Lucros da banca
20 Fevereiro, 2008
Este ano os lucros da banca estão a gerar algumas posições esquizofrénicas na opinião pública. É que é difícil compatibilizar a tese habitual dos lucros escandalosos da banca com a tese de gestão danosa no BCP ou com a tese de “enriquecimento sem justa causa” dos administradores. É que, se os lucros da banca são escandalosos então os salários dos administradores são mais que merecidos. E se houve gestão danosa no BCP não é possível que esse banco tenha tido lucros escandalosos.

O dinheiro não se perde; apenas muda de mãos.
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Ai,
E como se nota que o JM nao tem nenhuma hipoteca no presente nem com vistas ao futuro por pagar…
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É o máximo. Mas para que precisam os bancos de ter esses lucros? Para poderem ter aqueles ordenados? Que desperdicio.
Entao nao podiam ter menos lucros já que os seus clientes nao sao propriamente todos ricos?
lol
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Portanto basta haver bons lucros para que qualquer bónus, por mais extravagante, seja uma recompensa justa para os administradores. Mesmo em bancos onde pequenos accionistas/depositantes são induzidos a comprar acções em condições ruinosas. Mesmo em bancos onde prejuízos em operações mais que duvidosas são encobertos de forma ainda mais bizarra. Mesmo em bancos onde os funcionários são intimados a trabalhar a qualquer hora, qualquer número de horas, sem benefícios correspondentes. Se calhar, voltando a escravatura, os lucros ainda seriam melhores e as remunerações dos administradores poderiam ser ainda mais generosas…
Por outro lado, não consta que os lucros do BCP do exercício de 2007 sejam astronómicos.
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««Por outro lado, não consta que os lucros do BCP do exercício de 2007 sejam astronómicos.»»
Luis Rainha,
Mas isso é excelente. O administradores do BCP deviam ganhar ainda mais por terem conseguido esse bem social que é os bancos não terem lucros astronómicos.
Já agora, o que são lucros astronómicos? 550 milhões não conta como astronómico?
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1. Defendo que os administradores devem ser muito bem pagos e que uma parcela substancial da remuneração deve estar associada ao desempenho das empresas.
2. Lucros escandolosos só se forem baixos…
3. Mas, o relato contabilístico e restante informação prestada pela adm ao mercado deve ser vardadeiro e atempada.
4. Escandoloso, é mentir, e foi isso que a adm do BCP parece ter feito.
5. Escandoloso, é mentir, sobreavaliando os lucros, iludindo o mercado quanto ao desempenho da empresa, e auferir um pacote remuneratório com base numa sdituação falsa e falseada pelos próprios.
6. A informação é um bem preciso para economia e, por muito que custe ao João Miranda, os mercado de capital está longe da eficiência informacional.
7. É óbvio que a apresente situação dá azo aqueles que não defendem a economia de mercado ausarem argumentos, incluindo os esquizófrénicos.
8.É óbvio, que uma economia de mercado não assenta no pressuposto do homem (do empresário, do gestor…) impoluto, santo, honesto. Para esta visão chegou-nos o marxismo…
9. Mas, isto não nos impede de condenar este tipo de comportamento abusivo, precisamente para defender a economia de mercado
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««A informação é um bem preciso para economia e, por muito que custe ao João Miranda, os mercado de capital está longe da eficiência informacional.»»
E? Os mercados são ineficientes. Grande descoberta. A seguir terá que descobrir que a eficiência dos mercados não se decreta.
««Mas, isto não nos impede de condenar este tipo de comportamento abusivo, precisamente para defender a economia de mercado»»
Numa economia de mercado a única penalização eficaz para comportamentos abusivos é a falência.
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Não há nenhum post sobre o financiamento do PSD pela somague?
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“se houve gestão danosa no BCP não é possível que esse banco tenha tido lucros escandalosos”
!!!
No BCP não houve gestão danosa. O que houve foi gestão criminosa: falsificação das contas, logro dos acionistas e do mercado de capitais. O João Miranda ainda não percebeu isso? Ou o João Miranda é como o Paulo Pinto Mascarenhas, a quem ensinam as coisas mas continua a fingir não as perceber?
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A questão não se pode por nos termos do post :
1º) Os lucros nunca são escandalosos desde que provenham de actividades que ofereçam um produto concorrencial á sociedade , dentro do quadro legal vigente.
