Ainda é Abril (2)
«Cubanos» é um termo que Alberto João Jardim foi usando ao longo dos tempos para depreciar os políticos do contenete. Confesso que nunca alcancei verdadeiramente o seu significado. Até á semana passada.
Após provocação injuriosa do presidente do governo regional da Madeira aos deputados representantes dos eleitores madeirenses, aguardava-se, (e obviamente foi a única coisa que motivou algum interesse por tal visita), que o Sr. Silva, ainda que de forma subtil, reparassse tal ofensa ao povo e ao normal funcionamento das instituições. Afinal, é para isso que lhe pagam. Debalde. O Sr. Silva passeou-se pela ilha como se estivesse de visita oficial ás Bahamas. Melhor dizendo, a Cuba. O único gesto que foi capaz de conceder foi o de receber, particularmente, no hotel, fora do programa oficial, os líderes de alguns dos partidos da oposição. A forma quase clandestina como o fez, de forma a que nunca tais deputados participassem em actos oficiais, é em tudo semelhante aos cuidados (aí sim, mais compreensíveis) que alguns líderes europeus tem aquando de visita a Havana: sempre estabelecem contactos com oposicionistas, evidentemente de forma discreta, mas apoiando-os e dando um sinal ao regime. Agora estava explicado: os «cubanos» de AJJ são os exilados. O contenente é Miami.
E o sr. Silva manteve intacto o seu «direito de reserva». Mas estou em crer que não é para ser reservado que o elegeram.

O emmerdecimento de vento em pôpa.
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É direito ou dever de reserva?
Excelente posta.
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O dever de reserva da actualidade substitui o bolo rei de outros tempos. O Mr. Silva (de facto, só faltou arranjarem-lhe um intérprete lá na sua visita ao estrangeiro) ainda não deve ter percebido bem que por mais lúcido que seja o seu pensamento e os seus dotes intelectuais, de vez em quando é preciso exprimir qualquer coisa. Uma vez que desde que foi eleito ainda não abriu a boca, mesmo que tivesse sido rapatado por extra terrestres e substituído por um malfeitor, nós jamais daríamos por alguma coisa.
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Os pastéis de Belém vão continuar a vender-se bem, mesmo depois do sr. Silva sair do Palácio.
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Com Cavaco Silva confirmou-se aquilo que tenho vindo a dizer há anos: o Presidente da República é uma figura politicamente irrelevante e que, cada vez mais, no sistema de governo português assume as características de um objecto estranho. Cavaco está a fazer a pobre figura que, antes dele, Jorge Sampaio desempenhou. Passa pelos exactos mesmos vexames que parecem ser independentes do carácter das pessoas e derivarem quase que automaticamente do próprio cargo e da forma como, ao longo deste tempo todo, o mesmo foi assimilado pelo sistema político.
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Penso que Cavaco Silva teve a sua cota parte em não se ter abraçado o logro OTA, e sem dúvida que por vezes tem-se mais eficácia com discrição do que com espavento,mas neste caso as afirmações de Alberto João ultrapassaram o que pode ser aceite em democracia, Cavaco deveria ter recebido os lideres da oposição na residência oficial do ministro da república.
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Não creio que o termo “cubanos” venha de Jardim, estive na Madeira pela primeira e única vez em Abril de 77, na viagem de finalistas do liceu e, qualquer bandalho madeirense nos chamava assim.
Acho que Jardim ainda não era presidente da paróquia.
Fiquei sem vontade de voltar.
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Claro que não levam os cravos!!!!!!!!
Porque esta pseudo-revolução não foi para benefício do povo e está à vista, só não quem é cego,há por aí muitos que têm a mania que vêem.Por isso apesar de tudo ainda são os mais coerentes, não são tão hipocritas que os outros.
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