Pergunto
8 Fevereiro, 2008
Será que as autoridades judiciais encontram alguma utilidade em converter, ainda mais, o caso ‘Apito Dourado’ num conflito Lisboa vs. Porto? Muito para além das questões futebolísticas?
Existe alguma vantagem em publicitar divisões regionais entre procuradores? Ou entre estes e a PJ? Seria mesmo esse o objectivo das declarações de Morgado à RTP?
O sindicato dos magistrados do Ministério Público já avançou que as acusações da equipa de Morgado não atingem os procuradores do Porto – então a quem se destinam?
Ou será que toda esta confusão sem tom nem som apenas nos diz da impotência do nosso sistema judicial penal perante qualquer situação minimamente complexa?
13 comentários
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como tudo se passa no norte diria que isto é o
“pito dourado”
o apito é para o pinto, carago!
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PGR investiga arquivamento das FP-25
2003/09/23 | 11:30
Processo fechado está a gerar polémica na Procuradoria
A Procuradoria-Geral da República está a investigar o modo como foi encerrado o processo FP-25 de Abril.
Segundo a edição do Diário de Notícias, Souto Moura pediu informação detalhada ao Ministério Público no Tribunal da Relação, responsável pela decisão de deixar o caso transitar em julgado.
O processo correu na 3ª secção criminal daquele tribunal superior, coordenada por Maria José Morgado, que teve dois meses para recorrer para o Supremo Tribunal de Justiça.
Este processo, que apurou 18 mortes à mão armada, findou a 15 de Setembro.
O processo das FP-25 foi julgado na Relação no dia 1 de Julho deste ano, no seguimento de um recurso interposto pelo MP de primeira instância que discordou da sentença aplicada pelo Tribunal da Boa Hora, em Abril de 2001.
Os juízes deste julgamento ilibaram a maior parte dos arguidos envolvidos na organização FP-25, tendo aplicado penas somente aos «arrependidos».
Aquele tribunal superior, contudo, confirmou a sentença anterior e remeteu o seu acórdão para a 3.ª secção criminal. Entretanto, estava já definido que seria Maria José Morgado que se responsabilizaria por este processo, em substituição de José Rita, por motivos de doença deste.
Ninguém recorreu e o processo transitou em julgado, ou seja, encerrou. Agora Souto Moura quer saber o que se passou.
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Tudo “isso” é muitíssimo complicado e intrincado.
Já conectado com personagens que nunca previram que as pedras por eles atiradas poderiam estilhaçar alguns dos seus comportamentos e intenções…
Atingiu um grau de desenvolvimento tal, que após o “Eu Carolina”, se tudo –repito, tudo !– fosse investigado antes da detenção de PC em 2004 e post surgimento da nova heroína Carol (livro, filme, etc, etc), creio que o “Apito” desceria territorialmente e investigaria personagens tipo virgens ofendidas e acusadoras…
M.J.Morgado tem que mostrar resultados que justifiquem e provem o que disse e escreveu (o marido também…) acerca da corrupção no futebol. E há um culpado para apresentar na praça pública e a abater: PC.
O que eu “estranho”, é que o FCP continua pujante e conquistador e o meu SLB está cada vez mais desgovernado e perdedor, mesmo após “Apito Dourado” — porque será ? Porque as energias estão canalizadas para o “escândalo” AD ?
Este, não é o Sport Lisboa e Benfica honorável. É uma vez mais, um “Benfica à Benfica” azevedista versão vieirista.
Há, manifestamente, uma “luta” Lisboa-Porto-Lisboa dentro das investigações.
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As confusões da Morgadinha e o seu (dela) pito dourado:
Henrique de Souselas, moço rico , elegante e, para variar, entediado , deixa Lisboa e vai para a casa de sua tia Dorotéia, numa aldeia do Minho. Busca aí a cura para o seu mal: o tédio, a chateação. Logo fica bem, apaixona-se por Madalena – morgadinha que o trata com ironia. A prima de Madalena – Cristina – apaixona-se por Henrique. Este percebe que a morgadinha Madalena parece corresponder ao afeto de um professorzinho rural, Augusto. Ficam rivais, tratam-se mal. Constrói – se uma estrada de ferro no local ao mesmo tempo, são proibidos os enterros nas igrejas. Ocorrem confusões em torno dos acontecimentos e Henrique casou com Cristina e Augusto casou com Madalena.
E pronto, tudo acabou numa bela confusão.
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“muita parra, pouca uva”
mais uma má gistrada
enquanto os juizes não forem eleitos nem responsabilizados não há justiça nem estado de direito
irresponsável disse “tou-me cagando na justiça”
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“Ou será que toda esta confusão sem tom nem som apenas nos diz da impotência do nosso sistema judicial penal perante qualquer situação minimamente complexa?”
É essa a resposta certa, incluindo no “nosso sistema judicial penal”, as polícias. Todas.
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Quando o caso de corrupção mais grave dum país envolve única e exclusivamente futebol das duas, uma: ou temos uns cidadaos exemplares ou algo vai muito mal nesse país…
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Well… Tenho de perguntar à minha tia Justiniana, que tem umas fitas vermelhas na naftalina, para saber se uma agressão com barrote em bexiga, configura um acto de corrupção.
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O que mais perturba é o insupurtável sentimento de impotência.
Todos sabemos o que está mal e é isso. Não existem consequências, não se responsabiliza, não se limpa nada.
Mal estala a polémica deflagra o falatório, apontam-se dedos, voam acusações. Surgem investigações, processos e tribunais. Segue-se a ausência de desenvolvimentos, nada se vê fazer e o assunto desaparece da comunicação social. Novos escândalos agarram as atenções públicas e anos mais tarde tudo prescreve e é arquivado.
Não existe um real interesse em mudar o estado de coisas, pelo menos da parte de quem tem o poder para efectuar essas mudanças.
A nossa Justiça – que de justa tem muito pouco – é verdadeiramente irreformável.
A sensação que passa cá para baixo é de que grande parte dos políticos, altas personalidades do Estado, banqueiros, presidentes de clubes de futebol, etc., toda esta gente está comprometida, todos guardam segredos perigosos sobre si e todos conhecem os pecados uns dos outros.
Isto resulta numa cumplicidade do tipo: «não contes o sabes sobre mim que eu não conto o que sei sobre ti».
E não há maneira de se quebrar esta lógica porque o Parlamento (onde se faz as leis), o Governo (que as põe em prática) e os Tribunais (que as defendem), todas estas instituições são controladas por indivíduos implicados.
O sistema nunca poderá ser reformado por dentro.
E é esta falta de alternativas reais que, para quem não se conforma com isto, está na origem do insuportável sentimento de impotência.
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Com as leis processuais que temos, estes casos nunca serão punidos. Garantias e mais garantias dá nisto: a prova tem que ser muito próxima das fotografias em movimento e mesmo assim, só se forem autorizadas por um juiz…
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Não há dúvida, Portugal será pequeno, mas está bem dividido, com a corrupção maioritária a Sul, obviamente, se atrai e priva com os governos, ocupando o MP em intrigas de bufaria dirigidas ao Norte, por deixar prosseguir em voo plano e regalado os grandes tubarões do negócio.
Que só visto, e dá pra tudo.
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É a república, estúpido.
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Falar é fácil, fazer é bem mais difícil, exige trabalho e dedicação. A Super-Procuradora ainda anda à procura da primeira façanha (porque apanhar o Vale e Azevedo não me parece que seja grande obra)
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