2º) Os ex-administradores do BCP , pelo vistos , geriram mal o banco, mas não deixaram de se auto atribuirem remunerações , indemnizações e reformas , nada condizentes com a qualidade do seu trabalho.
3º) Atribuiram benefícios também a alguns accionistas mais proximos,em detrimento de todos os outros.
4º) Os pequenos accionistas podem considerar-se roubados por aquelas administrações.
Em relação ao BCP não se aplica , portanto ,o raciocinio do post.
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Creio que o Luis Lavoura não percebeu o que está em discussão. O Luís Lavoura quer discutir gestão criminosa. Eu sou mais modesto e limito-me a discutir a gestão danosa. Tenha lá calma. Quando chegarmos ao seu tema de discussão poderemos finalmente discutir o que eu percebi ou deixei de perceber.
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««1º) Os lucros nunca são escandalosos desde que provenham de actividades que ofereçam um produto concorrencial á sociedade , dentro do quadro legal vigente.»»
Não é o que eu tenho lido por aí. Os lucros dos bancos são todos os trimestres apodados de escandalosos.
««2º) Os ex-administradores do BCP , pelo vistos , geriram mal o banco, mas não deixaram de se auto atribuirem remunerações , indemnizações e reformas , nada condizentes com a qualidade do seu trabalho.»»
O BCP não tem uma comissão de remunerações?
A comissão de remunerações não estabelece os critérios de remuneração de acordo com a performance?
««3º) Atribuiram benefícios também a alguns accionistas mais proximos,em detrimento de todos os outros.
4º) Os pequenos accionistas podem considerar-se roubados por aquelas administrações.»»
Não existe nenhum mercado de capitais no mundo em que os pequenos accionistas tirem o mesmo rendimento que os grandes. Caso contrário, os grandes não teriam nenhum interesse em lutar pelo controlo das empresas.
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Não, João. “Astronómico” face aos exercícios anteriores. Mas parece mesmo que está determinado em fazer de conta que não percebe bem o que se tem andado a passar no BCP. Nem a ver o ascendente que outros grupos têm sobre o aparelho estatal, aumentando os seu lucros de forma iníqua e contra a lógica do mercado.
Mas o melhor é mesmo esta sua frase: “Numa economia de mercado a única penalização eficaz para comportamentos abusivos é a falência.”
“Eficaz”, para quem, santo Deus? A empresa vai à falência; os accionistas e clientes sofrem. Mas que se terá passado entretanto com os seus administradores? Esses não terão já juntado aos seus bónus a liquidação das acções da própria empresa, bem antes desta ser castigada pelo mercado?
Mas você não aprendeu nada com casos como da Enron? Gostarei muito e um dia o ver a si como empresário. Aí logo sentirá na pele o doloroso intervalo entre a teoria e a prática…
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Caramba, caramba! E porque hoje o JM sentese atraido em falar dos lucros da banca? Será talvez para evitar falar dos lucros de empresas cuio fim último é o de financiar a certos partidos políticos?
Ja! A label aquí sería algo assim como: Com os seus lucros cada um faz o que quer…
(este comentario vai na mesma temática do que fiz Jose Manuel Faria)
La constructora Somague, filial en Portugal de Sacyr Vallehermoso, ha sido hoy condenada por el Tribunal Constitucional luso a pagar una multa de 600.000 euros por la financiación ilegal al Partido Social Demócrata (PSD) durante las elecciones municipales de 2001.
Aquí:
http://es.biz.yahoo.com/19022008/4/economia-empresas-somague-condenada-pagar-600-000-euros-multa-financiacion.html
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««Não, João. “Astronómico” face aos exercícios anteriores. »»
Logo, 500 milhões não é astronómico. Logo os administradores do BCP fizeram bem o seu trabalho. Contribuiram para o bem social que é a criação de bens não astronómicos.
««Mas parece mesmo que está determinado em fazer de conta que não percebe bem o que se tem andado a passar no BCP. »»
Eu percebo perfeitamente. Os valorosos administradores do BCP não tiveram lucros astronómicos e isso só pode ser bom.
««Nem a ver o ascendente que outros grupos têm sobre o aparelho estatal, aumentando os seu lucros de forma iníqua e contra a lógica do mercado.»»
