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Mercados

30 Maio, 2008
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O petróleo estava a subir mas os pescadores continuavam a ir ao mar e vai daí, nas lotas, a oferta não se alterava e vai daí, os preços do peixe não subiam e vai daí, os pescadores estavam a ganhar cada vez menos e vai daí, fizeram greve em muitos países ao mesmo tempo e vai daí, o preço do peixe sobe por aí acima e vai daí, os pescadores começam a ver que o preço do peixe é mais alto e já vale a pena ir ao mar e vai daí os pescadores voltam ao mar cheios de vontade e vai daí, a oferta aumenta outra vez e vai daí, o preço do peixe desce e vai daí, como nem todos voltam ao mar, talvez o novo equilíbrio se estabeleça um pouco acima e vai daí, o peixe fica mais caro e vai daí, começam os protestos pelo aumento do preço do peixe.

61 comentários leave one →
  1. Desconhecida's avatar
    Sem Anestesia permalink
    30 Maio, 2008 15:20

    Li uma vez uma definição de psicólogo: entra uma gaja boa numa sala de espera, o pessoal olha para a gaja, o psicólogo olha para o pessoal.

    Os especuladores fazem o mesmo.

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  2. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    30 Maio, 2008 15:29

    Como funciona a economia liberal:

    Uma vez, num lugarejo, apareceu um homem anunciando aos aldeões que compraria macacos por €10 cada. Os aldeões, sabendo que havia muitos macacos na região, foram à floresta e iniciaram a caça aos macacos.

    O homem comprou centenas de macacos a €10 e então os aldeões diminuíram o seu esforço de caça.

    Aí, o homem anunciou que pagaria €20 por cada macaco e os aldeões renovaram os seus esforços e foram novamente à caça. Logo os macacos foram escasseando cada vez mais e os aldeões foram desistindo da busca. A oferta aumentou para €25 e a quantidade de macacos ficou tão pequena que já não havia mais interesse na caça. O homem então anunciou que agora compraria cada macaco por €50! Entretanto, como iria à cidade, deixaria o seu assistente cuidando da compra dos macacos.

    Na ausência do homem, o assistente disse aos aldeões:
    – Olhem todos estes macacos na jaula que o homem comprou. Eu posso vender-vos por €35 e, quando o homem voltar da cidade, vocês podem vender-lhe por €50 cada.

    Os aldeões, muito espertos…, pegaram nas suas economias e compraram todos os macacos do assistente.
    Nunca mais viram nem o homem nem o seu assistente, somente macacos por todos os lados.

    É assim que funciona.

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  3. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    30 Maio, 2008 15:37

    É assim que funciona.

    Parece os impostos e os serviços do estado

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  4. Desconhecida's avatar
    ferro permalink
    30 Maio, 2008 15:39

    esse silogismo faz-me lembrar a época medieval:
    Em anos de boas colheitas as pessoas alimentavam-se bem havia excedentes e a pressão demográfica aumentava sobre o terreno disponível.
    Quando vinham os anos maus, a subnutrição e a pobreza criavam uma inflexão na demografia e desanuviava a exploração do terreno arável.
    Depois vinha a peste e finalmente recuperava-se o equilibrio.

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  5. Desconhecida's avatar
    30 Maio, 2008 15:49

    That’s the economy, stupid! (óbviamente, não é para si, JCD)

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  6. Anónima's avatar
    30 Maio, 2008 15:51

    E vai daí aparece macacada.

    Os peixecadores estão à espera de mais um subsídio sobre o subsídio para o subsídio, para melhorar os índices de eficácia da sua actividade peixecatória.

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  7. Desconhecida's avatar
    ferro permalink
    30 Maio, 2008 16:01

    cara anónima a maior eficácia tanto em termos de agricultura como pescas aparece nos casos em que são actividades subsidiadas. É o caso dos estados unidos e da europa. Em africa por exemplo não há qualquer incentivo.

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  8. Desconhecida's avatar
    ourição permalink
    30 Maio, 2008 16:24

    eu já estou a sentir-me macaco.

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  9. Anónima's avatar
    30 Maio, 2008 16:39

    Caro Ferro,

    não vou discutir se a eficácia das actividades agrículas, pescatórias, pecuárias e etc… funcionam melhor subsidiadas, teria que analizar estudos que reflectissem as duas realidades.

    No entanto posso rebater que o excesso de subsídios leva à depência económica e à falta de motivação para desenvolver a própria actividade, conduzindo muitas vezes ao obsoletismo.

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  10. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    30 Maio, 2008 16:50

    Claro que como em tudo na vida há uma medida certa muitas vezes difícil de aferir. Geralmente é coincidente com o bom senso e as disponibilidades do momento. Mas o que se defende aqui é a supressão de subsidios se bem entendo? Ao estilo africano?

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  11. Desconhecida's avatar
    30 Maio, 2008 16:56

    irra que até eu já enjoei. tanta onda e tanto mar…

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  12. jcd's avatar
    30 Maio, 2008 16:57

    “Mas o que se defende aqui é a supressão de subsidios se bem entendo? Ao estilo africano?

    O estilo africano não é bem não ter subsídios. É mais nem sequer terem dinheiro para subsídios. E não têm porque os produtos que eles podem exportar não entram na Europa por falta de capacidade de competir com os produtos subsidiados pelos contribuintes europeus.

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  13. Desconhecida's avatar
    30 Maio, 2008 16:58

    Adorei a “macacada” do Pi-erre… está muito “bem apanhada”! Só não concordo com o fim da história – a aldeia terá ficado cheia de macacos… eu diria que, cheia de macacos e de muitos, cada vez mais, “aldeões” (artolas).

