Inflação III
Sarkozy defende uma teoria muito popular na blogosfera. Diz que a inflação de 2008 é diferente da inflação dos anos 70. A inflação dos anos 70 devia-se à expansão monetária. Esta deve-se ao aumento dos preços das matérias primas, logo não deve ser combatida pelo aumento das taxas de juro.
Claro que todas as inflações são diferentes. A inflação aparece em primeiro lugar e de forma inesperada num dado sector. E depois espalha-se para os outros. No caso da inflação de 2008, os efeitos da expansão monetária apareceram primeiro no imobiliário, passaram para as matérias primas e agora estão a chegar ao consumidor final. Os bancos centrais usam o preço ao consumidor como indicador de que baixaram demasiado as taxas de juro. O único problema desta abordagem é que o indicador usado detecta a inflação com um atraso de 1 ou 2 anos. Os bancos centrais deviam ter aumentado a taxa de juro logo que fosse detectada uma bolha no mercado imobiliário ou um aumento descontrolado no preço das matérias primas. Ao contrário do que defende Sarkozy, o BCE deve aumentar as taxas de juro precisamente porque os preços das matérias primas estão elevados.


O BCE deve aumentar a taxa de juro por ser o guardião da política monetária na UE e ter como objectivo principal controlar o aumento geral dos preços.
Deve-se esperar que o bombeiro deite fogo ao restolho?
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Os USA pelo contrário decidiram baixar as taxas de juro a pique. Vamos ver no que resulta.
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Estão a ver se puxam o dólar para cima!Aquilo no Iraque custa um dinheirão.E se a dívida externa se torna menos atractiva para a China.Isto de andarmos todos a pagar o nível de vida dos US tem os dias contados.
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Porque é que não se reduz o número de transações que um produto sofre até chegar ao consumidor final? Cortavam na especulação e evitavam que houvesse alguém neste momento a ganhar dinheiro a mais, que me parece que não são só as gasolineiras!
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O engº Oliveira, Presidente da Galp, diz que o barril do petróleo devia estar a 70 dólares.Tudo o resto é especulação.Na data de vencimento dos contratos recompram a um preço mais elevado,assim mantendo uma espiral de preços.E os senhores do petróleo dizem que o produto não falta no mercado.Mas há quem defenda que os “mausões” da especulação são úteis!
Tem uma vantagem enorme.Já se fala a sério de alternativas.Parece que já funciona um carro Toyota a electricidade!
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Mas não esquecer que o Estado também retira altos proventos de um preço mais elevado dos combustíveis.
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O problema real vem hoje no DN e que me levou a postar no meu blogue:
“Polícias-espiões e muitos outros a fazer de tudo um pouco, para complementar ordenados que não chegam…”
ENCURRALADOS
Das coisas que me parece serem mais tristes e perversas em Portugal é estarmos constantemente a querer esconder o Sol com a peneira. Vem na sequência de se ter noticiado que uns polícias estariam a trabalhar para detectives privados, algo que, como é noticiado era do conhecimento de todos, apenas foi, agora, noticiado; ao que parece por motivo de uma denúncia motivada pela inveja de não conseguirem todos fazer o mesmo.
Algumas questões se levantam… desde logo os serviços gratificados… pergunto não serão, em si, já a negação do próprio dever policial? Não serão, desde logo, aceitar que para haver segurança tem que haver dinheiro para pagar a protecção policial que deveria ser paga pelo Estado? Pois claro que sim, qual é a diferença de ser um banco ou um supermercado a pagar ou um detective particular? São várias, em primeiro lugar, e mais grave, o Estado não come nada, pagassem eles boas maquias em impostos a ver se já não era tudo legalizado e fomentado… em segundo, é melhor pago, menos chato e perigoso e não se tem que esperar pelo fim do mês para ver as garras das finanças a devorarem o trabalho de árduas horas… Mas há ainda outra questão não menos grave, se um homem ao fim de oito horas de serviço for fazer mais seis, legais ou não, estará a trabalhar mais do que deve, não podendo, pelo menos ao fim de uns tempos, responder da forma mais eficaz às solicitações que uma profissão difícil e desgastante tem, nem poderá dar o devido apoio à família, nem descansar, etc., etc.
