Saltar para o conteúdo

O fanatismo dos “anti-fanáticos”

17 Abril, 2014
by

Francisco Assis não é conhecido por ser um político radical. Pelo contrário. Que lhe deu então para, na sua coluna semanal, insultar Pedro Lomba – “pequeno apparatchik ligeiramente alfabetizado” – e Bruno Maçães – um aparente “pateta” que escreve “num inglês próprio de quem nunca leu Shakespeare”?

O texto, ao contrário do que é habitual em Assis, não argumenta, vai apenas de bordão em bordão, atirando com Hayek para um lado, Pinochet para o outro, num amontoado de lugares comuns sobre o “governo dogmático” com “uma mentalidade escassamente democrática”. É, porventura, um texto eleitoral: Assis necessita de aumentar o tom de voz para que, no PS, não desconfiem dos seus galões. Mas não deixa por isso de se um texto revelador.

Quando chama a Lomba e Maçães “dois pequenos génios condenados à incompreensão” Assis revela ao vem, pois a palavra-chave da frase é “pequenos”. “Pequenos” porque novos, porque jovens, porque exteriores ao círculo autorizado dos políticos experientes e sensatos.

É curioso que Assis, um político que ocupou o seu primeiro cargo público aos 25 anos (presidente da Câmara de Amarante) se junte ao coro dos que procuram desqualificar os mais novos apenas por serem mais novos – ou “pequenos”, na sua linguagem alegórica. É curioso mas vai bem com os espírito do tempo. Depois de o 25 de Abril ter proporcionado uma ruptura geracional que permitir que gente com menos de trinta anos chegasse a secretário de Estado e a ministro (para não falar dos que chegaram a directores de jornais ou a presidentes de empresa), agora, que supostamente temos à nossa disposição “a geração mais bem preparada de sempre”, um exército de “senadores” passa a vida a desqualificar os que, mais novos, começam a mostrar o seu valor e, como é natural e saudável, o seu atrevimento. Resmas de ex-políticos que no passado tiveram a oportunidade de levar o país por outro caminho sentam-se hoje nos aerópagos que lhes são generosamente oferecidos para perorarem sobre a corrente “ausência de estadistas”, um discurso que, se tivessem um mínimo de pudor, deveriam evitar.

Mas há ainda outro preconceito no ataque a Lomba e a Maçães: o de que a inteligência e a sensibilidade são qualidades exclusivas de quem é de esquerda. Só muito excecpcionalmente e com muito ranger de dentes alguém de esquerda aceita que, sobretudo na área das ciências sociais, há valor em quem tem ideias de direita e, ainda por cima, não anda por aí a bater com a mão no peito a dizer que tem “sensibilidade social”. É por isso significativo que Assis não tenha tido qualquer cuidado em averiguar o seus percursos intelectuais e académicos antes de tratar de os achincalhar – um achincalhamento que podia ser apenas político mas a que deu um cunho pessoal.

Esta forma de discutir – se se pode chamar a isto discutir – tem no fundo outro objectivo: impedir a discussão que realmente interessa. E essa é sobre se o 25 de Abril é um património exclusivo da esquerda – e em especial da extrema-esquerda – ou se é património de todos os que defendem a liberdade. Assim acha (porventura reduzindo o seu conhecimento do que disse Pedro Lomba à tresleitura de Pacheco Pereira), que

“num peculiar acesso de insanidade, [Lomba] lembrou-se, qual hermeneuta genial, de atribuir ao presente Governo o estatuto de verdadeiro intérprete do espírito original do 25 de Abril.”

Mas o que é que este dizia na entrevista? Algo diferente:

“Tal como foi necessário defender o 25 de Abril original contra 25 de Abril deturpado, contra o PREC, para o país evoluir no sentido democrático e pluralista com justiça social e integrado na Europa, hoje é preciso basear o País numa economia aberta e competitiva dentro da zona euro e num mundo global. Já que festejamos 40 anos é preciso continuar com o processo de democratização que começou com o 25 de Abril original. O governo tenta continuar e desenvolver o espírito do 25 de Abril original.”

Esperava-se que fosse natural, para alguém como Assis, olhar o 25 de Abril essencialmente como um momento de restauração da liberdade, liberdade essa que permitissse ao povo português escolher livremente o seu futuro, não como uma revolução de rumo ideológico pré-definido, como alguns dos seus intérpretes, em 1974/75 como ainda hoje em dia, pretendem. Afinal foi essa a luta do PS em 1975.

Mas não. Por razões que acredito puramente conjunturais, Assis entende associar o 25 de Abril à defesa de uma economia competitiva e aberta parece ser um anátema. Nisso ele não destoa do resto da esquerda, dessa esquerda que acha que tem uma espécie de direito suserano sobre a nossa democracia, pois, como escreveu a Helena,

“em boa verdade só nos podemos orgulhar quando a esquerda governa e do que a esquerda aprova: do fado à recuperação económica, do cozido ao futebol, o País só é motivo de orgulho quando a esquerda lhe põe o visto “Aprovado”. Até lá não existe e se existe é fascista. Ou, numa versão mais benemérita, atávico e ignorante.”

Porque aquilo que realmente incomodou Assis na entrecista de Lomba foi a sua frontalidade, a que lhe conhecíamos como cronista. Essa frontalidade levou-o a dizer coisas proibidas. Como estas:

“A direita em Portugal tem sempre de expiar o pecado do salazarismo, mas a esquerda não tem de expiar o pecado do PREC e do comunismo. Ainda hoje falamos em esquerda e direita e diz-se que a primeira tem intelectuais mas a direita não. A esquerda tem uma cultura, a direita não tem. A esquerda tem um património, mas a direita não. A esquerda tem ideias, mas a direita é só interesses e mercados. O Raymond Aron chamava a isto o sinistrismo: uma cultura política formatada apenas por um dos lados, uma das visões.”

O que Assis não quer mesmo é que esse “sinistrismo” seja questionado e discutido. Mas essa é precisamente a discussão que vale a pena ter.

 

 

74 comentários leave one →
  1. Portela Menos 1 permalink
    17 Abril, 2014 22:41

    Tudo porque Assis utiliza termos como ” novos e jovens” para descrever os boys?
    Em que é que difere do que JMF vem defendendo no que á “geração grisalha” diz respeito?

    Gostar

  2. Joaquim Amado Lopes permalink
    17 Abril, 2014 22:57

    Francisco Assis está apenas a baixar o nível (não é a primeira vez que o faz) para continuar a ter lugar no PS actual. Dá impressão que, quando na oposição (os do PSD também o fazem), quanto pior melhor.

