Espírito burocrata.
A história, tal como foi noticiada pela TVI, no seu Jornal das 20h., conta-se assim: uma mulher que há 13 anos fez uma cesariana no Hospital de Évora (Hospital Espirito Santo), viveu, desde então, com uma ligadura de cerca de 20 cm, no intestino. Na realidade, tal ligadura foi esquecida durante a referida intervenção a que se submeteu em 1994 e, perante as dores persistentes, os seus médicos assistentes decidiram, agora, operá-la, pensando que iriam retirar-lhe um tumor….
Descoberto e noticiado o esquecimento dos cirurgiões e enfermeiros de há 13 anos atrás, o caso divulgou-se, tornou-se público e a paciente falou à TVI (só quer que lhe peçam desculpa e que reconheçam o erro que lhe causou dores durante anos e, agora, a perda de parte do intestino!).
A administração do Hospital conhece a história. Falou à reportagem da TVI e reconheceu o sucedido, acrescentando que poderia até equacionar a abertura de um inquérito, desde que a paciente apresentasse, por escrito e formalmente, uma queixa …..provavelmente, redigida de acordo com uma determinada “norma” ou procedimento que, concerteza, estará previsto burocraticamente num qualquer obscuro formulário de actos dos utentes, adoptado pela adminsitração do Hospital (terá pensado, sem o dizer, o administrador entrevistado!).
Entretanto, do pedido de desculpas pretendido pela paciente…ainda nada!
Talvez a administração do Hospital esteja, também, à espera de uma qualquer solicitação formal, por escrito, com a assinatura da requerente reconhecida nos termos legais.

Aconteceu exactamente o mesmo com uma amiga minha que fez cesariana no Hospital da Cruz Vermelha em Lisboa. Teve de ser operada 1 mês depois para tirar a ligadura esquecida. Mas a médica escreveu “objecto estranho” no relatório e o seguro é que pagou tudo!… Não usaram instrumentista. O instrumentista é que faz a contagem de todos os objectos, não é? Não devia ser permitido fazer operações sem instrumentista.
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O que a senhora devia fazer era processá-los e arrancar-lhes até ao último tostão a que tem o direito. Só quando lhes vão ao bolso é que percebem. E o pagamento de tudo isso viria de penhora de parte dos intervenientes na operação.
Mas não, a responsabilidade vai, de novo, morrer solteira, como é costume por estas paragens mal frequentadas.
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penhora dos ordenados dos intervenientes, leia-se…
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Rajoy ganhou.
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Errar neste tipo de intervenção, pode ser erro humano, negligência, ou falta de cuidado?
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O que está em causa é o muito generalizado: “ainda não tive conhecimento oficial”
“Já me disseram mas não sei de nada”.
“Só quando receber o ofício é que vou saber”.
Acho muito bem que tenha escrito este post.
É preciso acabar com esse espírito do formulário, do carimbo, da assinatura reconhecida.
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“concerteza” não!
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O que é que a Ordem dos Médicos diz a isto? Ou também está à espera de uma petição escrita com assinatura reconhecida?
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Então não é que essa badalhoca se quer meter com médicos?
É mais uma que os vem chatear com doenças. Se não gostou da operação que não pagasse.
Agora que chegou a casa é que se queixa?
Como é que ela prova que não foi ela que andou a estragar o que os médicos fizeram bem?
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