:55

    Abordagens Europa e Euro, para todos os gostos e paladares:
    .
    -Guest Post: The Experiment Has Failed. Are You Ready?
    http://www.zerohedge.com/news/guest-post-experiment-has-failed-are-you-ready
    .
    .
    -Exclusive: Secret EU summit document shows first step to banking union
    A classified draft of next week’s EU summit conclusions is the first step on an emerging “roadmap” to a banking union, pooling debt via eurobonds and political union via EU treaty change over the next 10 years.
    http://www.telegraph.co.uk/finance/financialcrisis/9336766/Exclusive-Secret-EU-summit-document-shows-first-step-to-banking-union.html
    .
    -Greek rage to force bailout changes: Tsipras
    http://www.reuters.com/article/2012/06/19/us-greece-election-tsipras-idUSBRE85I13820120619
    .
    -Global economy: reasons to be fearful
    Monetary and fiscal authorities are running out of policy bullets or, more cynically, policy rabbits to pull out of their hats
    http://www.guardian.co.uk/business/2012/jun/18/global-economy-perfect-storm
    .
    -Forget The Election Results – Greece Is Still Doomed And So Is The Rest Of Europe
    http://www.activistpost.com/2012/06/forget-election-results-greece-is-still.html

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  23. JCA permalink
    20 Junho, 2012 04:19

    .
    ??
    .
    -Iran, Russia, China, Syria In Biggest Mideast War Game
    .
    http://www.tehrantimes.com/politics/98850-iran-russia-china-syria-to-launch-biggest-joint-war-game-in-mideast-
    .

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  24. von permalink
    20 Junho, 2012 07:55

    Douta ignorância é vender a Cimpor, e achar que alguns anos numa obscura posição no Goldman Sachs traz sabedoria suficiente para decidir bom, um determinado preço.

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  25. 20 Junho, 2012 08:30

    Rui A. pode não ser economista mas os seus textos fazem mais sentido do que os de Priscilla Rêgo ou Ludwig Krippahl.

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  26. 20 Junho, 2012 08:33

    Rui,

    Obrigado. Fico à espera do post então 🙂
    Quanto ao crédito do Estado e da banca, penso que a diferença fundamental é que o do Estado visa (em teoria) o investimento no crescimento económico (estradas, energia, educação, segurança, etc) e quando não é usurpado pelo sector privado (como nas PPP) é uma coisa boa. Em contraste, o crédito da banca visa o lucro da banca. Os bancos privados emprestam dinheiro apenas porque estimam que vão obter mais dinheiro de volta com isso (em teoria também; muitas vezes o que acontece é que emprestam dinheiro em maus negócios porque o tipo que decide vai receber comissão quer aquilo dê certo quer dê asneira).

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  27. neotonto permalink
    20 Junho, 2012 08:40

    O Rui A. desta vez acertou … mais só um bocadinho.
    Como ainda anda com a estrangeirada toda essa de “Isto, obviamente, não é propaganda do Instituto Von Mises; é apenas a constatação de uma realidade de tal forma trivial que de facto dispensa qualquer abordagem especialmente cansativa – e uma banalidade que, se formulada desta forma, certamente não me teria levado a escrever a resposta que escrevi” e ainda nao chegou a ler autores nao estrangeiros e nao judeus nao está em condicoes de diferanciar pequenas diferencias de caracter e também portanto de inversao entre os ricos católicos e os ricos prots e portanto as suas inferencias tanto na micro como na macro-economia.
    Ja chegará como neox que reparou nos seus erros e cambiou 180 graos na sua visao o dia em que finalmente vai ver a luz. Outros menos inteligentes que ele alí chegaram entao porque ele nao?. Esperemos acontecimentos.

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  28. 20 Junho, 2012 08:51

    João Miranda,

    «- 100 euros não são riqueza. São um símbolo de aceitação generalizada que pode ser trocado por riqueza. […] O acto de gastar 100 euros não é um acto de produção de riqueza. Implicitamente está-se perante um acto de consumo de riqueza.»

