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Expansão monetária e casas devolutas

8 Julho, 2008

Se a moeda está a desvalorizar, as pessoas compram casas de que não precisam como reserva de valor e protecção contra a inflação. Actualmente, a pricipal causa da existência de casas devolutas é a política de juros baixos dos bancos centrais. Se uma casa devoluta está a valorizar em relação à moeda 10% ao ano, a manutenção da casa tem vantagens comparativas mesmo que não esteja a ser usada de forma mais produtiva. Não deixa por isso de ser irónico ver muitos dos que estão contra a subida das taxas de juro pelo BCE preocupados com as casas devolutas. Uma bela pirueta em menos de uma semana. Pirueta involuntária. O senso comum diz que tanto a expansão monetária como o combate às casas devolutas são desejáveis. Mas o senso comum não chega. É necessária uma teoria consistente de toda a realidade, caso contrário o que se diz hoje estará em contradição com o que se disse ontem. É claro que a educação, em especial a educação superior, devia ser uma forma de adquirir um certo cepticismo em relação ao senso comum.  Não tem funcionado.

27 comentários leave one →
  1. Alvaro's avatar
    8 Julho, 2008 17:07

    pergunte aos alemães como se trata com as casas devolutas que eles explicam-lhe.

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  2. Luís Lavoura's avatar
    Luís Lavoura permalink
    8 Julho, 2008 17:11

    “a pricipal causa da existência de casas devolutas é a política de juros baixos dos bancos centrais”

    Que explicação tão rebuscada.

    Eu diria que há explicações bem mais simples, em Portugal.

    Esta explicação, aparentemente, deveria valer tanto para Portugal como para os EUA ou a Alemanha.

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  3. Alvaro's avatar
    8 Julho, 2008 17:13

    2 –

    pois… é esta ciência fácil e cristalina do JM…

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  4. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    8 Julho, 2008 17:28

    ao ouvir pronunciar a palavra cheguei a pensar que era “de volutas”

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  5. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    8 Julho, 2008 17:30

    ao ouvir pronunciar a palavra cheguei a pensar que era “de volutas” devido às espirais de fumo

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  6. Desconhecida's avatar
    carlos permalink
    8 Julho, 2008 17:30

    A principal causa das casas devolutas é que há excesso de casas em Portugal. O número de alojamentos excede 1,3 vezes o número de famílias. E com a crise e os aumntos dos impostos sobre o imobiliário, ter ums segunda habitação é um luxo ao alcance de cada menos famílias.

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  7. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    8 Julho, 2008 17:44

    Aqui é só porque podem arder!E ali na Av. da Liberdade é porque há grandes negócios imobiliários,interessa degradar,não dar licenças camarárias…

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  8. Luís Lavoura's avatar
    Luís Lavoura permalink
    8 Julho, 2008 17:49

    “A principal causa das casas devolutas é que há excesso de casas em Portugal.”

    Exatamente. Uma explicação simples e convincente.

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  9. Desconhecida's avatar
    campeão permalink
    8 Julho, 2008 17:56

    A principal causa das casas devolutas como é evidente é a lei das rendas!
    Alguém aqui duvida que se houvesse uma lei decente e que se a “justiça” funcionasse em tempo útil para resolver contratos não cumpridos ,que todas as casas estavam no mercado e com boa manutenção?

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  10. Desconhecida's avatar
    JoãoMiranda permalink
    8 Julho, 2008 17:59

    ««Exatamente. Uma explicação simples e convincente.»»

    Que não explica nada. Porque é que há excesso de casas em Portugal?

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  11. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    8 Julho, 2008 18:11

    Porque há expectativas de especulação nos lucros a obter.Se o lucro expectável fosse condizente com com as margens de lucro obtidas em aplicações
    financeiras,(por exemplo)as casas não se construiam!

    Se temos casa para 40 Milhões de pessoas e somos só 10 Milhões será porquê?

    Tambem houve uma outra razão que levou muitas e algumas grandes empresas de construção para a falência,que era construir casas para manter estruturas produtivas fixas.Mas,agora, penso que o mercado já está limpo desse problema.