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  14. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    30 Maio, 2008 17:10

    “O estilo africano não é bem não ter subsídios. É mais nem sequer terem dinheiro para subsídios. E não têm porque os produtos que eles podem exportar não entram na Europa por falta de capacidade de competir com os produtos subsidiados pelos contribuintes europeus.”/i>

    exactamente jcd, isso representa maior competitividade face aos outros mercados.

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  15. Desconhecida's avatar
    Winston Smith permalink
    30 Maio, 2008 17:12

    Os africanos não têm dinheiro porque tomaram a opção de não poupar.

    Se não acreditam, perguntem ao João Miranda.

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  16. Lololinhazinha's avatar
    Lololinhazinha permalink
    30 Maio, 2008 17:20

    “E não têm porque os produtos que eles podem exportar não entram na Europa por falta de capacidade de competir com os produtos subsidiados pelos contribuintes europeus.”

    Então, pela sua lógica, compensa subsidiar os produtos.

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  17. GatoPreto Gosta de Dizer e's avatar
    30 Maio, 2008 17:20

    Qualquer referencia às lotas e às regras de mercado é absoluta ilusão, é precisamente o sector onde todos parecem italianos,e os pescadores escravos.
    Tentem lá começar actividade de revenda de pescado, vá lá homens de coragem, mas cuidado com os acidentes.

    Ainda há “dias” o mar não dava nada, barcos, revendedores, ninguém ganhava, porque o carapau e a sardinha da apanha eram ligeiramente mais pequenos, sendo tudo jogado ao mar já morto, vai daí alguém decidiu que já que o peixe já estava morto e todos estavam com prejuízos seguiu para venda, depois de comprado dentro da lota legalmente, ao sair, lá estava em grande estilo a brigada fiscal que tudo apreendeu.
    Foi um xinfrim e quase andou tudo à batatada, assim agora joga-se tudo fora já morto.

    Só gostava de salientar que se formos a Espanha a um restaurante ,na carta de peixe, 90% do que lá está a vender é proibido em Portugal, por causa do tamanho.(tipo puntilhitas e mini-camarão e fritinhos etc)

    Duas Europas no seu melhor.

    Gato

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  18. balde-de-cal's avatar
    balde-de-cal permalink
    30 Maio, 2008 17:22

    e vai daí ficamos sem governo? e sem peixe?

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  19. jcd's avatar
    30 Maio, 2008 17:34

    Então, pela sua lógica, compensa subsidiar os produtos.

    Estão a ser pagos pelos impostos dos europeus. É competitividade artificial. Saía muito mais barato aos europeus importar de África do que pagar a PAC e os africanos ainda conseguiriam melhorar a sua situação de pobreza. Só perdiam os agricultores que recebem os subsídios.

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  20. Desconhecida's avatar
    ferro permalink
    30 Maio, 2008 17:40

    Se os preços dos alimentos europeus são mais baratos que os africanos a subsidiação é uma medida que mantém uma larga franja acima do nível de pobreza. E como jcd referiu, permite que haja agricultura na europa.

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  21. Desconhecida's avatar
    Zé do Boné permalink
    30 Maio, 2008 17:44

    Este post só é possivel vindo de alguém que não conhece o funcionamento do “mercado” do peixe fresco, mas que reduz qualquer actividade às “regras” abstractas do mercado.

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  22. jcd's avatar
    30 Maio, 2008 17:56

    “a subsidiação é uma medida que mantém uma larga franja acima do nível de pobreza.”

    Está a referir-se aos agricultores africanos ou aos contribuintes europeus?

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  23. Anónima's avatar
    30 Maio, 2008 18:01

    Claro o “pessoal” quer preferencialmente o sobresubsidiação, como eu dizia o subsídio sobre o subsísio, já não basta os meus impostos serem direccionados para ajuda do pescador sem peixe, ainda tenho provavelmente que “gramar” com mais uns cortes orçamentais em áreas estruturais, ou quem sabe uns aumentos de impostos, para dar mais uma ajuda sobre as ajudas que já recebem.

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  24. Desconhecida's avatar
    ferro permalink
    30 Maio, 2008 18:25

    anónima volto a insistir-lhe que a subsidiação das pescas e da agricultura é uma das características das economias desenvolvidas.

    jcd: claro que estou a falar dos europeus.

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  25. Desconhecida's avatar
    ferro permalink
    30 Maio, 2008 18:26

    já agora anonima para tanta indignação, sabe de que percentagem dos seus impostos estamos a falar?

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  26. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    30 Maio, 2008 19:05

    “… a maior eficácia tanto em termos de agricultura como pescas aparece nos casos em que são actividades subsidiadas. É o caso dos estados unidos e da europa.”

    As actividades subsidiadas são precisamente as menos eficientes. Por isso são subsidiadas. Para não desaparecerem. Nos paises desenvolvidos haveria normalmente vantagens comparativas em aplicar a maior parte dos recursos disponiveis na industria e nos serviços tecnologicamente mais sofisticados. Os subsidios permitem que muitos daqueles recursos fiquem na agricultura e nas pescas.

    Outras regiões do mundo, menos desenvolvidas, com mão-de-obra muito mais barata e com uma melhor acessibilidade a recursos naturais, teriam normalmente vantagens comparativas na produção de certas matérias primas e bens alimentares. Não porque sejam mais eficientes ou produtivos do que os agricultures e pescadores dos paises mais desenvolvidos. Mas porque os recursos disponiveis nos menos desenvolvidos tem déficits de produtividade relativamente aos mais desenvolvidos menos importantes nos sectores primarios (agricultura e pescas) e de serviços de mão-de-obra intensiva do que em grande parte das actividades industriais e de serviços tecnologicamente mais sofisticados. Efectivamente, os subsidios à agricultura e às pescas nos paises desenvolvidos prejudicam as exportações dos produtos dos menos desenvolvidos. E não poucas vezes prejudicam mesmo a propria produção para os mercados internos destes paises. Que importam produtos alimentares produzidos com subsidios nos paises mais desenvolvidos (cereais, por exemplo). Ou seja, os subsidios aos produtores europeus e a utilização das ajudas ao terceiro mundo para importar bens essenciais (comida, roupa, etc) dos paises desenvolvidos são nocivos para as economias dos paises menos desenvolvidos.

