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Ferreira Leite e os juros

2 Julho, 2008

Ferreira Leite defendeu na entrevista de ontem que a dívida pública portuguesa corre o risco de chegar aos 100% do PIB. Creio que tem razão. Não me parece que tenha razão quando afirma que uma dívida pública elevada poderá causar restrições ao crédito privado e aumento das taxas de juro para as famílias. A não ser que Ferreira Leite esteja a prever a saída da zona euro e a introdução de restrições à circulação de capitais. Como me parece que não está, creio que Ferreira Leite se limitou a recorrer ao paradigma económico que absorveu na faculdade. Ferreira Leite parece estar preparada para lidar com uma economia nacional fechada através de receitas keynesianas (que de qualquer das formas tiveram sempre uma eficácia duvidosa). Entretanto o mundo mudou.

64 comentários leave one →
  1. caodeguarda's avatar
    2 Julho, 2008 14:58

    sem comentários…

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  2. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    2 Julho, 2008 14:59

    mudou para pior

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  3. Nuspirit's avatar
    Nuspirit permalink
    2 Julho, 2008 15:12

    Uma dívida pública elevada poderá causar restrições ao crédito privado na medida em que as pessoas para pagar essa divida ficaram com menor renda para contraírem empréstimos. Por outro lado, o rating da República piorará e por essa via aumentarão as taxas de juro para as famílias.

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  4. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    2 Julho, 2008 15:16

    ««Uma dívida pública elevada poderá causar restrições ao crédito privado na medida em que as pessoas para pagar essa divida ficaram com menor renda para contraírem empréstimos.»»

    Não é por essa via que vão aumentar as taxas de juro.

    «« Por outro lado, o rating da República piorará e por essa via aumentarão as taxas de juro para as famílias.»»

    A não ser que se espere uma saída do euro, não estou a ver como é que o rating da república pode afectar o mercado de crédito a particulares.

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  5. Desconhecida's avatar
    Pedro permalink
    2 Julho, 2008 15:18

    Qual é a teoria económica que ensinam na faculdade de Ciências?

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  6. Cam's avatar
    Cam permalink
    2 Julho, 2008 15:36

    o amador JM a colocar defeitos na catedratica MFL.
    O treinador de bancada a colocar defeitos nas opções dos treinadores da 1ª divisão.

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  7. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 15:45

    “Creio que tem razão. Não me parece que tenha razão quando afirma que uma dívida pública elevada poderá causar restrições ao crédito privado e aumento das taxas de juro para as famílias. A não ser que Ferreira Leite esteja a prever a saída da zona euro e a introdução de restrições à circulação de capitais. Como me parece que não está, creio que Ferreira Leite se limitou a recorrer ao paradigma económico que absorveu na faculdade.”

    A sério, caro JM? Ops!

    Cala-te boca!

    PS Leu as últimas notícias sobre o que se está a passar na nossa banca? Se não leu, devia. 😉

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  8. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 15:51

    Ontem a nossa bolsa teve uma valente queda. Hoje sobe e corrige parte da queda.

    Imagine, caro JM, quais os títulos que não recuperam quase nada. Ou melhor, continuam as quedas.

    O JM há-de dizer em que livros aprendeu esta nova teoria, que fazendo parte do euro, o sector privado não sofre com o endividamento estatal. 😉

    Eu gosto de aprender com quem sabe…

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  9. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    2 Julho, 2008 15:57

    ««o amador JM a colocar defeitos na catedratica MFL.
    O treinador de bancada a colocar defeitos nas opções dos treinadores da 1ª divisão.»»

    Quando vocês começam a recorrer a argumentos de autoridade revelam duas coisas:

    – que não têm outros argumentos
    – que não compreendem nem estão preparados para o debate científico

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  10. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    2 Julho, 2008 16:00

    ««O JM há-de dizer em que livros aprendeu esta nova teoria, que fazendo parte do euro, o sector privado não sofre com o endividamento estatal. ;-)»»

    Anti-comuna,

    O que MFL defendeu foi que o endividamento estatal causaria aumento das taxas de juro aos particulares. Explique-me o seguinte:

    – o que é que impede um banco de comprar e revender crédito aos preços de mercado da zona euro?

    – se não houver risco de saída da zona euro, que mecanismo é que faz subir os juros de forma significativa?

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  11. NMCAF's avatar
    NMCAF permalink
    2 Julho, 2008 16:03

    Comentários 3-4-7

    O risco de crédito da república reflecte-se no custo de funding dos agentes económicos nacionais (não é exclusivo de PT). É esse o sentido do comentário 7 e o JM pode facilmente verificar isso na reuters, bloomberg…

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  12. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 16:06

    “O que MFL defendeu foi que o endividamento estatal causaria aumento das taxas de juro aos particulares.”

    E eu também. Já se está a ver no mercado. Leu as últimas notícias, ou não?

    Já o disse aqui uma vez. Os nossos banqueiros ou páram estas megalomanias ou vão ser engolidos por um furacão depressionário. E depois comprados em saldos pelos estrangeiros.

    “- o que é que impede um banco de comprar e revender crédito aos preços de mercado da zona euro?”

    o mercado. 😉

    “se não houver risco de saída da zona euro, que mecanismo é que faz subir os juros de forma significativa?”

    risco existe sempre. com o nosso maior endividamento estatal, maior o risco.

    Ó JM, isto vindo de si, espanta-me. Qualquer dia vejo-o a defender a despesa estatal. já faltou pouco.

    O que o faz escrever estas coisas eu sei. É fazer oposição à Ferreira Leite. E faz-lhes escrever coisas que não lembram ao diabo.

    Deixe lá. Eu vou aprender para outro lado. 😉

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  13. Luís Lavoura's avatar
    Luís Lavoura permalink
    2 Julho, 2008 16:06

    O problema, JM, não é a dívida pública (a dívida do Estado português), é o deficit dar transações correntes. Isso sim, é que é capaz de lixar as famílias portuguesas. Portugal, como um todo, todos os anos pede emprestado ao estrangeiro 12% daquilo que gasta. Quando o estrangeiro começar a perceber que Portugal não tem capacidade para pagar o que deve, é capaz de deixar de dar emprestado.

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  14. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    2 Julho, 2008 16:08

    ««risco existe sempre. com o nosso maior endividamento estatal, maior o risco.»»

    Mas porquê? Explique o mecanismo, sem recorrer ao risco de saída do euro.

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  15. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 16:11

    “Explique o mecanismo, sem recorrer ao risco de saída do euro.”

    Já houve alguém que o meteu aqui.

    O que quer que lhe explique? Como funciona o mercado? E logo numa altura em que vivemos um credit crunch? Que vai chegar a todo o tipo de dívida, inclusivé estatal?

    Deixe-se disso, caro JM. Não invente. E sim, apluada estas obras megalómanas. Vc. também vai pagar. Glup!

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  16. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    2 Julho, 2008 16:12

    ««Quando o estrangeiro começar a perceber que Portugal não tem capacidade para pagar o que deve, é capaz de deixar de dar emprestado.»»

    Os emprestadores estrangeiros olham para a capacidade de pagamento dos privados que lhes pedem dinheiro. Não estão interessados na dívida global do país.

