Inflação IV
6 Julho, 2008
Dizer que o (não) combate à inflação é uma opção política é uma trivialidade. O que interessa saber é se é uma boa opção política. E para isso existe a discussão pública, argumentos etc. Alegar que X é uma opção política não impede que X seja escrutinado. Alegar que X não é uma verdade revelada nada diz sobre X, mas diz muito sobre a qualidade da discussão pública.
Provar se os argumentos a favor ou contra X são sólidos faz parte da discussão pública. Eu, pessoalmente, gostaria de ver quais são os argumentos a favor das seguintes opções políticas:
– acabar com a independência dos bancos centrais e deixar a política monetária a cargo dos políticos
– baixar as taxas de juro quando a inflação chega aos 4% e está a subir.
24 comentários
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“acabar com a independência dos bancos centrais e deixar a política monetária a cargo dos políticos”
É isso que defendo.
Os políticos e quem os escolheu são responsabilizados.
Eu considero que deixar aos políticos a política monetária daria um desastre mas era um desastre que educaria as pessoas, e melhores políticos viriam. Fechava mais as portas a idiotas.
O caminho seguido é a infantilização da política, não admira que vivam num mundo de ficção com TGV’s e OTA’s.
Claro, não têm de se preocupar com a moeda e a credibilidade desta ou com alguma coisa com consequência.
.
O desastre do Euro é esse: a subida do nível de ignorância económica nas elites, a descida do nível dos políticos.
Tal como na educação o exame para entrar na política é cada vez menos exigente. Não se admirem da qualidade que têm.
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Quero dizer: da qualidade que têm tido.
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Quando é que o meu caro e ingénuo (devo dizer ignorante?) João Miranda percebe o que é um banco central?
Vídeo (5:09 m):
Ron Paul 0wnz the Federal Reserve
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em portugal é tudo a baixar
a politica é uma “baixaria”
politicos a baixo de cão
economia a baixar
consumo a baixar
a baixa de Lisboa cada dia mais em baixo
portugueses a baixar-se para apanhar o que podem
me cago en los politicos
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Um documentário que nos pode ajudar a ver o outro lado das coisas
http://video.google.com/videoplay?docid=-3412294239230716755&hl=en
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A culpa desta coisas todas , infelizmente , parece-me que é a paz. Os medíocres cooperaram nos partidos e governam , coisa completamente impossível quando as guerras podem bater à porta e os mais aptos são necessários à governação. Ou seja , agora , para nos livrarmos das carraças , só com problemas que os afectem também a eles. Lixado , pois é.
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Quanto á independência do banco central temos anos de experiência cá no burgo.Mandam os políticos que estão no poder.Os resultados estão aí!
Quanto á taxa de juro crescer com a inflação a 4%,temos a experiência de há 20 anos,tambem cá no burgo.Chegou a 25%.Taxa real bancária andava nos 36%!Foram os anos da Bolsa.Papéis que se vendiam e compravam sem existência real.Muitas fortunas acumuladas.Muita falência e miséria!Uma alegria!
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“acabar com a independência dos bancos centrais e deixar a política monetária a cargo dos políticos”…
Se se refere a políticos como os nossos iria tudo abaixo em pouco tempo. De qualquer modo está a ir.
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Bem, resumo o que penso desta forma:
– Antes o Sr. Trichet, o Sr. Weber ou o anterior Sr. Duisenberg, que percebem de economia, do que entregue ao “faxina de serviço”, chame-se ele Sarkozy, Zapatero ou Berlusconi.
Aliás, a força do Euro deve-se ao rigor e disciplina do BCE.
Aliás, a actual decadência dos EUA, deve-se à queda do dólar e à ascenção do Euro.
Aliás, uma das razões da queda do dólar deve-se à excessiva aquiescência do Sr. Greenspan perante o Sr. W. Bush e o GOP.
Aliás, a FED não obedece ao poder político, mas sim a Wall Street, o que é tão mau como obedecer ao poder político.
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Dois disparates. Primeira: Felizmente para nós o Banco Central que manda não é o Banco de Portugal. Se não, estaria entregue aos nossos políticos e, para cúmulo da desgraça, seria a cereja em cima do bolo. Segunda, a inflacção degrada a vida da população, já que os governos, com a sua habitual desonestidade, actualizam vencimentos sempre abaixo da taxa real. Sendo preciso contê-la a medida certa é a que o BCE está a seguir: subir juros.
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Sinceramente, custo a perceber estas discussões. A Inflação representa o crescimento contínuo e generalizado dos preços dos bens e é calculada como a taxa de variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC). Não é uma opção, é um facto. Não aceitar um facto é um exercício de fuga à realidade que se chama alienação. A negação de um problema não o resolve. Pelo contrário, costuma agravá-lo. Parece que esta geração de políticos se tornou especialista nisso mesmo: a negação da realidade e a construção de uma ideia da realidade mais favorável aos seus discursos.
Já chega de alienação e de incompetência.
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Quando é que o ingénuo (deverei dizer ignorante?) João Miranda percebe o que é um banco central?
Vídeo (5:09 m):
Ron Paul 0wnz the Federal Reserve
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O zédeportugal tem 200% de razão( é a inflação). as carraças têm por costume gastar milhões para poupar tostões. atacam o problema quando ele já não é problema , porque entretanto a situação já evoluiu para outro problema e a solução destempada já não faz sentido , até chateia e ainda complica mais por já não ser necessária. é a politica do deixar andar e intervir quando já passou de prazo a solução.