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  27. Desconhecida's avatar
    ferro permalink
    30 Maio, 2008 19:17

    Essa lógica aplica-se também á industria e países em desenvolvimento, “com mão-de-obra muito mais barata e com uma melhor acessibilidade a recursos naturais”. Portanto não disponibilizar recursos para a industria é permitir que a industria dos países menos desenvolvidos se desenvolva.

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  28. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    30 Maio, 2008 19:52

    JCD

    apresenta-se pela parte da procura aumenta o preço do peixe.Apresenta-se pela parte da oferta diminui o preço do peixe.

    O melhor é não ir á pesca que é o que eles estão a fazer.Aumenta o preço do peixe!

    E nós morremos de saudade por um sardinhada á Peniche.

    Se não houver regulação estamos numa situação em que o melhor”…é ir á pesca…( de cana )

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  29. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    30 Maio, 2008 20:41

    “Portanto não disponibilizar recursos para a industria é permitir que a industria dos países menos desenvolvidos se desenvolva.”

    Não falei em “não disponibilizar recursos” para qualquer sector em qualquer pais. O que, de resto, apenas se poderia fazer administrativamente através de intervenções do governo na economia. Falei em deixar que no mercado global os recursos sejam naturalmente utilizados em cada região economica nas actividades nas quais ela tem vantagens comparativas relativas. O resultado seria uma mais adequada divisao internacional de actividades e, consequentemente, uma maior eficiencia global. Os subsidios decididos administrativamente, tanto nos paises desenvolvidos como nos menos desenvolvidos, apenas perturbam estes ajustamentos. Favorecem a utilização de recursos em sectores menos produtivos ou até, como em muitos paises menos desenvolvidos, a não utilização produtiva de recuros disponiveis. Em certos paises menos desenvolvidos, os subsidios são por vezes dados a industrias, para substituição de importações ou como incentivo às exportações. O que permite a criação e manutenção de algumas actividades pouco eficientes. O pior é que isso acontece à custa do resto da economia, sobretudo da agricultura, e do conjunto da população. No conjunto da economia o produto nacional gerado e distribuido acaba por ser inferior ao que ocorreria sem subsidios.

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  30. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    30 Maio, 2008 21:07

    Falando de petróleo, pescadores, aumentos e spin doctors: vejam a SIC Notícias e desfrutem as maravilhosas coincidências dum aumento, perdão baixa dos preços em 1 cêntimo anunciado na hora em que o mestre do spin está em directo. Haja vergonha!

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  31. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    30 Maio, 2008 21:18

    “… a subsidiação é uma medida que mantém uma larga franja acima do nível de pobreza. E como jcd referiu, permite que haja agricultura na europa.”

    Efectivamente, a subsidiação permite que haja agricultura na Europa. Ou melhor, uma certa agricultura. Mas não creio que a ausencia de subsidios fizesse desaparecer por completo a agricultura na Europa. Ja hoje existem varias actividades agricolas não subsidiadas. Haveria certamente uma outra agricultura. Eventualmente menos massificada, mais ecologica e biologica.

    A “larga franja” de agriculturas e pescadores cujas actividades são subsidiadas são, no fim de contas, uma pequena minoria da população. Menos de 5% da população activa na maior parte dos paises desenvolvidos. Insignificante ao nivel mundial. O financiamento desses subsidios retira recursos importantes à economia (e ao Estado) que fazem falta noutras areas, de investimento produtivo gerador de emprego e rendimentos (e de intervenção publica contra a pobreza). Não penso que a ausencia de subsidios à agricultura a às pescas lançaria a maioria dos agricultures e pescadores na pobreza. Provocaria certamente uma alteração importante nas estratégias profissionais destas categorias. Quer ficassem na agricultura quer fossem para outros sectores de actividade. Os paises desenvolvidos ja passaram por fases de redução drastica da população activa na agricultura e os niveis de vida dessas populações não baixaram, antes pelo contrario. O que é certo é que os elevados subsidios que actualmente sustentam artificialmente os rendimentos dos agricultores e dos pescadores não são uma ajuda na luta contra a pobreza de muitas centenas de milhões de pessoas nos paises menos desenvolvidos.

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  32. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    30 Maio, 2008 21:24

    Uns anos de paz e fartura fazem muita gente esquecer.
    Por muito que algumas pessoas gostem da imagem de um preto a escavar a terra por eles, já pensaram bem na imprudência de deixar a alimentação de 495 milhões de europeus fora da europa?
    os norte-americanos sabem bem.

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  33. JLS's avatar
    30 Maio, 2008 21:34

    Modernização de frotas… Ainda anda tudo de traineirinha… e pelos vistos não há ninguém que queira pegar no negócio da pesca e ter uma visão um pouco mais larga do que a mera traineirinha…

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  34. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    30 Maio, 2008 21:36

    fernando S quando mencionei a “larga franja” de pessoas acima da pobreza não me referia obviamente apenas aos agricultores, mas a todos quanto o salário roça o limiar de subsistência. Qualquer aumento gravoso ao nível da alimentação atirava estas pessoas para a pobreza. É digamos, uma das mais eficazes intervenções sociais inventadas e penso que isso se reflecte no nível de vida que a europa de facto possui em relação ao resto do planeta.