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  17. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 16:16

    “Os emprestadores estrangeiros olham para a capacidade de pagamento dos privados que lhes pedem dinheiro. Não estão interessados na dívida global do país.”

    Acha mesmo que sim? Mas acredita mesmo nisso?

    Já leu as notícias sobre a nossa banca ou não?

    Isto de falar de cátedra… Chuif!

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  18. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    2 Julho, 2008 16:17

    ««Já houve alguém que o meteu aqui.

    O que quer que lhe explique? Como funciona o mercado? E logo numa altura em que vivemos um credit crunch? Que vai chegar a todo o tipo de dívida, inclusivé estatal?»»

    Explique-me como é que, sem saída do euro e fronteiras fechadas, a dívida pública, afecta a taxa de juro. É um pedido simples. Repare que o credit crunch não é causado pela dívida pública. Enquanto estivermos no euro e não existir risco de saída, o mercado de capitais é europeu. A taxa de juro será muito semelhante em todos os países do euro. O que eu estou a defender é que antes de a taxa de juro subir sinificativamente por causa da dívida pública, teremos que sair do euro.

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  19. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    2 Julho, 2008 16:20

    ««Acha mesmo que sim? Mas acredita mesmo nisso?

    Já leu as notícias sobre a nossa banca ou não?»»

    Anti-comuna,

    não percebo o argumento. Está a defender que os problemas de crédito da nossa banca resultam da dívida pública? Se a dívida pública baixasse, os problemas da banca desapareceriam?

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  20. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 16:20

    “Explique-me como é que, sem saída do euro e fronteiras fechadas, a dívida pública, afecta a taxa de juro. É um pedido simples”

    Eu não lhe vou explicar nada, caro JM. Peça à Ferreira Leite.

    Ou comece com uns livros básicos sobre Finanças.

    Leia as notícias e veja lá que a sua tese cai por terra.

    Já aqui há uns anos Vc. teimou comigo que um eventual credit crunch era coisa de maluquinhos. E no entanto…

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  21. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    2 Julho, 2008 16:24

    ««Eu não lhe vou explicar nada, caro JM. Peça à Ferreira Leite.

    Ou comece com uns livros básicos sobre Finanças.»»

    mas se é assim tão simples, porque é que não explica? Eu já expliquei porque é que acho que, num mercado aberto, a taxa de juro é insensível à dívida pública.

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  22. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    2 Julho, 2008 16:26

    ««Leia as notícias e veja lá que a sua tese cai por terra.»»

    Indique-me uma única notícia que relacione a taxa de juro com a dívida do respectivo país (zona euro).

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  23. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 16:28

    Sabe o que é o risco sitémico, caro JM?

    Claro que sabe. Mas agora anda a fazer-se de anjinho porque convém para a sua tese.

    A Ferreira Leite tem toda a razão. Os factos estão a comprovar que ela tem toda a razão. Mas Vc. como não gosta dela, anda a inventar largo. Até defende o investimento público e tudo!

    Mais, essas obras são em grande parte financiados pelos privados, com o risco e os lucros garantidos cobertos pelo Estado. Mas, ai meu deus, se a Ferreira Leite é contra eu sou a favor!

    Afinal quem é Liberal? O JM ou a Ferreira Leite?

    Dá-me a impressão que é mais a Ferreira Leite que muitos que usam muito a etiqueta liberal e depois…

    Estou profundamente desiludido consigo, caro JM. É ir longe demais no ataque a adversários políticos. Ainda por cima de Direita.

    Como a Direita há-de alguma vez liderar as ideias em Portugal se passam a maior do tempo a autodestruir-se em vez de combater a esquerda?

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  24. Tarzan's avatar
    2 Julho, 2008 16:35

    «Sabe o que é o risco sitémico, caro JM?»

    E em que é que o risco sistémico do Estado afecta o risco sistémico dos particulares? e o da banca?

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  25. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 16:40

    “E em que é que o risco sistémico do Estado afecta o risco sistémico dos particulares? e o da banca?”

    Não há risco sistémico do Estado. Há o sistémico.

    O mercado quando empresta não anda a dormir. Ou será que anda?

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  26. Desconhecida's avatar
    António permalink
    2 Julho, 2008 16:51

    anti cumuna olhe que já acabou o euro tem que explicar como se a bola fosse quadrada…………;-)

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  27. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    2 Julho, 2008 16:52

    Quais são as taxas de juro em Italia e como se diferenciam das do resto da Europa…?

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  28. Desconhecida's avatar
    António permalink
    2 Julho, 2008 16:53

    eu sou um passageiro num barco, se este vai ao fundo o que é que me aconteçe: aceitam-se propostas, leilão aberto……..

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  29. Luís Lavoura's avatar
    Luís Lavoura permalink
    2 Julho, 2008 16:55

    “Os emprestadores estrangeiros olham para a capacidade de pagamento dos privados que lhes pedem dinheiro. Não estão interessados na dívida global do país.”

    Claro que estão. A dívida global do país reflete-se na capacidade de pagamento do banco português que pede dinheiro emprestado ao banco alemão ou sueco.

    Se o banco alemão ou sueco sabe que Portugal está fortemente endividado, suspeitará que o banco português também possa estar fortemente endividado junto de bancos franceses e suíços.

    O banco alemão ou sueco suspeitará de que está a dar crédito ao banco português para este conceder ainda mais empréstimos a clientes portugueses, os quais, no entanto, já estão crivados de dívidas.

    O banco alemão ou sueco suspeitará, em suma, que o banco português, por detrás de uma aura de credibilidade, não passa, de facto, de uma máquina de engolir dinheiro.

    Como é possível, João Miranda, diga lá, que Portugal tenha dívidas de 100% do seu PIB e que, no entanto, os bancos portugueses que devem dinheiro a bancos franceses e suíços estejam todos altamente capazes de pagar essas dívidas? É evidente que é impossível.

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  30. Paulo Vaz's avatar
    2 Julho, 2008 16:58

    «num mercado aberto, a taxa de juro é insensível à dívida pública»

    Caro JM, a oferta de crédito não é ilimitada. O crédito tem limites. Se os Estados o usam na totalidade, o preço para privados será mais caro. O crédito resulta da poupança disponível e não da criação de massa monetária inflaccionista como tem ocorrido nos últimos anos no mundo ocidental com o JPY carry trade. O seu erro é não perceber a tecnicidade da criação de moeda e crédito. Olhe que é mais simples do que o comportamento das membranas…

    Caro AC, você e MFL tem razão. O seu problema é que julga que MFL é séria. Ela apenas faz este número porque lhe interessa ganhar eleições ou lugar num futuro bloco Central e centralista. É só analisar as incoerências do seu discurso apenas no ano de 2008 para detectar este comportamento suspeito. Por exemplo, o Sol relatou que MFL iria suspender as Scuts e TGV, mas ela nada disse sobre as obras incidentes sobre Lisboa, TTT, Alcochete e frente ribeirinha. MFL é a representante do status quo centralista, que usará a demogagia que for necessária para defender esses interesses num futuro governo. Mesmo que estaja coberta de razão relativamente às obras faraónicas e falência da banca nacional, continua a ser um cavalo de Troia.

