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Tourear à espanhola *

22 Fevereiro, 2008
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Fala-se muito das primárias norte-americanas mas as eleições espanholas de 9 de Março afectam-nos bastante.
Zapatero, uma espécie de António Guterres um pouco mais comprido, após ter sido abalroado por uma vitória inopinada (fruto da desastrosa reacção do PP aos atentados do ’11-M’), julgou poder ficar na História reconciliando-se com a ETA (falava-se no Nobel!). Para isso, fez tréguas no momento em que essa organização estava quase agonizante. Ano e pouco depois, já reconstituída, a ETA regressou às actividades da sua preferência: matar indiscriminadamente.

Num ápice, Zapatero mascara-se de grande inimigo dos terroristas, confessando, depois do leite (ou do sangue) derramado, que tinha sido um “erro”. De apologista da concórdia a todo o custo, é vê-lo, agora, a acusar Mariano Rajoy, do PP, de não apoiar a luta anti-terrorista com furor suficiente.

* Publicado no Correio da Manhã, em 21.II.2008

16 comentários leave one →
  1. fat christ permalink
    22 Fevereiro, 2008 11:23

    O homem resolveu o problema da eta. Ou eles iam a bem ou iam presos. Nao foram a bem, está tudo preso. Nada mais natural.

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  2. Lololinhazinha permalink
    22 Fevereiro, 2008 11:57

    A leitura também pode ser outra:
    Zapatero acreditou que conseguia resolver o problema pela via diplomática (porque a eta parecia “quase agonizante”)e tentou resolve-lo. Fez bem.
    Constatando o fracasso está duplamente legitimado a atacar a ETA por formas menos simpáticas.

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  3. 22 Fevereiro, 2008 12:08

    Pode ser essa a leitura. E é a que o PSOE faz aqui. Mas não acredito – quis repetir a ‘façanha’ da retirada do Iraque, fazer um a política ‘nova’. Mas encontrou uma organização velha e cheia de truques.
    O resto foi a boa herança de Aznar.

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  4. Zenóbio permalink
    22 Fevereiro, 2008 13:39

    CAA,

    Ainda não entendi como se pode ser contra a ETA aqui ao lado e a favor do UÇK lá na província Sérvia do Kosovo. É o factor distância que conta?
    A partir de quantos kms do seu local de residência, pode um grupo terrorista dar ares de respeitabilidade, aspirar à independência e ser considerado interlocutor válido?

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  5. 22 Fevereiro, 2008 13:46

    «Ainda não entendi como se pode ser contra a ETA aqui ao lado e a favor do UÇK lá na província Sérvia do Kosovo.»

    Diga lá onde escrevi que era a favor do UCK.

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  6. 22 Fevereiro, 2008 14:47

    “fruto da desastrosa reacção do PP aos atentados do ‘11-M’”?

    O PP sempre disse que os atentados tinham sido da ETA. Ainda não foi provada essa não autoria, aliás tudo aponta para uma cooperação ETA/Al qaeda.

    Houve aqui nitidamente um aproveitamento politico por parte do PSOE dessa questão.

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  7. 22 Fevereiro, 2008 14:55

    Mas quem a ferros mata a ferros morre.

    E por cá espero que o nosso PM também tenha do mesmo. A eleição de Sócrates foi um golpe de estado perpetuado por um socialista na presidência da república.

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  8. kadaum permalink
    22 Fevereiro, 2008 15:10

    O Rajoy e o padrinho dele, Aznar, podem ter todas as virtudes que o CAA lhes der, não teriam é a maior de todas, se não lhes fosse dada pelos obispos y curas de Espanha, com todo o atraso de la Iglesa ao lado, coisa única em que Portugal, com a ajuda de deus e da República se adiantou a nuestros hermanos, progressiva e positivamente para bien de un portuga.

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  9. Lololinhazinha permalink
    22 Fevereiro, 2008 15:13

    “O PP sempre disse que os atentados tinham sido da ETA. Ainda não foi provada essa não autoria”

    É o mundo ao contrário! Agora têm que se provar as não autorias dos atentados! Já alguém provou a que a FLAMA não foi autora?

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  10. kadaum permalink
    22 Fevereiro, 2008 15:13

    Y sa lixe lá o Rajoy mais os obispos falangistas de Espanha, que é a coisa mais ridícula que lá se vê, depois dos toiros.

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  11. 22 Fevereiro, 2008 15:26

    Lololinhazinha,

    “Agora têm que se provar as não autorias dos atentados”

    Claro só assim Zapatero terá razão. Foi nesse pressuposto (de que a ETA não estava implicada nos atentados), que ele ganhou as eleições e que iniciou um processo de conversações com um grupo terrorista.

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  12. Lololinhazinha permalink
    22 Fevereiro, 2008 15:35

    “Foi nesse pressuposto (de que a ETA não estava implicada nos atentados), que ele ganhou as eleições e que iniciou um processo de conversações com um grupo terrorista.”

    Zapatero ganhou as eleições porque Aznar, embora insistiu na tese da culpa da ETA depois de já serem conhecidas provas que apontavam para a al-queda. E insistiu nisso porque não lhe dava jeito nenhum que depois de ter apoiado os USA contra a opinião maioritária dos espanhóis lhe viessem fazer um atentado no jardim.
    Os espanhóis não gostaram de saber pela comunicação social estrangeira que não era para a ETA que as provas apontavam. E como são espanhóis e não portugueses, não perdoaram a manipulação.

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  13. 22 Fevereiro, 2008 15:56

    Zapa é um grande Basco!

    Pensava ele, que poderia em Espanha, ser amigo dos homossexuais, travestis, consumidores de hax….e aí o Espanhol tradicional diz “los cujones, hombre”……mas, tocarem-lhe nos “cujones”, que é como quem diz na bem amada Pátria!

    No.

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  14. 22 Fevereiro, 2008 16:01

    Lololinhazinha,

    São opiniões,

    Para mim a manipulação foi em sentido oposto e Zapatero beneficiou disso. Depois só teve de manter a teoria durante o mandato. E ai se justifica a troca de posições em relação à ETA.

    Eles (ETA) é que ficaram a ganhar, condicionaram umas eleições, passaram mais de 3 anos a reoganizarem-se sem ninguém os chatear, etc.

    É assim o diálogo tem destas coisas… Mas como disse o povo conseguirá perceber essas coisas e decidir na hora certa. Esperemos pelos resultados das eleições.

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  15. J.Pereira permalink
    22 Fevereiro, 2008 17:31

    O Ceropatatero,ou Bambi,(versâo Alfonso Guerra),fez essa coisa maravilhosa de recriar a atmosfera “dialogante e democrática” da Espanha de 1934…
    Para amenizar ainda mais o ambiente , uns pirómanos , ignorantes da História tal como ela é , não a história côr-de-rosa que alguns gostariam que fosse ,”obrigaram” o Kosovo a ser independente…
    Se calhar o outro tinha razão -“Viva la Muerte”…

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  16. 22 Fevereiro, 2008 21:11

    Antiterrorista!
    Antiterrorista é como eu me sinto ao pelejar contra o terrorismo gramatical.
    As regras para o uso do hífen na prefixaçao são tão simples, que qualquer aluno do ensino básico as domina e, seguramente, poderia ensiná-las a um qualquer professor universitário.

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