Marinaleda, Hotel California
Ontem falei do meu tio Jerónimo e hoje, por coincidência, li no Observador sobre Marinaleda, descrita como “um paraíso na Terra, onde os conceitos de socialismo e de democracia parecem funcionar em pleno”. O tio Jerónimo chegou a viver numa comuna socialista uns tempos após sair da prisão. Nessa altura caracterizava a experiência como de plena felicidade mas, tal como o Observador, também o tio Jerónimo acabou por corrigir a descrição da vida na comuna, passando do extremo inicial de brochura turística enganosa para uma versão mais realista. Importante não é dizermos asneiras, é sermos capazes de evoluir para as dizermos em menor número, pelo menos suponho ser uma boa forma de ir vivendo.
O problema das descrições efusivamente entusiásticas de paraísos terrenos, para além da inerente burrice de quem as profere (reitero o sublinhado), é o desprezo que evidenciam pela realidade. A vida real é uma aproximação muito mais fidedigna ao paraíso terreno que a artificialidade comunitária destas experiências opressivas. Em primeiro lugar, só uma sociedade liberal permite a existência de comunas socialistas: laissez-faire, laissez-passer; inversamente, nenhuma comuna socialista permite uma sub-comuna liberal no seu seio: QED, carimbe-se, publique-se e envergonhe-se. Em segundo lugar, não é só a sociedade liberal permitir a existência como também a subsidiar, tirando ao seu próprio bolso, mantendo vivo o experimentalismo bacoco destes chanfrados com o dinheiro dos outros. Em terceiro lugar, como em qualquer outro culto religioso ou dependência de estupefacientes, entrar é fácil, difícil é sair.
Agora que já tiramos do sistema a palermice, que já desopilamos o fígado com uma momentânea alucinação enviesada sacada de um Pravda, que já corrigimos o texto de uma pessoa que precisa de atenção, carinho e tratamento ou, pelo menos, um dedo mais ponderado a clicar no botão “publicar”, vamos só assegurar que tal não volta a acontecer desta forma tão à bruta.
Parece artigo do Público mas deve ser apenas de jornaleiro iscteano. Vai dar ao mesmo- a escardalhada manda nos media desde o Estado Novo.
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Continuo a afirmar que o Ricardo Araújo Pereira já era, se este Rui enveredasse pelo caminho da conversa da parolice. Ainda bem, porque este país está a necessitar de renovação.
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e parece que todo o território vulgarmente conhecido como espanha – e onde diziam que o pp do rajoy tinha ganho as últimas eleições – se vai tornar numa enorme Marinaleda…
El PP y “poderes económicos” no quieren a Ada Colau como alcaldesa
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Em Espanha ganhando-se pode-se perder.
É o caso duplo de Madrid, para o PP e para o Real Madrid.
Aquela que não ganhando pode vir a ganhar já deixou bem claro o que pretende fazer nos 100 primeiros dias.
Pero, a más largo plazo, Ahora Madrid promete auditar la deuda pública e incluso aprobar quitas; revisar los contratos municipales para devolver al Ayuntamiento los servicios de recogida de basura, limpieza viaria, etcétera; paralizar las principales operaciones urbanísticas de la ciudad; subir los impuestos a las grandes empresas; intentar que la iglesia pague el Impuesto de Bienes Inmuebles; convertir en públicas y gratuitas las escuelas municipales; bajar el precio del transporte público; o quitar el nombre de figuras del franquismo de las calles de la capital.
É possível que não chegue ao dia 99.
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A mais perigosa é o IMI para a igreja. Esta gente estuda e sabe pouco. Querem desenterrar demónios!
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Até o Franco tinha medo Dela.
São jovens, impetuosos e não medem as consequências.
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Fado
Palpita-me que não conseguem cumprir, pelo menos todas:
a “basura” pode ficar com eles . . .
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O atrevimento, e a superficialidade, da ignorância…
Caramba, aquilo fica para lá de Despeñaperros, feudo de Juan Guerra, Chavez, Griñan…
Talvez, um grande talvez, a Trianera opte por outro rumo, já que os coletas lhe estão a morder os calcanhares…
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Pronto, redescobriram o paraíso… Como se dizia no “Hotel California”:
And she said “We are all just prisoners here, of our own device”
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