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Lembrando a obra social de Ricardo Salgado

27 Julho, 2014

Estes negócios são parte da actividade benemérita de Ricardo Salgado e da família Espírito Santo. A aposta neste tipo de actividades, de grande impacto social, mas em que os agentes económicos acumulam prejuízos ano após ano, sendo difícil detectar viabilidade económica, provam que Ricardo Salgado era o sustentáculo das forças vivas da sociedade portuguesa. Talvez por isso nunca tenha sido posto em causa. Espera-se nos próximos anos um arrefecer da actividade cívica em Portugal.

BES emprestou dinheiro ao CDS, PCP, PS e PSD.

Fundo do BES com 67,7 milhões de euros em obrigações da Benfica SAD

BESI pagava camarotes nos estádios dos 3 grandes clubes

Fim do fundo BES Benfica Stars Fund

Controlinveste (TSF, DN, JN) forçada a reestruturar dívida. Credores (BES e BCP) levam haircut convertem-se em accionistas.

BES e BCP também levaram um haircut na reestruturação do Sporting

Exposição do BES aos 3 grandes clubes de futebol é superior a 200 milhões de euros.

19 comentários leave one →
  1. Procópio permalink
    27 Julho, 2014 13:53

    “Vítor Gaspar entrou na reunião com a Associação Portuguesa de Bancos a pés juntos: ‘Se eu fizesse declarações sobre a dívida do BES tinha muito a dizer’, avisou, num tom claro, duro e incisivo, perante os 15 responsáveis convocados para o encontro no Ministério das Finanças”.
    Afinal transborda e vai transbordar muito mais.
    Apesar da relação exímia com todos os governos, “com nenhum outro primeiro-ministro [Salgado] teve uma relação tão próxima como com José Sócrates”, lê-se no livro, que constata as posições próximas em vários temas, como o fomento da economia pelas grandes obras públicas.
    Agora podem começar a perceber a cara do ministro Gaspar.

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  2. neotontono permalink
    27 Julho, 2014 14:07

    Para variar como ultimamente vem fazendo o JM ficou outra vez na ponta do iceberg da “averia ” do BES.
    Ainda que o primer link explica bastante coisa de certos encamamentos modernos.
    Os links posteriores nao deveriam contar. Falou (seguramente) um agraviado da torcida do Porto. 🙂

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  3. manuel permalink
    27 Julho, 2014 14:08

    Os efeitos no pib serão pavorosos mas os “especialistas” do governo tem tudo controlado , penso que todos acreditais. Eu não. Mas como eu projeto que o ajustamento(empobrecimento) levará ao cruzamento do pib/capita da Bulgária com o nosso ,algures no futuro, o governo pode continuar a fingir que governa e o Sr. PR escreva mais um roteiro.

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  4. Churchill permalink
    27 Julho, 2014 16:52

    Faltam aqui
    Milhares de casas cujos compradores deixaram de pagar os empréstimos.
    O Estado português, as regiões da Madeira e Açores, a grande maioria das 307 câmaras.
    Muitas empresas que ficaram devedoras.

    Ou seja, se a economia não tem falido, com causas obvias no Estado e nas pessoas que se endividaram à grande, nada disto acontecia com os bancos, e é plural, pois vai suceder o mesmo com todos, excepto a CGD onde o dono tem colocado milhões em barda.

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    • lucklucky permalink
      27 Julho, 2014 17:19

      Sabemos que os aumentos de capital – nada como todos os portugueses serem obrigados a serem accionistas sem poderem vender – na CGD são pão nosso de cada dia.

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    • manuel permalink
      27 Julho, 2014 19:21

      Concordo e mais, a maior parte das empresas funciona a crédito para comprar matérias primas e pagar ordenados ,basta que os bancos fechem a torneira do crédito , a derrocada pode ser pior que a de 1755 . A dívida privada começa a ser um problema tão grave como a dívida pública e terá de ser limpa do balanço dos bancos tal como a dívida pública tem de ser renegociada. Não quero ser um Malagrida mas as elites que lideram esta terra vão levar com um castigo divino, são muitos pecados.

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      • Euro2cent permalink
        27 Julho, 2014 21:43

        > Malagrida

        Hmm, interessante, não sabia dessa parte das execuções do camarada Pombal (o Estaline do século XVIII).

        > as elites que lideram esta terra vão levar com um castigo divino

        São jacobinos que não acreditam em Deus. E essas porras normalmente também sobram para a arraia miuda que também não prima pela piedade. Como é o caso, de tão democráticamente debochada tem sido.

        (Ainda alguém sabe o que quer dizer deboche? A coisa tornou-se regra, os peixes não notam a água …)

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      • Almeida permalink
        28 Julho, 2014 17:58

        Não queira ser um Malagrida, até porque acabou mal. Mas pode anunciar aos quatro ventos sem medo de errar, que a dívida privada é, há muito, um problema gravíssimo.

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      • Filipe permalink
        29 Julho, 2014 04:29

        Muitos empresários vão de férias para o estrangeiro ou compram carro novo ou casa nova aos filhos mas têm dívidas colossais aos fornecedores e salários em atraso aos empregados, lamentavelmente é esta a realidade em parte preocupantes das nossas PMEs.

