Títulos pós-coloniais
19 Maio, 2008
O PÚBLICO tem estes dois títulos lado a lado:
«Violência contra imigrantes causa 12 mortes em Joanesburgo»
«Direita xenófoba e crime organizado perseguem a comunidade cigana em Itália»
Em África não há direita nem esquerda e é a abstracta “a violência” quem ataca imigrantes. Na Europa, a identificação dos autores é o essencial do título: “Direita xenófoba e crime organizado perseguem a comunidade cigana em Itália”.
39 comentários
leave one →

socialisticamente correcto como convem.
infelizmente socialismo significa miséria.o império soviético dos sociais-fascistas foi o único que morreu por dentro.
com os sócretinos a miséria vai continuar em portugal
GostarGostar
… e depois há que considerar que os sul africanos saíram há pouco do negrume do apartheid o que, convenhamos, desculpa um bocado a coisa, nós cá pela Europa é que não temos desculpa nenhuma em ter direitas xenófobas que não gostam de ciganos.
GostarGostar
De facto. A uns chama imigrantes e aos outros ciganos! Incrível. É que nem há justiça.
GostarGostar
A cena em Nápoles era digna de um filme de Felini. Motoqueiras a destruir e a aterrorizar um acampamento de ciganos com a cidade cheia de lixo nas ruas pelas lutas das Mafias.
GostarGostar
As tv’s portuguesas deviam transmitir mais noticias sobre Nápoles. Ao menos moralizava as pessoas de Lisboa e Porto. Ao verem os problemas da bela Nápoles iam achar que viviam em cidades maravilhosas.
GostarGostar
Em ambos os casos são apenas desculpas, este tipo de violência apenas necessita de uma desculpa para que se possa ser aquilo que muitos seres humanos são.
A Africa do Sul então é ridículo, faz com que cada vez mais se perca a esperança naquele continente, nem pra eles são bons pois são negros contra negros que apanhavam dos brancos e agora precisam de bater em alguém.Porque sim.
Gato
GostarGostar
No caso de Joanesburgo, a gente local não gosta dos imigrantes do Zimbabwe e Moçambique porque estes são bons trabalhadores e não se importam de receber menos. Vivem lá ilegalmente e o pouco que mandam de volta para as suas terras rende muito mais do que rende na África do Sul. Por isso é natural que os locais se revoltem contra eles.Quem é culpado disto tudo é o governo sul-africano que não consegue impedir a entrada de imigrantes ilegais. Fala-se numa taxa elevada de desemprego na África do Sul mas se formos a ver há milhares (senão milhões) de imigrantes ilegais e têm todos emprego.
GostarGostar
Querer analisar os fenómenos da violência em Africa com as mesmas categorias de análise que se utilizam na Europa, dá disparate, mas a Helena Matos não vê isso. A violência contra os imigrantes na Africa do Sul, por exemplo, não tem nada a ver com Direita ou Esquerda. É roubo a quem tem mais, muito simplesmente. Não tem nada de abstracto, antes pelo contrário.
O leitor ideal da Helena Matos é o balde-de-cal.
GostarGostar
No meu anterior comentário, parti do princípio de que se falava na violência contra as comunidades imigrantes “ricas”, nomeadamente os portugueses. Não li a noticia. Pelo comentário da Tina, parece que o que está em causa são as comunidades de imigrantes pobres, os moçambicanos, nomeadamente. De qualquer forma, isto não tem nada a ver com Esquerda e Direita. São conflitos de natureza económica.
GostarGostar
jornalismo engajado ideologicamente. Já não conseguem fugir ao politicamente correcto.
GostarGostar
Bem observado, Helena.
O Caramelo sentiu-se picado.
Ora ele está farto de nos explicar que a Esquerda só faz coisas boas, quando as coisas são más há milhões de outras explicações…
Por exemplo, neste caso é a fome.
Nem repara que a culpa dessa mesma fome é da mesma Esquerda.
Mas haverá outro milhão de explicações para a fome, a começar pelo Bush.
GostarGostar
Senti-me picado?! E estou farto de explicar que a esquerda só faz coisas boas? Deve andar outro caramelo por aí.. Eu continuo é a não perceber o que tem a esquerda e a direita a ver com isto.
GostarGostar
Apesar das diferenças entre as duas situações de violencia contra imigrantes, a Helena Matos tem razão em chamar a atenção para a diferença de critérios jornalisticos no tratamento das 2 noticias. Para muitos jornalistas a violencia é forçosamente de direita e nunca de esquerda.