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  31. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    2 Julho, 2008 17:02

    Perdoa-se esse pequeno problema só por manter a paneleiragem na defensiva…

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  32. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 17:06

    Ferreira Leite tem toda a razão. Um político sério e profundamente preocupado com a crise financeira mundial deveria parar para pensar e avaliar muito bem com que tipo de crise estamos a enfrentar.

    Mas se não existem políticos sérios, cabia à sociedade civil e aos principais agentes económicos, em especial os mais afectados, avisar o país que esta crise é diferente das anteriores, é uma crise que parte do “centro” e que se estenderá à “periferia” e que reavaliará todo o tipo de crédito existente à face do planeta. Sendo assim, cabia às nossas élites chamar à atenção dos nossos maus políticos, que o Estado ao assumir este tipo de encargos e riscos, está a ir contra uma tendência, que é baixar o risco (seja ele sistémico, seja ele sectorial ou até mesmo individual) e reavaliar todo o custo desse risco.

    Mas não. Em Portugal temos um governo pirómano, liderado por uma completa nulidade e temos uma sociedade civil acéfala, que mesmo vendo que o mundo cai sobre nós, quer continuar a ter os mesmos comportamentos de risco, que nos levaram a esta crise.

    Os riscos sistémicos americanos estão a aumentar a cada dia que passa. Na europa também, mas não com a acumulação de riscos dos americanos. E em Portugal, um dos países mais endividados do mundo, com uma balança comercial completamente insustentável durante muito tempo, com um Estado em riscos de falir, temos os políticos a quererem assumir riscos e encargos, ainda por cima para pagar daqui a uns tempos. E ninguém lhes chama à atenção para o erro que é o Estado assumir mais estes riscos?

    Mas não. As construtoras precisam do dinheiro estatal para lhes dar a competitividade que não têm. Os bancos querem abocanhar estes negócios da china. Muitos outros que têm a ganhar com estas megalomanias, claro que batem palmas.

    Mas se os construtores e outros agentes económicos ainda se compreende, o que não se compreende é que uma banca portuguesa, com grandes dificuldades em se manter solvável, que até está a ter importantes constrangimentos em conseguir capitais, ainda se quer meter nestes elefantes brancos. Para mais, se toda a gente está endividada, do Estado aos particulares, e que vivemos um credit crunch, que está a mudar o sistema monetário internacional, e ainda querem abocanhar estes milhões, esquecendo que estão a cavar a sua própria sepultura? Estes banqueiros estão avariados da sua tolinha. Completamente!

    E o resto da sociedade civil fecha os olhos a mais esta comédia que é, um país sem dinheiro, endividado e com dificuldades no acesso ao crédito, com um Estado sem dinheiro sequer para pagar os salários aos seus funcionários. Mas isto não é um país. É uma manicómio. É uma completa casa de malucos. Só pode!

    Esta crise financeira é de tal ordem preocupante que todos nós deviamos meditar nas suas consequências e riscos. Mas não. Fechamos os olhos e lançamo-nos para mais uns projectos megalómanos.

    Mas é preciso entender o seguinte. Se o sistema americano colapsar, o europeu também pode soçobrar. E o €uro terá que ser reavaliado e os mercados não deixarão de penalizar quem deve muito e tem poucos rendimentos que lhes permite sequer amortizar o capital em dívida.

    Portugal não consegue crescer mais que 1,5% em tempos favoráveis. Ou seja, na alta do ciclo económico, Portugal não vai mais além que um crescimento medíocre. Está endividado até ao pescoço. E ainda acredita esta gente que com estes “predicados”, com o fim do dinheiro barato, teremos acesso a crédito ilimitado e a taxas de juro negativas, em termos reais?

    Mas está tudo tolo, ou quê? Isto é tudo para ir para o galheiro. Mais. Mesmo sem estes projectos megalómanos, já Portugal se afunda. Se lhe juntarmos esta mão-cheia de infantilidades, é o estoiro completo.

    Cada vez tenho menos esperança neste meu país. Vai falir e ainda não compreendeu o porquê. Glup!

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  33. Desconhecida's avatar
    2 Julho, 2008 17:18

    “Entretanto o mundo mudou”.

    Só por esta pequena frase, Parabéns, JM.

    É que os portugueses, os europeus e os estadonidenses (à brasileira) ainda julgam que estamos em Bretton Woods ou com a paridade-dólar!

    Enganam-se. Quem tem as commodities, domina o risco e einveste, tem capacidade de vir a comamdar o mundo. Neste aspecto, quer os Chineses, os Russos (Putin), os Árabes (Sauditas, Emiratos e afins), Indianos e até os Brasileiros, já perceberam que podem inverter as forças que comandam o mundo, no FMI, Banco Mundial, BIS e outros.

    Como é possível, a Bélgica ter mais peso no FMI do que a China?

    A China é a 4ª maior potencia económica do mundo, atrás dos EUA, Japão e por pouco tempo, da Alemanha.

    Quando a malta acordar, vai ser tarde.

    Aliás, Napoleão bem desejou que eles continuassem a dormir! ….o Império Amarelo ou o Império do Meio.

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  34. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    2 Julho, 2008 17:24

    Vou perguntar outra vez “Quais são as taxas de juro em Italia e como se diferenciam das do resto da Europa…?”

    http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_public_debt

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  35. Desconhecida's avatar
    2 Julho, 2008 17:28

    JM,

    Há um erro crasso que o JM comete, e que é usual em si. Demasiada simplicidade na análise.

    Sabe que o mercado financeiro é feito por 4 ou 5 instituições, que depois arrastam o resto……essas instituições são: OCDE, FMI, Banco Mundial e a Goldman Sachs. Por ora, é que entretanto a mudança é constante……ainda esta semana a Goldman nomeou para o seu Board, o Sr. Mittal, principal accionista do maior império do aço actual. Pela primeira vez, um Indiano no “Judeu” Board da Goldman…algo inacreditável.

    Depois, existem as Agências de Rating que estão muito chamuscadas…..mas, ainda condicionam muito market maker. A S&P, a Fitch, a Moody’s……..ditam regras e o sector financeiro segue.

    Dito isto, o Estado português corrigiu alguma coisa na era Teixeira dos Santos, ao corrigir um pouco (atenção que foi só um pouco…..a grande parte é cosmética) o déficit público.

    Mas, na essência a Economia Portuguesa é muito frágil. O endividamento é elevado, quer o público, quer o privado. Ao ponto, da insustentabilidade global da economia, se poder reflectir nos ratings promovidas pelas S&P…..e aqui, Bruxelas emitirá “mensagens”, que poderão ser draconianas.

    Se Portugal é excluído do Euro ou não, não sei. Mas, que há tensão evidente na UE, entre o grupo do Norte (Alemanha, Áustria e Holanda) e o grupo Latino (Zapatero a mandar bocas sem sentido a Trichet)…..e se o Euro abana para o nosso lado…..os alemães estarão sempre sólidos (são uma economia forte, industrial e exportadora)….e nós coitados….

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  36. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    2 Julho, 2008 17:28

    “Em Portugal temos um governo pirómano, liderado por uma completa nulidade.”

    Com MFL será mais do mesmo Centrão, ela já o demonstrou. Não chegou á política agora.

