Desemprego e lucros escandalosos
19 Março, 2008
Há uma outra hipótese que poderá explicar porque é que os empresários não contratam licenciados. Um empresário que aproveite todas as potencialidades do mercado corre sérios riscos de ter lucros escandalosos. Ora, como sabemos, os lucros escandalosos são seriamente desincentivados pela sociedade portuguesas. Os lucros escandalosos são imorais. Sendo assim, os empresários, estando conscientes das suas obrigações sociais, estão deliberadamente a abdicar de uma oportunidade de negócio que se fosse aproveitada os levaria a cometer um ilícito social. E ainda bem. Quando os empresários não têm lucros escandalosos vivemos todos numa sociedade melhor.
30 comentários
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Isto é quase tão rebuscado como dizer que a burguesia é burguesia para o bem do povo.
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Afinal os empresários não querem ter lucros. E por isso não contratam pessoas até licenciados.
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Muitos empresários não contratam licenciados porque são empresários de vistas curtas. Ou seja : têm a mentalidade de patrões donos de quinta.
Quanto aos lucros escandalosos, todos nós sabemos que boa parte dos chamados lucros escandalosos tem por trás uma neblina que esconde a forma como foram obtidos. Não há transparencia. Diz o ditado popular: quem não rouba ou não herda tem uma merda. Mais; quem não deve não teme.
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Os lucros só sao escandolosos quando sao à custa de alguém que beneficia muito pouco, comparando com os lucros.
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Anónimo Diz:
19 Março, 2008 às 2:36 pm
Completamente de acordo com o seu comentário
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Gostava que o Investigador JM dissertasse sobre a “Geração 500 euros”, em contraponto da “Geração 1.000 euros”, de Espanha.
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Outra hipótese é não contratar licenciados e despedir trabalhadores para a pessoa nomeado para a presidência de uma empresa pública poder treplicar o seu “misero” salário.
Quando questionado por uma deputada de uma comissão do parlamento para as consequências desse aumento a dita pessoa disse “Quero lá saber!”.
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Então, não festejam?
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Vocês partem do principio que ter uma licenciatura é igual a maior capacidade de trabalho , o que não é linear ,tendo em conta aliás a qualidade de muitos cursos que para aí andam. E sem dúvida que a falta de preparação em matemática condicionou muitos “licenciados” a escolherem cursos de Letras , saturando o mercado de juristas , psicólogos , sociólogo e cursos do género e indo direitos às fileiras dos desempregados , porque a escapatória para o ensino acabou.
E nas empresas, por exemplo , operários altamente qualificados ainda são deficitários , assim como engenheiros das mais variadas àreas , desde civil , informático ,electrotecnico a mecánico.
E não vão obrigar uma empresa de rolamentos a contratar juristas para lhes afinarem as máquinas ou controlarem a qualidade dos óleos , pois não?
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ahahah…
Que argumentação astuciosa para justificar (mais uma vez) o estafado assunto dos “estanhos” lucros da banca! Não são só os licenciados competentes que determinam bons lucros. Também os Off-Shores, publicidade enganosa, arredondamentos, cartelização ou monopólio, benesses fiscais dos governos, etc etc, contribuem (e muito) para que umas poucas empresas privilegiadas apresentem os tais lucros.
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Diz a minha tia Gina Vasconcelos, que a maioria dos nossos empresários não são licenciados. Se contratassem licenciados, arriscavam perder o pé.
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««Que argumentação astuciosa para justificar (mais uma vez) o estafado assunto dos “estanhos” lucros da banca!»»
Repare que eu não tenho que justificar absolutamente nada. Apenas noto a existência de uma moral pública e quais são as consequências previsíveis dessa moral. Os empresários portugueses deviam ser elogiados por não terem lucros e muito menos lucros escandalosos.
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««Diz a minha tia Gina Vasconcelos, que a maioria dos nossos empresários não são licenciados. Se contratassem licenciados, arriscavam perder o pé.»»
Isso devia-nos fazer pensar. Então os licenciados são menos empreendedores que os não licenciados?
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Carlos Diz:
19 Março, 2008 às 3:38 pm
ahahah…
Que argumentação astuciosa para justificar (mais uma vez) o estafado assunto dos “estanhos” lucros da banca! Não são só os licenciados competentes que determinam bons lucros. Também os Off-Shores, publicidade enganosa, arredondamentos, cartelização ou monopólio, benesses fiscais dos governos, etc etc, contribuem (e muito) para que umas poucas empresas privilegiadas apresentem os tais lucros.
CERTÍSSIMO.
Apenas falta a parte dos combustíveis, energias e telecomunições. Há mais algum sector com lucros tão altos?
A razõe está explicada anteriormente.
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Apesar de eu não ter aptência alguma para ser empresário sei no entanto que os nossos são fraquitos. Penso não existir aqui nenhuma incongruência. Por isso sei também que os nossos empresários aumentariam muito os seus lucros se contratassem mais licenciados. É claro que os lucros escandalosos são imorais. Mas este problema tem uma solução muito simples: repartir os lucros adicionais pelos trabalhadores.
