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A arte independente na era da subsidiodependência II

27 Janeiro, 2008

Das Märchen: O desastre por Henrique Silveira.

Eu diria que esta obra abre novos parâmetros de autismo devido ao desfasamento total do compositor relativamente ao mundo real, o mundo do público, e à estética. A obra não é contemporânea no verdadeiro sentido, é uma obra formada de elementos oriundos dos anos cinquenta e sessenta do século XX, é uma obra sem rasgo, uma repetição sistemática de acordes e elementos seriais, uma obra sem forma, sem corpo e sem estrutura, uma obra autista e fechada, não transgressora, reaccionária. Uma desgraça que custou mais de um milhão de euros. Uma obra megalómana e mediocre que custou (entre outras coisas) o lugar a Pinamonti. Uma ofensa ao público e a quem paga impostos.

16 comentários leave one →
  1. LPedroMachado's avatar
    27 Janeiro, 2008 20:41

    Por favor, acabem com essa porcaria dos snapshots do template da WordPress!!! É insuportável!

    E uma sugestão: ponham um link em lugar de destaque para o Blasfémias antigo. Assim quem vier cá terá acesso fácil aos posts antigos.

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  2. Desconhecida's avatar
    Solid Water permalink
    27 Janeiro, 2008 21:02

    É impossível que uma peça cultural agrade a toda a gente. Mas não é por isso que os investimentos na cultura deixam de ser dos mais produtivos que há. Ou seja , percebe-se bem que o Estado subsidie a cultura. Mas como o dinheiro não dá para tudo têm que forçosamente se estabelecer critérios na selecção das peças a subsidiar. O problema é que os critérios serão sempre discutíveis.

    Esta critica à opera é isso mesmo : uma critica. Nada mais que isso.

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  3. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    27 Janeiro, 2008 21:19

    Aconselho a leitura deste artigo do Pedro Arroja. E digam-me se não estamos sob um Estado canalha.

    “his wife and children

    Dear Rui,

    May I tell you that until recently I was myself an arguido and I felt great about it. Now that I am not anymore an arguido, I must confess that I feel a little bit depressed. It all started when in late 2005 I paid my income tax. Six months later, early in 2006, I received a notice from the tax department to pay the same income tax again.

    You guess, I refused to pay it again. Soon it was found that this second request was due to a mistake by the tax department. They did enter my 2005 income tax payment as IRC (corporate income tax), rather than as IRS (personal income tax) as they should have done. Thus, in their records, I was at fault with my 2005 income tax payment.

    Even though it was the tax department mistake, they kept insisting that I should pay it again (with interest and fines), and then claim the reimbursement of my first payment. I kept refusing: it was their mistake, so they should correct the mistake, as I had paid my income tax as due. In June 2006 I got a new notice from the tax department and they were not kidding: either I would pay my 2005 income tax (which I had already paid) within 10 days, or my salary and banking accounts would be frozen (penhorados, as they like to say here in typical jargon).

    I complained forcefully. But to no avail. As the deadline approached and upon counselling from my accountant I paid again the very same 2005 income tax I had already paid, this second time with interest and fines, to avoid what seemed to me the more serious, professionally damaging consequences of having my salary and personal bank accounts frozen and being displayed in public as a relapsed taxpayer.

    Now, Rui, get ready for the big surprise. Three weeks later my salary and personal bank accounts were effectively frozen upon instructions from the tax department for alleged lack of payment of my 2005 income tax – which, may I say it again, I had already paid twice, the second time with interest and fines.

    Frankly, I really got mad that day, I must admit. I decided that I would write an article for a newspaper, which would be published three days later. I then sent a copy of the article by mail to the director-general of the tax department. At a given point in the article, referring to the Portuguese tax system, I stated: “Este é um sistema feito por canalhas e para canalhas (…)” and a few lines below, I added: “(…) e o Dr. (his name, the tax chief ) é o canalha número um”.
    .
    Rui, it is not always easy to translate from this rich, emotional Portuguese language into the much sober, rational English language. The term canalha is a case in point. Its meaning can range widely from small children to son-of -a-bitch. You choose.
    .
    The article was titled: “Dr. (his name, the tax chief): comendador e evadido fiscal”, as there were press reports in the country stating that he had forgotten to pay some of his taxes before taking up his position as tax chief. After just one year at the job former President Jorge Sampaio made him a comendador.