    Gostar

    • JgMenos permalink
      18 Abril, 2014 23:08

      O caso não é Assis, o caso é o PS.
      Como casa de acolhimento de burgueses renegados, comunas arrependidos, maçons, católicos progressistas e outros espécimes híbridos, têm todas as contradições da mestiçagem cultural e seus jogos de máscaras.
      À coerência opõem o consenso, ao consenso a oposição como dever.
      Ameaçam só se revelarem quando instalados no poder, poder que reclamam como se de direito consuetudinário se tratasse e que garantem exercer com ‘enorme sensibilidade social’, algo que adicionado de proclamações de esquerda os absolve de toda a responsabilidade!

      Gostar

  3. Joaquim Carreira Tapadinhas permalink
    17 Abril, 2014 22:58

    A sementeira que mais se desenvolveu neste país e que tem muitos lavradores, cultivando extensas leiras, é a do desrespeito pelas pessoas que não acompanham o politicamente correcto. Assim, quem emitir opiniões que não pareçam estar com invólucro esquerdista, dificilmente merece crédito como intelectual, pois só a esquerda é inteligente e merece atenção. Assim, vivemos de rótulos, e o comportamento de muitos,que olham com desdém para os infelizes que não alinham nas suas propostas, quando toca a benefícios pessoais, não há esquerdas nem direitas e é um ver se te havias. O que se apregoa, e o que na verdade se faz, na maior parte das vezes, não corresponde ao anunciado. Vivemos num mundo cão, onde a indiferença, a intolerância e, muitas vezes, o ódio se instalaram, e dominam a sociedade.

    Gostar

  4. Alexandre Carvalho da Silveira permalink
    17 Abril, 2014 23:16

    Para Assis poder discutir o “sinistrismo” tinha de saber quem é Raymond Aron, e ele não sabe. Bebeu em Sartre, e ficou com um olho na merda e outro no infinito. Assis é um zero à esquerda com um trabalho sinistro como líder do grupo parlamentar socialista em dois periodos diferentes, 1997-2002 e 2009-2011, sendo por isso co-responsável pelas falências guterrista e sócratista.

    Gostar

    • Almeida permalink
      18 Abril, 2014 17:08

      É um algo inconcebível que quem tenha bebido em Sartre desconheça Raymond Aron.

      Gostar

  5. a.l.sameiro permalink
    17 Abril, 2014 23:27

    está aprecisar de ir de novo a uma consulta a felgueiras

    Gostar

  6. JorgeGabinete permalink
    17 Abril, 2014 23:38

    FA escreve um artigo de opinião em que não visa Pedro Lomba e Bruno Maçães, usa-os como pretexto insidioso para rotular todos os actuais governantes e desse modo caracterizar a governação, pelo caminho achincalha todos sem prurido. Mas não é intuito do opinante celebrar os horrores dos últimos 3 anos mas sim fugir, fugir ao que de facto releva actualmente: o debate sobre as eleições europeias e o confronto com Paulo Rangel. Através do artifício encontrado consegue elaborar uma epístola que relega o assunto Paulo Rangel para nota de rodapé e o não assunto Europeias para as entrelinhas do delírio. Assim se faz o debate democrático que ele acerrimamente defende.

    P.S. o texto tem uma gralha no 3º parágrafo “Assim revela ao vem” falta-lhe o “que” como a Assis falta o que dizer sobre aquilo que era suposto ouvi-lo.

    Gostar

  7. 18 Abril, 2014 00:10

    Tenho pena. Este artigo, junto a outras entrevistas/escritos recentes, fazem-me rever o conceito em que tenho/tinha Assis,

    Gostar

  8. manuel permalink
    18 Abril, 2014 00:40

    O artigo do FA é demolidor e ataca a estrutura Passista ,ou seja, os seus ideólogos.No meu entendimento já cheira a poder e é necessário abrir espaço a uma nova direita ,para um compromisso com o P.S. que em breve poderá ser governo ,às vezes ,pode ser mais depressa que todos nós pensamos .Temos 900 anos de história e o nosso povo com a sua sabedoria pode não limitar-se a um cartão amarelo e dar um vermelho direto e ,neste caso, ao PR só resta passar a certidão de óbito a este governo . O P.R. falou hoje em correcção de injustiças ,ora não joga para quem carregou com este governo ao colo ,portanto aguardemos pelo discurso do 25A. FA é um líder bem preparado e com senso comum não fez um artigo tão duro para ganho eleitoral ,digo eu.

    Gostar

    • Euro2cent permalink
      18 Abril, 2014 07:24

      Sai uma amendoazinha aqui para o assessor da bancada PS.

      Ponto bem picado.

      Gostar

    • Tiradentes permalink
      18 Abril, 2014 09:12

      Concordo plenamente com o manuel…apenas o tempo difere. O saloio de Boliqueime carregou ao colo a socratinidade vigente, nunca se opôs à mais que duplicação da dívida pública, ao “aparelho” mental de que as dívidas não são para se pagar,Nunca mostrou um cartão, sequer amarelo a uma cretinice que, apenas preocupada com a sua imagem, veio anunciar ao país que não teria dinheiro para pagar as pensões e salários em menos de dois meses.
      Querer que o mesmo mostre cartões amarelos aos escriturários da troika é ter dois pesos e duas medidas para a mesma coisa.

      Gostar

    • Tácio Viriato permalink
      18 Abril, 2014 10:32

      manuel,
      acho curiosos raciocínios como o seu: mistura de treta salazarista com balela de esquerda bolorenta. Desde os 900 anos de história – que dirão os chineses, os egípcios, ou os gregos – e “o nosso povo com a sua sabedoria” – eu, ou não sou povo, ou sou, mas não atinando onde raio tenho a congénita dita. A sabedoria. A não ser que para a obter, se necessite de frequentar um DORL perto de casa.
      “portanto aguardemos pelo discurso do 25A” – Porquê? É um algum momento mágico?
      Mas fique descansado manuel, você não está só. O raciocínio de esquerda sempre teve algo de infantil; com “o sonho a comandar a vida” e fazendo birra ao serem despertados; “e a vontade mover montanhas“, provocando estupefacção que lhes passem a enxada para as mãos, pela necessidade de se começar a cavar.
      Sobre o Cavaco, recordo como sempre foi bestial na concordância com os interesses da esquerda, e besta na discordância.
      “FA é um líder bem preparado e com senso comum não fez um artigo tão duro para ganho eleitoral” – foi para quê? Para avisar a malta?
      “,digo eu” – percebe-se…

      Gostar

  9. Alexandre Carvalho da Silveira permalink
    18 Abril, 2014 00:59

    Confesso que estou a ficar assustado. Desde que nas últimas semanas os sinais de recuperação económica começaram a ser mais consistentes, a campanha nos media para levar o PS ao colo é cada vez mais clara. Acabei de ver um inquérito nas notícias da RTP inquirindo se Portugal está melhor agora ou estava há três anos; primeiro entrevistado: Teixeira dos Santos, um dos coveiros deste país.
    Estou sériamente a pensar vender os parcos haveres, e basar daqui para fora. Este país não tem emenda, e enquanto não bater no fundo, isto não muda. Ninguém aprendeu nada com o que aconteceu em 2010-2011 e neste momento já acredito que o Tozé pode ter uma maioria absoluta em 2015.
    Tenham medo, muito medo, porque desta vez o PS não vai deixar pedra sobre pedra.