Nos 2 casos não é nem uma coisa nem outra.
Nos acontecimentos recentes em Napoles, o ataque a um acampamento de ciganos resultou de um rumor atribuindo a ciganos uma tentativa de rapto de um recem nascido. Foram actos perpretados por populares mal formados e exasperados face a uma criminalidade quotidiana crescente e que, efectivamente, é cada vez mais vista pela população como sendo obra de imigrantes e, em particular, de ciganos.
Na Africa do Sul são sobretudo grupos de jovens que agem dando eco ao sentimento generalizado na população que considera que os imigrantes são a causa principal do desemprego e da criminalidade. A analise da Tina, aqui em cima, aponta alguns aspectos importantes para a compreensão destes acontecimentos. Incluindo o facto de os imigrantes serem vistos como concorrentes “desleais” no mercado de trabalho. Mas o factor mais importante ainda é a circunstância de o aumento da população imigrante ser considerada como uma das principais causas do aumento da criminalidade (que por sinal já era alta !…).
A percepção subjectiva destes problemas tende a ser normalmente exagerada pela população, em particular pelas camadas mais populares, à partida mais vulneráveis e menos bem preparadas para os perceber e os enfrentar. Mas, de qualquer modo, esta percepção não é completamente disparatada e resulta de uma realidade que é objectiva. O crescimento rápido da imigração cria problemas que afectam as populações locais. Por um lado, aumenta efectivamente as dificuldades de emprego das camadas mais baixas, sobretudo num contexto sócio-económico como é o sul africano (este factor é muito menos importante em Nápoles e nos países europeus em geral). Por outro lado, e sobretudo, e este é o principal denominador comum às duas situações, uma parte importante do aumento da criminalidade tem efectivamente a vêr com a imigração.
O problema não é a imigração em si, que até pode ser, e é no final, algo de natural e positivo para as sociedades de emigração e de imigração. O problema é o ritmo e o modo como esta imigração se faz. Sem critérios, sem regras, sem acompanhamento adequado. O problema não vem dos imigrantes legais e normalmente integrados no mercado de trabalho e na sociedade. Vem sobretudo da imigração ilegal e da criminalidade que lhe está inevitávelmente associada.
São factos objectivos, não têm nada a ver com ideologias, de equerda ou de direita. O que tem a ver com ideologias e com a esquerda e a direita é a forma como as opiniões e os governos dos paises de acolhimento vêm e tratam os problemas criados por estes factos.
Muitos destes governos, de direita como de esquerda, mais os de esquerda do que os de direita, preferiram ao longo do tempo ignorar e não enfrentar os verdadeiros problemas da imigração. Foi muita irresponsabilidade e muita demagogia “humanisticamente correcta”. Permitiram que fossem criadas as condições que determinam agora actos de intolerância e violência indiscriminada contra imigrantes.
GostarGostar
Análise excelente, Fernando S. Mas o fanatismo ideológico não gosta de análises excelentes…
GostarGostar
A confusão deve advir por osmose da notícia que está por cima dessas duas:
“A ministra da Igualdade de Espanha, disse ao “El País” estar disponível para pagar um psiquiatra a Berlusconi, que afirmou que um governo com tantas mulheres como o espanhol seria difícil de gerir”.
GostarGostar
no PÚBLICO on line lê-se sobre este assunto:
«Mundo: Onda de violência na África do Sul contra refugiados africanos »
http://www.publico.clix.pt/videos/?v=20080519115926&o=3
Os naturais da África do Sul não são também eles africanos?
GostarGostar
“Foi muita irresponsabilidade e muita demagogia “humanisticamente correcta”. Permitiram que fossem criadas as condições que determinam agora actos de intolerância e violência indiscriminada contra imigrantes.”
Bem observado Fernando. E eu lembro-me de ler aqui, na revista do DN, condenações aos comboios cheios de imigrantes que o governo sul-africano enviava de volta para o Zimbabwe. O que, sem sombra de dúvida, só poderia partir de um jornalista de esquerda.
GostarGostar
Quanto à noticia que refere Piscoiso, sobre o comentario da ministra espanhola às supostas declarações de Berlusconi referindo que um governo com tantas mulheres seria dificil de gerir, talvez convenha não esquecer que Berlusconi afirmou depois o seguinte :
“Fui mal percebido. É obvio que alguém reportou erradamente as minhas palavras sobre o governo espanhol de Zapatero. Pelo contrário, elogiei a coloração rosa daquele governo e disse que vale a pena acompanhar a sua acçao porque pode muito bem acontecer que a sua componente feminina, que parte da realidade concreta que é ser-se simultaneamente mãe, esposa e mulher que trabalha, saiba tomar uma série de medidas que merecem toda a nossa atenção.”