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  35. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    30 Maio, 2008 21:38

    jls isso está directamente ligado ás quotas permitidas

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  36. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    30 Maio, 2008 21:55

    “… já pensaram bem na imprudência de deixar a alimentação de 495 milhões de europeus fora da europa? os norte-americanos sabem bem.”

    Pelo meu lado ja pensei e a mim não me assusta. Nem tenho a ideia de que os americanos estejam preocupados com isso. Mais preocupante é o facto de actualmente milhões de africanos não conseguirem o suficiente para viver decentemente e procurarem emigrar em massa para a Europa. De qualquer modo, para o melhor e para o pior (penso que para o melhor), vivemos num mundo global e cada vez mais globalizado. Ja não ha quintas isoladas e autosuficientes !

    “Por muito que algumas pessoas gostem da imagem de um preto a escavar a terra por eles,…”

    Pelos vistos ha quem prefira a imagem de um preto a “escavar a terra” por um miseravel naco de farinha que mal chega para matar a fome !

    Ja agora, imagem por imagem, quem conhece Africa sabe que quem “cava a terra” são mais as pretas do que os pretos !…

    Também convém lembrar que, mesmo em Africa, uma boa parte das culturas de rendimento, sobretudo as destinadas à exportação, também se fazem cada vez mais utilizando animais de tracção e maquinas agricolas !…

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  37. Desconhecida's avatar
    anonymouse permalink
    30 Maio, 2008 22:17

    peço desculpa pelo tom se calhar um bocado agressivo, mas irrita-me que muitas pessoas só se lembrem de áfrica quando é para pedir a diminuição da sua própria fiscalidade.
    De qualquer forma e tendo em conta o numero que referiu não considera uma falácia fazer depender a riqueza desses países dos tais meros 5% que iriam beneficiar da situação?
    E considera que não seria prejudicial incentivar a exportação em casos que há lacunas alimentares nos próprios países?
    Os Paises em vias de desenvolvimento como o aumento de procura provocado pelos biodiseis provou precisam antes de mais de prover as suas proprias necessidades, não as europeias. O caminho seria concerteza eles proprios terem uma agricultura subsidiada.

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  38. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    30 Maio, 2008 22:22

    Anonymouse,

    “Qualquer aumento gravoso ao nível da alimentação atirava estas pessoas para a pobreza.”

    Compreendo os seus argumentos e a sua preocupação.

    Mas, sinceramente, não penso que o fim dos subsidios à agricultura e à pesca aumentaria o custo da alimentação nos paises europeus. Antes pelo contrario. Tenderia a aumentar a eficiencia desses sectores a nivel nacional e permitiria a importação de outros produtos alimentares a preços mais baixos. De resto, ja hoje as pessoas de rendimentos mais baixos fazem economias na alimentação comprando produtos importados em vez de produtos nacionais e europeus. Isto para além do efeito indirecto sobre o rendimento disponivel das familias, a começar pelas de baixos rendimentos, que representaria o fim de uma politica cara de sustento a uma agricultura e de uma pesca caras.

    De um modo geral, não creio que o maior “nivel de vida da Europa” se deva à PAC e aos seus subsidios !!

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  39. Desconhecida's avatar
    papillon permalink
    30 Maio, 2008 22:31

    os subsidios q se concedem sao uma aberraçao, porque distorcem o mercado. como é q um pescador português pode competir com um espanhol se os “custos de produção” do espanhol são inferiores graças a subsidios? a solução nao é mais subsidios, pq caso contrario os paises andam constantemente a criar novos subsidios para resolver o problema causado por subsidios anteriores. a solução é acabar com os subsidios na UE e ponto final. além disso, dinheiro de impostos nao deve ser usado para financiar actividade economica. eu sempre achei piada aos liberais, quando se trata de pôr o estado a regular é logo intervencionista e mau, mas quando o estado intervem para dar subsidios a empresas(principalmente á sua) e regalias fiscais os liberais agradecem…

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  40. Desconhecida's avatar
    papillon2 permalink
    30 Maio, 2008 22:35

    papillon os subsidios são controlados a nível europeu.
    O corte dos subsidios implica o encarecimento dos bens alimentares.
    O fim dos subsidios tera efeitos irrisorios na carga fiscal.

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  41. portela menos um's avatar
    portela menos um permalink
    30 Maio, 2008 23:18

    T

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  42. Helder's avatar
    30 Maio, 2008 23:22

    quando o estado intervem para dar subsidios a empresas(principalmente á sua) e regalias fiscais os liberais agradecem…

    ????????????????????????????????????!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    O corte dos subsidios implica o encarecimento dos bens alimentares.

    !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!??????????????????????????

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  43. portela menos um's avatar
    portela menos um permalink
    30 Maio, 2008 23:22

    Teorize lá sobre o teu liberalismo, escreve sobre a AG do SCP mas deixa os pescadores em paz; evita assim fazer figuras tristes.

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  44. portela menos um's avatar
    portela menos um permalink
    30 Maio, 2008 23:24

    Liberais da treta a meterem-se com Homens que passam 100 horas por semana no mar; não há paciência para estes putos!

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  45. Desconhecida's avatar
    papillon permalink
    30 Maio, 2008 23:56

    “papillon os subsidios são controlados a nível europeu.
    O corte dos subsidios implica o encarecimento dos bens alimentares.
    O fim dos subsidios tera efeitos irrisorios na carga fiscal.”

    alguns subsidios sao a nivel europeu, outros nao. o corte dos subsidios implica subida dos bens alimentares q nós teriamos de pagar…hmmm…e quem é q paga os subsidios? pessoalmente prefiro q o governo me deixe o dinheiro no bolso e ser eu a decidir onde o gastar do q ter o governo a distribuir o q eu desconto por onde lhes dá mais jeito.