    Gostar

    • Aladdin Sane permalink
      18 Abril, 2014 01:36

      Chill out: ainda falta imenso tempo para as Legislativas, e por muito que afirmem o contrário, as Europeias de pouco ou nada servem. Mesmo que o PS vencesse as eleições nunca conseguiria governar sozinho, e temos o Hollande a servir de “farol” ao que acontece ao socialismo nos dias que correm.

      Gostar

    • manuel permalink
      18 Abril, 2014 10:08

      Penso que está a ler bem a situação. A partir do momento que vi que este governo não reformava nada (limitou-se a uns cortes pífios nas fundações ,nas rendas ,nalguns vencimentos obscenos e atacava desalmadamente as pessoas , percebi que não tinha capacidade para a enorme tarefa que é necessário fazer) deixei de o apoiar. Como exemplo ,como se compreende que um governo “social-democrata” que cortou 6% e 5% nos subsídios de doença e desemprego venha agora falar em cortes nas” gorduras” do estado de 700 milhões! Porém ,não reconheço competência e capacidade ao líder do P.S. para sem coligações ou alianças fazer aquilo que tem de ser feito. Entendo que o P.S. necessita dos bons quadros(enquadro aqui o artigo do FA )que existem à direita para a tarefa que se impõe. Efetivamente e aqui é a minha concordância absoluta consigo ,ontem, comecei a ver uma mudança radical na comunicação social ,levando o P.S. ao colo , e estranhamente, coincide com as tais afirmações do presidente ,eventualmente pode ter chegado à conclusão que este governo esgotou a sua missão. Levanta-se ,no entanto, outro problema mais sério ,e tal como Sócrates caiu quando a banca disse “basta!” poderemos estar a assistir novamente a um retirar do tapete por parte das grandes empresas e da banca ao governo e sendo assim ,na nossa terra ,o poder económico manda no político e esta democracia é uma treta.

      Gostar

    • Fernando S permalink
      18 Abril, 2014 15:05

      Até se pode discutir se o governo actual poderia ou não ter feito mais e melhor.
      Mas a tese de que este governo “ataca desalmadamente as pessoas”, porque cortou vencimentos, pensões e prestações sociais em vez de ter reformado verdadeiramente o Estado e cortado nas suas “gorduras”, revela alguma ignorancia e demagogia.
      Por um lado, sendo as despesas do Estado em mais de 2/3 com vencimentos, pensões e prestações socias, qualquer politica de reequilibrio das finanças publicas teria necessáriamente de fazer cortes nestas rubricas.
      Por outro lado, reformar verdadeiramente o Estado e cortar fortemente nas gorduras significaria na prática despedir funcionário publicos, acabar com o sistema de pensões por repartição, acabar com o seviço nacional de saude gratuito, acabar com o ensino publico gratuito, etc, etc. Ou seja, tudo medidas que também “atacariam desalmadamente as pessoas”, muito mais do que o que foi feito até agora.
      O Estado não é nenhum gulutão que “come” déficits e dividas publicas ao almoço e cortes e e impostos ao jantar… Os excessos de despesas do passado e da actualidade, com mais ou menos justificação e justiça, beneficiaram e beneficiam pessoas de carne e osso. Em sentido contrario, tudo aquilo que se faça para corrigir reverter aqueles excessos tem forçosamente que afectar pessoas, em boa medida as mesmas que foram e são beneficiadas.

      Gostar

      • Almeida permalink
        18 Abril, 2014 17:17

        É a segunda vez que comento um comentário seu porque ou não conhece o que é o aparelho de Estado português e o modo como foi sendo tomado de assalto pelos diversos partidos que ocuparam o poder, ou quer evitar esse debate. É evidente que a sua reforma implicaria, sempre, definição de prioridades, protocolos com privados e encerramento de serviços. O problema é que a autoridade que advém do exemplo, nunca foi conseguida pelo atual governo porque não atacou (antes aumentou) as “gorduras” provocadas pela colocação das camarilhas partidárias, pelas contratações de serviços a amigos, etc.

        Gostar

    • Fernando S permalink
      18 Abril, 2014 18:06

      Almeida,
      O seu segundo comentário não tem nada a ver com o meu…
      Eu nem sequer disse que o governo actual “atacou” as “gorduras”. Disse que uma verdadeira reforma do Estado e o corte significativo nas gorduras implicariam uma série de medidas, incluindo o despedimento de funcionários publicos, com determinadas consequencias sociais.
      Mas indo ao que diz no seu comentário, sustentar que o governo actual “aumentou” as “gorduras” não revela apenas um desconhecimento da realidade do “aparelho de Estado português”, o que ainda se compreende e se desculpa, revela sobretudo má fé e sectarismo politico. Por poucos que tivessem sido, houve mais cortes e do que aumentos. As unicas despesas primárias que aumentaram foram as sociais, subsidios de desemprego e outras prestações, uma consequencia automática da crise. Muitas outras diminuiram. Por exemplo, em 3 anos, o numero de funcionários publicos caiu em cerca de 10%. Tanto é assim que o déficit orçamental tem diminuido e que, pela primeira vez desde há muito, o pais alcançou um saldo primário estrutural positivo.
      Se quer mesmo um “debate” diga antes onde é que vê uma alternativa com mais “autoridade” para “atacar” a reforma do Estado e o corte das gorduras e como é que isso deveria então ser feito. Algo que, pelo menos até este seu segundo comentário, não fez…

      Gostar

      • Tiro ao Alvo permalink
        18 Abril, 2014 19:01

        O Almeida estaria a pensar nos assessores, nas secretárias e nos motoristas admitidos por este governo e recrutados nas hostes dos partidos do governo. Eu sei que essas admissões não têm grande significado na despesa pública, mas essa prática, que já vinha de trás, porventura ainda mais acentuada, mina o governo na sua autoridade.
        Se eu fosse técnico de algum ministério e visse chegarem uns rapazinhos novos, inexperientes, a quem os governantes passavam a recorrer preferencialmente, quando não exclusivamente, ficaria muito aborrecido. Com isto quero dizer que a máquina do estado não pode ser melhorada contra os seus servidores.

        Gostar

      • Almeida permalink
        18 Abril, 2014 20:07

        Os cortes que houve, foi na saúde, educação e outras áreas em que só o futuro dirá se foram bem ou mal feitas. Eu referia-me a “gorduras” no sentido mais escandaloso do termo: acessorias, direções intermédias, consultadorias, grupos de trabalho, secretariados, motoristas, etc. Aliás, o Tiro ao Alvo compreendeu imediatamente o meu ponto de vista. São trocos? Serão. Mas, sobretudo, seriam exemplo. Que não houve.

