Tem de se ler
13 Abril, 2008
«O dr. Rui Gomes da Silva continua a manifestar uma obsessão preocupante com o controlo dos meios de comunicação social. Já o fizera na sua breve, mas impressiva, passagem pelo governo, ao exigir o controle das intervenções de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI, uma estação privada, note-se. (…)
Na verdade, em vez de andarem a perder tempo com este género de porcarias, o que os responsáveis do PSD nos deviam explicar é o que tencionam fazer à RTP, quando e se alguma vez regressarem ao poder. A ver se não repetem a triste e má figura que fizeram, quando por lá passaram da última vez.»
“o nosso pequeno dr. goebbels“, por Rui Albuquerque
23 comentários
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Eh, esse gajinho já andou pelas desgraças e queda a fundo do Benfica, depois pelo breve reinado de sanatanas e promete, leva a crer o chici-espertismo, só não ajuda a deitar abaixo coisa em que não meta o bico. Um desastrado, já a sua mãe dizia, que, desde a infância, já pegando um copo de água, uma chávena de café com leite ou simples taça de fruta, se entusiamava tanto que, eufórico da posse, tudo deitava a perder, um reizinho egoísta. E sempre assim foi na vida.
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Estou para ver se o psd vai mesmo seguir em frente com o requerimento para ouvir o director da rp sobre esse assunto, como disse. Se acontecer será uma sessao imperdível. A AR deve ficar vermelha de vergonha.
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“O PSD vai apresentar na próxima semana na Assembleia da República um requerimento dirigido à RTP para questionar os critérios e os custos da “contratatualização externa” de um programa com a jornalista Fernanda Câncio.”
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=337825&visual=26&rss=0
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E se o Sócrates acabar o namoro com a Câncio, o PSD retira o requerimento ?
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Cretinismo? Apropriado.
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Um link para a notícia do Expresso vinha mesmo a calhar.
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A propósido do “Tem de se ler” aproveito para transcrever um artigo de António Barreto, hoje do Público:
Angola é nossa!
13.04.2008, António Barreto Retrato da semana
“Holocausto em Angola” não é um livro de história. É um testemunho. O seu autor viu tudo, soube de tudo
Só hoje me chegou às mãos um livro editado em 2007, Holocausto em Angola, da autoria de Américo Cardoso Botelho (Edições Vega). O subtítulo diz: “Memórias de entre o cárcere e o cemitério”. O livro é surpreendente. Chocante. Para mim, foi. E creio que o será para toda a gente, mesmo os que “já sabiam”. Só o não será para os que sempre souberam tudo. O autor foi funcionário da Diamang, tendo chegado a Angola a 9 de Novembro de 1975, dois dias antes da proclamação da independência pelo MPLA. Passou três anos na cadeia, entre 1977 e 1980. Nunca foi julgado ou condenado. Aproveitou o papel dos maços de tabaco para tomar notas e escrever as memórias, que agora edita. Não é um livro de história, nem de análise política. É um testemunho. Ele viu tudo, soube de tudo. O que ali se lê é repugnante. Os assassínios, as prisões e a tortura que se praticaram até à independência, com a conivência, a cumplicidade, a ajuda e o incitamento das autoridades portuguesas. E os massacres, as torturas, as exacções e os assassinatos que se cometeram após a independência e que antecederam a guerra civil que viria a durar mais de vinte anos, fazendo centenas de milhares de mortos. O livro, de extensas 600 páginas, não pode ser resumido. Mas sobre ele algo se pode dizer.
O horror em Angola começou ainda durante a presença portuguesa. Em 1975, meses antes da independência, já se faziam “julgamentos populares”, perante a passividade das autoridades. Num caso relatado pelo autor, eram milhares os espectadores reunidos num estádio de futebol. Sete pessoas foram acusadas de crimes e traições, sumariamente julgadas, condenadas e executadas a tiro diante de toda a gente. As forças militares portuguesas e os serviços de ordem e segurança estavam ausentes. Ou presentes como espectadores.