Eu também sou contra a intervenção do Estado na economia. Creio que a responsabilidade pelas aclões dos agentes públicos é dos agentes públicos. São eles que têm que zelar pelo bem público e não os administradores dos bancos.
««“Eficaz”, para quem, santo Deus? »»
Eficaz para a economia. Os maus gestores são penalizados, quem fez maus investimentos é penalizados, o capital é realocado, os trabalhadores passam para empresas mais sólidas.
««A empresa vai à falência; os accionistas e clientes sofrem. »»
O sofrimento é o outro lado do lucro. Não há lucro sem risco de falência. E não pense que a estatização da economia resolve a questão. O risco de falência e o lucro são dois lados inseparáveis da mesma moeda.
««Mas que se terá passado entretanto com os seus administradores? Esses não terão já juntado aos seus bónus a liquidação das acções da própria empresa, bem antes desta ser castigada pelo mercado?»»
Só se os accionistas forem estúpidos. Mas se forem estúpidos, também não merecem outra coisa. Ou acha que um accionista que não zela pelos seus interesses deve ser premiado com a boa gestão do seu património? Cabe ao accionista zelar pelo seu património escolhendo bons administradores. Acho até estranho que o Luis Rainha se preocupe com os interesses dos coitadinhos dos milionários que não sabem escolher administradores.
««Mas você não aprendeu nada com casos como da Enron? »»
O caso Enron mostrou que os accionistas que não cuidam do seu património, que não vigiam os seus administradores vão à falência. É justo.
««Gostarei muito e um dia o ver a si como empresário. Aí logo sentirá na pele o doloroso intervalo entre a teoria e a prática…»»
Não percebi esse argumento. Está a sugerir que os empresários devem ser protegidos do risco só porque eu posso um dia vir a ser empresário?
Já agora: a função do empresário não é descobrir oportunidades de mercado correndo riscos? E o risco de falência não é a única forma de evitar que os empresários escolham mal as suas administrações? Acha que os empresários devem ser protegidos das suas más escolhas?
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tudo isto devido ao excelente economista doutor vara
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Claro que o financiamento do PSD é motivo de notícia. Talvez não para todos.
Entretanto cá vão alguns endereços onde se pode ler a notícia.
http://www.tsf.pt/online/portugal/interior.asp?id_artigo=TSF188514
http://jn.sapo.pt/2008/02/20/nacional/psd_e_somague_condenados_a_multas_mi.html
http://dn.sapo.pt/2008/02/20/nacional/psd_pede_auditoria_desde_2001_e_envo.html
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Só uma ou duas coisas: já me viu a escrever algo contra lucros, “astronómicos” ou não seja de quem for? Não? Claro; é que eu até sou empresário e prezo muito o lucro das minhas empresas pois sem ele eu não vivia.
“Só se os accionistas forem estúpidos”? Mas está mesmo a falar a sério? Não falamos do Berardo e de outros accionistas “milionários”; sim de milhares e milhares de pequenos accionistas sem know-how nem músculo financeiro para afectar seja o que for. E, voltando ao caso Enron, de pensionistas que se vêem de súbito sem futuro por motivos que de todo os ultrapassam. E como fica essa entidade para si secundária, os trabalhadores da empresa falida?
E não vê como este caso BCP vem provar que uma administração ardilosa até consegue enfiar barretes a accionistas vigilantes (pelo menos até que as “comadres” de zanguem, claro).
Não acho que um empresário deva ser protegido das suas escolhas. Sim das patifarias alheias. E de abusos de posição dominante; mas essa já será outra conversa.
Mas gostarei mesmo de ver o seu lançamento empresarial, sobretudo numa área de intensa concorrência. Depois, falaremos sobre as virtudes ou malefícios de alguma regulação…
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tadinhos dos pensionistas que investiram na enron, tivessem escolhido melhor onde investir ou guardado debaixo do colchão! FODA-SE!!! espera-se agora que o raínha venha defender que se proteja as empresas onde existam actualmente investimentos de pensionistas a receberem dividendos “astronómicos” face aos pensionistas conservadores
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Machista e burro. O fundo de pensões da empresa incluía uma proporção apreciável de acções da própria Enron. Essa prática é hoje ilegal nos EUA, graças a este caso.