    Se 100€ não são riqueza, mas algo que se troca por riqueza, então gastar 100€ é trocar dinheiro por riqueza, de um lado da transacção, e trocar riqueza por dinheiro do outro lado. Quando um gasta dinheiro em troca de bens e serviços (consumo) outro fornece bens e serviços em troca de dinheiro (produção). No fundo, e a transacção em si que gera (ou incentiva a geração de) riqueza. Mas isto quer dizer que o que vem a seguir não está correcto:

    «- 100 euros só são comparáveis se forem ganhos num mercado aberto. »

    Basta que acabem por ser gastos no mercado aberto para que fique tudo bem. Se a minha avó me der 100€, eu não produzi riqueza nessa transacção. Mas se, em vez de ser ela a pagar à cabeleireira os 100€ em troca de um penteado for eu a pagar à loja de informática por um disco novo, acaba por ir dar ao mesmo. Em ambos os casos o dinheiro acabou “ganho num mercado aberto”. Qual é a diferença?

    «Os 100 euros ganhos pelo homem do lixo não medem a mesma quantidade de riqueza que os 100 euros ganhos pelo pasteleiro»

    Porquê? Se os euros são uma medida de riqueza porque podem ser trocados por riqueza, então os 100€ que foram parar às mãos do pasteleiro medem o mesmo que os 100€ que foram parar às mãos do homem do lixo. Com os impostos e redistribuição não estamos a alterar quanta riqueza os euros medem, mas apenas quem é que pode trocar esses euros por riqueza.

    «Na verdade, o homem do lixo até podia receber o mesmo dinheiro sem fazer nada, sem produzir riqueza nenhuma.»

    Quer dizer que quando o Belmiro de Azevedo vai para o escritório o dinheiro que recebe dos seus investimentos representa produção de riqueza, mas se está de férias na praia o dinheiro que recebe dos seus investimentos já não representa riqueza porque ele não está a produzir? Não me parece uma distinção razoável. No fundo, o Belmiro ganha muito dinheiro porque tem, dentro das suas empresas, um sistema semelhante ao sistema fiscal. Parte da riqueza produzida pelo trabalho dos empregados é cobrada por ele, como se fosse um imposto. E isto é riqueza à mesma não porque o Belmiro trabalhe muito, pouco, ou nada, mas porque pode gastar este dinheiro, « um símbolo de aceitação generalizada que pode ser trocado por riqueza».

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  29. João Branco permalink
    20 Junho, 2012 09:15

    “A riqueza de quem a gerou e a quem ela pertence por aquele direito que decorre do trabalho honrado”…
    Isto não é consensual. A riqueza é gerada pela conjugação de um conjunto de circunstâncias, e a sua posse não é inequívocamente apenas de quem recebeu o valor directamente…

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  30. 20 Junho, 2012 09:18

    Ludwig Krippahl

    Os investimentos que referiu podem ser completamente improdutivos. Vários exemplos:

    1) Temos uma rede de universidades e institutos politécnicos desajustada às necessidades do país. Subsiste (mas não vai subsistir na forma actual) porque é financiada pelos impostos e porque os governos têm receio da oposição das elites académicas. Se fossem instituições privadas, muitas já teriam fechado há muito tempo.
    2) Temos uma rede de auto-estradas de luxo financiadas pelo contribuinte. Muitas pareciam ser úteis porque eram gratuitas. Desde que passaram a ser pagas o tráfego reduziu-se substancialmente e o povo optou por outros caminnhos. Com algum desconforto e lamento pelo meio, sem dúvida. Mas mostra que afinal não tinha necessidade de tantas auto-estradas.
    3) Em teoria, se existir concorrência no sector energético, é mais vantajoso para o consumidor ter vários fornecedores alternativos em vez do Estado monopolizar o sector; no estado actual das coisas, é quase indiferente. E nem me fale nas energias renováveis porque elas pesam na minha e na sua factura no fim do mês.
    Segurança pública é o único sector em que se justifica a presença e o monopólio do Estado.
    O problema do Estado, é que se fala do Estado como se fosse uma entidade sobrenatural, abstracta. Não é. Tem nomes – Cavaco Silva, José Sócrates, Passos Coelho – e defende interesses instalados ou que se querem instalar. Em princípio deveria zelar pelo bem comum. Da forma como estamos a ser maltratados, zela pelo bem mas não se sabe de quem. Talvez a solução esteja no centro: nem o Estado ultra-liberal de Rui A. nem a versão do Estado de Ludwig Krippahl.

    Cumprimentos,

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  31. Mig PT permalink
    20 Junho, 2012 09:32

    Segundo a linha de pensamento do Ludwig, se o Estado contratar todos os 800.000 trabalhadores, pagando-lhes um salário obviamente, e se colocar 400.000 a escavar buracos e os restantes 400.000 a tapá-los, está a produzir riqueza e eliminou o desemprego. Brilhante. Contratem todos os Ludwigs para o Ministério das Finanças, JÁ.