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  37. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    2 Julho, 2008 17:30

    ««Caro JM, a oferta de crédito não é ilimitada. O crédito tem limites. Se os Estados o usam na totalidade, o preço para privados será mais caro.»»

    Isso é totalmente irrelevante para a discussão. MFL não disse que a dívida dos estados todos faz aumentar a taxa de juro. Disse que a dívida de um pqueno estado da zona euro faz aumentar a taxa de juro.

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  38. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    2 Julho, 2008 17:31

    -Quais são as taxas de juro em Italia e como se diferenciam das do resto da Europa…?

    http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_public_debt

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  39. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    2 Julho, 2008 17:32

    -Quais são as taxas de juro em Italia e como se diferenciam das do resto da Europa…?

    en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_public_debt

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  40. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    2 Julho, 2008 17:33

    ««Sabe que o mercado financeiro é feito por 4 ou 5 instituições, que depois arrastam o resto……essas instituições são: OCDE, FMI, Banco Mundial e a Goldman Sachs.»»

    O impacto da dívida pública portuguesa nisso tudo é pouco mais do que zero.

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  41. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    2 Julho, 2008 17:33

    Peço desculpa por alguma razão o refresh não estava a actualizar.

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  42. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    2 Julho, 2008 17:40

    neste blogue andam todos aflitos por causa da “velha” e do “pito do apito”.
    o país resume-se a esta triteza

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  43. Paulo Vaz's avatar
    2 Julho, 2008 17:45

    Caro AC,

    A sua reputação sobe novamente com o comentário 32.

    Efectivamente 99% dos saloios nacionais, onde se incluem as exlicações à engenheiro do JM, vivem no mundo de ilusões, alimentados pelo futebol e pelo MSM bovinador. Para eles esta crise é mais uma, tipo psicológico, que se resolve com prozac e com atribuição de culpas ao Estado ou aos privados. Ninguem vislumbra a instentabilidade, a racionalidade económica, o risco de saida do euro, o colapso iminente do sistema financeiro americano e da GM, por exemplo, que levará amanhã o BCE a subir a taxa de juro.

    Li em tempos que a raiz do atrso nacional tem a ver com educção/conhecimento. Consta que no final século XVIII enquanto a Europa ocidental estava alfabetizada, Portugal não estava. Hoje até temos doutorados, mas o conhecimento da realidade, neste caso económica deixa muito a desejar. Por esse mundo fora não falta blogosfera que ensina aquilo que eu e o AC escrevemos. Por cá temos o prós & contras e o CAA a defender a alienação do futebol.

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  44. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 17:49

    Este credit crunch está a mudar tudo e irá mudar a actual configuração do sistema financeiro internacional.

    O que quer isto dizer? Quer dizer que a criação do dinheiro do nada já pouco pode fazer para evitar uma queda abrupta na chamada alavancagem financeira. Ou seja, é um ajustamento, que deverá ser bem mais duro e longo do que muitos pensam, em que o volume do crédito existente irá cair (o crédito nos USA já começou a cair) e deverá penalizar duramente quem não se apresenta com solvabilidades saudáveis.

    Os primeiros a sentir na carne este credit crunch são os próprios bancos, que sobrevivem à custa do dinheiro criado do nada. São eles que criam o crédito, são eles os seus principais avaliadores e são eles os que, pela sua própria natureza, mais alavancados estão.

    Mas não serão apenas os bancos que irão pagar bem caro pelo fim da alavancagem. Todos nós o iremos pagar. Desde o particular ao Estado, todos nós estamos em fase de pagar mais pelo acesso ao crédito.

    Isto é uma espécie de crise em dominó. Começa num determinado sector (na banca americana, ou se calhar antes, na imobiliária americana) e vai-se espalhar, um a um, até que o sistema como um todo baixe a sua elevada alavancagem.

    Mas chegará aos Estados. E nessa altura, os Estados que mais devem e menos capacidade de gerar recursos próprios mais pagarão. Em breve veremos defaults de Estados.

    No caso da europa, em que nos inserimos, vivemos tempos conturbados. Por um lado temos uma opinião, em que temos que atacar a inflação (uma das consequências do excesso de dinheiro e crédito) e sermos mais duros em termos monetários. Esta linha, podemos dizer a alemã, quer um BCE mais atento à solvabilidade do sistema, à estabilidade dos preços e a uma rigorosa ortodoxia financeira, de forma a que em ambientes económicos adversos, estejamos mais aptos a enfrentar as más conjunturas.

    Do outro temos os laxistas. Aqueles que acreditam que o dinheiro cai do céu, que o dinheiro pode ser criado ilimitadamente sem más consequências, que o crédito é fácil, pois basta as máquinas dos bancos para os criar. São estes países os chamados PIGS, onde podemos incluir a França. E, claro, Portugal.

    Nesta guerra surda, existente no interior da europa e que começa a ser visivel nos mercados monetários terá profundas implicações económicas e… Políticas.

    A Dívida Pública emitida em euros passará a apresentar spreads cada vez mais amplos, tendo em conta o chamado risco-país. E mesmo que o euro não impluda, a dívida pública emitida em euros sofrerá um reajustamento. E Portugal? Está a se preparar para isto? Não. Continua convencido que o euro é um guarda-chuva eterno. Não o é.

    Com este credit crunch, o dinheiro vai-se tornar mais raro e caro. Não apenas para os agentes económicos privados mas também para os Estados. Não é por acaso que a Argentina já está outra vez sob fogo. Mas não apenas esta, mas como também, veja-se lá bem quem, a própria Islándia.

    Havendo menos dinheiro e este tornando-se mais caro e as alavancagens em queda, os mercados irão valorizar a dívida de modo diverso até então. Se o próprio sistema americano implodir (existe cada vez mais esse risco, embora nem tudo o que pareça o é), o sistema financeiro internacional será dominado por quem tem dinheiro e tem pouca dívida. Numa crise destas, quem tem dinheiro é que dita as regras, não os endividados. Os endividados podem chantagear mas pouco podem fazer num credit crunch. Fecham as portas ou sobrevivem com o que os demais lhes oferece.

    Esta crise vai afectar tudo e todos. Empresas, particulares e Estados. E os Estados endividados, com uma economia endividada e incapaz de gerar sequer rendimentos para fazer face ao serviço da dívida, terão que aprender a viver com o pouco que têm. Ou deixam de pagar as dívidas e seja o que deus quiser, à moda dos russos.

    Portugal como está? Endividado. Particulares, banca e Estado. Face ao que se prevê para os próximos tempos, qual a melhor forma de enfrentar os maus tempos que aí vêm? Apertar o cinto, baixar o endividamento, tentar aumentar os rendimentos e não se meter em novas aventuras megalómanas. Que se está a pensar fazer? Mais do mesmo.

    Das duas, uma. Ou este país é tolo ou completamente suicida.

    PM Desconfio que em breve, muitos portugueses dirão: vão-se os aneis e ficam os dedos. Já faltou mais.

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  45. Paulo Vaz's avatar
    2 Julho, 2008 17:49

    JM

    A taxa de juro cobrada por um fornecedor de crédito = taxa de financiamento (Euribor) + spread, decidido pelo financiador em função da credibilidade/risco de quem pede dinheiro. POrtanto, quem empresata a Portugal, estado, empresas, privados, pode exigir um spread diferente do que aplica a Espanha. O spread está associado ao risco do utilizador de crédito e não ao emprestador.