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Dou apenas um exemplo de um coso corriqueiro. Recebo mensalmente factura de um leasing que tenho no BCP. Uma delas extraviou-se? não a recebi. pedi ao BCP uma 2º via da factura pois necessitava para a minha contabilidade. Qual não foi o meu espanto quando me foi cobrado 6,66 €.
Se eu fizesse o mesmo a algum dos meus clientes, era logo chamado de ladrão.
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1. Já descobri que os mercados são ineficientes… Também, já descobri que vale a pena pugnar pela maior eficiência de mercados…, o que, parece-me, o João Miranda ainda não descobriu…
2. As empresas podem falir por vários motivos… Essa ideia – muito do senso comum – de associar a falência à gestão fraudulenta é errada, perigosa e contra a lógica da economia de mercado.
3. Um dos pontos fortes da economia de mercado é que permite o falhanço: não são raras as histórias de grandes empresários que começaram as suas carreiras com falhanços empresariais, isto é falências.
4. “Numa economia de mercado a única penalização eficaz para comportamentos abusivos é a falência.” Errado. Poderá ser, como foi no BCP, a substituição do CA. Senão vejamos: O João Miranda aceita (creio eu) que existiram comportamentios abusivos no BCP. Vai dai, decreta-se a falência do banco (qualquer outra penalização seria ineficaz, nas suas palavras). Mais um passo, e o João defende uma economia de mercado sem empresas, ou geridas por homens/mulheres perfeitos…
5. A falência é uma penalização para os accionistas. A quebra de valor das empresas é uma penalização para os accionistas ( falência é o caso limite de quebra de valor). E para os gestores? Reformas douradas…
6. O João Miranda não se deve esquecer do pequeno pormenor da separção entre propriedade e gestão. Se o mundo fosse tão fácil como o JM o vê as questões de corporate governce não existiam
7. Finalmente, um dos foruns para penalizar de comportamentos ilegais deve ser em sede de direito. Ou não?
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««sim de milhares e milhares de pequenos accionistas sem know-how nem músculo financeiro para afectar seja o que for.»»
Andamos a brincar. Não há mescado nenhum no mundo que possa proteger os pequenos accionistas de má gestão. E só um pequeno accionista muito estúpido é que compra acções a contar que pode de alguma forma controlar o risco de má gestão. Mas isso é uma regra do jogo. Qualquer mercado que prometa ao pequeno accionista uma boa gestão do seu investimento está a defrauda-lo. Nenhum mercado accionista pode prometer isso. Comprar acções é um negócio de risco. Quem compra tem que aceitar esse risco. Quem não percebe isto não devia comprar acções.
««E, voltando ao caso Enron, de pensionistas que se vêem de súbito sem futuro por motivos que de todo os ultrapassam.»»
Desculpe, mas um accionista ou alguém que escolhe um fundo de pensões faz opções pelos quais é responsável. Toda a gente sabe quais são os riscos.
«« E como fica essa entidade para si secundária, os trabalhadores da empresa falida?»»
Não percebi. Está a defender que as empresas privadas não devem falir por causa dos trabalhadores? Mas então assim é fácil ter lucros. Arrisca-se. Se resultar entra lucro. Se não resultar, alguém impede a falência. É esse o tipo de sistema empresarial que o Luis Rainha defende?
««E não vê como este caso BCP vem provar que uma administração ardilosa até consegue enfiar barretes a accionistas vigilantes (pelo menos até que as “comadres” de zanguem, claro).»»
O Luis Rainha acredita na virgem. Acha mesmo que os grandes accionistas não foram cúmplices da administração em tudo? Acho que por esta altura já devia ser mais que óbvio que o BCP funcionou como uma cooperativa de crédito em que os accionistas não eram remunerados através da distribuição de lucros mas através de crédito mais barato. Acha mesmo que aqueles gajos da Teixeira Duarte e outros andaram a dormir durante 25 anos?
««Mas gostarei mesmo de ver o seu lançamento empresarial, sobretudo numa área de intensa concorrência. Depois, falaremos sobre as virtudes ou malefícios de alguma regulação…»»
Mas em que é que isso constitui um argumento para a discussão?