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  46. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    30 Maio, 2008 23:59

    Anonymouse,

    “peço desculpa pelo tom se calhar um bocado agressivo,”

    Não se preocupe. É normal no calor da discussão. Embora divergindo, pelo menos nestas questões, não tem faltado respeito reciproco. Obrigado, pela parte que me toca.

    “… irrita-me que muitas pessoas só se lembrem de áfrica quando é para pedir a diminuição da sua própria fiscalidade.”

    Acontece e, nesses casos, tem razão em se irritar. Mas nem sempre é assim. Acredite que não é no meu caso. Nasci e cresci em Africa, trabalho com Africa, morrerei com Africa dentro. De qualquer modo, não é dito que a redução ou o fim dos subsidios à agricultura e às pescas impliquem automaticamente uma descida de impostos que se sinta de imediato no bolso do contribuinte. Como disse anteriormente, os fundos publicos libertados por uma evolução deste tipo poderão ser canalizados para outros fins. Inclusivé, na minha perspectiva, para o financiamento de uma politica de apoio ao desenvolvimento em Africa, mais coerente e eficiente.

    “… não considera uma falácia fazer depender a riqueza desses países dos tais meros 5% que iriam beneficiar da situação?”

    Não sei se percebi bem a sua questão. Claro que a riqueza dos paises menos desenvolvidos não depende apenas da PAC europeia. Trata-se de um aspecto, entre outros. Por exemplo, não basta acabar com os subsidios europeus para as exportações africanas para a Europa aumentarem significativamente. São necessarias politicas nos paises africanos que favoreçam a iniciativa empresarial e os investimentos produtivos, nacionais e estrangeiros. Antes de exportar é preciso produzir.

    « E considera que não seria prejudicial incentivar a exportação em casos que há lacunas alimentares nos próprios países?”

    Sei que é um argumento muito utilizado actualmente. Nomeadamente a propósito dos biocombustiveis, que o Anonymouse refere igualmente. Mas eu não vejo as coisas assim. A Africa já hoje, mesmo com poucas exportações e ainda sem ter começado verdadeiramente com a produção de biocombustiveis, não consegue produzir comida suficiente para alimentar as suas populações. Tem de importar muitos alimentos. E tem igualmente de importar muitos dos instrumentos de produção que são por sua vez necessários à agricultura (maquinaria, produtos, etc) e às restantes actividades económicas. Para isso depende em grande parte das ajudas dos paises ricos. E tudo isso continua a ser manifestamente insuficiente. Os paises africanos precisam, naturalmente e antes de mais, de aumentar a sua produção pópria de alimentos. Mas aqui o problema fundamental não é uma qualquer falta de terras ou de mão-de-obra. Dois factores largamente abundantes na maior parte do continente. Os problemas são, no plano mais económico (porque há outros, mais políticos e que têm que ver com a governação, o quadro jurídico, a estabilidade, etc), a baixissima produtividade, a falta de investimento em meios de produção, a falta de know-how e a inexistência de quadros qualificados. Para progredir a Africa precisa de investimento, interno e externo. E precisa de exportar muito para poder importar todos os alimentos, todos os meios e serviços de produçao, todos os bens intermediários e de consumo, todos os factores que são indispensáveis a um processo de crescimento económico e desenvolvimento. A África não pode voltar para trás, recriando economias fechadas e autosuficientes. As economias dos paises africanos já são das mais abertas no mundo. Tem de produzir, muito mais e melhor. Para substituir algumas importações, sobretudo de bens alimentares. E para exportar o necessário para equilibrarem as balanças comerciais e de transacções. Quanto maior for a capacidade de produção e exportação das economias africanas menor serão as lacunas alimentares, actualmente o seu maior flagelo.

    “O caminho seria concerteza eles proprios terem uma agricultura subsidiada.”

    Não creio. Desde logo porque, como já aqui alguém referiu, a África actual não tem a capacidade administrativa e financeira para uma verdadeira política de subsídios. Mas a razão principal nem é essa. Uma política de subsídios à agricultura não serviria a grande coisa a não ser a alimentar a corrupção e a acentuar desiqulíbrios. Abundam exemplos pontuais de tentativas neste sentido que duraram pouco tempo e acabaram por ser grandes falhanços, enormes desperdícios de recursos, e escandalosos meios de enriquecimento facil das nomenclaturas locais. Se num país desenvolvido a prática dos subsídios já é difícil e, no final, nociva e contraproducente, imagine-se o que seria num país pobre e com um Estado mal capacitado. A África não precisa de políticas de subsidios, mesmo à agricultura, para produzir e exportar. Como alguém disse, certamente com algum exagero, mas tocando no essencial, “a melhor política que um governo africano pode ter é … deixar os seus cidadãos viverem e trabalharem livremente e em paz” !

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  47. Desconhecida's avatar
    papillon permalink
    31 Maio, 2008 00:00

    “portela menos um Diz:
    30 Maio, 2008 às 11:22 pm
    Teorize lá sobre o teu liberalismo, escreve sobre a AG do SCP mas deixa os pescadores em paz; evita assim fazer figuras tristes.”

    gosto tanto da maneira como os pseudo iluminados se acham superiores a toda a gente, é o sintoma do pedigree, malta assim dá-me vontade de rir, e depois ao vivo normalmente sao daqueles tipos todos esticados parece q engoliram uma vassoura com os olhinhos postos no horizonte. conheço tantos, cada um mais idiota q o outro.