        Gostar

    • Fernando S permalink
      18 Abril, 2014 22:59

      Tiro ao Alvo, Almeida,
      Estamos portanto a falar de despesas com pouco significado na despesa publica.
      Não considero que todas as novas admissões para os gabinetes dos ministros e para certos lugares de direcção na administração publica e no sector empresarial do Estado sejam apenas politicamente motivadas e técnicamente injustificadas. É normal que os membros de um governo se queiram rodear de conselheiros e de pessoas de confiança pessoal e politica. Acontece o mesmo em muitos outros paises democráticos e desenvolvidos. As administrações, em particular nos ministérios, herdam normalmente toda uma série de funcionários, muitos deles recrutados por governos anteriores com orientações politicas diferentes, com hábitos e comportamentos que podem dificultar e até bloquear a acção politica do governo em exercicio.
      Não me consta que esta prática seja com este governo mais “acentuada” do que no passado. No fim de contas, os “boys” foram uma especialidade do PS.
      Mesmo assim, admito sem dificuldade que existe um numero suficientemente significativo destas admissões que não se justifica e que é até “escandaloso”. Trata-se naturalmente de uma prática que deve ser denunciada e combatida.
      Dito tudo isto, não posso aceitar que, no actual momento politico, este aspecto particular e secundário seja empolado e instrumentalizado para se escamotear e criticar o que é bem mais essencial, para melhor ou para pior, nas politicas do governo.
      Eu sei que o mundo não é nem nunca será perfeito pelo que procuro não colocar no mesmo plano o que é essencial e o que é menos importante.
      Não digo que seja o caso do Tiro ao Alvo ou do Almeida, mas tenho constatado que muitos dos que agora pretendem dar lições ao actual governo em matéria de cortes de despesas publicas, de “gorduras” e de “reformas do Etado”, sempre defenderam teses e politicas a favor de um Estado pesado, despesista e intervencionista, sempre se posicionaram contra medidas e politicas concretas tendentes a cortar despesa publica, por modestas e insuficientes que fossem.
      No plano das práticas de poder, já vi e conheço o suficiente para saber que muitos daqueles que dão lições de moral, nesta como noutras matérias do género, não são exemplares, longe disso, quando chegam às áreas do poder.

      Gostar

      • Fernando S permalink
        18 Abril, 2014 23:06

        “no actual momento politico” … e em qualquer momento politico …
        Tanto é assim que nunca me “distrai” com a questão dos “boys” na minha critica de fundo às politicas dos governos PS.

        No fim de contas, a melhor maneira de combater este fenomeno, bem como a corrupção e o tráfico de influencias, muito mais do que a denuncia moralista dos abusos, é a diminuição do peso e do intervencionismo do Estado.

        Gostar

      • Almeida permalink
        19 Abril, 2014 09:45

        Também em muitos “países democráticos e desenvolvidos” as equipas são muito mais pequenas e os cargos de administração escolhidos por concurso público. É isto que insiste em não querer ver. Foi nestas “gorduras” que sempre houve abusos. Interessa-me pouco qual o partido que os cometeu.

        Gostar

      • Almeida permalink
        19 Abril, 2014 09:48

        Convém ainda dizer que nestes casos, a redução do nível de intervenção do Estado não resolve nada. Até porque um dos abusos está na contratação de serviços privados.

        Gostar

    • Fernando S permalink
      19 Abril, 2014 11:00

      Almeida,
      Não é verdade que na maioria dos outros paises as equipas sejam muito mais pequenas, ainda menos nos gabinetes ministeriais, e que todos os cargos de administração sejam escolhidos por concurso.
      De qualquer modo, como já referi varias vezes, este aspecto é pouco relevante num pais que tem problemas muito mais importantes e graves.
      Quanto aos abusos na contratação de serviços privados, existem efectivamente e, estes sim, teem um impacto bem mais negativo sobre as finanças publicas. Mas a melhor maneira de os diminuir é precisamente reduzindo o peso e a intervenção do Estado. Quanto menos gigantesco e tentacular for o aparelho de Estado menores serão as necessidades e as possibilidades de contratação de serviços privados injustificados e abusivos.

      Gostar

      • Almeida permalink
        19 Abril, 2014 12:25

        Em muitos assim é e para quem tem que cortar despesa é obrigatório dar o exemplo. Nestes casos, a amplitude da interveção do Estado é irrelevante, porque algumas contratações a privados são de serviços obrigatoriamente do Estado e para que o Estado tem serviços: redigir leis, por exemplo.
        Eu sei que este debate é inútil porque o governo vai ser substituído. Mas irrita a perda da oportunidade histórica.

        Gostar

    • Fernando S permalink
      19 Abril, 2014 12:58

      Almeida,
      Creio que os nossos respectivos pontos de vista e as nossas divergencias estão claras.
      Sinceramente, não me parece que o Almeida esteja verdadeiramente interessado numa verdadeira reforma do Estado e numa efectiva redução da despesa publica. A sua argumentação equivale a esconder a floresta (a necessidade de cortar despesa e reformar o Estado) atrás da árvore (os abusos nas contratações de pessoas e serviços).
      Quanto a saber se e quando este governo vais ser substituido … não sei.
      O que sei é que, se e quando tal acontecer, e tendo em conta as alternativas politicamente viáveis actualmente disponiveis, vai ser certamente para pior !

      Gostar

      • Tiro ao Alvo permalink
        19 Abril, 2014 22:49

        Caro Fernando, eu não digo que este governo contratou mais boys do que o governo anterior do PS, mas estou convencido que contratou mais do que os governos de Cavaco Silva.
        Sei que foi este governo quem procurou melhorar a contratação de gestores para as empresas públicas e para os altos cargos da administração pública, cujos candidatos são hoje apreciados por uma entidade pública, até agora respeitada. O que penso é que essa preocupação deveria estender-se até às categorias mais baixas, não me parecendo que faz sentido nomear um motorista com base na confiança política. E quem diz um motorista diz um especialista, como vi serem nomeados alguns, muitas vezes sem qualquer experiência.
        E concordo consigo: quanto maior o Estado, mais problemas destes aparecem, logo o melhor é tentar remediar o mal à nascença…

        Gostar

    • Fernando S permalink
      20 Abril, 2014 00:02

      Caro Tiro ao Alvo,
      Eu acompanho-o naturalmente no essencial do que diz.
      E naturalmente que também acho normal que existam regras para a contratação e que estas sejam respeitadas.
      Dito isto, não vejo porque é que não se poderia deixar um membro do governo escolher a sua equipa “de combate” com grande liberdade. No fim de contas, sabemos por experiencia que em geral os ministros não aquecem o lugar por muito tempo. Enquanto estão em funções que se rodeiam das pessoas que desejam e em quem teem confiança. Em contrapartida, já não acho bem que as pessoas recrutadas para este efeito possam depois ser automaticamente integradas na função publica. Quando o ministro sai devem também sair. Os tais assessores “jovens e sem experiencia”, tantas vezes vilipendiados, são as mais das vezes pessoas com boa preparação técnica e com grande capacidade de trabalho em quem o ministro se apoia no trabalho urgente e intenso do dia a dia. Naturalmente que é sempre recomendável que o ministro não se limite a trabalhar com este tipo de pessoas e que recorra também a outros conselheiros e especialistas, incluindo os que tem à disposição na propria administração publica.
      Seja como for, espero que tenha percebido que o meu argumento central é que muito mais importante do que saber como é que as equipas dos ministros são ou não recrutadas é a avaliação que se faz sobre os resultados das politicas seguidas.