Poder-se-á ser levado a pensar que é um problema dos polícias… Não é, é um problema de um país, em que os salários são tão miseráveis que estas práticas são, não só necessárias, como a própria tutela já conta com elas, o que as legitima… O professor ganha mal? Mas pode dar umas explicações, o amanuense camarário ganha mal? Mas o pato bravo dá-lhe uns trocos para as coisas andarem mais depressa lá dentro, o fiscal ganha mal, mas o mesmo pato bravo completa-lhe o salário para que ele feche os olhos aqui e ali, o jardineiro da câmara ganha mal? Mas depois trata de uns jardinzitos particulares, o empregado de mesa ganha mal? Mas tem as gorjetas e dá umas facaditas no patrão quando este se distrai, o médico atende mal na caixa ou no hospital porque ganha mal? Mas tem o consultório, etc., etc., etc. Todos nós sabemos como as coisas são e ninguém parece ralar-se muito com isso… o pior é que quanto mais se sobe na hierarquia pior é a corrupção e maiores são as verbas a despender… um presidente de câmara, um deputado, um secretário de estado ou um ministro ganham mal? Mas eles não parecem queixar-se, nem viver mal…
Portugal é assim, todos o sabemos. Um país de corruptos e corruptores com salários miseráveis, mas que ‘se vai safando,’ com o velho chavão: isso arranja-se eu falo lá com um gajo… Só que enquanto isto durar e não derem a todos a possibilidade de terem uma vida digna, fruto do seu trabalho, Portugal será um país a fingir, doente e sem qualquer esperança de futuro, encurralado na própria estrutura que criou.
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Estou chocado. Sempre achei que era um monetarista, que acreditava na teoria quantitativa da moeda, mesmo sendo “austríaco”. É claro que é. Monetarista. Mas também é um cínico.
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E o dinheiro que o BCE tem injectado (criado) para salvar os bancos, desde Agosto passado, não gera inflação?
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Esta malta que topa os especuladores á distância , bem podia comprar uns barrizitos a 140 dolares e vendê-los a 30.Vão ver o preço do petróleo a baixar em queda livre. Vá lá malta, aventurem-se, os malandros dos especuladores estão a precisar de levar uma lição.
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“O engº Oliveira, Presidente da Galp, diz que o barril do petróleo devia estar a 70 dólares”
É preciso telefonar ao senhor e informar que o litro de gasolina nos EUA custa 0,55 Euros e lá eles não usam Euros.
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“O único problema desta abordagem é que o indicador usado detecta a inflação com um atraso de 1 ou 2 anos”.
É verdade, e nós já notámos isso há anos. O governo é que não e há dois ou três meses ainda estavam a viver o “oásis”.
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Dazulpintado
Espero bem que esteja a ganhar muito dinheiro com a especulação,porque se não ganha e tem essa opinião,em vez de azul vai passar a cor de burro quando foge…
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Luis Moreira Diz:
6 Julho, 2008 às 7:19 pm
Luís Moreira,isso a que você chama especulação , na verdade é um negócio, mais vulgar do que abrir um café ou uma banca de jornais. É acessível a qualquer um , não precisa de Alvará e gasta poucas horas por dia, por isso não percebo a razão porque o Luís Moreira fica a queixar-se em vez de aproveitar a oportunidade. Compre dez barris hoje e venda no fim do ano. Até pode decidir vender com prejuízo, a decisão é sua . Vai ver que não custa nada.