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  32. PMP permalink
    20 Junho, 2012 10:01

    Para haver Estado tem de haver impostos.
    .
    Sem estado não há capitalismo industrial.
    .
    Logo o capitalismo industrial precisa que existam impostos.
    .
    A questão é então qual a dimensão que o estado deverá ter num sistema capitalista industrial ?
    .
    Podemos verificar que na OCDE o peso do Estado no PIB varia entre 35% e 50% e que não existem grandes diferenças conceptuais nas atribuições do Estado nesses paises, que são essencialmente social-democracias.
    .
    verificamos no entanto que nos paises em que o peso do estado foi reduzido gradualmente sem destruição do estado social o crescimento económico foi maior.

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  33. pedro permalink
    20 Junho, 2012 10:04

    O factor com maior peso na relação impostos versus investimento público está no mau uso que o estado faz do dinheiro dos impostos (investimentos para ganhar eleições)e na corrupção . Em teoria um investimento público gerido com critérios de justiça e de responsabilidade normal(não é o que se passa em portugal) não me escandaliza nada . Mas como existe um assalto ao bem público e como não temos justiça a funcionar ,quanto mais dinheiro dos impostos for para pseudo investimento público ,mais as elites corruptas viverão no luxo e a generalidade das pessoas viverão na miséria. Os investimentos públicos em portugal são como as ajudas nalguns países africanos , o saque feito pelas elites vai para a banca estrangeira e o povo esgraveta como as galinhas na sanzala! Em conclusão, enquanto não se mudar a justiça quando mais o estado gastar, logo mais sacar de impostos mais pobres ficaremos. Não precisamos de ler muitos teóricos. O Estado novo fez bom investimento público: rede escolar (escola padrão) , barragens, pontes, tribunais de justiça, quartéis,portos, e nessa altura não se roubava no cimento nem no ferro e as derrapagens tinham consequências. A china também faz bom investimento público mas lá para os corruptos existe a pena de morte.

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  34. castanheira antigo permalink
    20 Junho, 2012 10:39

    Muito bem Pedro!
    Não faz sentido falar em impostos sem JUSTIÇA independente ,que funcione em tempo real , que castigue exemplarmente a corrupção , pois se esta não funciona é claro que o dinheiro colectado vai acabar nas algibeiras de politicos corruptos e empresas do regime ,continuando e agravando-se a pobreza e a diferença entre quem mais ganha e menos ganha.

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  35. simil permalink
    20 Junho, 2012 11:58

    empirismo e autoridade
    teorias, ai, onde isso vai, já …
    se hoje manda Sachs pura e dura, em sua nudez feroz,
    http://www.independent.co.uk/news/business/analysis-and-features/what-price-the-new-democracy-goldman-sachs-conquers-europe-6264091.html

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  36. 20 Junho, 2012 12:16

    Quando se compara o nível de saque que a impostagem de cada país retira, devia-se a seguir comprara o que é que se faz com o produto do saque.
    .
    Uma coisa é impostar 50% e esse saque ser aplicado no pagamento de salários da FP e prestações sociais e pouco mais.
    .
    Outra coisa é impostar 50% e esse saque ser aplicado no pagamento de salários da FP e prestações sociais e, haver ainda dinheiro para a facilitação de serviços públicos como contrapartida pelo saque.
    .
    A diferença entre: pagar portagem para pagar aos funcionários da auto-estrada e a mesma está cortada e esburacada e sujeita a assaltos e, portagem para pagar aos funcionários da auto-estrada e a manutenção da auto-estrada e a sua guarda e o apoio aos utilizadores.
    .
    Só comparar percentagens de roubo é pouco claro

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  37. JoaoMiranda permalink*
    20 Junho, 2012 13:42

    ««Não me parece uma distinção razoável. No fundo, o Belmiro ganha muito dinheiro porque tem, dentro das suas empresas, um sistema semelhante ao sistema fiscal. »»
    .
    Ludwig,
    .
    Eu ontem fui fazer comprar ao Pingo Doce. Se o Belmiro tivesse um sistema semelhante ao sistema fical eu não teria ido ao Pingo Doce. Teria forçosamente que ir ao Continente onde compraria bens aos preços que o Belmiro quisesse.