      Gostar

      • Fernando S permalink
        20 Abril, 2014 00:03

        * que se rodeiem das pessoas que

        Gostar

  10. 18 Abril, 2014 01:33

    Caramba, JM Fernandes, não me lembro de ter lido um texto seu tão assertivo nos últimos tempos. Sobre a questão dos “novos” vs “anciãos” na política, no fundo a opinião pública que se queixa de não haver renovação na política é a mesma que depois vem dizer – e assinar petições, e insurgir-se em desfiles e outro folclore – que afinal devemos atentar à sabedoria dos mais velhos, etc e tal.

    Faz-me lembrar aqueles saudosistas dos grandes líderes que “construíram e cimentaram o projeto europeu”, em oposição à “falta de liderança” atual. Bom, se pensarmos nos problemas que eminências como Felipe Gonzalez, ou Helmut Kohl, ou François Mitterrand tiveram com a justiça, e os compararmos com as demissões no(s) governos da Chanceler Merkel… são atitudes diferentes, não são? Os mesmos que gabavam a liderança dos “históricos” diabolizam agora Merkel pelos esforços que está a fazer para manter a UE o mais unida possível. (Claro, ao mesmo tempo que lidera o seu próprio país).

    Ah, e não deixa de ser tristemente engraçada a notícia (será verdadeira?) do “i”, segundo a qual AJSeguro já se teria até mostrado disponível para um “bloco central”, desde que este não incluísse o atual Primeiro-Ministro. Pois, até ele já percebeu que se não se chegar de mansinho ao PSD o chão lhe fugirá de debaixo dos pés (não se conceberia um Governo PS com os “blockies” ou os “commies”).

    Gostar

    • neotonton permalink
      18 Abril, 2014 07:31

      E tudo isto vem a conto porque o Assis esquenceuse de calificar tal c omo a Pacheco Pereira, ao JMF de “esse estranho homem de ideias”

      Gostar

  11. 18 Abril, 2014 08:22

    A questão não é se se é novo ou velho; a questão é se se é bacoco ou não.
    E o Lomba e o Bruno são-no.

    Gostar

    • Fernanda permalink
      18 Abril, 2014 08:35

      Outro jovem a escrever coisas perigosas, agora já não somente bacocas.

      “Assim, a melhor resposta, a fim de evitar males maiores, seria colocar de imediato as tropas da NATO no terreno, isto é, no leste ucraniano, salvaguardando a integridade territorial da Ucrânia, e impondo essa fronteira a Putin. A ideia é simples: à agressão não se responde com palavras; responde-se com actos, e se necessário com beligerância também. É para isso que existem exércitos: para travar os pulhas deste mundo, que não são travados pelas palavras, e com isso evitar guerras maiores. Tenho dito.”

      (Ricardo Arroja)

      Gostar

      • Eleutério Viegas permalink
        18 Abril, 2014 09:21

        Faz algum sentido fazer frente ao comuna reciclado… Quem muito se agacha, muito…

        Gostar

    • Tiradentes permalink
      18 Abril, 2014 12:14

      Ou seja …uma “realidade” fernandina.

      Gostar

    • Tácio Viriato permalink
      19 Abril, 2014 17:46

      Fernanda,
      você é o que se pode considerar uma “atrevida contumaz”. Primeiro, por vê “bacocos” onde não existem – podem ser o que entender, mas bacocos, não – só porque são ditas coisas desagradáveis para o seu círculo de compinchas.
      Segundo, porque “martela” o texto de Ricardo Arroja, cortando o que ele reporta à história recente. Em função dos graves problemas internos (se não foi, vá à Rússia para ver o que é miséria a sério), Putin irá “esticar a corda” até ver onde dá. Ressuscitar inimigos é “pão prá boca” do regime. Mas inimigos que lhe façam frente, é outra coisa. A Rússia continua a ser um falhanço económico e as “bocas” de Putin são a prova disso: uma demonstração de fraqueza.
      Caso se decida continuar com os “atrevimentos” (algo em que a ignorância é fértil), aconselho-a a informar-se da coisa, antes de continuar a atirar achas para uma fogueira que não sabe como apagar

      Gostar

  12. YHWH permalink
    18 Abril, 2014 09:19

    De Lomba e Maçaes limitou-se Assis em discorrer numa versao mais urbana e civilizada do que aquela (mais real e simples) usada por Medina Carreira para tipificar tais exemplares que enxameiam os ministerios: «sao os ”marcelinos”, que no meu tempo se visse gente dessa no ministerio tratava logo de chamar a policia…».

    Gostar

  13. Bento 2014 permalink
    18 Abril, 2014 09:46

    O Granito Falante mostra-se suficientemente velho e caduco para em vez de uma estátua continuar pedregulho.

    Gostar

  14. tony permalink
    18 Abril, 2014 10:05

    acho estranho este comentadores que sofrem as dores dos outro como seles não tivessem armas para se defenderem será que são pagos

    Gostar

    • Tiradentes permalink
      18 Abril, 2014 17:42

      Eu também gostaria de não saber escrever assim…..

      Gostar

      • tony permalink
        18 Abril, 2014 18:54

        Inveja mata otentote

        Gostar

      • Tiradentes permalink
        19 Abril, 2014 21:09

        como mata…..até eu próprio me faria o favor….suicidava-me.

        Gostar

  15. 18 Abril, 2014 11:36

    O assis é mais um desses coitados, que por não ter modo de vida consistente, insiste e persiste em sobreviver.
    Desta feita, bem assalariado no PE.
    Haja deus. haja Chico: chico-esperto.

    Nos placards s o slogan é “mudança”
    Leia-s, mudança de pessoas.
    Quanto ao mais: vira o disco e toca o mesmo….

    Gostar

    • 18 Abril, 2014 11:37

      O assis é mais um desses coitados, que por não ter modo de vida consistente, insiste e persiste em sobreviver.
      Desta feita, bem assalariado no PE.
      Haja deus. haja Chico: chico-esperto.