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  48. dimaria's avatar
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    31 Maio, 2008 00:44

    Vai daí, com isso tudo, tamém a população aumenta, as mães não páram de parir e mais peixe se precisa na banca, que lhe aumenta o preço, por equilibrar a balança entre procura e oferta. E diz o nosso governo que há falta de natalidade, então.

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  49. Ruben's avatar
    Ruben permalink
    31 Maio, 2008 01:02

    .
    É mais que tempo de acabar com estas “caldeiradas”. Que é isso de apoio ao(s) sector(es) ? Para ajudar o Consumidor a quem se vai tirar antes á carteira para este estado ter dinheiro para “apoiar” o(s) sector(es) para ajudar o Consumidor ?
    .
    Este estado “social” já não tem pés nem cabeça.
    .
    Meus amigos ao Estado compete assegurar a Saude e Educação através de “cheques-Saude” e “cheques-Educação”, a Reforma a todos os Cidadãos, a Segurança e a Defesa do País, os Tribunais e os Negocios Estrangeiros.
    .
    O resto é feito com a Regionalização, o Imposto Nacional Unico (FairTax) e Portugal zona Economica Especial.
    .
    E as despesas deste estado têm de baixar tanto quanto necessário sejam quais forem as consequências pessoais que daí advenham. Exactamente como até agora o estado fez mas MAL, as receitas aumentadas á força para sustentar as despesas que demagogicamente dizem que são correctas sejam quais forem as consequências de empobrecimento do Cidadão e a falência das Empresas Portuguesas. Se hoiuve “coragem” para uma coisa também tem de haver para a outra.
    .
    E não venham com histórias que tem de se apoiar uns “desgraçados” que andam para aí com PME’s. Em Portugal não há grandes Empresas; apenas existem enquanto protegidas por monopolio, ou por cartel ou por “golden-shares” do estado ou contratos publicos com o Estado. Mercado e livre concorrência, praticamente ZERO, nem a ele sobrevivem.

    Não surge qualquer outra solução nacional sustentavel excepto a do polvo-estado continuar a demagogia “ajuda aos pobres” tirando mais dinheiro aos que a seguir serão “novos pobres” e assim sucessivamente, exactamente como acontece há uns 6/7 anos.

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  50. Curiosamente's avatar
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    31 Maio, 2008 01:44

    jcd Diz: ” O estilo africano não é bem não ter subsídios. É mais nem sequer terem dinheiro para subsídios. E não têm porque os produtos que eles podem exportar não entram na Europa por falta de capacidade de competir com os produtos subsidiados pelos contribuintes europeus. ”

    Essa questão não se coloca actualmente por agora o petróleo está mais caro graças ao mercado, vai daí não compensa enviar couves de africa

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  51. Curiosamente's avatar
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    31 Maio, 2008 01:51

    O petróleo estava na mesma, mas ninguém estava a lucrar mais com isso. As pessoas continuavam a andar de carro, e os pescadores a pescar. Qualquer das actividades não trazia lucros aos “envolvidos” no petróleo. Vaí dai, resolveram ter mais lucros, vaí daí viram que não podiam fazer greve, vai daí viram que estava tudo nas mãos deles, vaí daí viram primeiro o pricing final, vaí dai falaram da china e da india , vaí dai falaram do aumento de população, vaí daí falaram do iraque e de tudo e mais alguma coisa, QUANDO É DOS MANUAIS QUE OS OBJECTIVOS DAS EMPRESAS É TER LUCRO, vaí daí resolveram ter mais lucros e começaram lentamente a aumentar o petróleo uns, vaí daí outros aumentaram também , vaí daí outros não podiam ficar atrás e vaí daí todos começaram a entrar , vaí daí o mercado é livre e cada um tem o lucro que quer, vai daí os preços continuaram a aumentar e os lucros também, e vai daí ainda hoje continuam a ter lucros maiores
    Os automobilitias não podem fazer greve porque só se prejudicam a eles mesmos (é o mesmo que fazer greve à comida – deixa-se de comer ? ) e alguns fazem protestos, outros com poder reindivicativo para não aumentar os preços e começarem a ficar cada vez com menos margem de lucro (como os pescadores) fazem greve para ver se conseguem uma porcaria qualquer. Afinal, os pescadores são empresários, quer se queira, quero o JCD não queira.

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  52. Ruben's avatar
    Ruben permalink
    31 Maio, 2008 02:36

    .
    Em Fevereiro de 2008 nos EUA a gasolina era a 0,538€/litro e o diesel a 0,591€/litro). Na Europa, Estónia e Latvia o litro estava abaixo de 1€.
    .
    Em Fevereiro a gasolina em Portugal (1,369€/litro) era mais cara que na Áustria, Alemanha, Grécia, Luxemburgo, Espanha, França, Irlanda, Eslovénia, Suécia, Lituânia, Eslováquia, Suécia, Lituânia, Eslováquia, Suíça, Polónia, Hungria e Rep Checa.

    http://www.aaroadwatch.ie/eupetrolprices/default.asp

    http://www.tiscali.co.uk/money/features-new/energy-petrol-price-predictions-to-2009.html

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  53. GatoPreto, Em Resposta a JLS...'s avatar
    31 Maio, 2008 11:50

    !— Modernização de frotas… Ainda anda tudo de traineirinha… e pelos vistos não há ninguém que queira pegar no negócio da pesca e ter uma visão um pouco mais larga do que a mera traineirinha… —!

    E você metia-se num negócio onde o custo operacional não tem influencia nos preços praticados?
    Onde existe uma instituição que lhe vem dizer quanto custa aquilo que você pesca?
    E que por isso é que paga o gasóleo mais barato?
    Onde o mercado é uma miragem?