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««É claro que os lucros escandalosos são imorais. Mas este problema tem uma solução muito simples: repartir os lucros adicionais pelos trabalhadores.»»
Mas porque é que um empresário haveria de arriscar o seu capital para depois repartir os lucros com os empregados? O lucro é o incentivo do investimento. Se não há lucro, ou se o lucro é inferior ao que se consegur noutras actividades, então os empresários não vão investir.
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“O lucro é o incentivo do investimento.”
Claro que sim. Quando disse que deveriam repartir os lucros adicionais pelos trabalhadores, esqueci-me de dizer que a parte de leão deveria ficar com o proprio empresário. Penso que se procedesse assim já ninguém diria que estavamos perante um ilícito social.
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Tirei agora uma lissençiatura em organizassão e produssão de heventos.
Haxam que vou ter lucros excanladosos?
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“Então os licenciados são menos empreendedores que os não licenciados?
”
Então as Universidades deveriam ter cursos de “Empreendedorismo”.
ps – com especialização em roubo.
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Caro Nuspirit,
Neste ponto penso que JM tem razão. O empresário não precisa dividir lucros com os empregados para provar nada. Poderá fazê-lo se verificar que com isso cria ainda mais lucros.
Os lucros de que estamos a falar (aqueles pouco justificados), são de condenar, sejam ou não distribuídos pelos empregados. Devemo-nos queixar dum governo que permite que uma financeira pague uma taxa de imposto sobre os lucros por volta de 12% ou que permite que as empresas de Água, Electricidade, Gáz, Estradas, Comunicações… (funcionando em monopólio)… coloquem os preços onde querem.
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“Mas porque é que um empresário haveria de arriscar o seu capital para depois repartir os lucros com os empregados?”
Vê-se mesmo que o JM nunca trabalhou numa empresa em que se atribuem “stock-options” aos Quadros Superiores e Quadros Médios. Isto é normal, na generalidade das empresas multinacionais, e até em algumas nacionais (…ainda que muito poucas).
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««Vê-se mesmo que o JM nunca trabalhou numa empresa em que se atribuem “stock-options” aos Quadros Superiores e Quadros Médios. Isto é normal, na generalidade das empresas multinacionais, e até em algumas nacionais (…ainda que muito poucas).»»
Pois, mas essas empresas não o fazem por sentirem alguma obrigação de partilhar lucros com os funcionários.
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“Pois, mas essas empresas não o fazem por sentirem alguma obrigação de partilhar lucros com os funcionários”.
Fazem-no por obrigação de ….ganharem mais lucros, mantendo funcionários mais bem remunerados e mais motivados.
Mas, em Portugal, isto é laracha….
Ainda, que no BCP, muitos dos funcionários, das primeiras vagas, tenham ganho fortunas com “stock-options”. Aliás, como na Sonae. E o “milagre” dá-se.
Hoje, a generalidade das empresas dá aos seus colaboradores 500 euros no Ano 1, 510 euros no Ano 2, 525 euros no Ano 2, e…….quando chegar ao décimo ano de empresa, deverá ganhar para aí uns 630 euros…..isto é, se não for para a rua, antes…
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Once JM always JM,
.
E ao fim destes anos todos ainda há uma legião que não percebeu os seus mind games.
.
Algumas das respostas devem-lhe dar um gozo quasi orgásmico!
.
ehehehe
ccz
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Depois de ler este magnífico post, só há uma conclusao a tirar:
Joao Miranda quer convencer-nos de que é virgem.
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Excelente o post.
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Conclusão: o João Miranda tem lucros escandalosos.
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João
Eu gostaria sinceramente que me explicasse a razão pela qual insiste em ridicularizar o facto de haver efectivamente situações em que o lucro obtido pelas empresas é “imoral” no sentido em que não reflecte a mais valia criada para a sociedade ao invés de procurar explicar a razão pela qual esse lucro é sempre precisamente essa mais valia. Gostava, porque apesar de provavelmente não concordar consigo certamente ficariamos mais “ricos” em termos de conhecimento. Assim podemos rir um bocado das suas “boutades” (e eu confesso que acho piada) mas não aprendemos tanto quando poderiamos. Rir também faz falta é certo …
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Por alguma (inteligente) razão, as grandes multinacionais distribuem uma grande parte dos seus lucros pelos seus colaboradores e de variadas formas.
É… é verdade! O tempo das pirâmides, feitas à força do chicote, acabou. O patrão (amo) que se convencer que, pagando pucochinho, vai sacar muito do seu empregado (escravo)… está muito mal enganado.
Estes, já conhecem o antídoto para tão grande mal…
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«Os lucros só sao escandolosos quando sao à custa de alguém que beneficia muito pouco, comparando com os lucros.»
Exacto anónimo. É basicamente isso. As empresas mais “modernas” até já têm maiores preocupações com o bem estar dos seus trabalhadores, facultando-lhes serviços de conforto ou gratuitamente ou a preços mais convidativos. Em nome do aumento da produtividade, claro. Não será puro altruísmo, mas é uma situação win-win.
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