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Sobre o boicote

28 Maio, 2008
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Por mail, SMS e boca-a-boca, tenho recebido inúmeras notícias acerca de um boicote ao abastecimento de combustível nas principais companhias de distribuição em Portugal.
Não sou pessoa de alinhar em ‘frentes comuns’ embora já o tenha feito – só que me arrependo quase sempre. Em relação a esta iniciativa julgo que cada um deve avaliar a situação e decidir por si. Individualmente. Só não percebo é porque é que essa decisão se circunscreve a alguns dias apenas.
Há muito tempo que tomei a decisão de não me abastecer de combustível em nenhum dos postos das marcas que, na minha opinião, actuam em descarada prática concertada de preços – só vou a postos em hipermercados. Quando a necessidade obriga, excepcionalmente, posso abastecer nas principais marcas mas só a quantidade mínima suficiente que me permita deslocar até a um posto de hipermercado. A diferença de preço é substancial (confirmar aqui) e dá-me um gozo acrescido não mensurável em euros. E, claro, sempre que estou por perto, abasteço em Espanha. Onde, aliás, já faço bastantes das minhas outras compras.
Mas isto sou eu e a minha família. Cada um faça como quiser.

26 comentários leave one →
  1. Quim permalink
    28 Maio, 2008 13:24

    Não poderia estar mais de acordo.

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  2. Anónimo permalink
    28 Maio, 2008 13:33

    “Rei da Noruega, Harald V, durante a visita de hoje ao Continente do Colombo, onde viu o bacalhau importado do seu país. © Lusa”
    foto no sol

    Uauuu .. foram ao supermercado também encher os depositos?

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  3. 28 Maio, 2008 13:36

    Que coisa mais estranha.
    É como Cavaco ir visitar a Patagónia e levarem-o de visita a um supermercado para ver latas de sardinhas portuguesas.

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  4. Cãocio permalink
    28 Maio, 2008 13:40

    Anónimo Diz:
    28 Maio, 2008 às 1:33 pm

    “Rei da Noruega, Harald V, durante a visita de hoje ao Continente do Colombo, onde viu o bacalhau importado do seu país. © Lusa”
    foto no sol

    é por coisas destas que até sinto vergonha em ser português…enfim…parolice…

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  5. 28 Maio, 2008 13:40

    Eu tb n percebo porque a iniciativa se circunscreve só a alguns dias mas deve ter a ver com o facto de restarem poucas alternativas onde “atestar” o depósito, em alguns locais do país. O que sugiro é que depois se mantenha o boicote à Golpe por periodo indeterminado.

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  6. Anónimo permalink
    28 Maio, 2008 13:40

    “Piscoiso Diz:
    28 Maio, 2008 às 1:36 pm
    Que coisa mais estranha.”

    eheh nunca tal me passaria pela cabeça! Que a visita oficial a um país incluísse irem todos em comitiva com os guarda costas ver o bacalhau ao supermercado. Esperemos que no altifalante estivesse a tocar a cançao do Quim Barreiros. Se calhar foi a primeira vez que os reis entraram num supermercado… lolol

    estranhíssimo. Espero que tenha sido ideia dos reis.

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  7. 28 Maio, 2008 13:46

    quanto a isto totalmente de acordo:

    “Há muito tempo que tomei a decisão de não me abastecer de combustível em nenhum dos postos das marcas que, na minha opinião, actuam em descarada prática concertada de preços – só vou a postos em hipermercados. Quando a necessidade obriga, excepcionalmente, posso abastecer nas principais marcas mas só a quantidade mínima suficiente que me permita deslocar até a um posto de hipermercado. A diferença de preço é substancial e dá-me um gozo acrescido não mensurável em euros. E, claro, sempre que estou por perto, abasteço em Espanha.”

    quanto á visita ao bacalhau só demonstra que somos um país “very tipical”, com Sousa… enfim… bacharel, engenheiro… ou lá o que aquilo é… e um Silva a dizer que o nosso modelo deve ser a Noruega… É de “escacar o coco a rir”. O meu modelo é a Angelina… aquela linda (boa) e inteligente… ha!!! claro! E aquelas belas norueguesas que não vão em cantilenas e não querem ser europeias para nada…

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  8. Doe, J permalink
    28 Maio, 2008 14:05

    Piscoiso Diz:
    “É como Cavaco ir visitar a Patagónia e levarem-o de visita a um supermercado para ver latas de sardinhas portuguesas.”