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  38. Francisco Colaço permalink
    20 Junho, 2012 14:33

    Recebido por e-mail:
    .
    OLÁ,
    .
    CARO AMIGO, EU NECESSITO DA SUA AJUDA PARA UM ASSUNTO DA MAIOR IMPORTÂNCIA. O MEU NOME É LUIS, AMIGO DO J. SOUSA, E ESTAMOS EMIGRADOS EM PARIS. NECESSITAMOS DE TIRAR OS 2 MIL MILHÕES DE EUROS QUE DEIXEI NUMA CONTA DO BPN QUANDO SAÍMOS DE PORTUGAL PARA PARIS. NESTE MOMENTO NÃO NOS É OPORTUNO VOLTAR A PORTUGAL NEM POSSO ANDAR A MEXER MUITO NAS CONTAS DO BPN E ESTOU POR ISSO A PEDIR-LHE QUE POSSA USAR A SUA CONTA PARA TRANSFERIR O DINHEIRO PARA A MINHA FIRMA EM GIBRALTAR. ESSE PRECIOSO SERVIÇO SERÁ BEM REMUNERADO.
    .
    PRECISAMOS APENAS DE DEZ MIL EUROS PARA INICIAR A TRANSFERÊNCIA. CASO ESTEJA INTERESSADO, DEZ MILHÕES DE EUROS DA TRANSFERÊNCIA SERÃO SEUS COMO RETRIBUIÇÃO PELA SUA ASSISTÊNCIA.
    .
    CUMPRIMENTOS
    .
    LUIS X.
    .
    Aremandus,
    .
    Como o cão responde sempre à voz do dono, passo-lhe esta mensagem.

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  39. Portela Menos 1 permalink
    20 Junho, 2012 14:46

    FColaço e as entradas a pés juntos!

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  40. aremandus permalink
    20 Junho, 2012 14:51

    o Colaço,faz-me lembrar o m,eu gato:
    sempre que acordou e vou fumar o meu primeiro cigarro, ele vem ter comigo, carecido de atenções…
    oh colaço, a sua mulher não lhe dá assistência?

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  41. Francisco Colaço permalink
    20 Junho, 2012 15:12

    Aremandus,
    .
    A sério, nunca pensei que tivesse um gato. Pensei que fosse mais uma «dog person».

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  42. Nuno Gaspar permalink
    20 Junho, 2012 17:50

    João Miranda,
    “Na verdade, o homem do lixo até podia receber o mesmo dinheiro sem fazer nada, sem produzir riqueza nenhuma”
    Se calhar por isso é que as Finertecs e Fomentivests do regime querem fazer dele um negócio.

    Ludwig,
    “No fundo, o Belmiro ganha muito dinheiro porque tem, dentro das suas empresas, um sistema semelhante ao sistema fiscal.”
    Errado. Ganha muito dinheiro porque há gente interessada em comprar o que ele tem para vender.

    “Talvez a solução esteja no centro: nem o Estado ultra-liberal de Rui A. nem a versão do Estado de Ludwig Krippahl”.
    É por aqui o caminho. Quase sempre de acordo, António.

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  43. 20 Junho, 2012 18:42

    Querem falar da “produção de riqueza” que temos tido? Leiam isto: http://www.tcontas.pt/pt/actos/rel_auditoria/2012/2s/audit-dgtc-rel016-2012-2s.pdf
    .
    Podem ir diretamente ao último capítulo, o que fala nas despesas indevidas.

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  44. rui a. permalink*
    20 Junho, 2012 18:53

    Mais bons argumentos em defesa do estado social e da eficácia da redistribuição, caro 33. De facto, o vosso estado social é uma entidade mítica, que, sempre que nos confrontamos com ela dá nisto. Parabéns por mais esta demonstração de eficácia redistributiva do nosso governo e do nosso estado.

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  45. 20 Junho, 2012 19:41

    Rui A:
    Tem andado desatento ao que por aí tenho escrito. Sempre critiquei os que confundiam protecionismo do nosso estado a determinados grupos (privados) com Estado Social. Mas aproveito para lhe chamar a atenção para o facto de estarem envolvidas algumas das principais empresas de construção do país, o que, de algum modo, ilustra o que há algum tempo lhe disse sobre as opções serem tomadas, apenas, de acordo com o “livre arbítrio”,

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  46. rui a. permalink*
    20 Junho, 2012 19:50

    As empresas do regime? Aquelas onde trabalham os ex-ministros do PS e do PSD, os mesmos que tão bem aplicam, em ppps e outras grandes reformas criadoras de riqueza, o dinheiro dos nossos impostos? E, por outro lado, não quer debater-se com o magno problema do estado social degenerar – sempre (não exclua aqui a sempre querida Suécia… – em proteccionismo oligárquico? Acha que isso é também culpa do “mercado”?