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««O João Miranda aceita (creio eu) que existiram comportamentios abusivos no BCP. »»
Curiosamente, os principais accionistas do BCP nunca se queixaram, excepto quando viram uma oportunidade de ganhar poder com isso.
««Vai dai, decreta-se a falência do banco (qualquer outra penalização seria ineficaz, nas suas palavras). »»
Mas o banco não está falido. Deu lucro de 550 milhões.
««. A falência é uma penalização para os accionistas. A quebra de valor das empresas é uma penalização para os accionistas ( falência é o caso limite de quebra de valor). E para os gestores? Reformas douradas…»»
Quem tem que se preocupar com as remunerações dos administradores são os accionistas. São eles que as pagam.
««6. O João Miranda não se deve esquecer do pequeno pormenor da separção entre propriedade e gestão. Se o mundo fosse tão fácil como o JM o vê as questões de corporate governce não existiam»»
Claro que as questões de corporate governance existem, mas não são um problema público. São um problema dos accionistas.
«« Finalmente, um dos foruns para penalizar de comportamentos ilegais deve ser em sede de direito. Ou não?»»
Ninguém fez queixa aos tribunais.
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Estávamos a discutir a “estupidez” desses accionistas, segundo o João única razão para que existam administrações ineptas ou desonestas. Como vê, já começou a dar com excepções a essa regra. Por outro lado, os riscos que o mercado promete não são os decorrentes do roubo, da fraude, sobretudos oriundos da própria administração! É também para isso que deve sempre existir alguma regulação.
Depois, não sei se os pensionistas da Enron ou da WorldCom tiveram essa escolha. Ou se essa escolha, quando “imposta” pelo empregador a gente sem grandes conhecimentos ou poder, é justa e equilibrada.
Claro que, como bem sabe, não defendi “que as empresas privadas não devem falir por causa dos trabalhadores”. Estava apenas a apontar que a eficácia do seu sistema de controlo, entregue apenas ao mercado, pune as empresas e os trabalhadores (que nem tinham sequer entrado na sua equação). Mais uma razão para um mínimo de controlo atento.
Quanto ao caso BCP, sei bem em que acredito, pois até já fui accionista indirecto, tendo-me evadido a tempo. Outras contas de outro rosário.
A sua putativa entrada no mundo empresarial é apenas uma pequena provocação, não um argumento. O Adam Smith também pregou contra o sentido de humor? Talvez não; mas escreveu bastante sobre ética de negócios.
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««Por outro lado, os riscos que o mercado promete não são os decorrentes do roubo, da fraude, sobretudos oriundos da própria administração!»»
Não? Porquê? Desde quando é que um investidor ao investir pode pressupor que não existirão ilegalidades? Só um investidor inepto é que parte desse princípio.
«« É também para isso que deve sempre existir alguma regulação.»
Curiosamente, a regulação no caso do BCP falhou, mas não assume nenhuma responsabilidade. Belo mundo, este o da regulação que não garante absolutamente nada nem assume responsabilidades.
««Depois, não sei se os pensionistas da Enron ou da WorldCom tiveram essa escolha. Ou se essa escolha, quando “imposta” pelo empregador a gente sem grandes conhecimentos ou poder, é justa e equilibrada.»»
Mas afinal as pessoas são tótós que não são responsabilizáveis pelos empregos que escolhem nem pelo planos de reforma a que essas escolhas estão associados?
««Estava apenas a apontar que a eficácia do seu sistema de controlo, entregue apenas ao mercado, pune as empresas e os trabalhadores (que nem tinham sequer entrado na sua equação).»»
Mas então os trabalhadores quando escolhem uma empresa não têm responsabilidade por essa escolha?
«« Mais uma razão para um mínimo de controlo atento.»»
E se o controlo atento falhar, os trabalhadores são indmenizados? As autoridades reguladoras são responsáveis pelos resultados, ou só estão lá para prevenir os casos do passado? Por exemplo, se as medidas pós-Enron continuarem a não impedir casos semelhantes, quem é que se responsabiliza? E se tiverem efeitos inesperados e não pretendidos, quem é que se responsabiliza?
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“gestão danosa no BCP”
O JM não quer dizer bem “gestão danosa”, quer dizer “gestão maldosa”, quer dizer “gestão faltosa”, quer dizer gestão ‘dsgjlosa”, quer dizer aquela coisa em que haviam uns gajos a dizer mal uns dos outros.