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“Sarkozy defende … que a inflação de 2008 … deve-se ao aumento dos preços das matérias primas, logo não deve ser combatida pelo aumento das taxas de juro.” JM
Sarkozy vai ainda mais longe. Não apenas não concorda que a BCE aumente as taxas de juro mas acha mesmo que esta as deveria baixar.
Um dos seus argumentos tem a ver com a taxa de cambio entre o Euro e o Dolar americano. O Euro estaria sobrevalorizado e o Dolar subavaliado. A fraqueza do dolar depende de varios factores, inclusivé não directamente monetarios, mas é também uma consequencia das politicas divergentes dos Bancos Centrais europeu e americano relativamente às taxas de juro. A FED tem mantido a taxa de juro baixa mesmo perante tendencias inflacionistas originadas por excessos de liquidez em circulação a nivel mundial.
Sarkozy diz que se trata de “dumping” monetario. Que favorece as exportações americanas e prejudica as europeias. Considera que, no minimo, a BCE deveria ter acompanhado a FED nos processos baixistas.
Seguindo esta linha, a missão do BCE de manutenção da estabilidade dos preços deveria incluir igualmente o “preço” da moeda interna relativamente às externas. E sobretudo relativamente à principal destas, o Dolar americano. A acção do BCE é vista como mantendo artificialmente alto o valor relativo do Euro. Em vez de criar as condições para que o seu valor se ajustasse em função da evolução relativa dos fundamentais nas diferentes zonas monetárias.
O objecção dos que defendem a preocupação do BCE com os riscos inflacionistas é de que a redução da taxa de juro implicaria um aumento da massa monetaria em circulação e determinaria um agravamento da inflacção, agora por razões exclusivamente monetarias.
Na logica de Sarkozy esse efeito inflacionista seria de curta duração. Na medida em que o efeito combinado da desvalorização do Euro e das descidas das taxas de juro permitiria à economia europeia aumentar significativa e rapidamente a produção, as exportações, os rendimentos distribuidos, os consumos intermédios e finais. A massa monetaria acrescida seria assim absorvida e corresponderia às necessidades da economia real. Respeitando-se assim, de certa maneira, a regra monetarista de ajustamento dos fluxos monetarios aos fluxos reais.
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A mulher de Saramago foi entrevistada hoje pelo DN. À pergunta se Fidel Castro era democrata ela retorquiu “Berlusconi é um democrata?” e depois sobre Fidel não deixar as pessoas sair da ilha ela respondeu: “E os portugueses que passam necessidades, podem sair?”
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“No caso da inflação de 2008, os efeitos da expansão monetária apareceram primeiro no imobiliário, passaram para as matérias primas e agora estão a chegar ao consumidor final.”
A expansão monetária ocorreu nos USA, apenas. Na Europa não houve expansão monetária alguma. De resto é isso que justifica em larga medida a desvalorização do dólar. Por isso, Sarkozy tem razão: como a inflação europeia é importada, procurar combate-la com o aumento da taxa de juro é agravar o problema.
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A culpa desta inflação é exclusivamente dos USA. Mas como vivemos num mundo completamente “globalizado” vamos também nos europeus que apanhar com as consequências desses erros americanos. Mas eles não se vão ficar a rir. Isto é apenas início da queda do império americano.
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««A expansão monetária ocorreu nos USA, apenas. Na Europa não houve expansão monetária alguma.»»
Não? Com taxas de juro de referência a 2%.
«« De resto é isso que justifica em larga medida a desvalorização do dólar. »»
A desvalorização do dólar está relacionado com o diferencial de expansão da massa monetário.
««Por isso, Sarkozy tem razão: como a inflação europeia é importada, procurar combate-la com o aumento da taxa de juro é agravar o problema.»»
Como é que se importa inflação sem expansão da massa monetária? Se não houver expensão da massa monetária, o euro valoriza como resposta à inflação externa.
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“A desvalorização do dólar está relacionado com o diferencial de expansão da massa monetário.” JM
Claro. Foi o que eu disse: A massa dólar aumentou muito mais que a massa euro.