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  46. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    2 Julho, 2008 17:53

    O JM tem razão. Estando Portugal na Zona Euro, e representando a economia portuguesa uma parcela infima do total, a disponibilidade de crédito e a taxa de juro não seriam afectadas por uma subida do endividamento publico.
    O Lucklucky fez acima uma oportuna alusão ao caso italiano. Mesmo tendo a Italia uma economia com muito maior peso na Zona Euro e uma divida publica acima dos 100% do PIB, tem taxas de juro internas que estão ao nivel da média europeia.

    O que um aumento significativo do endividamento publico poderia provocar seria um aumento do serviço da divida. Com efeitos sobre o orçamento e, consequentemente, sobre a politica do governo portugues face às regras orçamentais determinadas pela União Europeia. Mas não sei qual seria a dimensão e a importancia relativa deste efeito.

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  47. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 17:58

    “O impacto da dívida pública portuguesa nisso tudo é pouco mais do que zero.”

    Não é. Tanto não o é, que os mercados estão a começar a penalizar a dívida portuguesa. E se entretanto muita gente foge para a dívida pública, mesmo de Portugal, vai chegar a fase que até se vai diferenciar os próprios Estados.

    O JM tem que compreender o seguinte. A dívida emitida pela república portuguesa não é paga pelos… Alemães! Isso é que era doce. Era bom, não era?

    E Vc. vêm este sistema em funcionamento como se fosse uma máquina em funcionamento estável. Não o é. E não o sendo, os mercados em mutação, quando menos se espera, irão mostrar isso mesmo.

    Vc. faz-me lembrar os políticos islandeses. Só que depois andaram de mão estendida, a pedir ajuda aos seus vizinhos nórdicos, para não impludirem completamente.

    Espere mais uns meses e vai ver o que acontece a “teorias das zonas monetárias óptimas”. eheheheheh

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  48. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 18:04

    Caro Fernando S, isso foi assim durante os primeiros tempos do euro, amigo.

    Mas está-se a acabar. Vc. sabia que a Espanha vai penalizar a dívida pública italiana? Se os próprios Estados já começam a reapreciar o tipo de dívida entre Estados, espere pelo que vai fazer os mercados.

    Eu chamo-lhe à atenção para isto. Quem paga a dívida pública em euros de Portugal não são alemães nem italianos. E se até agora não houve poraticamente diferenciação, já começa a haver. E mais nítido se torna no acesso aos capitais, com italianos a terem mias dificuldades de acesso a capitais que por exemplo, espanhois. Que por acaso vivem sob o fim da bolha do ladrillo.

    O mundo muda. Não pensem que com o que se está a passar, o que ontem se processava de uma forma, no futuro o continuará a processar dessa mesma forma.

    Sabe o que lhe dizem os gestores de investimentos? Rentabilidades passadas não lhe garantem ganhos futuros. 😉

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  49. Desconhecida's avatar
    2 Julho, 2008 18:17

    Esta senhora só serve para perdoar dividas aos maiores corruptos deste país.

    “Ferreira Leite despachou a favor do Benfica
    04.06.2002 – 10h31 João Ramos de Almeida

    O Governo negou ter feito um acordo com o Benfica. A ministra das Finanças mostrou-se chocada com as acusações de conluio. Na verdade, Manuela Ferreira Leite despachou como o clube pretendia.

    As acções da SAD foram aceites como garantia para impugnação da sua dívida fiscal do Benfica.
    Ao contrário do que afirmou aos deputados, a ministra de Estado e das Finanças, Manuela Ferreira Leite, teve uma intervenção directa no “dossier” fiscal do Sport Lisboa e Benfica. A ministra assinou um despacho em que corroborou o parecer da administração tributária sobre a avaliação das acções da sociedade desportiva (SAD) do clube. Dessa forma, interpretou a lei no sentido favorável ao clube, ao aceitar esses títulos como uma garantia idónea para a impugnação da dívida fiscal por parte do Benfica.

    O despacho não é oficialmente divulgado porque, segundo fonte do Ministério das Finanças, poderia revelar aspectos da vida fiscal do clube e, por isso, quebraria o sigilo fiscal desse contribuinte. Mas como o PÚBLICO apurou, a ministra assinou o despacho em que deu o seu assentimento à forma como a administração tributária – incluindo o anterior director-geral dos impostos – propôs avaliar as acções da SAD do Benfica à luz das regras do imposto sucessório.

    A ministra Manuela Ferreira Leite justifica essa sua decisão por respeito à autonomia da administração tributária sobre esse tipo de matérias. A sua assinatura seria, desse forma, um mero deferimento do pedido da administração. Mas, na verdade, a ministra poderia ter recusado dar o seu assentimento e exigir que a administração bancária exigisse ao clube uma garantia bancária como determina, em primeiro lugar, o Código do Processo e do Procedimento Tributário. Só que não o fez.

    Esta despacho vai ainda contra o sentido das palavras do primeiro-ministro no Parlamento em que remeteu, na passada sexta-feira, qualquer responsabilidade para o Governo socialista. O próprio porta-voz do Ministério das Finanças não admitiu, nesse dia, a existência de algum despacho da ministra que viabilizasse a impugnação nos termos solicitados pelo clube. O comunicado divulgado nessa tarde afirma só que “desde que o Governo tomou posse não foi proferido qualquer despacho ministerial autorizando o pagamento, por qualquer contribuinte, de dívidas fiscais com acções”.

    O Governo negou ter feito algum acordo com o Benfica, mas omitiu que tinha precisamente despachado no sentido defendido pelo próprio clube. Defesa essa, aliás, feita pelo actual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Vasco Valdez, junto do anterior Governo quando era então advogado representante do clube.

    Um caso delicado

    A história da impugnação da dívida fiscal do Sport Lisboa e Benfica vem desde o governo socialista e revela a dificuldade que os partidos do poder têm de exigir as regras legais a contribuintes como os clubes de futebol. Revela igualmente a extrema sensibilidade com que os responsáveis governamentais abordam publicamente estes casos.

    O caso do Benfica é apenas mais um episódio no rol de situações de permissividade dos representantes do Estado para com os clubes de futebol. Em 1998, o então presidente Vale e Azevedo negociou directamente com o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais o pagamento faseado das duas dívidas fiscais. Entregou nessa altura um cheque de 254 mil contos e garantiu um “empenhamento forte desta direcção em ser um contribuinte como qualquer outro”. Mas, no início de 2001, a nova direcção do Benfica, que afastou Vale e Azevedo, autodenunciou uma dívida fiscal gerada entre 1998 e 2000, num valor próximo dos dois milhões de contos.

    A autodenúncia incomodou a administração por não ter detectado essa dívida, quando havia precisamente uma comissão de acompanhamento dos clubes no âmbito da secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, criada em Março de 1998.

    Perante esse facto, o director-geral dos impostos veio a terreiro assumir o erro. A comissão de acompanhamento foi substituída, mas os deputados do PS impediram o ministro das Finanças, Joaquim Pina Moura, de ir ao Parlamento falar sobre o assunto. Em plenário, os deputados socialistas ameaçaram os deputados social-democratas de contar o que se passara durante o consulado dos governos do PSD liderados por Cavaco Silva.

