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Não se entende

20 Junho, 2015

937000

A Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA) deu parecer negativo ao pedido de licenciamento do projecto de reabilitação de um prédio no centro histórico de Alcácer do Sal, porque estava prevista a criação de um quarto piso adicional. Para o imóvel contíguo, onde funciona actualmente a Albergaria da Ordem de Santiago, foram aprovados, em 2004, os mesmos quatro pisos e ainda mais um telhado recuado.

O prédio em causa, no Largo Luís de Camões, é propriedade da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal (ACSDS), entidade que apresentou à Câmara de Alcácer do Sal um projecto de reabilitação que passa pela construção de mais um andar, um quarto piso recuado.

Não faço ideia se o tal andar a mais fazia falta e muito menos se o seu impacto seria assim tão forte mas há uma doideira nisto tudo: estive muito recentemente em Alcácer. O centro (onde por sinal há uns inacreditáveis edifícios não sei se afectos à Segurança Social se  a outro serviço quejando que não devem ter obedecido a estes critérios tão exigentes) parece um deserto de casas arruinadas e lojas fechadas. A periferia também não tem muita vida mas tem algumas casas novas, geralmente de gosto muito duvidoso. Do outro lado do rio numas casas de madeira crescem equipamentos. Entretanto legalmente preservado o centro cai.

Obs, Já agora não há nenhum projecto para o espectacular cinema também ele transformado numa ruína?

14 comentários leave one →
  1. Bigdog permalink
    20 Junho, 2015 10:47

    Sabe o que são luvas dra Helena? É o que terão de fazer! Estamos em Portugal. TUDO nas autarquias é MUITO complicado.

    Qualquer licença demora meses. E..e… Com os fiscais das Câmaras é só SUBORNOS. Nada se consegue sem pagar por fora.

    Este PSD fez alguma coisa na educação e saúde. Às vezes com exageros, mas fez qq coisa.
    Nas autarquias? LOL Aquilo é do pior que se pode imaginar! Um sorvedouro de impostos feito por gente do mais incompetente e limitado que se pode imaginar!

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    • jmpg permalink
      20 Junho, 2015 11:29

      Gostava de saber o orçamento das autarquias do pais e de onde vem o dinheiro .As autar quias são um caso muito serio em gastos desnecessários e corrupção.

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    • Bigdog permalink
      20 Junho, 2015 11:55

      O dinheiro vem dos nossos impostos…. De onde haveria de vir? IMI, orçamento de estado, receitas extraordinárias,… Essas pessoas vivem dos nossos impostos.

      Eu pertenço a Sintra. Se você consultar o site da autarquia tem acesso a tudo, educação, lazer, desporto, TUDINHO, muito fácil!

      Só não tem acesso às contas (o orçamento) da autarquia (que SERIA, na verdade, O MAIS IMPORTANTE). É assim mesmo, dá para perceber certo?
      Imagine onde andam os seus impostos!

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  2. lucklucky permalink
    20 Junho, 2015 11:17

    Nada se pode fazer em Portugal.

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  3. Duarte de Aviz permalink
    20 Junho, 2015 11:51

    As generalizações e as médias são a arte da “desconversa”. Não se meçam todos pela mesma medida. Há menos de 3 meses submeti um projecto de reabilitação de uma casa antiga num concelho do distrito de Viseu e a respectiva câmara reviu e aprovou o projeto em menos de um mês. Não conheçia ninguém lá na câmara, o arquiteto é do porto e, para além das taxas devidas, não paguei nada a ninguém. Fui fui muito bem atendido por funcionários que me pareceram muito competentes e interessados em que eu gastasse o meu dinheiro no seu município. Para que conste o município é o de Stª Comba Dão. Boa gente por aqueles lados.

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  4. insider permalink
    20 Junho, 2015 12:11

    este caso não tem a ver com “cambras”…
    e os “parceristas” deviam limitar-se à gestão das actividades “coltorais”…


    Missão

    A DRC do Alentejo tem por missão, na respectiva circunscrição territorial e em articulação com os serviços e organismos centrais da Presîdência do Conselho de Ministros, na área da cultura:

    – a criação de condições de acesso aos bens culturais;

    – o acompanhamento das actividades e a fiscalização das estruturas de produção artística financiadas pelos serviços e organismos da área da cultura;

    – o acompanhamento das ações relativas à salvaguarda, valorização e divulgação do património cultural imóvel, móvel e imaterial;

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    • 20 Junho, 2015 20:55

      A DRC, como muitas drc’s que há por este país, limitam-se e duplicar o trabalho que podia perfeitamente ser feito pelos outros departamentos do Estado que já estão no terreno, complicando sempre que possível a vida das pessoas.
      Basta ver as primeiras duas competências..
      Então não é para isso que existe uma câmara municipal?
      Mas claro assim há sempre mais uns boys e girls que têm um emprego garantido.
      E depois lamentam-se que se grite que o funcionalismo público é um cancro incurável deste país.