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  47. Albarran permalink
    20 Junho, 2012 20:30

    Excelente post caro Rui ! Não tenho formação em economia, sou médico. Mas aquela irritação epidermica inicialmente falada, sinto-a eu desde que desde há uns anos, ainda nos governos de Sócrates tive a progressão na carreira estilhaçada e vi que a minha atitude voluntarista de trabalhar e aceitar mais e mais incumbencias, dentro da função publica, onde exerço em exclusividade, não me levava a nenhum futuro melhor, bem pelo contrário. Sempre tive a visão de colaborar, numa logica do interesse social, da comunidade, se exercesse na privada, defenderia com unhas e dentes o meu posto de trabalho, estando em funções publicas o meu carácter e modo de trabalhar não mudou… Observar o que acontecia naqueles anos negros, o esbanjar de recursos em projectos “de crescimento” com dinheiros publicos, aquela insistência em construir TGV´s a qualquer custo (era prioritario antes de 2007, após a crise do subprime de 2008, mesmo após a escalada dos juros da divida publica portuguesa continuava a ser prioritario, quando até eu “via” que era algo de ruinoso- e nem precisava de consultar os estudos, muito bonitos que se podiam aceder na net…) 🙂 A Irresponsabilidade foi total nesses anos. Acho insultuosos os termos da ex-ministra da educação ao afirmar no Parlamento, que os gastos com a empresa Parque Escolar foram “uma festa”… Estes exemplos dos sorvedouros (mais as PPP´s rodoviarias e algumas da Saude) do dinheiro DOS NOSSOS IMPOSTOS deviam fazer calar quaisquer defensores da distribuição de rendimentos. Pelo menos na forma como é praticada em Portugal. De verdade que não vejo os RICOS a serem tributados, é a classe média, cada vez mais minguada, que vai pagando ao Estado gigantesco que temos. Não consigo perceber, como se pode tão arreigadamente defender este socialismo, esta lógica de colocar impostos, em cima de taxas e reduções salariais. Tantos em Portugal com este tipo de visão, dá-me ainda mais urticária !! A disponibilidade dos bens, o alcance da riqueza (como a quantidade do credito disponivel) ou a quantidade de recursos naturais, são sempre recursos finitos, logo têm que ser muito bem geridos, senão esgotam-se! O que vi ao longo dos anos e era moço aquando do 25/4 foi um
    uso abusivo do dinheiro dos impostos, sempre e sempre, até que me tornei um contribuinte liquido, fruto do meu esforço, do meu trabalho e especialmente do apoio dos meus pais. Hoje estou preso a um sistema que me retem 10% do vencimento (sem fim á vista), me tira a possibilidade de ganhar mais (até desceram o custo do valor/hora do trabalho extraordinario), NÃO ME LIBERTA PARA EXERCER em privado (excepto por um risco elevado da minha parte) e ainda confisca os pagamentos de Férias e de Natal… PARA COM ESTE DINHEIRO, fazer o quê ?? Emocionalmente já aceitei que trabalho para uma “empresa” falida, como disse a MFL, mas o que não consigo aceitar é esta visão dos que se levantam contra o seu post, que me parece clarividente. Todos aqueles que com o seu esforço construiram algo, desde pequenos empresários ou como uma carreira de licenciado como eu, e se vêm despojados de grande parte do que ganham em impostos e mais impostos e uma continuação sem fim á vista para verdadeiras restruturações neste nosso modo de estar e trabalhar em Portugal, qundo o esforço e o trabalho, não têm recompensa, então só nos resta baixar os braços.

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  48. Albarran permalink
    20 Junho, 2012 20:35

    Baixar os braços, ou lutar por algo melhor, claro!!

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  49. Delfim permalink
    20 Junho, 2012 20:43

    Recomendo a leitura atenta de ´´O Capital´´de Karl Marx e F. Engels uma obra plena de atualidade

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  50. Albarran permalink
    20 Junho, 2012 20:50

    O Pedro, no comentário das 10:04 vai ao cerne da questão. Tá tudo dito !

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  51. Francisco Colaço permalink
    20 Junho, 2012 20:57

    Delfim,
    .
    Leia antes «Liberdade para Escolher», de Milton Friedman. Muitíssimo mais actrual e, alas!, não é, ao contrário do Marxinho da Silva, responsável por hecatombes de centenas de milhões em campos de trabalho da GULAG e das várias organizações sucedâneas noutros países.