Claro que a euribor a rondar os 2% também fez com que muito europeus comprassem casa. Mas esta expansão monetária foi útil e controlada ( não fosse ela pensada por um alemão!), enquanto que nos states foi um descalabro. E é esse o ponto essencial.
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««Claro. Foi o que eu disse: A massa dólar aumentou muito mais que a massa euro.»«
Não, o que o Nusprit disse foi “Na Europa não houve expansão monetária alguma.”
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“Como é que se importa inflação sem expansão da massa monetária? Se não houver expansão da massa monetária, o euro valoriza como resposta à inflação externa.”
Acaso alguém pensará que o aumento das taxas directoras fará baixar o preço de petróleo? Ou de qualquer outra matéria prima? Na verdade nem com uma taxa de referencia a 10% o preço do petróleo baixaria. De resto quando a taxa estava a 2% o preço do barril era 60 Euro, entretanto a taxa duplicou e preço é actualmente quase 100€! A valorização do euro não é suficiente e mesmo que fosse outros problemas se levantariam.
Por isso é que a terapia clássica não serve no caso presente.
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««Acaso alguém pensará que o aumento das taxas directoras fará baixar o preço de petróleo?»»
É óbvio que faz descer a componenete inflacionista do preço do petróleo. Qualquer valorização do euro faz baixar o preço do petróleo.
«« Ou de qualquer outra matéria prima? Na verdade nem com uma taxa de referencia a 10% o preço do petróleo baixaria. De resto quando a taxa estava a 2% o preço do barril era 60 Euro, entretanto a taxa duplicou e preço é actualmente quase 100€! »»
O que é relevante não é o valor da taxa instantânea em si, mas sim a massa monetária acumulada.
««A valorização do euro não é suficiente e mesmo que fosse outros problemas se levantariam.»»
Não é suficiente como? Acha que o preço do petróleo para os europeus seria o mesmo se o euro desvalorizasse mais?
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“Não, o que o Nusprit disse foi “Na Europa não houve expansão monetária alguma.”
È verdade. Exagerei.
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Tudo o que o João Miranda diz é verdadeiro. Mas o ponto é que muita da actual inflação europeia tem causas exógenas, que estão muito para além do controle de qualquer instância europeia. Coisa realmente inaudita. Assim, para se conseguir reduzir 1% na taxa de inflação os estragos causados seriam elevadíssimos. Ou seja, um euro muito forte com taxas de juro altas, causam mais prejuízos do que uma inflação mais elevada em 1%.
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««Ou seja, um euro muito forte com taxas de juro altas, causam mais prejuízos do que uma inflação mais elevada em 1%.»»
Isso é a receita para o desastre. A política monetária não deve ser usada como método de resolução de problemas económicos. Primeiro porque não funciona (a história das intervenções monetárias deviam ser suficientes para se perceber isso). E segundo porque a estabiliade de preços, para alem de ser alcançavel, tem efeitos positivos na economia.
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Tenho tendência para nisto concordar com o Sarkozy… mas e de qualquer das formas acho que o Euro foi sempre um erro (pelo menos no caso português, onde a única consequência prática foi uma inflação galopante).
Por outro lado, os EUA têm aproveitado o dolar fraco para equilibrarem a balança de pagamentos… às nossas custas…
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Dazulpintado
Mas a questão é que eu não considero que a especulação seja um negócio.Mas mesmo que fosse um negócio (onde alguem acrescentaria valor a um produto)o facto de me obrigar a pagar mais leva á minha eterna exclusão!
Não é isso o que fazemos rodos os dias? Afastar tudo o que não é necessário e que só nos dificulta a vida?
Daí eu dizer que se o Dazulpintado ganha a vida com a especulação eu perceba a sua tese…
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“A política monetária não deve ser usada como método de resolução de problemas económicos. Primeiro porque não funciona (a história das intervenções monetárias deviam ser suficientes para se perceber isso). E segundo porque a estabiliade de preços, para alem de ser alcançavel, tem efeitos positivos na economia.”