      Nos placards ps, o slogan é “mudança”
      Leia-se, mudança de pessoas.
      Quanto ao mais: vira o disco e toca o mesmo….

      Gostar

    • Alexandre Carvalho da Silveira permalink
      18 Abril, 2014 14:08

      Mudança sobre um fundo escuro, e mais nada. O fundo escuro representa o “nada de bom” que os socialistas têm para oferecer aos portugueses: tão só um abismo sem fundo.
      O subliminar está lá.

      Gostar

  16. Expatriado permalink
    18 Abril, 2014 14:38

    Um artigo certeiro e actualissimo!!!

    http://portadaloja.blogspot.com.br/2014/04/cronica-de-vasco-pulido-valente-no.html

    “….O 25 de Abril é o pai do PREC e isso é intolerável porque ilegítimo sob todos os pontos de vista…..”

    Gostar

  17. colono permalink
    18 Abril, 2014 15:38

    Estes “assis” não fazem mais do que garantirem o tacho… Digam o que era este “pequenote” se não vivesse exclusivamente da politica?

    Engraxar sapatos no Largo do Rato?
    Quanto mais chulos da politica mais vociferam.!

    Gostar

  18. atom permalink
    19 Abril, 2014 14:21

    Se a coligação Relvista tiver mais que 20% dos votos nas europeias, então este blogue estará perfeitamente justificado e a maioria dos comentadores do blogue estará perfeitamente em sintonia com um país que existe. Senão, não…

    Gostar

  19. Fincapé permalink
    19 Abril, 2014 15:52

    “…“a geração mais bem preparada de sempre”, um exército de “senadores” passa a vida a desqualificar os que, mais novos, começam a mostrar o seu valor e, como é natural e saudável, o seu atrevimento.”
    ————-
    Sou totalmente contra guerrinhas inventadas entre gerações e sou dos que pensam que se mantém o princípio primeiro de os mais novos deverem respeito aos mais velhos. Embora o contrário também seja verdadeiro. Foi assim que fui educado.
    Na realidade, vejo hoje muito mais desrespeito dos mais novos em relação aos mais velhos, e mesmo dos mais velhos em relação a outros também mais velhos, do que o contrário.
    Constata-se que tanto se opina que os juízes novos são incapazes de avaliar devidamente as situações face a um julgamento, por falta de experiência, como se opina que os políticos de trinta anos são uns génios.
    Já quanto à “geração mais bem preparada de sempre”, como já escrevi dezenas de vezes, todas o foram. TODAS. Com uma diferença: esta geração é a única que faz licenciaturas mais pequenas do que vários mestrados anteriores, faz mestrados com a mesma carga das anteriores licenciaturas e doutoramentos iguais aos anteriores mestrados.
    A seguir ao 25 de abril, apesar de todos os erros, vimos políticos com brilhantes carreiras servirem a política. Hoje vemos muitos políticos novos (com curtíssimas carreiras ou sem elas) aproveitarem a política para iniciarem a sua verdadeira carreira.
    Com tantos mimos, não admira que queiram retirar algum bem-estar a quem lhes deu a possibilidade de serem “a geração mais bem preparada de sempre”. Ou seja, àqueles que foram anteriormente “a geração mais bem preparada de sempre”.
    Com tudo isto, não pretendo dar razão a Francisco Assis, pessoa que, ao contrário de muitos produtos alimentares, necessita de mais uma dosezinha de sal. 😉

    Gostar

    • Abre-latas permalink
      19 Abril, 2014 19:35

      Quando escreve: “políticos com brilhantes carreiras servirem a política” refere-se a quais?
      Durão Barroso (1956), Ferreira do Amaral (1945), Armando Vara (1954), Jorge Coelho (1954), Sócrates (1957), Santana Lopes (1956), António Guterres (1949). Uma geração verdadeiramente altruísta, temos muito a aprender com eles.

      Gostar

      • Fincapé permalink
        19 Abril, 2014 20:51

        Quer dos seus ou dos meus? Está bem, dou-lhe dos seus: Sá Carneiro, Mota Pinto, João Salgueiro, Hernâni Lopes, Meneres Pimental, Sousa Franco (que depois foi ministro de Guterres), Mário Raposo, Laborinho Lúcio, Nascimento Rodrigues, Álvaro Barreto, Jacinto Nunes, Morais Leitão, Amaro da Costa…
        Não sei se lhe bastam. Também não tenho a certeza se todos foram médios ou bons políticos. Nem interessa se gosto muito ou pouco deles. Mas comparados com os betinhos de 30 anos, sem carreira, e que são considerados como se tivessem carreiras de 40 anos de bem-fazer, há umas diferençazitas. 😉

        Gostar

      • Abre-latas permalink
        20 Abril, 2014 02:37

        Eu não tenho nenhuns “dos meus”, não alinho em clubismos.
        Mas pode crer que me preocupam mais os betões do que os betinhos.
        Foram os betões que definiram o nosso modelo, de estado, de investimento público, de escola pública, etc, que nos trouxe até aqui.
        Também não acredito em messias e, já que citou esses nomes, a maioria mal-amados no seu tempo (Mota Pinto paga os 33 000 000!) e hoje genéricamente consensuais (até Cavaco como PM), vejo como Gaspar, Passos e Albuquerque vão ser admirados daqui a 15 anos!

        Gostar

  20. Drummond permalink
    19 Abril, 2014 17:21

    TOO MUCH ADO ABOUT NOTHING , ou seja meros conflitos entre os ideólogos dos aparelhistas instalados e os novos would-be ideólogos e aparelhistas e, num segundo momento, daqueles para quem eles estavam a falar num primeiro grau, as suas caixas de ressonãncia, os seus fiéis observadores – nada de novo, ruído regular e consabido, depois vão tomar um copo juntos. ao Snob, ou um sumo macrobiótico algures.
    Mas na realidade os dinossauriados sinistros e os neo-dextros post-neocons estão todos dentro do mesmo campo soft-hermenêutico, para falar á Esteves. Puras comadres semãnticas, mais Sartre menos Raimundo Arão. Todos,competindo – para recolher as sagradas palavras do franco Vesgo – para ser des “P… respectables”. todas mui convenables e citáveis.
    Entretanto vai tendo a sua piada descodificar os descodificadores, os neo como Lomba e Maçães (raio de apelidos os destes massamães, parecem nomes de pintores neo-realistas ou gente do PREC) e os arcaicos como o santinho socialista . Estes nomes, e tudo começa no nome, prestam-se como nenhuns outros para soezes trocadilhos e eventuais posteriores anáforas e incitamentos a seguidilhas : Lomba. de Porca Inglesa ou de Vaca do MIT ? Maçães podres ou espanholas ? – vá-se lá distinguir. Seja como fôr, dentro da imititatividade genética luso-porcina (ah esta Esteves !) perfilam-se duas escolas, a saxonista (realpolitik) e a francófila (ah les narratives).
    Para mim a política é simples ficção literária, tout d´abord, mille sabords ! Mas do género cordel, que também tem as suas lettres de noblesse, da província.
    Nem tudo é mau – começaram-se a dar passos no “genre” descodificador. Talve nos consigamos começar a separar do tremendismo clubista, chi lo sa ?