A impotência ou a passividade cúmplice são uma coisa. A acção deliberada, outra. O que fizeram as autoridades portuguesas durante a transição foi crime de traição e crime contra a humanidade. O livro revela os actos do Alto-Comissário Almirante Rosa Coutinho, o modo como serviu o MPLA, tudo fez para derrotar os outros movimentos e se aliou explicitamente ao PCP, à União Soviética e a Cuba. Terá sido mesmo um dos autores dos planos de intervenção, em Angola, de dezenas de milhares de militares cubanos e de quantidades imensas de armamento soviético. O livro publica, em fac simile, uma carta do Alto-Comissário (em papel timbrado do antigo gabinete do Governador-geral) dirigida, em Dezembro de 1974, ao então Presidente do MPLA, Agostinho Neto, futuro presidente da República. Diz ele: “Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano. Não dizia Fanon que o complexo de inferioridade só se vence matando o colonizador? Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos. Tão arreigados estão à terra esses cães exploradores brancos que só o terror os fará fugir. A FNLA e a UNITA deixarão assim de contar com o apoio dos brancos, de seus capitais e da sua experiência militar. Desenraízem-nos de tal maneira que com a queda dos brancos se arruíne toda a estrutura capitalista e se possa instaurar a nova sociedade socialista ou pelo menos se dificulte a reconstrução daquela”.
Estes gestos das autoridades portuguesas deixaram semente. Anos depois, aquando dos golpes e contragolpes de 27 de Maio de 1977 (em que foram assassinados e executados sem julgamento milhares de pessoas, entre os quais os mais conhecidos Nito Alves e a portuguesa e comunista Sita Valles), alguns portugueses encontravam-se ameaçados. Um deles era Manuel Ennes Ferreira, economista e professor. Tendo-lhe sido assegurada, pelas autoridades portuguesas, a protecção de que tanto necessitava, dirigiu-se à Embaixada de Portugal em Luanda. Aqui, foi informado de que o vice-cônsul tinha acabado de falar com o Ministro dos Negócios Estrangeiros. Estaria assim garantido um contacto com o Presidente da República. Tudo parecia em ordem. Pouco depois, foi conduzido de carro à Presidência da República, de onde transitou directamente para a cadeia, na qual foi interrogado e torturado vezes sem fim. Américo Botelho conheceu-o na prisão e viu o estado em que se encontrava cada vez que era interrogado.
Muitos dos responsáveis pelos interrogatórios, pela tortura e pelos massacres angolanos foram, por sua vez, torturados e assassinados. Muitos outros estão hoje vivos e ocupam cargos importantes. Os seus nomes aparecem frequentemente citados, tanto lá como cá. Eles são políticos democráticos aceites pela comunidade internacional. Gestores de grandes empresas com investimentos crescentes em Portugal. Escritores e intelectuais que se passeiam no Chiado e recebem prémios de consagração pelos seus contributos para a cultura lusófona. Este livro é, em certo sentido, desmoralizador. Confirma o que se sabia: que a esquerda perdoa o terror, desde que cometido em seu nome. Que a esquerda é capaz de tudo, da tortura e do assassinato, desde que ao serviço do seu poder. Que a direita perdoa tudo, desde que ganhe alguma coisa com isso. Que a direita esquece tudo, desde que os negócios floresçam. A esquerda e a direita portuguesas têm, em Angola, o seu retrato. Os portugueses, banqueiros e comerciantes, ministros e gestores, comunistas e democratas, correm hoje a Angola, onde aliás se cruzam com a melhor sociedade americana, chinesa ou francesa.
Para os portugueses, para a esquerda e para a direita, Angola sempre foi especial. Para os que dela aproveitaram e para os que lá julgavam ser possível a sociedade sem classes e os amanhãs que cantam. Para os que lá estiveram, para os que esperavam lá ir, para os que querem lá fazer negócios e para os que imaginam que lá seja possível salvar a alma e a humanidade. Hoje, afirmado o poder em Angola e garantida a extracção de petróleo e o comércio de tudo, dos diamantes às obras públicas, todos, esquerdas e direitas, militantes e exploradores, retomaram os seus amores por Angola e preparam-se para abrir novas vias e grandes futuros. Angola é nossa! E nós? Somos de quem? Sociólogo
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Também foi o CAA que os aconselhou a fazerem agora essa desgraçada campanha “se Menezes for Primeiro Ministro haverá Regionalização”?