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  5. 20 Junho, 2015 14:45

    pois nao se entende , nao . eesa malta das autarquias desertificou os centros , empurrou as pessoas para a periferia , destruiu a comunidade pq viver no centro significava viver num sitio de gente conhecida e viver nos arredores eh viver no deserto social ; nao contente com este resultado agora vao desertifica la de comercio ao impedirem a circulaçao automovel e o estacionamento. e a gente engole.
    os resultados dessas politicas de museu e de ” devolver a cidade aos peoes ” estao a vista em santarem , torres vedras , caladas de rainha e tal . mas insistem. pqp .

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  6. JCardoso permalink
    20 Junho, 2015 15:13

    Terá havido eleições na Dinamarca? A ver pelas capas dos jornais, não houve. E lá se foi a amiga dos selfies do Obama.

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  7. Luís permalink
    20 Junho, 2015 15:53

    O que não se entende é que as casas cheguem a este estado lastimável.

    Ou melhor entende-se.

    Na minha freguesia natal a maioria dos moradores do bairro social da vila, construído no início dos anos 90, viviam em casas com rendas congeladas. Os proprietários não faziam obras, as casas degradaram-se e começaram a ruir. Estão melhor agora no bairro social? Não estão. Quem começou a congelar as rendas? A Primeira República. Foi logo em 1910…

    Quando começou a orgia dos juros baratos, as autarquias começaram a comprar votos com o dinheiro que entrava das licenças de construção. Obviamente que não interessava a ninguém reconstruir. A negociata era esta: sabe-se de antemão se um terreno passa de agrícola a urbano, compra-se barato, daqui a uns vende-se e ganha-se uma pipa de massa. Depois é construir uns apartamentos ou moradias em banda, tudo com o máximo de betão, para render, sem espaços verdes, passeios largos ou sem estacionamento. Ganha a autarquia, o construtor, o emprego local, a Banca, o Governo. No longo prazo, perdemos todos. Portugal tem uma das maiores dívidas do mundo por causa da construção. Cerca de 70 a 80% da dívida privada, ao que parece, está enterrada em betão.

    Há 30 anos as condições de habitabilidade de muitos portugueses eram más. Mas o que sucedeu foi irracional. Abandonaram-se centros de vilas e cidades onde tínhamos um excelente parque habitacional, que entretanto se degradou imenso, e ocupámos periferias. A crédito. Ironicamente, quando não havia PDMs o país era mais ordenado.

    A fuga para as periferias e o povoamento disperso geraram mais despesa pública. Acessos, esgotos, iluminação. As novas áreas urbanas precisavam de infra-estruturas. Portugal tem um povoamento radicalmente diferente do espanhol em boa parte do país. Os nossos vizinhos continuam a ter povoações com limites bem definidos. Nós passámos a ter moradias dispersas ao longo das estradas nacionais e municipais. A EN 125, por exemplo, é hoje intransitável em parte devido ao desordenamento: em 30 anos converteu-se numa espécie de mega rua com mais de 100 quilómetros.

    A construção foi uma chico-espertice do poder político com resultados económicos desastrosos. Reparem que parte da Europa tem taxação das mais valias imobiliárias da valorização dos terrenos e por cá nem com a vinda do FMI se falou nisso.

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  8. castanheira antigo permalink
    20 Junho, 2015 16:27

    Os pequenos poderes nas câmaras municipais impedem muitas reabilitações . Basta a arquitecta da zona não ter muita apetência para o trabalho ou preferir o lazer e antes de estudar o processo logo encontra montes de obstruções ao licenciamento.
    As CMs recebem o IMI quer os edificios estejam podres e a cair de modo que não importa se há solução ou não para o edificio.
    Os arquitontos estão lá nas CMs para impedir e obstruir e não para ajudar e incrementar uma solução .Para eles e para as respectivas CMs é indiferente pois ambos recebem , uns no fim do mês o ordenado e os outros o IMI e outros impostos , enquanto os problemas continuam lá , com prejuízo da generalidade dos cidadãos.

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  9. José ferreira da Silva permalink
    23 Junho, 2015 08:33

    A recuperação urbana a não funcionar . Ao contrario do apregoado ainda esta quase tudo por fazer em recuperaçaõ urbana. Os poderes municipais são às vezes culpados , mas a maior parte das vezes são os poderes transversais (tipo IPPAR ) a criar os obstaculos .

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