    A direcção do clube garante que, nos contactos prévios com o director-geral dos impostos, António Nunes dos Reis, este terá assegurado um pagamento da dívida a prestações, quando a lei determina que uma dívida autodenunciada deve ser paga na íntegra. Nunes dos Reis negou, mas admite ter lido um documento apresentado pelo Benfica.

    Quando as autoridades se mostraram firmes na versão de um único pagamento, a direcção do Benfica deu uma conferência de imprensa para contestar essa versão dos acontecimentos e mostrou-se disponível para contar o que aconteceu. Mas mais tarde, e apesar da dívida ter sido autodenunciada, o ministro das Finanças aceitou que se procedesse a uma inspecção para quantificar a dívida e que as notificações ao clube fossem feitas à medida que se quantificasse a dívida de cada ano em causa. Ou seja, aceitou, na prática, um pagamento a prestações que a lei contrariava.

    Apesar do clube não ter entregue o IRS descontado nos vencimentos dos futebolistas, tal como espelha o relatório da Delloite & Touche, o Ministério das Finanças declarou que não havia razão para um inquérito-crime por abuso de confiança fiscal aos dirigentes do Benfica. Aliás, este foi apenas mais um episódio entre o Ministério Público (MP) e a administração fiscal sobre a obrigatoriedade ou não de comunicação ao MP dos casos de crime detectados. No caso do Benfica, teve de ser o ministro das Finanças, Oliveira Martins, a quase intimar o director-geral a comunicar o caso ao MP.

    Quanto às dívidas autodenunciadas, o clube apenas foi notificado para pagar 1998 quase no final de 2001, num valor aproximado de um milhão de contos. E, apesar de ter sido o clube a assumir essa dívida, a mesma direcção contestou-a na parte dos juros. Alegava-se que como tinha sido o clube a denunciar-se que não haveria direito à cobrança de juros. Mas outros dirigentes admitem que se tratou de um expediente para protelar o pagamento.

    Foi por volta dessa altura que o Benfica solicitou uma a passagem de certidão da administração fiscal atestando a sua situação de não devedor, com vista à assinatura do contrato relacionado com as obras do estádio. Ora, essa certidão só poderia ser passada se a impugnação da liquidação estivesse conforme a lei.

    O problema da garantia

    Para realizar essa impugnação, o clube tinha de entregar garantias. O artº 1999 do CPPT afirma que, na impugnação, “caso não se encontre já constituída garantia, com o pedido deverá o executado oferecer garantia idónea, a qual consistirá em garantia bancária, caução, seguro-caução ou qualquer meio susceptível de assegurar os créditos do exequente”. Ora, em vez disso, o clube entregou acções da SAD, não cotadas, num total de 20 por cento do capital.

    A administração fiscal ficou, assim, com o assunto delicado entre mãos. Em primeiro lugar, as acções são de valor mais do que discutível. Em segundo lugar, a própria lei das sociedade desportivas não abre a possibilidade de o Estado poder deter acções de sociedades desportivas, apenas prevendo os casos das regiões autónomas e de associações de municípios. E isso era o que aconteceria em caso de execução da garantia.

    O assunto começou a ser estudado e demorou meses até se chegar a uma conclusão. Como tal, a administração fiscal escusou-se a legitimar a situação e passou uma certidão em que se referia que o Benfica não estava regular do ponto de vista fiscal. Mas apesar disso, o contrato para construção do clube foi assinado, em Janeiro passado, com pompa pelo então ministro do Desporto e Juventude, José Lello.

    Mas em Março, o então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Ricardo Ferreira Fernandes assinou um despacho que flexibilizou as regras de prestação de garantias (ver caixa). Desconhece-se se foi ao abrigo deste despacho que a ministra deu o seu aval, mas o certo é que a administração fiscal descobriu um critério de avaliação das acções da SAD. Com base nas regras do imposto sucessório, avaliou-se os títulos não ao ser valor nominal de cinco euros, mas de três euros por acção.

    A proposta da administração fiscal foi deixada pelo anterior Governo para o seguinte. O ex-ministro das Finanças Oliveira Martins afirmou ao jornal “Expresso” que, quando se aperceberam que a situação fiscal do Benfica se tornara tema de campanha eleitoral -depois do jantar de apoio a Durão Barroso em que Vilarinho esteve presente -decidiu nada fazer. O despacho da ministra Manuela Ferreira Leite coloca um ponto final no pedido do Benfica. Aceita as acções da SAD como boas e, com elas, toda a situação fiscal do clube regularizada.”

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  50. Carlos Duarte's avatar
    Carlos Duarte permalink
    2 Julho, 2008 18:18

    Pior do que isso!

    O grande motor “estatal” da economia nacional tem sido o betão (seja pontes, caminhos de ferro, autoestradas e aeroportos) na sua forma de construção e de prestação de serviços (vejam quem anda a mudar lâmpadas nas auto-estradas ou a recolher o lixo). Esse “pessoal” tem crescido não só à custa de benesses estatais, mas de benesses financeiras (e por isso é que estão todos até ao pescoço nos bancos).

    Ora, caso as obras anunciadas não se realizem, o mercado “vai-se”. É verdade que todos já se tentaram enfiar em Angola, mas aí fia mais fino e quem fica com o dinheiro não são eles… O outro grande mercado (Espanha) está pelas horas da morte. Se a isso se juntar que o restante das exportações são aqui para ao lado, temos a nossa economia basicamente dependente do betão e dos “manelitos”.

    Quando faltar o dinheiro nos DOIS LADOS (que vai faltar), as empresas vão ir ao charco… e atrás delas os financiadores.

    A resposta que se tem ouvido do Sócrates & Cia é a de investir do NOSSO dinheiro nas betoneiras, e assim aprofundar mais o ciclo vicioso. Porque o nosso dinheiro VAI acabar. Porque o betão (e grande parte dos serviços, que em Portugal são para consumo próprio) não gera nada, apenas destrói (ou transfere… mas os BM’s e os Gulfstream não são feitos cá)…

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  51. Nuspirit's avatar
    Nuspirit permalink
    2 Julho, 2008 18:48

    “Vc. sabia que a Espanha vai penalizar a dívida pública italiana?”AC

    “…com italianos a terem mias dificuldades de acesso a capitais
    que por exemplo, espanhois.” AC

    o anti-comuna entrou na fase do delirio.

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  52. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    2 Julho, 2008 19:21

    Só quero salientar que a malta superiormente dirigida por inteligentíssimos políticos tem feito “investimentos” sucessivos no exterior mas que são autênticas “barracadas” donde só sai prejuizo… lembro o investimento na VIVO que uma semana depois poderia ter sido comprada com pelo menos 100 milhões de contos… que nós pagamos por durante anos a PT apresentar esses resultados nas “contas”.
    A malta anda numa de “ajudar ” o mundo e portanto ajudar é mesmo ajudar!