    Gostar

  21. André permalink
    19 Abril, 2014 17:43

    Só um coisa: o 25 de abril não foi feito para a recuperação da liberdade. Nem sequer se pretendia acabar com a DGS ou libertar todos os presos políticos. Uma boa parte dos militares pretendiam acabar com a ditadura de direita para instituir uma de esquerda e o PREC (com medidas como a Reforma Agrária aprovadas por partidos como o PS) era algo intrínseco ao 25 de abril. Mais, antes de 25 de abril, PCP e PS tinham assinado um pacto que se assemelhava a uma Frente Popular, com medidas de extrema-esquerda. O 25 de abril não era assim tão democrático.

    Gostar

  22. atom permalink
    20 Abril, 2014 10:17

    O Relvismo é a versão “pimba” do Cavaquismo. Os cavaquistas tinham cursos tirados nas melhores universidades portuguesas. Os relvistas tiraram os cursos em universidades lusófonas ou lá como se chamam. Os cavaquistas tiraram pós graduações em conhecidas universidades inglesas ou americanas. Os relvistas tiraram pós graduações em grupos folclóricos.
    Os cavaquistas formaram o BPN. Os relvistas formaram empresas de formação para aproveitarem os fundos europeus. Etc,etc,etc

    Gostar

  23. basto_eu permalink
    20 Abril, 2014 10:47

    Assis não desceu de nível porque o normal nível de Assis sempre foi o troll. Assis sempre foi um carroceiro. E não é por fazer a barba todos os dias (ou falar como uma metralhadora…)que ele vai deixar de ser um carroceiro tasqueiro. Carroceiro tasqueiro ( sem desprimor para os cujos) uma vez, carroceiro/tasqueiro prá vida. Só de pensar que este mânfio vai prá Europa ganhar mais de 16 mil euros por mês me dá náuseas…

    Gostar

  24. JDGF permalink
    20 Abril, 2014 12:42

    Pequenos” porque novos, porque jovens, porque exteriores ao círculo autorizado dos políticos experientes e sensatos“…

    Ora temos aí um naco de prosa interpretativo sobre a ‘pequenez’ bem ao estilo de jmf1957.
    Passou ao lado do sinónimos como ‘de pequena estatura’, ‘limitado’, de ‘pouco valor ou importância’, etc., para chafurdar num atoleiro muito querido deste governo. Isto é, no subterrâneo conflito geracional que este governo tem alimentado para ‘reinar’ e ‘ajustar’.
    Será o mesmo estilo classificativo a aplicar a qualquer subscritor de manifesto, petição ou memorando como sendo ‘brigadas do reumático’.

    Na realidade, um dos principais fatores do ‘reumático’ será a degenerescência. Resta saber se, para jmf1957, 40 anos são uma condição degenerativa suficiente para declarar o regime ‘incapaz’ e de difícil articulação com os seus ‘novos’ conceitos democráticos.
    Um dia jmf1957, ao que julgo com 57 anos, simulará o regresso ao Liceu Pedro Nunes e reiniciará uma nova (jovem?) trajetória hipercinética (oposta à ‘rigidez reumática’) que não passará necessariamente pela UDP mas não será difícil de adivinhar .
    O Mundo, mesmo aquele que parece insensato e inexperiente (‘pequeno’ na sua conceção) tem perceções dinâmicas (históricas). E se existe alguém que deveria ser comedido é jmf1957 que depois do seu apoio à guerra do Iraque deveria ter a sensação que perdeu o pé (o que não é somente uma questão reumática mas antes dilacerante) e se tornou mais ‘pequeno’.
    Este será também um ‘pequeno’ pormenor.

    Gostar

    • Fernando S permalink
      20 Abril, 2014 14:56

      Vejam só, o JMF “apoiou a guerra do Iraque”, um ataque traiçoeiro a um pais com um regime democratico, pacifico, que nunca fez mal a ninguém e que não ameaçava ninguém !…
      Que vergonha !…

      Gostar

      • JDGF permalink
        21 Abril, 2014 09:06

        Não vou discutir as razões que determinaram a ‘guerra do Iraque’ – a História o fará em devido tempo – mas adianto, desde já, que pelo andar da carruagem (não é necessária maior distanciação) não parecem ter sido a instauração de democracia nesse País, nem a eliminação de armas de destruição massiva…
        E os que então a apoiaram, como jmf1957, sabem bem que não foi assim, mas não se ‘envergonham’…

        Gostar

      • Fernando S permalink
        21 Abril, 2014 10:11

        Nada permite hoje concluir que as razões da intervenção militar não eram a neutralização de armas de destruição massiça e o fim de um regime ditatorial e militarista.
        Quando muito poder-se-ia discutir sobre a qualidade da “intelligence” de uns e de outros e sobre a oportunidade e a eficácia relativas da intervenção ou não intervenção.
        De qualquer modo, o que se pode hoje constatar é que, apesar de todos os problemas que tem, o Iraque actual não representa uma ameaça para os outros paises na região e tem um regime politico muito mais democrático.
        Quanto a razões, muito mais inaceitáveis eram as motivações de muitos daqueles que então se oposeram sem reservas à intervenção preferindo antes a continuação de Saddam Hussein no poder. Foi nomeadamente o caso da maior parte das ditaduras e regimes autoritários da altura e de todos os sectores extremistas de esquerda e direita, sem excepção. Pelos vistos isto não parece incomodoar nem “envergonhar” muitos dos que então estiveram do lado errado da barricada !…

        Gostar

      • JDGF permalink
        21 Abril, 2014 12:37

        Em primeiro lugar é importante esclarecer que nunca apoiei nem aceitei o regime de Saddam nem era esse a motivação dos países e governos que se oposuram à aventura iraquiana.
        Esse é um princípio geral só é aqui metido ‘metido’ para baralhar.
        Agora, falta observar e tirar ilações dos resultados.
        Primeiro, não houve qualquer neutralização de ‘armas de destruição maciça’ por uma simples razão. Elas foram uma ‘fabricação’ e um pretexto para a intervenção, já suficientemente desmontados.
        E quanto à ‘democracia iraquiana’ a substituição de um regime ditatorial (que de facto existia) por um arremedo de teocracia islâmica, em processo de inacabável guerra civil e religiosa é, convenhamos, um saldo muito difícil de fazer.
        Colocar no meio do xadrez político uma ‘barricada’ com Saddam de um lado e Bush do outro é muito simplista. Necessariamente que existiriam outras alternativas. Elas foram, em devido tempo,, postas em cima da mesa. A ‘vergonha’ (democrática) é terem sido ostensivamente ignoradas e o preço a pagar está á vista.