Já percebi
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Hoje, pode pressupor que anda alguém a vigiar essa malta. A regulação falhou miseravelmente no BCP; mas não é por escapar uma dúzia de ladrões à PSP que se acaba com ela ou se conclui pela sua inutilidade.
Isso da “responsabilidade” é muito esclarecedor no seu mundo de teoria. Mas diga-me se uma secretária, um administrativo ou um operário terá informação ou know-how para questionar as intenções de um empregador poderoso e aparentemente benévolo…
Olhe: as tais “medidas” tomadas nos EUA pelo menos já impedem a excessiva exposição dos fundos de pensões Às flutuações das próprias acções. Isso já não é maus de todo.
E quem atirou com o CEO da WorldCom para a choça por 25 anos também ainda não está convencido de que a falência das empresas seja mesmo a única punição e dissuasão eficaz.
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Sabe qua1 é a medida dos 1ucros fabu1osos do BCP e seus magníficos gestores e mi1ionários ?
1,3 mi1 Mi1hões de Euros que vão ser agora injectados na situação 1íquida do banco!
E vão ser injectados porquê,pergunta o João Miranda?
Porque os prejuízos foram escondidos nos off-shores e não se fizeram as provisões necessárias para manter os rácios obrigatórios!
É isto João Miranda o que você tanto admira!E já agora será que os muitos Mi1hões de Euros serão injectados pe1a CGD?
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“E vão ser injectados porquê,pergunta o João Miranda?
Porque os prejuízos foram escondidos nos off-shores e não se fizeram as provisões necessárias para manter os rácios obrigatórios!”
Há outras alternativas, como vender activos, por exemplo, e nem teriam que ser muitos, mas gestores que só sabem crescer não gostam desse tipo de medidas.
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Será desta vez que algum blasfemo se digna comentar a nacionalização do NORTHENROCK? Acham que é um facto relevante ou apenas incómodo para as cabecinhas liberais?
Fico à espera.
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jcd
No essencia1 é a mesma coisa.O que está em questão é que nem os 1ucros nem os magníficos gestores,ao contrário do que afirma o Jm,não existem.Num país decente,os gestores teriam que devo1ver os incentivos e as indemnizações e responder crimina1mente pe1as fraudes.
Tudo ao contrário do que afirma JM!
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Não, Luís, o que está em causa é que o BCP utilizou a sua capacidade de emprestar dinheiro ao máximo legal e, ao primeiro contratempo, quebrou os limites. Bastará ao BCP não renovar os plafonds de algumas carteiras de financiamentos durante uns meses e volta aos limites legais. Os gestores é que nunca gostam esse tipo de medidas. A situação é muito semelhante à da CML. Têm que encolher um bocadinho, mas não querem.
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««O João Miranda aceita (creio eu) que existiram comportamentios abusivos no BCP. »»
Curiosamente, os principais accionistas do BCP nunca se queixaram, excepto quando viram uma oportunidade de ganhar poder com isso.
Comentário: É um comportamente racional, não é?
Claro, que há que esclarecer se se queixaram quando viram uma oportunidade de ganhar com isso ou quando tomaram conhecimento de (o problema da informação assimétrica)ou, ainda, se havia partilha de interesses entre a adm e alguns accionistas.
Agora, o argumento ético é que as operações realizadas merecem reprovação independentemente da existência de queixas ou não. Espero, que o João Miranda não defende que para haver crime ou dolo, ou investigação dos mesmos , tem que haver queixinhas…
««Vai dai, decreta-se a falência do banco (qualquer outra penalização seria ineficaz, nas suas palavras). »»
Mas o banco não está falido. Deu lucro de 550 milhões.
Comentário: quem quer penalizar o BCP com a falência é o João Miranda, não sou eu.
Ou então, segundo o seu raciocínio, defende a impunidade de quem prevaricou (já que a única penalização é a falência).
Uma ligeira correçãoeconómica (não contabilística): deve retirar ao lucro do exercício o ajuste directo ao capital próprio de 220 milhões de euros (jornal de negócios, 20 de fev, pp 6)
««. A falência é uma penalização para os accionistas. A quebra de valor das empresas é uma penalização para os accionistas ( falência é o caso limite de quebra de valor). E para os gestores? Reformas douradas…»»
Quem tem que se preocupar com as remunerações dos administradores são os accionistas. São eles que as pagam.