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  53. Desconhecida's avatar
    2 Julho, 2008 19:51

    A ministra de Estado e das Finanças, principal responsável pelo combate à evasão fiscal, esqueceu-se de declarar ao fisco cerca de 15 mil euros em mais-valias na declaração de rendimentos de 2002, tendo corrigido a falha no ano passado.
    Penso que dificilmente se encontrará notícia mais “assassina” para um titular de um cargo do que esta, de um flagrante delito do incumprimento de algo pelo qual somos responsáveis públicos.
    Se os números do défice face aos esforços por todos nós feitos já deixavam a sua popularidade pelas ruas da amargura, este facto deixa a sua credibilidade enquanto Ministra das Finanças em zona negativa.
    Doutora Manuela, se esta notícia é verdadeira, só há um caminho honroso: pegue nas suas coisinhas e demita-se, caso contrário a “omissão por esquecimento” passa a ser razão justificativa aceite para o atraso de qualquer um na declaração dos seus impostos, desde que os regularize voluntariamente durante o ano seguinte!

    O gabinete de imprensa do Ministério das Finanças confirmou a falha ao jornal ’24horas’, que na sua edição de hoje especifica que Manuela Ferreira Leite não incluiu na declaração de rendimentos (IRS) de 2002 as mais-valias resultantes da venda de uma casa de família na zona de Sintra.
    “«A Drª Manuela Ferreira Leite fez uma correcção à liquidação do IRS respeitante ao ano de 2002 para antecipar um pagamento», escreve o gabinete do Ministério, ressalvando que a ministra fez a rectificação «antes de ser notificada pela Administração Fiscal da necessidade de o fazer».
    Ou seja, ao notificar o fisco das mais-valias fora do prazo Manuela Ferreira Leite cometeu uma infracção punível pelo Regime Geral de Infracções Tributárias.
    Para quem rectifica a declaração de IRS fora do prazo, mas voluntariamente, a coima é de 50 euros. Após a notificação da Administração Fiscal, a multa sobe automaticamente para o dobro.
    O advogado Dias Ferreira, irmão da ministra, afirmou ao ’24horas’ que se tratou de «um esquecimento de todos», ou seja, dele próprio, da ministra e dos outros dois irmãos.
    «Devemos ter recebido a verba do imóvel nos primeiros meses de 2001. A declaração do IRS referente só foi entregue em 2002 e a rectificação foi feita em 2003. Como não é uma verba que recebemos todos os dias caiu no esquecimento dos quatro», contou Dias Ferreira ao jornal.
    «Foi um descuido em que caímos (à) por um misto de desatenção e de desconhecimento», disse o advogado, justificando a rectificação fora do prazo das declarações dos quatro irmãos.”

    Publicado por NunoP em maio 21, 2004 02:06 AM |

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  54. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 19:52

    Dá-me a impressão que muitos acreditam que a dívida pública portuguesa paga o mesmo que a alemã.

    leiam pelo menos um bocadinho, sff.

    http://www.ecb.eu/pub/scientific/wps/author/html/author469.en.html

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  55. Desconhecida's avatar
    2 Julho, 2008 19:59

    Vejam este link

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  56. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    2 Julho, 2008 22:16

    Caro Anti-Comuna,

    É inegavel que as taxas des juro entre os diferentes paises da Zona Euro não são exactamente iguais.
    E, ainda mais, que existem diferenciais no prémio de risco dos titulos da divida publica de cada pais. Se percebi bem, o artigo que linka em cima mostra isso entre 1997 e 2002.
    Efectivamente, “a divida portuguesa não paga o mesmo que a divida alemã”.

    Mas o artigo em questão também reconhece que a a UME determinou a uma forte integração financeira e reduziu significativamente estes diferenciais.
    As diferenças são ja na altura (2002) marginais e mais dependentes do serviço da divida do que proprimente do peso da divida publica e do déficit orçamental.

    O que não contradiz o ponto de vista expresso no post do JM : as taxas de juro em Portugal dependem hoje basicamente da situação geral da zona Euro e não, como no passado, de factores internos, como é o peso da divida publica no PIB.
    De resto, o cenario de uma % da divida publica no PIB vizinha de 100% não seria sequer unico ou inédito ja que varios paises da Zona Euro estiveram ou estão nesta situação. Sem que esta circunstancia tenha determinado diferenciais significativos das respectivas taxas de juro relativamente à média da Zona.

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  57. Desconhecida's avatar
    anti-comuna permalink
    2 Julho, 2008 23:06

    “O que não contradiz o ponto de vista expresso no post do JM : as taxas de juro em Portugal dependem hoje basicamente da situação geral da zona Euro e não, como no passado, de factores internos, como é o peso da divida publica no PIB.”

    Eu não estaria assim tão certo. Se fosse assim, porquê que a nossa banca está em dificuldades em obter financiamento nos mercados e já recorrem directamente ao BCE?

    “De resto, o cenario de uma % da divida publica no PIB vizinha de 100% não seria sequer unico ou inédito ja que varios paises da Zona Euro estiveram ou estão nesta situação. Sem que esta circunstancia tenha determinado diferenciais significativos das respectivas taxas de juro relativamente à média da Zona.”

    Não é inédito, mas como pode ver pelo link referido, os spreads vão aumentar e até os financiamentos aos agentes não-públicos deverão começar a sentir os efeitos das mudanças na percepção do risco sistémico. Como nos USA, em que os diversos estados têm spreads bem diversos.

    O que se está a passar na Europa é que o mercado está a mudar e a assumir contornos bem sinistros. Os instrumentos derivados (desde troca de taxas de juro até a cobertua do risco do crédito) deverão começar a penalizar mais os riscos sistémicos, do que o têm feito até agora, muito devido ao excesso de dinheiro barato no sistema e à “embriaguês” da alavancagem.

    O JM poderia dizer. Se se mantivessem as mesmas condições anteriores, o risco da dívida pública pouca influência teria nos custos de acesso ao crédito por parte dos agentes económicos portugueses. Mas isso era dantes, como soi dizer-se. Hoje estamos a viver uma crise estrutural na estrutura financeiro dos próprios instrumentos de acesso ao crédito. As próprias securitizações serão cada vez mais caras e díficeis, logo os riscos sitémicos de cada país começarão a fazer a diferença.

    E não tenhamos dúvidas. O que se vai passar na europa, nos próximos meses, poderá ser decisivo. É que todo o mercado monetário deverá ser reconfigurado e deverá dar cada vez atenção ao devedor. Até os SICAVs mostrarão que foi chão que deu uvas.

    O problema é simples. Num mundo onde o dinheiro é valioso e o crédito mais raro, as condições do devedor começarão a ter muito mais peso na avaliação dos custos e riscos. Meter uma catraifada de devedores, elaborar pacotes estatísticos e meter lá estes devedores, e vender no mercado como se fosse dívida soberana, já foi chão que deu uvas. E dores de cabeça aos gestores deste tipo de carteiras.

    É por isso que o que diz o JM está errado. E ele sabe-o. Mas ele está contra a Ferreira Leite e como esta é contra mais endividamento, o JM põe-se do lado oposto. Aliás, o JM comete um erro sacramental. Apoia políticas estatistas suicidas, desde que sejam combatidas por Ferreira Leite.

    O JM, em vez de se concentrar no essencial, maior endividamento, mais riscos sobre os agentes económicos, promovidos pelo Estado, não. Concentra-se no eventual aumento das taxas de juro internas porque o Estado se endivida mais.