    E porque ninguém é maluco, é que não aparecem mais barcos, e os poucos que lá andam, só andam porque não sabem fazer mais nada, e diga-se que como se pode ver bem que os pescadores estão todos ricos com o negócio.
    Já outros elementos do processo estão MUITOS patamares acima daquilo a que actividade deveria criar.
    Onde a autoridade para a concorrência não vai fazer auditorias.

    Gato (que adora uma sardinha).

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  54. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    31 Maio, 2008 14:35

    É grave o que está a acontecer na lota de Matosinhos. Tal como noutros portos em Portugal e na Europa. Os armadores e pescadores bloqueiam os acessos e impedem que os comerciantes possam retirar e vender toneladas de peixe que ali se encontram armazenados. Peixe que foi comprado e pago aos fornecedores. Aparentemente uma parte signifcativa é peixe congelado importado, nomeadamente de Espanha. Mas também há peixe português comprado nos últimos dias. Os pescadores já encaixaram a receita. Para os comerciantes, muitos dos quais são vendedeiras modestas, é só prejuizo.

    Os pescadores têm todo o direito de fazer a greve da pesca. Os barcos são deles, a mão-de-obra é deles. O país arrisca-se nos próximos dias a ficar sem peixe português. Se o peixe português fosse assim tão indispensável, tão superior ao importado em qualidade e em preço, então os consumidores portugueses não deixariam de fazer contas e de pressionar as autoridades no sentido de estas satisfazerem minimamente as reclamações dos pescadores.

    Mas a verdade é que os próprios pescadores não acreditam nessa propalada superioridade do peixe português relativamente ao importado. Eles sabem perfeitamente que a sua actividade, nas condições em que é feita actualmente, não é assim tão indispensável. Sabem que o peixe português pode ser substituído por peixe importado mais barato e de qualidade equivalente.

    Por isso, os pescadores portugueses, como os de outros países europeus com situações semelhantes, não se limitam ao normal e legal exercício do direito de greve. E dão vários passos em frente. Bloqueiam o livre acesso a locais que não lhes pertencem. Que são propriedade públicas ou privadas. Como os portos de pesca e as lotas. Como estabelecimentos comerciais e super-mercados onde é vendido peixe de origem diversa. Apropriam-se de bens que não lhes pertencem. Como o pescado que se encontra armazenado nas lotas, em armazéns, em estabelecimentos comerciais, em viaturas de transporte. Bens que destroem ou “oferecem” a populares. Por outras palavras, roubam, usam e destroem o que não lhes pertence. Usando a força e a violência. Violam a lei e alguns dos mais elementares direitos e liberdades dos cidadãos.

    Os prejuízos resultantes destas acções são enormes. Para a economia, para os comerciantes expoliados, para os consumidores. Mas o mais grave nem é isso. O mais grave e preocupante é que as autoridades não ousam sequer intervir com as forças policiais, impedir os boicotes, os desmandos, os atentados à liberdade e à propriedade privada dos cidadãos. O mais grave e preocupante é que os fazedores de opinião, quase sempre prontos a dar a cara por “nobres causas”, se calam agora, porventura simpatizando com os objectivos e as formas radicais de luta do movimento de protesto. O mais grave e preocupante é ver que as opiniões públicas aceitam com resignação e até normalidade este estado de coisas.

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  55. Curiosamente's avatar
    Curiosamente permalink
    31 Maio, 2008 14:56

    Fernando S Diz: “Os prejuízos resultantes destas acções são enormes. Para a economia, para os comerciantes expoliados, para os consumidores. ”

    Penso que fala do aumento do petróleo.
    Ou da guerra do Iraque.
    Não é disso ?

    Ahhh, é a velha questão das duas moedas. Uma é boa, a outra é má.
    A moeda boa é o aumento do petróleo e as guerras como no Iraque.
    A moeda má, é os protestos dos empresários pescadores e sei lá o que fazem.

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  56. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    31 Maio, 2008 15:27

    Curiosamente :
    “Penso que fala do aumento do petróleo.
    Ou da guerra do Iraque.
    Não é disso ?”

    Claro que não é ! Sinceramente, mesmo fazendo um esforço, nem vejo bem qual é a relação. Tirando a banal circunstancia de tudo ter a ver com tudo !

    Claro que os protestos dos pescadores teem a ver com o aumento do preço do petroleo. Mas este aumento resulta de factores de mercado e internacionais que ultrapassam em muito a capacidade de intervenção das autoridades nacionais. Sou dos que consideram que a subida do preço do petroleo não justifica so por si a redução dos impostos sobre os combustiveis. Nem em geral nem discriminando entre cisadãos e actividades economicas. Não é solução. Continuaria a ser necessario financiar o orçamento do Estado. O sinal envido ao mercado iria no sentido contrario ao do desejavel desincentivo do consumo de combustiveis fosseis em favor do de outras formas de energia. De qualquer modo, sejam quais forem as razões que assistem aos pescadores e a todos aqueles que sofrem com a alta dos preços dos combustiveis, nada justifica que desenvolvam acções de força que violam a lei e os direitos e liberdades dos restantes cidadãos. Este é que é o meu ponto. Mais do que a discussão sobre o que deve ou não ser feito a favor dos pescadores.

    Quanto à guerra no Iraque, ainda vejo menos a relação. Eu tenho uma opinião sobre o assunto, mas não vejo o que adianta aqui e agora. Curiosamente (não é um jogo de palavras !), muitos dos que são criticos da guerra no Iraque apontam como motivação dos americanos a vontade de controlar fontes de abastecimento de petroleo no sentido de evitar boicotes e aumentos de preços. Portanto, boa ou ma, os protestos dos pescadores e a “guerra do petroleo” podem ser vistos como sendo da mesma moeda !