    Quando o Zé “Chavez” Socrates for à Noruega podem-no levar ás plataformas petrolíferas e mostrar-lhe um bocado de crude dentro acompanhado dumas piadas idiotas e em directo para as TVs pois, após o precedente do Huguinho das Farroncas, os camaradas cá do burgo já nada terão a apontar.

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  9. Gsqr permalink
    28 Maio, 2008 14:07

    Já alguém se perguntou quanto custaria o combustível se as grandes petrolíferas abdicassem do lucro?

    Estas são as contas que fiz com base no relatório de contas da GALP (http://press.galpenergia.com/galpmedia/vpt/dadosenumeros/relatoriosecontas/):

    Em 2006, o último ano completo, o lucro total de todas as actividades da Galp foi de cerca de 700 milhões de Euros.
    Vou assumir por hipótese que todo esse lucro resultou da venda de combustíveis refinados (na prática ele resulta de diversas áreas de actividade, como por exemplo a refinação, exportações, exploração de lojas, etc, mas vou simplificar).
    A GALP vendeu um total de combustíveis refinados em Portugal e Espanha de aproximadamente 16 milhões de toneladas. Assumindo que cada tonelada contém 1250 litros (de modo a reflectir a proporção entre gasolina – 1370 l/ton e gasóleo – 1190l/ton), a venda total em litros foi de 20000 milhões de litros.

    Ora se dividirmos 700 milhões por 20000 milhões obtemos 0.035 euros.
    Estamos a falar que no mais conservador dos cenários a Galp lucra 3.5 cêntimos por litro de combustivel vendido. Se o lucro fosse eliminado quantas semanas demoraria o combusível a voltar ao valor de partida?
    Podem fazer a mesma conta para todas as grandes petrolíferas, veram que não varia muito deste valor.

    Afinal o boicote é para quê?

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  10. Anónimo permalink
    28 Maio, 2008 14:10

    O petroleo baixou e a Galp voltou a subir os preços. Isto nem é normal. É idiota.
    O melhor era nao nacionalizar a galp, mas nacionalizar o preço. Ser a autoridade da concorrencia a fazer as contas dos preços.

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  11. Hello permalink
    28 Maio, 2008 14:17

    Mas onde catano pensam vocês que os postos de hipermercado vão buscar o combustível??? A uma refinaria que têm nas traseiras dos hipers??? Podem boicotar os postos que quiserem das marcas, mas elas são as últimas a rir, já que o combustível vem sempre de uma grande (Galp ou BP ou Repsol ou Cepsa ou outra porra qualquer…)

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  12. 28 Maio, 2008 14:29

    “O petroleo baixou e a Galp voltou a subir os preços. Isto nem é normal. É idiota.
    O melhor era nao nacionalizar a galp, mas nacionalizar o preço. Ser a autoridade da concorrencia a fazer as contas dos preços.”

    Quando o Estado estipulava o valor dos combustíveis, Portugal chorava pela liberalização do preço dos combustíveis, dizia-se que apenas através da concorrência livre entre fornecedores seria possível baixar os valores referidos, a mesma aconteceu – se não me falha a memória – em 2002, pelo governo social democrata. Volvidos 6 anos Portugal volta a chorar pelo regresso da autoridade sobre a estipulação do preço dos combustíveis ao Estado.

    Com tanta incongruência este país está a cair no obsoleto.

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  13. 28 Maio, 2008 14:44

    CAA – há anos que faço isso… primeiro comecei por boicotar bombas self-service, depois passei a marcas…

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  14. Carlos Duarte permalink
    28 Maio, 2008 14:58

    Bah, os “hipers” vendem combustível a preço de custo (sem sequer entrarem em conta com amortização do investimento ou outras despesas correntes, como pessoal), porque os postos para eles apenas servem para atrair clientes.

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  15. Anónimo permalink
    28 Maio, 2008 14:58

    Em vez de boicotar deviam era comprar onde é mais barato. Se é nos super é ir aos super.

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  16. Anónimo permalink
    28 Maio, 2008 15:24

    Foram ao supermercado ver bacalhau?

    Os frangos jovens também lá vão, para ver as gajas nuas, algumas no espêto.

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  17. 28 Maio, 2008 17:09

    “Abasteço em Espanha. Onde, aliás, já faço bastantes das minhas outras compras.”

    E o gáz da Galp também é muito mais barato em Espanha (de botija). basta trocar o “pingarelho”.

    Gato.

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  18. 28 Maio, 2008 18:37

    Continuo à espera de ver políticos e comentadores abordarem o fundo do problema e não apenas a sua rama.