        Gostar

      • Fernando S permalink
        21 Abril, 2014 14:59

        Já se percebeu que Vc é daqueles que gosta de dar lições de moral mas que não quer ser posto em jogo.
        Vc é que veio para aqui lançar lama para cima das pessoas que, como o JMF, apoiaram a intervenção no Iraque. Portanto, se não quer “simplismos” nem ser colocado numa “barricada com Saddam”, comece por aplicar a si próprio os principios do respeito pelos outros e da moderação.
        Quanto às armas de destruição massiça, o facto de não terem sido encontrados stocks operacionais não prova absolutamente nada relativamente aos objectivos da intervenção no Iraque : Saddam Hussein teve-as, utilizou-as, tinha a intenção de se dotar de mais, tinha gente e meios a actuar com esse objectivo, dificultou ao máximo a fiscalização. Sem a intervenção o regime iraquiano teria continuado a ser uma ameaça para o seu povo, para os paises da região e para a segurança internacional.
        Quanto à democracia, o que existe, que não sendo exemplar também não é de modo nenhum a “teocracia islamica” que diz (esta sua tese é suficiente para o desqualificar como observador objectivo daquela realidade), é certamente muito melhor do que a ditadura sanguinária de Saddam Hussein. A persistencia da violencia no Iraque actual apenas mostra que o terrorismo é algo de profundo e dificil de acabar. Nunca ninguém pretendeu que a intervenção militar no Iraque (que foi há já 10 anos, para quem não tenha reparado) iria resolver todos os problemas.
        Quanto às “outras alternativas”, é hoje fácil dizer que teriam sido a melhor solução para acabar com a ameaça e com as exacções do regime de Saddam Hussein e que teriam permitido que o Iraque se tivesse transformado na região paradisiaca que hoje não é. Na altura serviram sobretudo para justificar a inacção que consistia na prática em deixar Saddam Hussein no poder.

        Gostar

    • Tiro ao Alvo permalink
      20 Abril, 2014 15:41

      JDGF, não se esqueça que a história do 25 de Abril está a ser contada quase exclusivamente pelos vencedores. E que alguns já são velhotes – o 25/4 foi há 40 anos -, e, por vezes, fantasiam muito.
      Ainda é cedo para se fazer um julgamento histórico justo, como acontecerá seguramente. Aguardemos e quem viver verá.

      Gostar

      • JDGF permalink
        21 Abril, 2014 09:20

        Tiro ao Alvo:

        Quer os vencedores, quer os vencidos, todos estão ‘velhotes’… mas sabemos a história do 25 de Abril tem sido vivida de diversas maneiras: festiva, tensa, participada, repudiada, elogiada, fantasiada e, segundo agora se sente, estamos numa fase conturbada (de apropriação). Fase que um dia será contada, também, pelos ‘vencedores’, porque a História tem uma frase lapidar :”Vae victis“…

        Gostar

    • Fernando S permalink
      21 Abril, 2014 11:01

      O verdadeiro problema não é o de um suposto “conflito geracional”.
      O problema é que alguns, incluindo contemporaneos e protagonistas dos acontecimentos de há 40 anos, queiram apropriar-se do “espirito” do “25 de Abril” para fazer oposição politica ao governo actual pondo em causa a sua legitimidade apesar de ter sido democráticamento eleito e de respeitar as regras e as instituições constitucionalmente estabelecidas.
      Na base deste tipo de atitudes está a ideia de que a “legitimidade” não resulta da democracia mas antes da adesão a um projecto politico iliberal que é atribuido, de resto abusivamente e sem fundamento, ao golpe militar de 25 de Abril de 1974.

      Gostar

      • JDGF permalink
        21 Abril, 2014 12:45

        A asserção de que o governo actual “… respeitar as regras e as instituições constitucionalmente estabelecidas“… é um pouco voluntarista. Bastaria estar atento ao número de ‘chumbos’ do TC.
        Sobre o pudor implícito no conceito de adesão a “um projecto politico iliberal” a frase diz tudo.

        Gostar

      • Fernando S permalink
        21 Abril, 2014 15:13

        O governo actual respeitou sempre as decisões do TC. Respeitar a Constituição não é estar forçosamente de acordo com a sua leitura pelo Tribunal Constitucional, é acatar as decisões soberanas de uma instituição que existe precisamente para a interpretar.
        Um “projecto politico iliberal” é precisamente o não respeito pelas regras mais elementares da democracia representativa : quem ganha eleições é quem tem legitimidade para governar.
        Os seus preconceitos ideologicos “iliberais”, no sentido de que a liberdade não é para todos, são mais do que evidentes !…

        Gostar

  25. belial60 permalink
    21 Abril, 2014 19:53

    “quem ganha eleições é quem tem legitimidade para governar.” – alto lá, alto lá: só se for governação à gonçalvista…se não, não!?

    …com os direitos dos trabalhadores, as mais amplas liberdades conquistadas pelo povo duranta a longa noite do fassismo, nacionalização da banca e seguros, colectivização dos latifúndios, ocupação de terras dos absentistas, contra o quero, posso e mando do fassismo de mão dada com o imperialismo capitalista e monopolista…blá blá blá

    O alentejo ainda há-de ser nosso, camarada!
    Traz um amigo também! :.-)

    Gostar

    • belial60 permalink
      21 Abril, 2014 19:54

      “quem ganha eleições é quem tem legitimidade para governar.” – alto lá, alto lá: só se for governação à gonçalvista…se não, não!?

      …com os direitos dos trabalhadores, as mais amplas liberdades conquistadas pelo povo duranta a longa noite do fassismo, nacionalização da banca e seguros, colectivização dos latifúndios, ocupação de terras dos absentistas, contra o quero, posso e mando do fassismo de mão dada com o imperialismo capitalista e monopolista…blá blá blá

      O alentejo ainda há-de ser nosso, camarada!
      Traz um amigo também! 🙂

      Gostar

  26. Luís Pereira permalink
    22 Abril, 2014 00:51

    A arrogância do PS e de outros esquerdistas é insuportável. Quem não ler os livros que eles lêem e citam constantemente (eles não pensam, eles citam), é um bárbaro inculto. Eles é que são os cultos. Eles é que sabem. Os outros são um bando de bestas que mal conseguem ler. Eles é que são democratas. Os outros são uns ditadores mal disfarçados. Eles são o sangue-azul da política. Os outros são um bando de plebeus. Eles julgam-se os donos deste país por direito hereditário. E se alguém lhes pretende entrar na coutada, levam. Lá dizia o Coelho, o socialista, claro: Quem se mete com o PS leva”. Já se terão esquecido disto?

    Gostar

Trackbacks

  1. Francisco Assis, Bruno Maçães e Pedro Lomba | O Insurgente

Indigne-se aqui.