    By that time (June 2006) the tax department was making big headlines in national newspapers announcing record tax collections. Before presenting the director-general with my article, I wrote him in the same e-mail: “Sir, I learn from the newspapers, although I am not surprised at all, that tax collections are reaching record levels in the country. With your methods of tax collection even a vulgar thief (ladrão de vão-de-escada) could do much better”.

    The very same day the mail was sent, one of his assistants was phoning the newspaper to prevent publication of the article while other was phoning me at home saying that my salary and bank accounts would be immmediately unfrozen and that they would send me promptly a reimbursement cheque for my double income tax payment, which they eventually did. The article was never published.

    Three months later, I got a notice from the Department of Justice (DIAP) setting me up for a hearing as the director-general of the tax department had filled a criminal complaint against me for insulting and defamation. As my article had never been published and no defamation was apparently involved, the tax chief stated in his complaint that he had shown my mail to his wife and children and they were quite upset by the way I had treated their husband and father. I had just defamed the director-general before his wife and children. Then, he claimed a compensation worth four months his salary, about one hundred thousand euros (Rui, these people do not treat themselves badly, do they?).

    The day I showed up at DIAP I signed a paper that for the first time in my life made an arguido of me. At this time, if I can recall, the prime-minister was an arguido in the Freeport case, several mayors of large Portuguese cities were also arguidos in different cases, and so were several ex-ministers; the former president of a major trade union had been an arguido for a record setting twenty years. The big arguido of the time, though, was the President of the best soccer team in the country, two times European champion. I was thus in good company. (By the way, Rui, were you, by any chance, an arguido at the time?)
    .
    The criminal complaint filled by the tax boss would eventually turn into a formal accusation and two months later I was presented in court to an instruction judge. She decided to drop the case. My status as arguido turned acusado was over, it lasted for six months only. Neverthless, I decided to put it on my CV and intend to inform my grandchildren about it. I can already see them at school, proudly telling other kids: “My grandaddy was really a great man in this country. He was an arguido!”.

    The judge never admitted it explicitly, but I am still wondering whether in her decision to drop the case she concurred with my judgement that the tax chief was really a canalha (Rui, feel free to translate as you wish).”

    No http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/2008/01/his-wife-and-children.html

    Pior ainda. Além de um Estado canalha, vários colaboracionistas deixaram acanalhar. A começer por um jornal que teve medo de publicar um artigo dele. Depois, e aqui também uma vergonha, alguém vaio aos comentários do Blasfémias, atirar para cima do Arroja, dúvidas sobre a sua idoeneidade fiscal. E não só. Mostrando que a máquina fiscal não é isenta politicamente e tudo faz, inclusivé comentar em blogues, a situação fiscal de um bloguista. À altura, do Blasfémias.

    Hoje percebe-se melhor estas perseguições fiscais. E o estado a que chegou a pulhice estatal. Este é um Estado canalha. Um país que persegue os honestos e fecha os olhos aos desonestos e corruptos.

    Que país é este?

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  4. Desconhecida's avatar
    teste permalink
    27 Janeiro, 2008 22:01

    ….

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  5. Desconhecida's avatar
    tina permalink
    27 Janeiro, 2008 22:35

    É realmente uma vergonha deitar à rua tanto dinheiro de impostos, quando ainda há tantas necessidades básicas por satisfazer. Os subsídios à cultura são completamente imorais num país pobre como o nosso.

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  6. Desconhecida's avatar
    tina permalink
    27 Janeiro, 2008 22:43

    Em países subdesenvolvidos é que acontece muito isso, quem pode aproveita-se e esbanja os dinheiros públicos enquanto os pobres passam mal. Portugal ainda é um país muito subdesenvolvido como se pode ver pelos milhões gastos em “cultura” que não aproveitam a ninguém, os salários dos gestores públicos, as reformas acumuladas dos políticos, etc, enquanto há pessoas que têm de ter 2 empregos só para conseguirem sobreviver.