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  52. Francisco Colaço permalink
    20 Junho, 2012 21:05

    Ludwig,
    .
    Basta que acabem por ser gastos no mercado aberto para que fique tudo bem. Se a minha avó me der 100€, eu não produzi riqueza nessa transacção. Mas se, em vez de ser ela a pagar à cabeleireira os 100€ em troca de um penteado for eu a pagar à loja de informática por um disco novo, acaba por ir dar ao mesmo. Em ambos os casos o dinheiro acabou “ganho num mercado aberto”. Qual é a diferença?
    .
    Cabeleireira: serviço, tipicamente 90% do dinheiro fica em Portugal (algum é gasto em produtos importados, mas é pouco).
    Disco rígido: produto importado. Margem de 6% para a loja e 6–20% para o importador. Quase 80% do dinheiro sai do país.
    .
    O IVA colectado é mais ou menos o mesmo (23% de EUR 81,30). O IRS e o IRC é totalmente diferente. Qual cria mais riqueza para portugueses em Portugal?

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  53. rui a. permalink*
    20 Junho, 2012 21:23

    Caro Albarran,
    Muito obrigado pelas suas palavras. Elas são as palavras de quem trabalha honradamente, em Portugal, e se tem visto sistematica e sucessivamente destruído por um estado que não respeita o mais fundamental direito natural: o direito aos frutos do trabalho.
    Obrigado e volte sempre.

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  54. Portela Menos 1 permalink
    20 Junho, 2012 21:29

    Francisco Colaço, Posted 20 Junho, 2012 at 20:57
    de acordo quanto aos campos de trabalho da GULAG mas, a actual situação social-económica-financeira do capitalismo-cientifíco deve orgulhar muita gente!

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  55. 20 Junho, 2012 21:29

    Rui A:
    A eterna exceção da Suécia, Noruega, Finlândia… Não há sistemas bacteriologicamente puros e “mercado livre”é coisa que não existe.

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  56. Francisco Colaço permalink
    20 Junho, 2012 21:45

    Portela Menos 1,
    .
    Nao há capitalismo científico. Nunca ninguém fez uma verdadeira teoria sobre o capitalismo, salvo experimentalismos teóricos na teoria do caos. Além disso, não existe um capitalismo. Existem vários capitalismos, tantos quantos os países onde se acredita (mais ou menos) nas virtudes do mercado.
    .
    Não me verá nunca defender o «laissez faire, laisser passer» absoluto. É a receita para um desastre. Pode-se no entanto defender-se a liberdade, mantendo olhos de águia. Os empresários têm de agir no quadro de um sistema legal que assegure igualdade de oportunidades (não de rendimentos), tanto quanto isso possa ser assegurado por meios legais. Isto é, que deixe o mérito e o trabalho florescer e que as pessoas se deferenciem pelos projectos que perseguem, desde que legais, morais e honestos.
    .
    Sabe o que é o socialismo? É uma cambada de eliteiros a clamar a igualdade com o rabo nos Mercedes, na Praça Vermelha, enquanto o exaltado povo penava cinco a vinte anos à espera de um Lada manhoso. Aqui em Portugal é uma cambada de «empresas amigas do PS» terem tudo dado de bandeja, esbulhando os recursos estatais, enquanto os empresários do sector industrial penam para impostos e multas por niquices da ACT e da ASAE. É ter trabalhadores que não trabalham porque dificilmente podem ser despedidos e empresários com medo de dar oportunidade a outros porque podem não os conseguir despedir depois, caso a empresa entre em contracção ou o empregado simplesmente não sirva ou se encoste.
    .
    Dou apenas um argumento: nos Estados Unidos há capitalismo (por enquanto!) e insegurança laboral. Em portugal há socialismo quanto baste e direitos laborais à tripa forra. Diga-me então, são os americanos que emigram em massa para um país socialista e cheio de direitos laborais? Ou os portugueses que escolhem viver em permanente insegurança num país capitalista?
    .
    Será que os americanos são tolos, não se prezam e não nos querem conhecer? Será que os portugueses são tolos e vão para o inferno capitalista, ode se pode ser despedido por capricho e sem indemnização? Todo o povo português e americano é tolo, ou será que os nossos comunistas de serviço são mais cegos que o Magoo?

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  57. Fincapé permalink
    20 Junho, 2012 22:16

    Albarran veio desabafar e fez bem (digo eu, sem má intenção). Mas olhe que dizer aqui que trabalha no Estado não é lá muito bem visto. Sem grande pesquisa, encontrei este mimo do jmf1967 aqui:

    Será que ela pensou no que disse?


