Preço e custo
19 Maio, 2008
Alguém devia explicar ali a quem está a discutir no Prós & Prós que o preço não se forma a partir do custo. Forma-se da relação entre a oferta e a procura.
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Alguém devia explicar ali a quem está a discutir no Prós & Prós que o preço não se forma a partir do custo. Forma-se da relação entre a oferta e a procura.
Se fosse na oferta e na procura não estávamos no descalabro actual…
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Há mais oferta, ou menos procura em Espanha?
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O francês esteve quase, quase, a fugir-lhe a boca para a verdade. Mas conteve-se a tempo.
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“Há mais oferta, ou menos procura em Espanha?”
Entre outras coisas: menos imposto (ISP e IVA)
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Pelos vistos, segundo um dos participantes no P&C (em defesa da situação actual) não é apenas nessa relação que se baseiam os preços…
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Oh Sr. João, agora não me dava muito jeito ir lá dar o seu recado.
Se não se importa vá lá o Senhor que eu agora tenho de me ir deitar.
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A Frase do Dia
“…que o Governo não se precipite a tomar decisões.”
José Silva da Conf. Comércio e Serviços
Alguém que explique ao homem que isto é uma contradição nos termos.
o Prós hoje está minado de comissários. Até saltou a tampa ao Barbosa do ACP!
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Ena pá, até lá está o Saleiro, o ex-autarca mais sério de Ourique!
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“Olhe que não doctor, olhe que não. ” Actualmente vivemos um círculo vicioso: a inflação voltou a estar na ordem do dia e a decisão (correcta) do BCE de a combater mantém o euro alto. Ao mesmo tempo, a opção política da Administração americana de reduzir as taxas de juro para estimular a economia – imersa num problema financeiro decorrente de uma atitude irresponsável da banca, que financiou a especulação imobiliária – impulsiona o dólar para baixo. Mas cada vez que o dólar desce em relação ao euro, o petróleo sobe nos mercados, o que por sua vez faz subir a inflação … e tudo recomeça.
Resulta assim óbvio que é indispensável estabilizar a paridade euro/dólar para, em primeiro lugar, introduzir alguma racionalidade no mercado de câmbios e depois estabilizar também o preço do petróleo. Esta matéria-prima transformou-se recentemente em “valor-refúgio”. De facto, esse papel (normalmente desempenhado pelo ouro) já não está ao alcance desse metal, pela razão simples de que os ‘stocks’ existentes já não são compatíveis com os valores brutais de liquidez que hoje se movimentam nos mercados.
Só será possível estabilizar o preço do petróleo se aquele responder apenas a questões objectivas de procura e oferta (já por si bastante complexas no curto prazo) e deixar de reflectir a insegurança reinante nos mercados internacionais que anseiam, até agora em vão, por uma política clara das autoridades americanas.
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Tem tido algum impacto a valorização do euro face ao dólar?
Com certeza. Basta ir ao nosso site e ver as duas curvas (variação em dólares e em euros). A 1 de Abril, o petróleo custava 63 euros, por barril, a 1 de Maio estava a 72 euros e a 5 de Maio a 75 euros. Uma das razões por que os preços do crude estão tão altos ao nível internacional é exactamente a fraqueza do dólar. Quem vende acumula dólares, nos países produtores e exportadores, e como sabe que quem compra tem uma moeda mais forte, a tendência é aumentar o preço em dólares.
Não há um aproveitamento das companhias nessa conversão do preço?
Não. É publicado no site da DGEG o custo de aquisição para Portugal do crude, em euros e em dólares. A cotação internacional é em dólares. Ninguém compra numa bolsa o petróleo em euros. Os contratos têm de ser feitos em dólares. Quando vai comprar dólares em euros fica mais barato, é por isso que, por exemplo, o crude a 119 dólares, é na verdade 76 euros. Temos a felicidade de ter uma moeda forte que é o euro, senão estaríamos, hoje, a pagar muito mais.