De acordo com o principio !
Dito isto, os Bancos Centrais fazem sempre politica monetaria. Na medida em que teem um poder discricionario de influencia sobre a economia através da fixação da taxa de juro a que emprestam ao sistema bancario.
A questão que se coloca é a do tipo de politica monetaria. Mais ou menos expansionista ou restritiva.
Associa-se muitas vezes a perspectiva monetarista a uma politica restritiva. Porque se pensa sobretudo às fases de combate às tendencias inflacionistas.
Mas também se supõe que a politica monetaria liberte a massa monetaria necessaria ao crescimento sustentado da economia real. Aceitando eventualmente um aumento geral de preços mais importante determinado por factores reais (por exemplo, por um crescimento forte da procura global).
Ou seja, o monetarismo não é a neutralidade absoluta da política monetária. Nem tem como único objectivo uma estabilidade estática e rígida dos preços.
O problema que se coloca é o de saber se a inflação actual na Zona Euro deve ser contrariada através de uma politica monetaria restritiva. Como tem acontecido até agora. Por exemplo, a manutenção de um Euro forte tem moderado o impacto na Zona Euro do forte aumento do preço do petroleo em Dolares.
A tendencia para o aumento geral de preços provocada pela propagação ao conjunto da economia do aumento dos preços de certos fatores de produção importados não é exclusivamente monetaria (como seria um aumento homogéneo de preços nominais, sem mudanças na estrutura relativa dos preços reais).
Nestas condições, até que ponto é assim tão disparatado defender, como parece fazer Sarkozy, que a politica monetaria deveria permitir o aumento da massa monetaria necessario para acomodar internamente uma inflação importada mais proxima dos aumentos de preços em Dolares ?
Sabendo-se que as consequências seriam eventualmente menos empolgantes do que aquelas que imaginam alguns dos criticos da actual política do BCE.. Teriamos taxas de juro menos altas e um Euro menos forte. Mas estariamos também de pagar os combustiveis ainda mais caros. Teriamos certamente uma inflação ainda maior. Pelo menos no curto/médio prazo. Como é que que a economia europeia, os agentes económicos, as empresas, os consumidores, os governos, etc, se comportariam face a estes novos indicadores ?!…
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Onde esta : “… se pensa sobretudo às fases …”
Devia estar : “…se pensa sobretudo nas fases …”
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««Mas também se supõe que a politica monetaria liberte a massa monetaria necessaria ao crescimento sustentado da economia real.»»
Mas a massa monetária que existe impede o crescimento sustentado? Para que é preciso mais?
E já agora, como é que o Banco Central determina a massa monetária necessária ao crescimento sustentado. Os últimos 20 anos têm mostrado que os bancos centrais geram ciclos de inflção/deflação com períodos de crescimento e períodos de crise. Creio que isto é um indicador de que o ajuste fino da massa monetária com o objectivo de maximizar o crescimento não é possível na prática, mesmo que seja possível em teoria (o que eu duvido).
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Já agora, o problema da economia europeia não é monetário. É estrutural. Não adianta esconder problemas estruturais com inflação porque eles voltam mais tarde.
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Para se ter uma economia com crescimento sustentável a taxa de juro tem que reflectir a poupança. A intervenção dos bancos centrais ao fixarem uma taxa abaixo da que reflectiria a poupança pode estimular a economia a curto/médio prazo, mas cria problemas de sobreinvestimento e de inflação nos bens de produção que se pagam mais tarde com períodos de recessão. Não adianta muito reinventar a roda. Não é possível investir o que não existe, logo não é possível ter taxas de juro abaixo da taxa correspondente à taxa real. Para além dos mais, taxas de juro demasiado baixas desincentivam a poupança, a qual constitui a verdadeira fonte de crescimento económico.