    “Ela não descontou nem um décimo do dinheiro necessário para receber mesmo a sua reforma de 1120 euros, e para lhe pagar será necessário descontar a dezenas de trabalhadores ainda no activo que ganham bem menos do que ela, médicos incluídos. (um aparte: eu, que trabalho desde 1976 e sou um ano mais novo nunca me poderia reformar nem com um fracção do que recebe esta senhora porque trabalhei sempre no sector privado, não beneficio do sistema privilegiado dos funcionários públicos – não me poderia reformar nem me passaria pela cabeça fazê-lo, diga-se passagem).”
    Há mais. Mas desabafe que sempre alivia.

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  58. JCA permalink
    21 Junho, 2012 03:43

    .
    E cá quando acabam estes impostos:
    .
    Wind Subsidies To Be Cut
    http://thegwpf.org/uk-news/6007-wind-subsidies-to-be-cut.html
    .
    New Record Extent Of Antarctic Sea Ice
    http://thegwpf.org/science-news/6010-new-record-extent-of-antarctic-sea-ice-.html
    .
    Foundations Of 1000 Offshore Wind Turbines Crumbling
    http://thegwpf.org/energy-news/6009-foundations-of-1000-offshore-wind-turbines-crumbling.html
    .

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  59. JCA permalink
    21 Junho, 2012 03:47

    .
    Já se começa a ouvir os tambores:
    .
    -> Russia, China, Iran Plan To Stage In Syria Biggest Mid-East Military Exercise Ever
    http://beforeitsnews.com/story/2275/657/Russia,_China,_Iran_Plan_To_Stage_In_Syria_Biggest_Mid-East_Military_Exercise_Ever.html
    .
    -> Dithering Europe is heading for the democratic dark ages
    http://www.telegraph.co.uk/comment/9337911/Dithering-Europe-is-heading-for-the-democratic-dark-ages.html
    .
    .
    => Iceland economy grows at fastest pace since crash
    http://www.icenews.is/index.php/2012/06/16/iceland-economy-grows-at-fastest-pace-since-crash/#ixzz1yIGxdWPy
    .

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  60. neotonto permalink
    21 Junho, 2012 06:55

    Noto que últimamente no Blasfemias perderam peso propio os temas vindos de uma REPUBLICA FEDERAL chamada UIESEI e o seu mulato presidente.
    Uns ilhas dun tais británicos com um Camarao de idem.
    Só há cabeceiras (de Pascuas em sexta feira) para uma tal Merkel quando o cinto comença a apertar.
    Tudo mundo sabe e intuie que esto sao presagios. Maus? Bons?
    Pressagios. Mais de qual porvir?

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  61. Tiro ao Alvo permalink
    21 Junho, 2012 07:46

    Não percebi o que o “fincapé” veio aqui dizer ao Albarran. Seria só a dizer que existe? Ou o que lhe disse o Albarran deixou-o confuso?

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  62. neotonto permalink
    21 Junho, 2012 08:02

    jmf1967?. Agora tocoulhe o erro ao Fincapé.

    Outro a andar a congraciarse com a idade do jmf1957…
    A serio. Pense. O JMF nasceu na década dos 50 ou dos 60? Melhor, nao o pense. Nao vai conseguir nenhum raçoamento medianamente util ouepráctico e de seguro uns fortes dores de cabeça que para qué . Nao vale a pena. Entao melhor que nao o faça nao para o bem da súa saúde…

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  63. Fincapé permalink
    21 Junho, 2012 09:49

    Eh! Eh! Eh! Boa Neotonto! Tirei 10 anitos ao jmf1957! Ele não se importará, certamente. Fica com mais tempo para assistir ao advento da sua República Ultraliberal de Portugal. A RUP!
    O Tiro ao Alvo é que anda confuso. Não percebeu o óbvio. Ou então não gosta de me ver por aqui! 😉

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  64. JCA permalink
    21 Junho, 2012 11:19