Consumo em queda
O consumo de combustíveis continua a cair em Portugal, tendo em Janeiro descido 2,4% face a igual mês do ano anterior. Um decréscimo que encontra a sua principal origem no aumento progressivo do preço do crude, que atingiu, 126,98 dólares, um novo recorde. Já o Brent, atingiu os 125,90 dólares. De acordo com as estatísticas rápidas de Janeiro da Direcção Geral de Geologia e Energia (DGEG) referentes ao petróleo, gás natural e carvão, no consumo global, verificou-se uma diminuição de 5,7% do consumo de gasolinas, já no consumo de gasóleo a evolução foi contrária, ao aumentar 1,7%. Na gasolina de 95 octanas o consumo diminuiu 2,8%. Analisando os consumos dos combustíveis rodoviários a evolução foi semelhante. No caso das gasolinas houve uma diminuição de 5,7% e no caso do gasóleo
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E o dinheiro,a liquidez enorme especulativa a refugiar-se no petróleo e nos produtos alimentares depois da hecatombe do imobiliário.
Embora não seja bem esta a procura a que se refere o JM!
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O preço forma-se na bolsa. Se um indivíduo que trabalha numa plataforma petrolífera tropeça, sobe 1 cêntimo.
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Então Sr João Miranda, não me consegue responder?
O Sr afirma: “que o preço não se forma a partir do custo. Forma-se da relação entre a oferta e a procura.”
A pergunta era simples: uma vez que os preços em Espanha são mais baixos, há mais oferta, ou menos procura em Espanha?
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Há menos impostos:
ISP Espanha: 0,396/litro
ISP Portugal: 0,583/litro
Iva Espanha. 16%
Iva Portugal: 21%
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Efectivamente, “o preço … forma-se da relação entre a oferta e a procura”. Pelo menos num mercado relativamente livre e concorrencial. O mercado deixa de ser livre e concorrencial quando interveem factores externos (não mercantis). O grau de liberdade e concorrencia do mercado condiciona o grau de influencia do mecanismo da oferta e da procura na fixação do preço. No caso dos combustiveis, e simplificando um pouco, pode dizer-se que o preço do combustivel para os distribuidores grossistas é bastante concorrencial. Suponho que o JM se refere a este nivel de fixação do preço. Mas nos diferentes mercados nacionais, e antes da venda aos consumidores finais, intervem um factor externo importante na fixação do preço de venda ao publico : o Estado cobra impostos indirectos obrigando os distribuidores a agravar o preço de venda. Em Portugal cobra mais do que Espanha. Apenas por esta razão é o preço do combustivel mais elevado em Portugal do que em Espanha. Não tem a ver com a relação entre a oferta e a procura. Creio que o Zeca se concentra unicamente neste nivel de fixação do preço.
Dito isto, convém lembrar que, mesmo num mercado pouco concorrencial, o mecanismo da oferta e da procura acaba sempre por ter algum efeito sobre o preço. Pelo menos a prazo. Se o mercado “oficial” não leva minimamente em conta as realidades da oferta e da procura, aparece um mercado “negro” onde o preço se forma exclusivamente em função desses factores.
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Querem então dizer que o post está errado.
O preço não se formou simplesmente “da relação entre a oferta e a procura.”.
Só é pena que o JM não tenha vindo, pela 1ª vez na sua vida dar a mão à palmatória.
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Zeca,
O JM não precisa de advogados de defesa nem eu pretendo se-lo.
Dito isto, eu percebi que a frase do post do JM se referia aos factores que tem determinado a recente subida do preço do petroleo e dos combustiveis no mercado internacional. Parece-me obvio que o JM sabe perfeitamente que os diferentes preços de venda finais são formados a partir daquele preço e significativamente corrigido pelos diferentes factores fiscais.
Não vi a transmissão do P&C a que se refere o post. Mas deduzo que o JM opõe a lei da oferta e da procura aos que pretendem que o preço do petroleo depende, sobretudo e directamente, do respectivo custo de produção. Claro que o custo de produção é um elemento importante. Mas intervém através do mecanismo da oferta e da procura (por sinal, bem mais complexo do que muitos dos seus criticos e delatores pensam). Intervém directamente ao nivel da oferta. Por exemplo, se num determinado momento o custo de produção de um bem for superior ao preço maximo que os compradores estiverem dispostos a pagar, então os produtores tenderão a reduzir a respectiva oferta. Pelo menos até um equilibrio pontual a um outro nivel de preço-procura-oferta se voltar a estabelecer.
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Pessoal, não é só a procura e a oferta que determinam preços.
Outros factores:
-Inflação
-Tipo de mercado em questão (concorrencial, oligopólio, monopólio, etc.)
-Impostos sobre os bens em questão.
-Entre outros!