Imagino que, como é costume, os mesmos que noticiaram e comentaram negativamente as supostas declarações machistas de Berlusconi não se deram depois ao cuidado de reproduzir o seu desmentido e a sua posição publica sobre o assunto !…
GostarGostar
«Mundo: Onda de violência na África do Sul contra refugiados africanos » PUBLICO on-line
Seria mais completo escrever :
“Onda de violencia na Africa do Sul contra refugiados negros por parte de naturais negros.”
Mas claro que a palavra “negro” é racialmente incorrecta quando não é utilizada para caracterizar as vitimas da violencia “branca” (já “branco” é racialmente muito correcto … no papel de carrasco e explorador !…).
Mais acessoriamente, quem viu imagens destes acontecimentos terá certamente reparado que os imigrantes negros ameaçados foram socorridos e procuraram refugio junto de uma policia onde os brancos tem ainda um peso importante e visivel (por sinal, um facto inédito em paises africanos saidos do “dominio branco” e que apenas abona a favor da Africa do Sul de “maioria negra”).
GostarGostar
Tina,
De facto, o modo como alguma imprensa se referiu a essas expulsões de massa por comboio de imigrantes ilegais (por sinal, também de moçambicanos para Maputo), corresponde à atitude tipica da esquerda “boazinha” (e alguma direita complexada) que consiste em fazer julgamentos de valor negativos sobre medidas necessariamente desagradaveis no plano humano sem ter em conta as circunstancias e as realidades que as determinam. Como se a expulsão de imigrantes ilegais não fosse algo que qualquer governo minimamente responsavel tem mesmo de fazer, de um modo ou de outro. Quanto mais não seja para aplicar a lei e para procurar evitar problemas ainda maiores no futuro. Inclusivé no plano humano e incluindo comportamentos de tipo xenofobo e racista !….
Mesmo assim, o governo sul-africano, pelo simples facto de ser “negro” e “progressista”, benificiou de alguma discreção e contenção por parte da imprensa e das opiniões das “nobres causas”. Imagine-se apenas a barulheira que não fariam se fossem governos “ocidentais” (ou seja “brancos”) a fazer o mesmo com imigrantes ilegais (“negros” ou outras etnias com estatuto de vitimas) !!…
GostarGostar
Sim senhor. O que eu continuo sem perceber é porque raio a imprensa deveria fazer alusão à esquerda ou à direita na notícia sobre a Africa do Sul, e porque é que a identificação ideológica dos autores seria correcta e necessária. Assim como continuo sem perceber qual o paralelismo entre o caso Africa do Sul e Nápoles.
GostarGostar
Caro Caramelo, o meu sobrinho tem dois anos e já compreendeu, portanto o problema não deve ser da Helena Matos.
O jornalista que escreveu sobre as perseguições em Nápoles não faz ideia nenhuma de quem eram os perseguidores. Ao rotula-los de “direita xenófoba” está apenas a obedecer aos seus reflexos pavlovianos de fazer propaganda política em vez de jornalismo.
GostarGostar
Ó The Studio, o teu sobrinho é anormal, ó pá! Que é que tu andas a dar ao puto?
Quanto ao resto, nem li o artigo, e nem sequer foi do artigo que falei. O que sei é que existe Direita xenófoba em Itália, que persegue ciganos (é da natureza da direita xenófoba, nada a fazer), e que a natureza da violência africana, incluindo a que é praticada contra emigrantes, é bem diferente. O que é que o teu sobrinho diz?
GostarGostar
” … O que sei é que existe Direita xenófoba em Itália, que persegue ciganos (é da natureza da direita xenófoba, nada a fazer)..”
Com este pressuposto é natural que se considere como logicamente provado que se houve ciganos perseguidos em Italia, e Napoles até ver fica na Italia, então foram necessariamente perseguidos pela direita xenófoba !!
Factos para que ?!…
GostarGostar
O sobrinho do The studio podia explicar? Eu, tal como o caramelo, também não percebo.
GostarGostar
E é esta publicidadezinha(ideológica)mal redigida que, cá na paróquia, passa por jornalismo…
Quanto á xenofobia,vou pela Thatcher…
GostarGostar
Fernando S. eu, como a Helena matos no post, não estou a discutir notícias, estou a discutir titulos. Acho que há comentadores que ainda não perceberam o que é que se está aqui a discutir.
