Antevisão das Directas

Rui Rio já tinha dado o mote na sua recente entrevista à RTP1. Posteriormente, Aguiar-Branco na Antena 1 e Marcelo na sua “homília” dominical confirmaram: a campanha de Manuela Ferreira Leite vai transformar as Directas numas “primárias” para a escolha do candidato “laranja” a 1º ministro. Não faltarão teses alarmistas do género “ou nós ou o dilúvio” e MFL vai ser guindada ao pedestal da competência suprema e única para o cargo. Isto em simultâneo com a menorização de Pedro Passos Coelho a que irão tentar colar a imagem do “catraio que veio da Jota”, o “rapaz com largo futuro, mas ainda verde para estas andanças”. Toda a campanha de MFL irá pois consistir num discurso de sentido único para o aparelho, de cambiantes tecnocráticos, agitando-lhe a cenoura do poder de que aquele está ávido e garantindo-lhe a sua superior “credibilidade” para o conquistar. Hoje estará no Porto rodeada dos “notáveis” do Norte e de todos os presidentes de câmara do distrito (excepto Menezes), que terão sido “convidados” por Rui Rio e a quem evitarão desfeitear, não vá o homem ascender amanhã a ministro das finanças e vingar-se na lei do financiamento autárquico.

Santana deslumbrou-se com Berlusconi e arrisca-se a entrar no ocaso. Sem apoios logísticos por parte das distritais do Porto e de Lisboa, entalado entre os “barões incumbentes” e o challenger Passos Coelho em crescendo, fará uma campanha centrada como sempre no seu ego e repleta dos habituais queixumes por tanta maldade sofrida. Terminará com um resultado patético e rodeado apenas dos seus fidelíssimos Rui Gomes da Silva, Pedro Pinto e José Raul dos Santos.

Pedro Passos Coelho voltou ontem a diferenciar-se ao apresentar os valores da candidatura e ao assumir-se claramente como liberal, o que denota coragem a rodos, já que, como é sabido, os liberais comem criancinhas ao pequeno-almoço…

Os valores representam um bom argumentário para falar para fora e para o militante adormecido e desiludido que raramente vota. Por outro lado, são um excelente contraponto aos interesses reunidos por trás da candidatura de MFL. Tarda porém a vir para o “terreno” e arrisca-se a perder o Norte, que hoje começa a ser “desbravado” por Ferreira Leite.

O risco maior da sua candidatura poderá residir num excesso de deslumbramento perante uma perspectiva de vitória, que o faça sair da rota antes traçada e a meter-se por atalhos duvidosos que o levem ao beco sem saída das negociações aparelhísticas. A nomeação do filho de Menezes para mandatário da juventude (mas para que servem estes mandatários???!!!), já representa uma lamentável cedência ao “sistema”. Não fosse isto e a sua “folha de asneiras” estaria imaculada.

Patinha Antão e Neto da Silva não passam de lebres lançadas por Menezes. Recolherão brevemente à toca.