Mais uma vez o Sr. Pseudo-Economista autor deste “post” estava melhor calado…
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Para sermos exactos a OPEP diz que há oferta suficiente para a procura.
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A inflação ? É o aumento dos preços. É um resultado e não uma causa determinante.
O tipo de mercado ? Condiciona o modo como o mecanismo da oferta e da procura funciona. Refere-se às condições de formação dos preços pelas … oferta e procura ! Não é uma causa alternativa e exterior a estes elementos.
Os impostos indirectos ? São de facto um factor estranho à oferta e à procura. Ninguém, estou certo que o JM também não, nega o respectivo impacto sobre os preços finais. Impacto negativo porque normalmente cria mais problemas a prazo do que aqueles que parece resolver no imediato. De qualquer modo, tal como outras formas de intervenção externas ao mercado, não anulam verdadeiramente a acção da oferta e da procura, sejam elas quais forem. Perturbam apenas o seu normal funcionamento e o ajustamento das multiplas variaveis economicas.
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Fernando S,
No Prós e Contras discutiu-se muita coisa mas penso que se o JM se refere ao que talvez seja mais polémico: o preço “à saída da refinaria” que parece ser em Portugal o mais caro da Europa (para alem das taxas e impostos também altíssimas). Estes factores são importantíssimos para a formação do preço final.
Quando se discute se uma coisa é cara ou barata a discussão só faz sentido em relação a algum referencial: uma coisa só é cara ou barata em relação a outra.
No caso dos produtos petrolíferos o referencial são os países vizinhos, daí a minha pergunta em relação ao mais próximo vizinho.
Não faz sentido discutir o preço do crude, que é igual para todos.
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Zeca,
Não vi o P&C em questão.
Não sei se o JM se refere ao preço “à saida da refinaria”.
Também não sei se o preço “à saida da refinaria” em Portugal é o mais caro da Europa. Se é, então essa situação é anti-economica e deveriam ser criadas condições de maior concorrencia interna na refinação e distribuição dos produtos petroliferos no sentido de deixar funcionar livremente o mecanismo da oferta e da procura e nivelar assim este preço pelos outros. Apenas em condições não concorrenciais é que o preço pode ser determinado pelo custo de produção de um produtor particular e não pelo mercado. De qualquer modo, tanto quanto sei, outros paises europeus tem actualmente niveis de preços finais proximos dos de Portugal (França, Italia, etc).
Se se entende por “formação do preço final” a lista dos elementos que entram no calculo do preço, então é obvio que os impostos indirectos fazem parte. Ninguém o nega. A começar pelos liberais que defendem o mercado concorrencial e não gostam dos impostos, mesmo os indirectos.
Já disse acima que para mim é claro que quando o JM diz no post que o preço é formado pela relação entre a oferta e a procura ele se situa ao nivel da discussão sobre os fundamentais do preço do crude no mercado internacional. Mas até posso estar enganado. O post dele é minimo e refere-se a uma discussão que não acompanhei. Já fui longe de mais na tentativa de interpretação e discussão daquilo que o JM disse ou quereria dizer!
“Faz sentido discutir o preço do crude” ? Pode fazer. Depende da discussão !
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“Forma-se da relação entre a oferta e a procura.”
Pressupõem-se a existência dum mercado livre, o que não é o nosso caso.
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Meus caros,
Não existe custo de produção, pois ninguém produz petróleo. Existe custo de extracção (para além do custo de prospecção) e custo de transporte. Não esquecer que o petróleo é um recurso escasso, cada vez mais escasse, e que essa escassez tem um valor.
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Caro Fernando S,
“A inflação? É o aumento dos preços.”
Bem, certamente Keynes e Philips não ficariam muito contente com essa afirmação, apesar de para muita gente essa ser uma explicação suficiente.
No entanto, hoje em dia não é muito claro os factores que influenciam a Inflação. Para ter uma ideia, os estudos econométricos ainda só conseguem explicar apenas 60% da inflação.
Se consultar a tão famosa “Curva de Phillips”, verá que a inflação no período T+1 depende das expectativas dos agentes económicos no período T. Posto isto facilmente pode concluir que se os preços do petróleo continua a subir, os agentes irão ter expectativas de subida do petróleo.
Caso, as expectativas fossem opostas a inflação iria diminuir marginalmente devido a esse efeito.
Cumprimentos
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