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“E já agora, como é que o Banco Central determina a massa monetária necessária ao crescimento sustentado.”
De qualquer modo, o Banco Central influencia a massa monetaria através da fixação da taxa de juro.
Também se pode perguntar : como é que o Banco Central determina taxa de juro necessária à estabilidade dos preços ?
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“Já agora, o problema da economia europeia não é monetário. É estrutural.”
Não adianta esconder problemas estruturais com inflação porque eles voltam mais tarde.
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O meu comentario 35. é um engano. Desculpas !
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Um dos factores que mais pesam no baixo crescimento económico é o preço dos combustíveis, como sabem, cotados em dólares. Ainda há pouco ouvi que já há mais de 29.000 ordens de compra a 200 dólares o barril para Dezembro deste ano. Qual seria a perspectiva para a economia europeia com um euro baixo, especialmente para Portugal com uma dependência energética muito superior a 95%? O que terá que acontecer é uma tomada de posição consertada quanto à especulação nas operações relativas ao petróleo nos futuros, eliminando todos os agentes perniciosos neste circuito, sem o que toda a economia mundial fica comprometida, além de medidas expeditas noutras áreas da energia e aquecimento global, ainda incontroláveis e extremamente perigosos para o futuro da humanidade.
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“Já agora, o problema da economia europeia não é monetário. É estrutural. Não adianta esconder problemas estruturais com inflação porque eles voltam mais tarde.”
Eu não discordo.
Não defendo soluções inflacionistas, de facilidade.
Mas penso que, partindo deste pressuposto, ha alguma margem para reflexão sobre o papel da politica monetaria.
Ou não ?
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O Sr. Trichet foi uma boa surpresa. Actua consistentemente. É ouvido pelos market makers. E depois, o Euro naturalmente sobe, por via da consistência e da confiança criada.
Quanto a Sarkozy? Pois, basta falar na Carla…..e está tudo dito!
Óbviamente, que a Irlanda e a Espanha (mas não só), berram contra a subida das taxas de juro. Mas, queriam o quê? Baixar a taxa de juro, para incentivar o consumo, ainda mais? Baixar a taxa de juro para incentivar o Imobiliário, ainda mais?
Quanto mais para a frente o BCE deixasse a decisão de aumentar os juros, maior seria o rebentanço da bolha. Aliás, este foi o erro do Sr. Greenspan, que se colou ao “ciclo eleitoral” de Bush, e a América paga agora a factura!
Quanto a serem “os outros” a pagar a factura do consumismo Americano, é outra conversa. Quem mandou a banca Europeia (sobretudo a Suíça e Francesa) investir biliões nas “mortages” Americanas? É a vida….
Quanto aos “escandalosos” lucros das petrolíferas, é preciso pensar que quem ganha mais com o petróleo não é a BP/Shell/Repsol/Galp, etc., não é a Arábia Saudita/ Venezuela/ Iraque e afins, são os Estados Europeus, onde existem os maiores impostos do mundo. Em cada 1,50 de cada litro de gasolina, o Estado português deve arrecadar cerca de 0,90 euros ou 90 centimos…..
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“… não é possível ter taxas de juro abaixo da taxa correspondente à taxa real.”
Certo. Mas a dificuldade esta precisamente em determinar essa taxa de juro real, a que reflectiria a poupança.
Até que ponto a actual taxa de juro corresponde à tal taxa real ? Sabemos que é o resultado de decisões arbitrais do BCE e não de um hipotético mercado perfeito da oferta e procura de poupança.
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Bibó Porto.
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UAU! Belíssima metáfora – legenda visual.
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Caro JM,
desta vez acertou !
Agora repare quem é que é beneficiado com a manipulação das taxas de juro, abaixo da real ? Os Bancos. Sabem que o excesso de moeda vai provocar bolhas e portanto são os primeiros a investir por aí, antes de todos os agentes se aperceberem disto. Acabam por comprar mais barato do que os outros…
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