GostarGostar
Corrijo: há comentadores que ainda não perceberam o post.
GostarGostar
Pelo menos podiam-me dar uma pista. Qual é o título que é criticável? O primeiro ou o segundo? Tenho que acabar com isto das madeixas louras…
GostarGostar
Excelente observação da Helena Matos. Só acrescentaria que na versão impressa a página é encimada por uma fotografia de Berlusconi, exactamente por cima do título sobre a direita italiana. Inocente? Coincidência? Custa-me muito a crer…
GostarGostar
Fernando,
Não existe tal coisa como esquerda “boazinha”. Só existe esquerda que quer à força que os outros distribuam o que é seu, mas quando lhes toca a vez, já não estão para aí virados. No caso do jornalista que condenou as expulsões em massa na África do Sul, tenho a certeza este seria contra a entrada de emigrantes em Portugal que pudessem de alguma forma representar uma ameaça ao seu próprio trabalho e sobrevivência.
GostarGostar
Caramelo,
Pode-me sempre ter escapado alguma coisa quanto ao verdadeiro significado do post e da discussão …
Mas, bem ou mal, eu também comecei por discutir os titulos referidos no post. Por isso disse que achava justa a chamada de atenção da Helena Matos para o facto de, com a escolha dos ditos titulos, os jornalistas em questão não se preocuparem por um lado com a natureza politica da violencia contra imigrantes na Africa do Sul e considerarem por outro lado que a violencia contra ciganos, também eles imigrantes, ser automaticamente obra da direita xenofoba.
Já deu para perceber que não é a tua opinião. Tudo bem, respeito !
Dito isto, também não vejo onde esteja o problema de passar dos titulos para as noticias. Os titulos não existem independentemente do conteudo das noticias. E podem ser o pretexto para outras considerações e aprofundamentos. Até sobre a validade e a razão de ser de certos titulos. Que não são necessariamente ideologicamente inocentes !!
GostarGostar
Tina,
Claro !… Por isso é que ponho as aspas na “boazinha” !!
GostarGostar
CORRIJO ACIMA :
“…por outro lado a violencia contra ciganos, também eles imigrantes, como sendo automaticamente obra da direita xenofoba.”
GostarGostar
Caro Caramelo,
Explique lá como é que o senhor e o autor da notícia chegaram à conclusão de que os indivíduos que perseguiram os ciganos eram de Direita. Andavam com bandeiras partidárias e autocolantes ao peito?
GostarGostar
Por muito que queiram fazer ou encontrar diferenças entre a violencia xenofoba sul-africana e qualquer tipo de xenofobia na europa essas diferencas não são nenhumas.
São de carcter economico sim porque aquilo que dizem serem oçambicanos e outros bbons trabalhadores não passa apenas de quase escravidão. Um moçambicano trabalha o dobro das horas por metade do salario fazendo que o local não encontre emprego.
São de caracter cultural porque por muito que vos custe pensar além da raça, as etnias em Africa distinguem muito mais do que qualquer cor.
São de caracter nacionalista porque se sentem ameaçados pela invasão dos ditos cujos modificando o status quo “encontrado” no seu proprio país.
O racismo entendido pelo europeus limita-se a olhar para a cor, sendo que em Africa não é assim.O exemplo mais presente é o do Quénia. Viram pior racismo entre etnias?? No Sudão passa-se a mesma coisa, em Angola 70% dos recenceados são Ambundos que vão votar no mpla. Até no recenceamento deixaram de fora os ovimbundos.
O parelalismo deste “racismo” ou se quiserem chamar xenofobia etnica com aquilo que aqui os europeus estão habituados a chamar de racismo é total e completo.
Não difere em nada das xenofobias europeias ou talvez se possa dizer que diferem pq na europa ela foi escrita e sistematizada, mas em Africa a tradiçao oral mantem-see nela se encontra tudo o que os xenofobos europeus dizem escrevem e fazem.
Tripliquem por dez e terão este “racismo” africano disseminado e desculpabilizado por análises europeistas condescendentes.
GostarGostar
Autocarros escolares para ciganos suscitam polémica
http://dn.sapo.pt/2008/01/14/internacional/autocarros_escolares_para_ciganos_su.html
GostarGostar
O que preocupa a Matos são os títulos das notícias. Quanto ao conteúdo… (A Matos no seu melhor, no sítio do costume)
GostarGostar
Os pretos de Africa e não só, não xenofabos? foi por isto que andaram a lutar com os boers? palhaçada do comunismo à epoca e não só!
GostarGostar