    E o fundo do problema é que a nossa sociedade (mais boicote, menos boicote, mais treta, menos treta – tudo coisas efémeras), vai ter de mudar de paradigma de vida, pois a era do petróleo barato (mais ISP, menos ISP) ACABOU.

    Como custa ouvir essa e outras verdades, ninguém fala a sério em soluções de médio prazo (quanto mais de longo prazo!), como transportes públicos eficientes, combate ao desperdício de energia, parques dissuasores, teletrabalho, partilha de carros, etc.
    .

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  19. Doe, J permalink
    28 Maio, 2008 18:44

    Anónima Diz:
    “Quando o Estado estipulava o valor dos combustíveis, Portugal chorava pela liberalização do preço dos combustíveis, dizia-se que apenas através da concorrência livre entre fornecedores seria possível baixar os valores referidos,(…)

    É óbvio que a liberalização seria a única maneira de ter concorrência nos preços. Mas continuamos à espera dela que só existirá quendo houver liberalização ao nível dos milhares de retalhistas e não entre os 8 grossistas que não precisam de mais do que olhar para os preços da bomba ao lado para ajustar os seus.

    É exactamente por uma questão de concorrência e não por altruísmo que, nos países a sério, a gasolina dos postos self-service é mais barata do que nos full-service. Não é tão engraçado que cá custe o mesmo? 🙂

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  20. Doe, J permalink
    28 Maio, 2008 18:58

    C. Medina Ribeiro Diz:
    “(…)a nossa sociedade (…) vai ter de mudar de paradigma de vida,(…)

    É verdade.
    Vamos todos ter que nos consciencializar que, para abastecermos, temos obrigatoriamente que o fazer perante o olhar atento dum fiscal da alfandega que certifique não enchermos o deposito com mais de 27 litros de oleo de fritar de cada vez e que preenchemos correctamente os vários impressos e formulários a que o Querido Estado nos obriga para que ELE não fique prejudicado no seu “direito divino”.

    Porque no fim de contas o que interessa aqui, depois da treta toda oficial e politicamente correcta acerca do “ecologicamente sustentável” ou das “dependências externas”, é que o Querido Estado perde uma fonte de receitas facilmente extorcionáveis de cada vez que usamos a agua aquecida nos nossos painéis solares ou ligamos o radio/Tv alimentada pelo nosso pequeno aerogerador. E isso não pode ser… 🙂

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  21. maispraiaspopuarto permalink
    28 Maio, 2008 18:59

    Sempre que posso vou a Monção, a familia tem lá uma casita. Espanha fica a 5 minutos. Grande parte das minhas compras são lá efectuadas. Os preços destoam logo nos produtos de higiene pessoal…

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  22. 28 Maio, 2008 19:38

    E porque só os combustiveis e os produtos de higiene, e os automóveis, e… e… e…?!… Não será possível obterem-se os passaportes e outros documentos de identificação nacional, registos de propriedades e empresas, salários e descontos para a Segurança Social, e IRS, etc., etc… em Espanha?!… já agora, sendo todos nós “made in CEE”, devíamos ter oportunidade de opção pela “melhor madrasta”… que pior mãe.

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  23. 28 Maio, 2008 20:01

    O Medina Ribeiro põe o dedo na ferida.
    Na minha rua já há um movimento para a partilha de carros.
    Como todos têm carro, ninguém se inscreveu.

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  24. A.Dvorak permalink
    28 Maio, 2008 20:06

    Eu vou mais longe! Deixei de comprar nos hiper e supermercados das grandes cadeias (nacionais e internacionais). Compro localmente, no Mercado e nas lojas tradicionais. Assim o dinheiro que ganho é investido e usado pelas pessoas da minha terra e não utilizado para especulações e fortunas obscenas! Experimentem… vão descobrir que ainda poupam dinheiro!

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  25. Anónimo permalink
    29 Maio, 2008 00:57

    “a minha opinião, actuam em descarada prática concertada de preços”

    Olha que chatice… um pequeno arrufo com a tua ideologia CAA?

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  26. Anónimo permalink
    29 Maio, 2008 11:48

    Tenho casa em Braga, onde passo as férias (em tempos de crise não ponho os pés no algarve) e tb eu vou a Espanha fazer compras, mais barato e bons produtos…mas abastecer… bem, para abastecer tenho que usar o cartão da empresa, galp frota é claro!!! Digamos que assim só faço meio boicote, e a minha carteira fica mais satisfeita.

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