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A natalidade e a ornitologia

20 Julho, 2014

Tema do texto de hoje no Observador: Depois de décadas em que falar de natalidade implicava ser-se de imediato catalogado como ultramontano – aliás a grande preocupação mundial até há algum tempo era sim com a explosão demográfica e não com a baixa da natalidade, ou já esquecemos os apocalipses anunciados nesta matéria pelos consensualmente sábios do Clube de Roma? – a demografia tornou-se um assunto política e mediaticamente urgente mas tão só e apenas na medida em que passou a ser apresentada como um capítulo até agora desconhecido do “Capital” de Marx, e que resumidamente se traduz nisto: não nascem crianças porque não existem apoios económicos às famílias para que se reproduzam.

11 comentários leave one →
  1. vsantos permalink
    20 Julho, 2014 10:07

    depois de anos a desvalorizar a família, a carregar nos impostos sobre as famílias, a financiar o aborto livre e gratuito, a legalizar o casamento gay, a promoverem um estilo de vida hedonista em que os filhos ficam em ultimo lugar….agora acordaram e descobriram que as gerações não se estão a renovar como deviam. E se julgam que com um subsidiozito ou outro ( típica medida socialista ) se inverte a situação ainda são mais idiotas do que eu julgava.

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  2. Pinto permalink
    20 Julho, 2014 10:32

    Helena,
    aliás a grande preocupação mundial até há algum tempo era sim com a explosão demográfica e não com a baixa da natalidade
    .
    Era e é. Na África e China continua a preocupação com as elevadas taxas de natalidade. A ideia destes bons samaritanos é de baixar a natalidade de pretinhos e olhos em bico e promover a natalidade dos europeus de boa raça.
    Se a preocupação tivesse a ver com o número de cartões de cidadão em 2050 permeabilizava-se a imigração. Acontece que por trás está um preconceito xenófobo que não deixa raciocinar assim.

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  3. 20 Julho, 2014 10:56

    Esse capítulo de Marx é o mesmo que sustenta que o povo oprimido é levado a ter muitos filhos para aumentar as fileiras de trabalho do opressor capitalista.

    Marx contra Marx

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  4. 20 Julho, 2014 12:13

    Como sempre os cidadãos estão muito à frente das políticas : quem quiser escravos que os faça :). enquanto os parasitas não nos sairem. do lombo o mais sensato e não nos reproduzirmos.

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  5. Vasco Gama permalink
    20 Julho, 2014 13:05

    Não deixa de ser curioso que depois de décadas a fio se tenha tentado procurado por todos meios desconstruir a família (em linha com o resto do “mundo civilizado”), não restem outras ideias do que resolver o assunto com algumas medidas paliativas avulsas (que também no tal resto do mundo civilizado mostraram a sua pouca eficácia). Neste caso cada mãe e cada pai serão vistos como novos funcionários públicos empenhados nessa heróica missão de produzir novos contribuintes fiscais a bem da sustentabilidade do estado social.

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  6. Zé da Póvoa permalink
    20 Julho, 2014 19:20

    Um 1º. ministro e um governo que aconselham e promovem a emigração dos jovens que procuram trabalho, só por hipocrisia podem vir dizer que estão muito preocupados com a baixa natalidade em Portugal. Mas como perderam a vergonha…!

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  7. anónimo permalink
    20 Julho, 2014 20:57

    O engraçado é que só se admitiu o problema quando o mesmo se passou a repercutir no montante da pensãozinha de reforma.

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  8. Almeida permalink
    21 Julho, 2014 01:11

    Baixa natalidade, onde? Não em África, certamente. Nem na Ásia. Só no chamado “mundo desenvolvido”(no entanto, sim, a explosão demográfica continua a ser um problema).O busílis está na falta de “apoios económicos”? Posta assim a coisa, duvido. Penso que a maior natalidade em Portugal se encontra nos grupos economicamente mais desfavorecidos. Então o problema está no facto dos europeus com um nível socio-económico médio/alto considerarem não ter condições para ter filhos. Mas isso pouco terá que ver com “apoios económicos” e muito mais com organização de vida (a prioridade dada à carreira, a mobilidade laboral, o nível de exigência, o tempo disponível para dedicar aos filhos, etc.). Sabemos que estes grupos são os que garantem o funcionamento do actual sistema de pensões- daí a súbita sensibilidade dos políticos. Diz o Pinto que há aqui algo de xenófobo e eu concordo. Mas também digo que podemos estar a assistir ao início de uma mudança que irá muito além do aumento dos abonos de família.

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    • Almeida permalink
      21 Julho, 2014 01:19

      Adenda: O texto da Helena Matos seria, no fundamental, subscrito por grande parte das mulheres de esquerda e da extrema-esquerda. E, por muito que isso lhe custe, tem razão.

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  9. oscar maximo permalink
    21 Julho, 2014 09:23

    Agora, que o crescimento agregado mundial está a bater em várias restricões, poem se a dizer mal do Clube de Roma, ou mais própriamente do casal Meadows e do estudo do Carnegie Mellon.

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  10. Ana Vasconcelos permalink
    21 Julho, 2014 17:33

    Acho que a preocupação é com o sistema de segurança social. Não nascem pessoas suficientes para manter o sistema. Penso que o problema reside no excesso de beneficios que se foram instituindo e nas mudanças tecnologicas. Mas se fosse só uma questão de natalidade era mais facil de resolver e não tinhamos que pensar que se calhar já está falido.

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