Ainda bem que fazem a campanha agora, porque assim perdem mais de metade dos possíveis votantes em Menezes.
Eu, por exemplo, até ontem votaria nele. Agora já não.
Não gostaria de ter as Fátimas Felgueiras, os Valentins Loureiros, os Isaltinos Morais, os Avelinos Ferreira Torres, com mais poder ainda.
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«Não gostaria de ter as Fátimas Felgueiras, os Valentins Loureiros, os Isaltinos Morais, os Avelinos Ferreira Torres, com mais poder ainda.»
Esses que cita são filhos queridos do centralismo. Foi nele que vivificaram. Foi o centralismo que consentiu as suas tropelias. Não a regionalização que não temos.
É completamente irracional culpar ‘avant la lettre’ um modelo organizativo da AP por causa de irregularidades que brotaram do modelo em que se está.
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Mas 30 anos depois o que se passa em Angola ainda é culpa nossa?
Quanto á regionalização o perigo é criar mais uma classe política que temos que alimentar.
Sim á descentralização, assente na coordenação do poder autárquico eleito,com grande experiência do terreno!
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Luis Moreira Diz:
13 Abril, 2008 às 6:47 pm
Mas 30 anos depois o que se passa em Angola ainda é culpa nossa?
Não.Não se fez ainda é o julgamento dos responsáveis ao estado a que aquilo chegou…
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Os assassínios, as prisões e a tortura que se praticaram até à independência, com a conivência, a cumplicidade, a ajuda e o incitamento das autoridades portuguesas
António Barreto está muito enganado.
Aquilo não eram autoridades portuguesas, eram uns amanuenses do Partido Comunista Português que por lá andavam mascarados de militares.
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Oh, balha-me deus, o meu ruizinho já é assim invejoso e toliinho, desde pequeno, ai, desde menino.
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Julgamento? O culpado já morreu há muito! E o 25 de Abril afastou os outros culpados.São contas antigas.Nada nem ninguem impede que os actuais governantes façam obra que se veja.
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E podem aproveitar, na AR,
para rever o processo da jornalista mal classificada no concurso da RTP, para Madrid.
Que foi para Madrid.
Governo PSL.
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“são filhos queridos do centralismo. Foi nele que vivificaram. Foi o centralismo que consentiu as suas tropelias. Não a regionalização que não temos.”
Pois pois. No momento das eleições são eles que ganham. Invente as teorias que quiser. Não valem nada nas urnas.
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“Aquilo não eram autoridades portuguesas, eram uns amanuenses do Partido Comunista Português”
Quer então dizer na sua que continuamos sem autoridades portuguesas. Neste momento são os amanuenses do Partido Socialista.
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gostava de estar na mesma situação mas não pode
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Aquilo não eram autoridades portuguesas, eram uns amanuenses do Partido Comunista Português que por lá andavam mascarados de militares.
O quê? O Rosa Coutinho não era militar? Era e é. E o Costa Gomes? E o Otelo?
O que António Barreto escreve no seu artigo, só merce uma palavra: NOJO!
A “descolonização exemplar” é a página mas vergonhosa da nossa História. (Mas que aproveitou, e continua a aproveitar a muitos, isso é verdade. E não só aos “amanuenses do PCP”.)
Para que serve o TPI? Não é para julgar crimes contra a Humanidade? Como este?
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A política mete nojo. E com poíticos deste calibre, mais nojenta se torna.
Haja pachorra para assistir a estes disparates.
É assim que querem conquistar o poder? Limpeza geral destes tipo de políticos…
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Este tipo de episódios tristes tem a utilidade de nos fazer perceber a qualidade e profundidade dos assuntos que ocupam as cabeças dos nossos políticos.
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Nunca percebi de Púlica como agora, pões é muito fácil de ver, ouvir, o que se passa.
Nunca no nosso País aconteceu uma coisa assim, que aliás todos sabem.
No meu ver só tenho a dizer que esse senhor José Socratas já lá está há muito tempo. Tempo demais para por o nosso País como está, a solução mais rápida e fazer eleições quanto antes, de contrário onde nós vamos parar!.?…….Teimoso, é o quero posso e mando.
Terão que o por na rua o mais rápido possivél. É esta a minha opinião.
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