Comentário: Correcto. Atal queixinha do Joe Berardo é uma manifestação desta preocupação. Agora, mesmo que os accionistas não se preocupem com a eventual ilicitude inerente à remuneração da adm (prémios pagos por um desempenho não verificado)a reprovação ética de tais práticas permanece.
««6. O João Miranda não se deve esquecer do pequeno pormenor da separção entre propriedade e gestão. Se o mundo fosse tão fácil como o JM o vê as questões de corporate governce não existiam»»
Claro que as questões de corporate governance existem, mas não são um problema público. São um problema dos accionistas.
comentário: não são um problema público no sentido socialista do termo. São um problema público na medida em que a redução dos conflitos de interesse favorece o desenvolvimento de uma economia de mercado, são um problema público na medida em que há que acautelar o interesse de todos os accionistas, incluindo os pequenos.
Um exemplo muito simples: a sociedade anónima é uma das maiores invenções empresariais. A escolha entre uma Lda, uma SA ou uma empresa de resposabilidade ilimitada é um problema dos sócios. A existência de um enquadramente legal que dê força vinculativa a estas formas jurídicas de realidades empresariais é um problema público.
«« Finalmente, um dos foruns para penalizar de comportamentos ilegais deve ser em sede de direito. Ou não?»»
Ninguém fez queixa aos tribunais.
Comentário:
Não? A expressão “sede de direito”, está em sentido lato, abrangendo instituições como a CNMVM e o BP. Há investigações na CMVM e no Banco de Portugal, ao que se sabe promovidas pelas queixas de um accionista de sua graça Joe Berardo.
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Nós somos um povo com uma sina daquelas! Apregoam-nos que não há dinheiro, que é necessário reduzir o deficit! Engoliram a cassete do deficit! Que por causa dele é preciso apertar o cinto, culpam professores que, com as condições que lhes dão, fazem autênticos milagres, que é preciso fechar escolas, maternidades e urgências, etc. E afinal, os bancos fazem lucros milionários e não pagam os impostos devidos, os administradores públicos e privados (muito fracos por sinal) são uma espécie de marajás, os especuladores ganham milhões e, de forma legal, não pagam um tostão ao fisco, etc. E ainda assistimos a meia dúzia de pacóvios saloios a dizer: sim senhor, fazem eles muito bem! MAS QUE MERDA DE PAÍS É ESTE?
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««quando tomaram conhecimento de (o problema da informação assimétrica)»»
Realmente. Coitado do Berardo e da Teixeira Duarte. São sempre os últimos a saber.
««Não? A expressão “sede de direito”, está em sentido lato, abrangendo instituições como a CNMVM e o BP. Há investigações na CMVM e no Banco de Portugal, ao que se sabe promovidas pelas queixas de um accionista de sua graça Joe Berardo.»»
Mas então se há essas investigações todas qual é exactamente o problema? alguém defendeu que a lei não deve ser aplicada? O que me parece é que neste caso não se quer aceitar as regras do jogo. Nenhum dos grandes accionistas é um coitadinho. Nenhum dos pequenos accionistas pode esperar que os mercados lhes dêem tanto pode como aos grandes. Os salários dos administradores não são ilegais nem foram obtidos à revelia dos accionistas. Eventuais conflitos podem ser resolvidos nos locais próprios.Os órgãos próprios não têm que resolver questões morais. Os lucros dos bancos são o que são. A cultura anti-capitalista que motiva todas estas críticas não tem lugar nos mercados. Caso encerrado.
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««comentário: não são um problema público no sentido socialista do termo. São um problema público na medida em que a redução dos conflitos de interesse favorece o desenvolvimento de uma economia de mercado, são um problema público na medida em que há que acautelar o interesse de todos os accionistas, incluindo os pequenos.
Um exemplo muito simples: a sociedade anónima é uma das maiores invenções empresariais. A escolha entre uma Lda, uma SA ou uma empresa de resposabilidade ilimitada é um problema dos sócios. A existência de um enquadramente legal que dê força vinculativa a estas formas jurídicas de realidades empresariais é um problema público.»»