        Somos um povo sem nenhuma cultura financeira, e a coisa parece ser antiga, pois antes da expulsão os judeus dominavam a economia dos locais onde tinham comunidades. Não deveriam ter sido expulsos, nem eles nem os mouriscos. Os índigenas não sabem gerir o dinheiro.

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  5. Nem só de vinho vive o homem permalink
    27 Julho, 2014 17:17

    Já percebi que este é o post onde acaba a ronda das tascas. A visão fica turva, misturam-se alhos com bugalhos e salta-se para a garupa da primeira conclusão que, incauta, se atreva a passar defronte. Aproveitem para ler o artigo de VPV hoje no Público. Mas só depois de conseguirem fazer o 4 em pé.

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  6. von permalink
    27 Julho, 2014 17:51

    Estes gajos enlouqueceram!!!

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  7. 27 Julho, 2014 18:41

    De economia percebe pevide como aliás muitos membros do Governo.
    Só sei que o ponto dois está seguro.
    O Estádio, anexos, o Cardozo e mesmo o nosso Presidente chegam para cobrir dez vezes aquele valor.

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    • manuel permalink
      27 Julho, 2014 19:04

      As nossas maiores equipas ficarão semelhantes às maiores da Roménia e Bulgária ,” é a vida”.

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  8. Miucha permalink
    28 Julho, 2014 17:57

    Grupo J.M.A. (José Machado de Almeida), Grupo Coelima, Grupo António Almeida & Filhos, Grupo Lameirinho – tudo empresas têxteis que não fecharam graças ao capital BES. Estão a laborar, com centenas de trabalhadores… o BES não é só demónio, também faz, mesmo, bem…

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    • Almeida permalink
      28 Julho, 2014 18:00

      Pode acrescentar a lista com uma série de outras empresas e, até, de obras sociais. Mas não fale em anjos ou demónios. São, apenas, negócios. O que agora está em causa, são vigarices.

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  9. Filipe permalink
    29 Julho, 2014 04:18

    Um dos campos de golfe do sotavento, em Tavira, está próximo da insolvência. O pinhal da Praia Verde foi destruído para dar lugar ao projecto Verde Lago, que nunca avançou. Está lá a cratera na duna da Praia Verde, e as infra-estruturas estão montadas. Há dois três PINs falidos no sotavento algarvio, financiados pela Banca nacional. São largas dezenas de moradias de luxo que ninguém compra e campos de golfe sem clientes.

    Por sua vez, parte do funcionalismo público -médicos, professores, magistrados, etc.- compraram casa ou apartamento de férias em locais como Manta Rota, Altura, Conceição de Tavira ou Vale Caranguejo. Aquelas centenas de moradias e apartamentos que surgiram nestes locais nos últimos vinte anos não são de turistas estrangeiros: são de portugueses, a maioria funcionários públicos ou aposentados da função pública, muitos dos quais se endividaram para ter segunda habitação. Sucede que agora o dinheiro não chega: os IMIs estão caríssimos, pagam contadores no Inverno mesmo sem consumo, e parte dos rendimentos dos casais são para sustentar filhos desempregados ou os estudos dos netos. Alguns proprietários estão mesmo em apuros e não conseguem desfazer-se da segunda habitação para fazer face a problemas financeiros da família.

    Um dia terá de explodir a «bomba» do turismo algarvio. São muitos os empreendimentos falidos, são muitas as moradias sem dono ou os campos de golfe sem clientes. Em vez de se ter apostado num modelo de desenvolvimento sustentável, na preservação do património cultural e ambiental, e num crescimento urbanístico inteligente, optou-se pelo desordenamento e pela irresponsabilidade financeira. Quais são os bancos envolvidos na bolha do turismo algarvio? Por que motivo este desastre não é investigado?

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  10. Filipe permalink
    29 Julho, 2014 04:25

    Os portugueses são muito «finos» e não querem viver em casas arrendadas. Endividaram-se para comprar casas nos subúrbios das cidades e das vilas e para comprar segunda habitação. Simultaneamente, os centros de cidades, vilas e até aldeias, tudo ficou despovoado, com casas a edíficios ao abandono, alguns com excelente traça e boas volumetrias: basta dar uma volta por Lisboa, Porto ou Coimbra e constatar esta triste realidade.

    A construção desviou dinheiro que deveria ter sido aplicado no desenvolvimento da agricultura, da indústria, das minas ou da Ciência. Este sector é um cancro nacional, e já no Estado Novo era excessivamente poderoso. Aliás, no final da Monarquia a construção já fazia fortunas em Portugal.

    Ninguém menciona mas o Ordenamento é um dos grandes problemas estruturais do país! Temos um excesso de área urbana para a nossa produtividade e população! A área ocupada com obra humana tem custos: iluminação pública, esgotos, saneamento, limpeza! E parte substancial da dívida portuguesa deve-se à construção e obras públicas!

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    • Almeida permalink
      29 Julho, 2014 12:02

      Totalmente de acordo, excepto num ponto: os portugueses não optaram pela compra de casa. Foram obrigados a isso.

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      • Filipe permalink
        29 Julho, 2014 18:55

        Sim, tem razão, e deve ser referido que o congelamento das rendas começou logo na Primeira República, é um problema com mais de um século.

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