    .
    Embora saiba as respostas, prefiro deixar aqui à reflexão e discussão os 3 ERROS FUNDAMENTAIS do ‘empirismo e autoridade’ que condicionam completamente e onde se encaixa a boa discussão acima:
    .
    1) Qual a diferença no resultado final para os Cidadãos, Familias e Empresas Portuguesas entre os bailouts diretos à Banca e bailouts diretos aos devedores à Banca ?
    .
    2) Qual a diferença no resultado final para os Cidadãos, Familias E Empresas Portuguesas entre os anteriores programas do FMI com moeda própria que desvalorizava (Escudo) e o atual com uma moeda comum que não desvaloriza, por vezes até valoriza (Euro) ?
    .
    Perante as razões de cada um dos links abaixo qual será de facto a razão para a a proposta de união bancária Europeia: resolver a crise da Economia/Emprego ou blindar os Bancos contra a nacionalização ameaçada por exemplo pelos Gregos ?
    .
    > Europe proposes banking union to ease debt crisis
    http://www.rdmag.com/News/FeedsAP/2012/05/manufacturing-europe-proposes-banking-union-to-ease-debt-crisis/

    .
    > Alexis Tsipras: He’s got the euro in his hands
    .
    “Demanding the nationalisation of the Greek banks ……. “
    .
    http://www.independent.co.uk/news/people/profiles/alexis-tsipras-hes-got-the-euro-in-his-hands-7855058.html
    .

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  65. Renato permalink
    21 Junho, 2012 11:52

    Para o Pedro (comentário da 10:04), que disse isto:
    “Não precisamos de ler muitos teóricos. O Estado novo fez bom investimento público: rede escolar (escola padrão) , barragens, pontes, tribunais de justiça, quartéis,portos, e nessa altura não se roubava no cimento nem no ferro e as derrapagens tinham consequências.”

    Como sabe isto?

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  66. Renato permalink
    21 Junho, 2012 12:17

    Francisco Colaço, vejo que desconhece em absoluto a legislação laboral americana e estou mesmo convencido que acha que nem sequer existe legislação laboral nos Estados Unidos. Começo por lhe dizer que as indemnizações por despedimento podem aí atingir valores que aqui são impensáveis. As circunstâncias em que um empregador pode despedir um empregado sem sequer ter de justificar (at will) (que nem existem no sector público) não são tão vastas como pensa. Se existir contrato, por exemplo, não pode. Mas vá você mesmo estudar o assunto.

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  67. Francisco Colaço permalink
    21 Junho, 2012 13:26

    Renato,
    .
    Nos Estados Unidos, salvo uns poucos estados mais azuis, a indemnização por despedimento é dependente de negociação particular. Não é imposta pelo Estado. Se eu e o meu empregador quisermos, haverá ou não haverá. Pode ser astronómica ou ser nula. O problema é meu e de quem me deseja contratar, e o Estado, e bem, deixa liberdade para se fazer assim.
    .
    Mais, se eu desejar não ter um tal empregado ao meu serviço, não sou obrigado a readmiti-lo, como muitas vezes se verifica em Portugal.
    .
    Peço-lhe, não atire com omissões areia para os olhos. Não somos, como o Renato pensa, todos uns estúpidos.

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  68. 21 Junho, 2012 15:27

    Ora, façam o favor de me dizer que países conhecem onde não há contratação coletiva de trabalho, sem que isso tenha dado origem a esquemas mafiosos. Para o intervalo desse exercício de memória, aqui deixo um pequeno entretenimento: http://www.pinguimlinksp2p.net/2011/02/sindicato-de-ladroes-on-waterfront-1954.html

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  69. aremandus permalink
    21 Junho, 2012 15:35

    ouvi dizer que o Anti-comuna se finou lá para os lados de bruxelas.
    será que temos de importar os seus restos mortais, quando a figura só defendia as exportações lusas?

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  70. Renato permalink
    22 Junho, 2012 09:22

    Francisco Colaço, não conhece certamente as leis anti-discriminação nos Estados Unidos, nem as leis que proibem despecimentos livres quando existem contratos colectivos e individuais. Estou a falar de leis. Proibições. Percebeu agora? Você estava convencido de que o despedimento é livre. O patrão quer, o empregado vai para a rua e acabou. Mas esse não é só um convencimento seu, muita gente pensa isso

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  71. Francisco Colaço permalink
    22 Junho, 2012 10:11

    Renato,
    .
    «quando existem contratos colectovos e individuais».
    .
    Ou seja, o despedimento é regulado pelos contratos livremente negociados pelas partes. Como deve ser.

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  72. Francisco Colaço permalink
    22 Junho, 2012 10:12

    aremandus,
    .
    Aproveitando para o exportar a si e aos outros como o Aremandus, Portugal terá esperança.

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  73. Portela Menos 1 permalink
    22 Junho, 2012 10:16

    cada vez mais impressionado com a capacidade de empreendedorismo deste camarada:
    .
    http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=52562

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