Mas isso não está tudo já incorporado na lei? Não está o banco de Portugal e a CMVM a investigar?
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O que está aqui em causa é só isto:i) Foram negadas informações aos regu1adores e accionistasII) foram prestadas informações fa1sas iii)As contas apresentadas pubicamente não traduzem a verdadeira situação patrimonia1 do banco iiii)Os gestores receberam remuneraçãoes a que não tinham direito iiiii)os gestores receberam indemnizações a que não têm direito iiiiii)foram distribuídos dividendos que não correspondem aos resu1tados do banco (qua1 será o efeito disto nas contas da CGD/EDP/Ga1p e
como consequência na Conta Gera1 do Estado?Os 3% vão á vida?)
A não ser que ter 1ucros ou prejuízos deem sempre o direito aos gestores de receberem o que querem!Houve práticas numa empresa cotada em bo1sa que prefiguram fraudes do foro crimina1 que devem ser investigadas!
Como é que estes senhores recebem mi1hões depois de fazerem esta monumenta1 fraude?
É para contro1ar estes crimes que o PS e o governo 1á co1ocaram os boys?
jcd a tentativa de fazer crer que estamos só(?) perante des1eixo e má gestão não co1he!Mesmo que fosse assim continua a não perceber-se as mi1ionárias remunerações!
E não esqueça que o aumento de Capita1 traduz a tentativa de repor a situação 1iquida afectada como está pe1a reposição dos prejuízos!
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Desde 2000, pelo menos, que a gestão (investimento) do BCP, tem sido desastrosa, veja a quntidade de emissões. a furia de obter fundos, leva ao aliciamento, do aforrador, com emprestimos para
comprar papel do banco. Os acionistas de referencia esses fazem dinheiro na bolsa com as oscilações criadas e provocadas.
Neste momento o conselho e administração, coeçam em panico e toda agente tenta safar-se e inicia-se a barafunda e o banco a afundar-se na sua liquidez. Os grandes acionistas, começam a
assustar-se e viram o dente e vem as cartas anónimas, a passagem de informação a nivel dos colaboradores que participaram nas
movimentações e è ai que entram o regulador e o BP a defenderem a pele pela sua passividade. O governo apercebeu-se que lhe ia
rebentar a cstanha no seu meio financeiro e apressa-se a dar ordem, à Caixa Geral de Depositos, que intervenha enviado dois ou 3 elementos, que ponham mão, na confusão estabelecida! Alguem acredita que o Ferreira foi voluntario? com a reforma dourada a
2 ou 3 anos a Caixa a carburar (não haverá desperdicio) ia ser
voluntario para uma missão de bombeiro? Claro que não, Socrates só lhe ficava bem, ter nomeado uma Comissão de gestão, de forma séria, o que era acusação oficial, da inepcia da administração
e dos seus aproveitamentos. Fazer uma nacinalização por 6 meses?
O BP, nomear uma comissão de acompanhamento? mas os acionistas de referencia, estavam apavorados, depois de terem alimentado este farró…………Assim temos um administrador eleito por maioria do dinheiro, cuja medida, pelo que se acaba de ver, <<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<é varrer o lixo para debaixo da
carpete, injectar dinheiro com um emprestimo, que alguem deu as garantias necessarias e indispensaveis (Caixa?) quanto vai custar esse dinheiro, vai chegar? sim, porque quem não tenha dividas no BCP, faz-se ao largo, pessoal, com mais qualificação
parte, empresas de notação fazem revisão ao psicionamento do banco,………Em breve uma OPa vai surgir de um grupo de bancos do exterior…….aguardo sentado!
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Após o João Miranda encerrar o caso, caso encerrado (exercício de autoridade legítimo por parte do accionista/gestor do blog)
Apenas duas breves nota, que não reabrem o caso: a troca de comentários que o seu post suscitou é interessante.
Segunda nota: aprecio o vosso blog e as opiniões dos participantes, incluindo as suas.
Bom trabalho no blog.
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só mais uma mentira:
http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1320291&idCanal=57
ps:
isto só interessa aos accionistas? Errado. Interessa a outros stakeholders, nomeadamente aos CLIENTES. Ou ser debitado por 160 euros por uma revisão de spread de 0,0001% não é um crime público?
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