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  7. prof cvt's avatar
    27 Janeiro, 2008 23:29

    Volto a perder tempo com este blogue de liberais patetas culturais. O pateta liberal que recorreu à crítica de Henrique Silveira não está interessado no conteúdo (técnico e opinativo) da crítica citada, nem assistiu à ópera, nem deve pôr os pés há anos num teatro (a não ser para foleiradas com muito «público» – há quem goste de multidões, há quem não ache a multidão um critério estético, senão dever-se-ia ir a Fátima todos os anos não era??). O pateta que insiste neste caso está preocupado com o custo do subsídio de estado por espectador do S. Carlos e não com a crítica que cita. Pelo menos que seja honesto !!!

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  8. Desconhecida's avatar
    tina permalink
    27 Janeiro, 2008 23:36

    O Prof Cvt julga-se muito culto e superior mas não se abstém de insultar os outros. É uma fraude tal e qual o tipo de cultura que defende.

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  9. Desconhecida's avatar
    Prof Tvc permalink
    27 Janeiro, 2008 23:51

    O Prof Cvt pensa que é culto mas como os seus comentários demonstram é apenas um grunho amargurado.

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  10. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    28 Janeiro, 2008 03:25

    ASAE NELES!!!!!

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  11. Desconhecida's avatar
    estroncio permalink
    28 Janeiro, 2008 10:06

    Uma critica excessivamente destrutiva. Custa a acreditar que a C. Gulbenqian tenha feito assim tao má aposta.

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  12. Desconhecida's avatar
    João Miguel Pais permalink
    28 Janeiro, 2008 10:37

    Muito bem, o autor do post consegue fazer copy-paste. E que tal tentar ele próprio dar alguma opinião individual? Ou isso dá muito trabalho, por isso apenas copia a que lhe agrada?
    Esbanjamento de dinheiros públicos é pagar a um amador musical que se diz crítico para dizer disparates destes colando frases umas atrás das outras apenas tentando deitar abaixo, sem sequer se preocupar em fazer uma crítica consequente ou sequer imparcial. Já agora se vocês forem ler o blogue dele, desde há meses que ele diz que a ópera do Nunes vai ser intragável, tal como ele acha o mesmo de tudo o que ouve do Nunes.

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  13. CMF's avatar
    28 Janeiro, 2008 12:12

    Se fosse só o Henrique Silveira! Esperem por uma das próximas edições do Expresso (se calhar foi neste fim-de-semana).

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  14. Luís Lavoura's avatar
    Luís Lavoura permalink
    28 Janeiro, 2008 12:16

    Sempre os mais diversos Estados (e seus senhores, príncipes, etc) encomendaram obras musicais aos mais diversos compositores.

    Por exemplo, J.S. Bach.

    Naturalmente, de entre as muitas obras encomendadas dessa forma, umas são melhores do que outras, umas recebem mais aplauso do público do que outras.

    Isto são factos independentes do valor deta obra de E. Nunes, que não ouvi.

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  15. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    28 Janeiro, 2008 13:24

    Sempre os mais diversos Estados (e seus senhores, príncipes, etc) encomendaram obras musicais aos mais diversos compositores.Por exemplo, J.S. Bach.
    Naturalmente, de entre as muitas obras encomendadas dessa forma, umas são melhores do que outras, umas recebem mais aplauso do público do que outras.

    Por isso o público é que devia escolher se quer pagar ou não.

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  16. Desconhecida's avatar
    João Miguel Pais permalink
    28 Janeiro, 2008 18:59

    E escolhe, vai ou não vai.

    Engraçado este “debate” todo sobre uma ópera aqui neste site. A única coisa que não se discute é a ópera em si, isso parece que é secundário. O que interessa saber é quanto custou, e quanto é que se ganhou. Seguindo esse caminho, podem começar a fechar os teatros: desde que o cinema multisurround apareceu, é demasiado chato e caro estar a ouvir uns tipos fantasiados no palco, sem tiros nem gajas nuas nem nada. E continuando lá se irá a escrita – Rebelo Pinto vende muito mais que Lobo Antunes, a pintura – quadros são demasiado caros, fotos e grafitis são grátis, e etc., até que a referência cultural dominante seja a playstation e a tvi, e a imaginação desapareça. Se não dá dinheiro, não interessa, fora.

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