    O que me mostrou que o JM está neste combate por teimosia, está em que o Estado está a secar potenciais capitais que poderiam ser geridos pelos agentes económicos, que vão se enterrados em projectos megalómanos. O JM sabe muito bem que temos limites ao endividamento. Até decorrentes dos rácios de capital exigidos às nossas instituições financeiras. E então, ele não se importa que os recursos por si só escassos, sejam comprometidos pelo Estado nas suas megalomanias, encarecendo o crédito ao sector privado? É que o Estado irá pagar rendas, mas serão os privados que assumirão os encargos com a dívida, ficando limitados no seu acesso. Ou seja, o Estado não usará directamente a dívida pública (para não prejudicar mais os seus custos de financiamento) mas usará uma forma encapotada de financiamento estatal, mais cara até, e que provocará uma concorrência desleal com o resto dos agentes económicos privados.

    O JM sabe isto tudo. Mas o que lhe deve estar a custar é que surja uma Ferreira Leite, que ele não gosta, tida como socialista na sua cabeça, venha defender aquilo que um qualquer Liberal minimamente consistente, defenderia: não usar o Estado para projectos megalómanos, de rentabilidade duvidosa ou até bastante negativa.

    É por isso que me desiludiu o JM. Está mais preocupado com a pessoa do que com as ideias que essa pessoa porta. MFL acaba por ser bem mais Liberal que o JM.

    Mas eu sempre disse que ela iria surprender muitos. Porque não sabem ler com olhos de ler o que as pessoas pensam e apenas se limitam aos tradicionais sound-bytes e lugares comuns, propagados por dada imprensa.

    Foi como a invenção do bloco central. O DN, que foi o mesmo que mais promoveu o PPC, inventou essa do bloco central (a mando das centrais do governo) e tivemos o JM a perorar sobre os desejos dela de fazer um bloco central. O JM não leu nada dela ou dito por ela, que apontassem naquele sentido. Mas ele acreditou piamente nesse cenário, porque… Não gosta de Ferreira Leite.

    Eu espero que seja apenas um percalço passageiro dele. 😉

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  58. Paulo Vaz's avatar
    3 Julho, 2008 10:12

    Caro AC,

    Você tem toda a razão quanto ao cenário económico futuro. Mas relativamente a MFL já não. Esta seriedade e antecipação dela é apenas demagogia política. Numa altura em que a tempestade passar, volta a ser uma Sócrates.

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  59. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    3 Julho, 2008 11:31

    ««e tivemos o JM a perorar sobre os desejos dela de fazer um bloco central. O JM não leu nada dela ou dito por ela, que apontassem naquele sentido. Mas ele acreditou piamente nesse cenário, porque… Não gosta de Ferreira Leite.»»

    Eu acho isto divertido. Nunca escrevi sobre os desejos de Ferreira Leite em relação ao bloco central. O anti-comuna devia ler o que escrevo com mais atenção.

    Em segundo lugar, acho curioso que o Anti-Comuna tenha resolvido fazer psicanálise do que eu escrevo. É que essa é uma questão menor. O Anti-Comuna devia preocupar-se antes com a pobreza da estratégia de Ferreira Leite. É essa pobreza que permitiu que ontem Sócrates tivesse brilhado na entrevista. Obras públicas? Sócrates diz que há dois tipos de obras públicas, as que a própria Ferreira Leite aprovou em conselho de ministros e as que não custam um tostão ao estado porque são investimento 100% privado. Perante estes argumentos, vamos assistir a mais um recuo do PSD. Daqui a 1 mês já ninguém fala de obras públicas.

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  60. Desconhecida's avatar
    Doe, J permalink
    3 Julho, 2008 11:52

    “Sócrates diz que há dois tipos de obras públicas, as que a própria Ferreira Leite aprovou em conselho de ministros e as que não custam um tostão ao estado porque são investimento 100% privado.”

    Também vão entrar como obras privadas as obras que as Estradas de Portugal deviam fazer mas não fazem embora até já tenham direito a receitas “próprias”? Onde estão as alternativas ás auto estradas portajadas? Aquelas que no antigamente se chamavam de Estradas Nacionais e Municipais?

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  61. Paulo Vaz's avatar
    3 Julho, 2008 12:45

    Caro JM,

    100% privadas no investimento inicial, mas com pesadas taxas e impostos após 2014…. JCD no seu melhor ! As scuts falam por si …

    JM a defender mais imposto e voluntarismo público, contabilisticamente mascarado de privado. Enfim. O seu optimismo de novo-rico nas ciencias sociais e económicas a emergir.

    No final, AC e eu, iremos sorrir. Se calhar já amanhã com o crash de wall street !

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  62. Desconhecida's avatar
    JoãoMiranda permalink
    3 Julho, 2008 13:12

    ««100% privadas no investimento inicial, mas com pesadas taxas e impostos após 2014…. JCD no seu melhor !

    JM a defender mais imposto e voluntarismo público, contabilisticamente mascarado de privado.»»

    O Paulo Vaz está com problemas de literacia. Eu não defendi absolutamente nada sobre o investimento ser público ou privado. Limitei-me a constatar que Sócrates não teve nenhuma dificuldade em anular todos os argumentos de Ferreira Leite. Nenhuma.

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  63. Paulo Vaz's avatar
    3 Julho, 2008 14:22

    ahhh. Ok.

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  64. el s's avatar
    7 Julho, 2008 22:51

    A MFL tem razão.

    Vamos por partes e voltar atrás na história. Aquando da adequação do pacto de estabilidade e garantia havia quem advogasse que não era necessário um máximo para o défice público porque se um país na zona Euro se endividasse demais levaria a que o seu rating de crédito diminuisse, aumentando as taxas de jura e obrigando-o assim a corrigir as contas públicas. A razão para que o limite do défice continuassse a existir tem a ver com a necessidade de manter o BCE como não emprestador de último recurso sem qualquer pressão política para isso ser alterado caso uma Alemanha ou Itália entrassem em défices excessivos, o que levaria a que os investidoress duvidassem de que essa claúsula fosse para levar a sério e não aumentassem a taxa de juro para o país em causa.
    Claro que existem outros argumentos, tais como a exportação de inflação, etc.
    Contudo o importante a reter aqui é que não sendo o BCE um emprestador de último recurso se um país se endividar demais verá a sua taxa de juro aumentada.

    Assim sendo como é que a taxa de juro dos particulares pode subir se o Estado se endividar demais?

    Bom, se o estado tiver que pagar mais juros e tiver mais dificuldades de obter financiamento então terá de obter o financiamento de outra forma: aumento de impostos ou despedimentos colectivos, ou seja será de esperar que a economia entrará em recessão, os investidores estrangeiros não queiram vir para Portugal e os nacionais se retraiam. Oyu seja haverá um maior risco de recessão, e se a economia tiver mais risco então os bancos nacionais terão de pagar spreads mais elevados no mercado monetário interbancário e consequentemente os particulares verão a sua taxa de juro aumentar.

    O argumento de que estando no Euro a taxa de juro é igual para todos é uma falácia, aplica-se aos países o mesmo do que Às famílias: mais risco, maior spread.

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