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Há um grande problema fora das teorias: a procura é superior à oferta. Na minha opinião, a especulação existe porque permitem que ela exista, porque é tudo uma grande jogada dos agentes económicos. Porque é que o petróleo quando sai da refinaria não é vendido directamente ao comprador final (bombas de gasolina)? A quantidade de transações que existem pelo meio é que permitem que o petróleo passe por 20 mãos, cada uma especule, e que chegue ao consumidor ao dobro do preço! Não me espantava nada se antes do final do ano houvesse um crash na bolsa.
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Diz o J “Aliás, a actual decadência dos EUA, deve-se à queda do dólar e à ascenção do Euro.”
Para frases destas peço piedade.
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O que eu gostava era de ouvir (ler) a opinião do João Miranda sobre a fabricação de dinheiro pelos bancos centrais e a sua posterior disponibilização a preços quasi grátis aos bancos para os salvar da falência dado a sua pouca visão e terem-se metido em negócios de duvidoso lucro.
Não era muito melhor que o fabricassem e o dessem a preço quasi grátis aos que devem para que pagassem ao banco? Qual é a razão para que não possa ser assim? Banco é superior a particular ?falências de carradas de particulares é mais benigno que a falência de um banco?
O mundo está doido e não percebo porque me castigam a viver aqui. Isto não é nada aconselhável a pessoas com o mínimo de principios. Devia ser proibido nascer. Tal e qual como me proibem de fumar.
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««O que eu gostava era de ouvir (ler) a opinião do João Miranda sobre a fabricação de dinheiro pelos bancos centrais e a sua posterior disponibilização a preços quasi grátis aos bancos para os salvar da falência dado a sua pouca visão e terem-se metido em negócios de duvidoso lucro.»»
Já procurou nos arquivos?
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Não. Dê-me uma pista , please. Só para não estar dias a procurar. Vocês postam a uma velocidade óptima de ler e péssima de pesquisar.
E isto é um elogio.
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Subprime II
A crise financeira
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Regulação mundial II
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perdoe o off-topic
Não acha fantástico que nos açores uma inauguração custe 1 400 000 euros?
Uma região com os indíces de poder de compra dos mais baixos da europa, com os PIBs a rastejar, com uma taxa de beneficiários do rendimento social de insersão perto dos 10% da população residente, com elevadíssima analfabetização, enfim, um quase que 3º mundo com dinheiro, a assemelhar-se a uma qualquer ditadura afro-latino-americana.
Um milhão e quatrocentos mil para inaugurar uma obra de 52 milhões… fantástico!
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Caro João Miranda,
Outro aspecto importante é compreender que as opções em análise têm impactos diferentes. A subida das taxas beneficia pensionistas e aforradores. A não subida beneficia investidores e produtores. Pense nas implicações demográficas e nos “direitos adquiridos” quando se analisam ambas as opções.
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Caro João Miranda!! Já se questionou se não será possível que o aumento da taxa de juro seja ineficaz para conter as pressões inflacionistas!!?? E se na verdade estas pressões inflacionistas estejam a ser alimentadas pela subida dos juros que estarão a ser antecipadas no volume médio de preços.!!???
Para que serve um Banco central independente sem domíneo sobre políticas públicas de fiscalidade!!??
Devemos crer que a independencia dos Bancos Centrais se conquista com o bom senso dos seus intervenientes humanos em cada momento histórico e quando tal falha fica em causa a sua independencia!!!
Neste caso Duisenberg cultivou a independencia do BCE e Trichet poe em causa a sua independencia!!
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Sinceramente não percebo a importância deste post. Para que server discutir possibilidades que nunca se irão materializar como
“- acabar com a independência dos bancos centrais e deixar a política monetária a cargo dos políticos
– baixar as taxas de juro quando a inflação chega aos 4% e está a subir.”
Quanto ao primeiro, concordo plenamente com o Zeca quando diz que finalmente não é o Banco de Portugal que manda caso contrário era a decadência.
Quanto a baixar as taxas isso nunca irá acontecer com a inflação nestes níveis. Não te esqueças de que o objectivo único, repito, único do BCE é controlar a Inflação e isso consegue-se com um aumento da taxa de juro e mesmo assim, demora cerca de dois anos até a economia absorver esse aumento via diminuição do consumo. Por isso, o BCE não tinha outra opção e diminuir as taxas agora só iria piorar a nossa situação num futuro próximo.
É tempo dos portugueses pouparem e deixarem de lado os impulsos consumistas comuns a muitos de nós.
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Leandro Diz:….
Teoricamente deviamos poupar e exportar mais!!! O problema é que o nível de despesas dos consumidores não corresponde a níveis de consumo e sim a a níveis de dívida…para corrigir deviamos ter que ter a Alemanha a importar muito de Portugal e para isso era necessário que os Alemães tivessem taxas de juro mais baixas…como a taxa de juro é “teoricamente” a mesma é mais difícil corrigir estes desequilíbrios…expcepto se mantivermos os salários muito abaixo dos Alemães e estes possam consumir mais doque o que consomem!!!
Não é possível poupar o que não temos e não é possível consumir menos ou seja cumprir a dívida!!!
Que solução!!??? Aumentar a taxa de juro!!??? A Alemanha não merece uma taxa de juro de 2% quanto mais de 4,25%!!
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