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  57. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    31 Maio, 2008 15:36

    ERRATA :
    “razões dos pescadores”

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  58. Zeca's avatar
    Zeca permalink
    31 Maio, 2008 16:08

    Meus amigos, hoje comemos carne porque a produzimos. Com o peixe, será o mesmo a curto prazo. O peixe na natureza não aguentou a sofisticação dos novos navios pesqueiros, nem a violação permanente das malhas. Os “desgradinhos” que têm que viver da pesca e que nos arrastões metem uma rede ilegal de malha miúda sobre a legal mais larga, para capturar espécies imaturas sem serem caçados (ao avistarem a fiscalização soltam a ilegal para o mar) estão a cavar a sepultar o resta dos recursos marinhos, apanhando juvenis e destruindo locais de desova e criação. Há anos, para instalar uma piscicultura, levei quatro anos de luta para a obtenção de licenças, enquanto os gregos aproveitavam os fundos comunitários em pleno. Hoje são os maiores produtores europeus. Aqui está o futuro. Mais de 30% do peixe que se consome tem esta proveniência.
    Os circuitos comerciais do peixe em Portugal têm demasiados agentes improdutivos que originam com que, de 1,5 euros/Kg de preço médio do peixe saído da lota, este chegue às nossas mesas por preços anormalmente altos, por distorsão do mercado.
    O Governo não vai alterar a estrutura fiscal dos combustíveis porque está ávido de dinheiro para subsidiar a super-gorda e eneficiente máquina do Estado. Querem um exemplo? O caso das listas de espera para oftalmologia: esta enorme lista tem vindo sempre a crescer. Enquanto um só médico espanhol veio ao Barreiro e operou em cinco dias 234 doentes, no hospital só admitiam 8 inscrições por semana. Agora, com o recurso aos meios
    sempre existentes, a ministra vai resolver o problema. Como? pagando por cada intervenção 900 euros. Aqui as coisas funcionam entornando dinheiro em cima dos problemas. Por isso a diferenciação entre ricos e pobres é das maiores da Europa. Em Portugal as coisas não funcionam porque o país sofre de doenças estruturais. Por isso Saúde, Justiça, Ensino, Assistência Social é o que se vê. Os pescadores têm que fazer o mesmo que os restantes trabalhadores: emigrarem, ou mudarem de ramo, porque o petróleo está caro, os pesqueiros exaustos e .o mercado desestruturado

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  59. Desconhecida's avatar
    Tribunus permalink
    31 Maio, 2008 18:08

    POrque temos 80% da frota em pesca costeira? o ministro da agricultura devia saber e devia contrariar isso, já aqui está
    mais o Socrates, vai para 3 anos, ignorantes………
    A chave do problema dos proprios pescadores, está neste conforto de ir ao mar e dormir na cama…ganham pouco, mas vão comendo, ainda por cima, não pagam impostos, vendem no restaurante sem iva! è a merda em vasos comunicantes……

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  60. portela menos um's avatar
    portela menos um permalink
    31 Maio, 2008 19:39

    papillon Diz:
    31 Maio, 2008 às 12:00 am

    Respondendo por outros e fazendo (também) figuras tristes.

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  61. carlos's avatar
    10 Novembro, 2008 14:54

    Andava a navegar na net quando dei por esta “conversa”… como isto ja foi a muito tempo nao sei se vou a horas…
    sou de Peniche,pescador categoria Mestre largo pescador.Gostava de partilhar convosco o porque do meu afastamento da pesca…
    Fui cresci no meio de barcos,peixes,redes enfim no meio de toda aquela azafama…
    Fui para o Forpescas tirei o curso de marinheiro-pescador(3 anos equivalencia ao 9 ano)um dos cursos mais completos que alguma vez vi…e fiz a evolucao da carreira ate chegar a Mestre Largo pescador.
    Andei 8 anos na pesca da sardinha(costeira) com o meu pai e depois passei para a pesca do espadarte(largo).
    As vezes apanhavamos muitos vendavais para tentar trazer peixe para terra…mas por vezes o maior vendaval de todos apanhavamos atracados a muranha na descarga,quando levavamos porrada no preco do peixe e acreditem que nao era poucas vezes.
    Nos perguntavamos aos compradores o porque do peixe ir tao barato e as “desculpas eram das mais variadas ,tais como : o preco do gasoleo estava alto ao podiam dar mais valor (como se fosse so para eles o aumento)
    o mercados estavam inundados com peixe de Marrocos ou peixe de paises terceiros o que era muito chato
    entre outros.
    A coisa que me mais marcou foi ver um comprador comprar-nos o peixe(espadarte)a 5.5 euros o kg e ao telemovel estar a vender a 30 euros o kg,nessa mesma viagem iam desaparecendo 2 homens da minha tripulacao debaixo de temporal.
    Tenho muita pena de me afastar da pesca ,escolhi porque quis ,nao fui obrigado,mas com esta injustica….
    Para mim ( eu so sou uma pessoa que sofreu na pele os problemas da pesca)a sulocao para relancar o sector primario nao passa
    por subsidios ,nem linhas de credito,nem beneces dequalquer tipo…
    Quanto a mim uma medida basta, o governo\europa arranjar forma de abolir o mercado livre para os bens alimentares
    De certeza que o sector primario saia da crise emque esta mergulhada,qualquer dia querem pessoas para trabalhar neste setor e nao ha por causa desta injustica o sector primario ,a media da faixa etaria e muito alta quando essa geracao acabar como e?
    pergunto os Srs. acham que as profissoes no sector primario sao atraentes aos jovens , da maneira como estao?
    sem mais nada a acrescentar ate breve…

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