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  12. simon's avatar
    simon permalink
    8 Julho, 2008 18:17

    E numa altura destas, JM, o que faria, se tivesse de optar entre a compra e a venda de uma casa?

    Eu ia vender e, na dúvida, oh, comprei mas é outra em conta. E tenho duas, agora, por ir buscar à primeira, a alugar, metade do custo desta. E conto ganhar, com sorte.

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  13. Desconhecida's avatar
    Maria permalink
    8 Julho, 2008 18:57

    “Se a moeda está a desvalorizar, as pessoas compram casas de que não precisam como reserva de valor e protecção contra a inflação. ”

    Desde quando é que uma casa é um activo??

    A mim afigura-se mais como um passivo.

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  14. Luis's avatar
    Luis permalink
    8 Julho, 2008 19:12

    O amigo João Miranda engana-se. A principal causa é a falha do mercado de arrendamento:
    a)O congelamento das rendas foi fatal – instilou desconfiança em muito senhorio.
    b)Como os fogos não vagam todos ao mesmo tempo, e é difícil vender, a preços julgados razoáveis, imóveis com inquilinos, há dezenas de milhares de casas vazias à espera que morra a senhora do 4ºEsq. Entretanto, os senhorios continuam descapitalizados.

    c)A compra de casa é hoje, em termos de prestação mensal, mais atractiva que o arrendamento. Hoje em dia só arrenda quem não tem crédito (pelo que dificilmente será bom inquilino), ou alguém com necessidades temporárias.

    d)Paralelamente, é hoje uma aventura arrendar uma casa – a probabilidade de levar um calote é muito elevada. Quem já passou por isso sabe que corre o risco de estar 2, 3 ou mais anos à espera de um mero despejo – e no fim, não só não recebe o que lhe devem, como ainda tem que fazer obras para voltar a arrendar.

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  15. JLS's avatar
    8 Julho, 2008 20:09

    «O amigo João Miranda engana-se. A principal causa é a falha do mercado de arrendamento»

    Shiu! Não diga isso. É mais fácil culpar a Europa!

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  16. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    8 Julho, 2008 20:15

    Em Lisboa não sei , mas onde moro , cidade pequena , as casas devolutas são maioritariamente no centro e antigas , não têm condições de habitabilidade “modernas “, digamos : casas de banho minusculas ,mal divididas , nada de elevador , garagem , etc. Os donos dos prédios também são “antigos” e empobrecidos ,por causa das rendas congeladas desde a idade da pedra , dinheiro para obras para que as possam arrendar não há . Compra-las? só um milionário , posto que para além do preço da casa há que gastar uma fortuna a recupera-las. O problema só é menor quando o prédio fica totalmente devoluto e alguma construtora ou banco o compram ( os milionários). E é assim que os centros vão ficando vazios de população e cheios de serviços.

    Ps)Luís , arrendei uma casa , não pago condominio , imi ,obras , e a renda é a mesma desde há 4 anos. E o meu senhorio gasta o dinheiro. Entretanto vou poupando.

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  17. Desconhecida's avatar
    JoãoMiranda permalink
    8 Julho, 2008 20:30

    ««c)A compra de casa é hoje, em termos de prestação mensal, mais atractiva que o arrendamento. »»

    Juros baixos. Política monetária.

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  18. Luis's avatar
    Luis permalink
    8 Julho, 2008 20:33

    Anónimo: eu sei que é mais racional arrendar uma casa antiga. Sou gerente de uma empresa de administração de condomínios, ando nisto há 15 anos, e falo com conhecimento de causa. O problema é que em Lisboa, p.ex, os factores que citei empurram as rendas para a estratosfera.

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  19. Luis's avatar
    Luis permalink
    8 Julho, 2008 20:39

    “Juros baixos. Política monetária.”

    Ou, ao contrário, preços demasiado elevados do arrendamento.

    Meio-cheio, ou meio-vazio ?

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  20. Zé Bonito's avatar
    8 Julho, 2008 21:16

    Se o João Miranda quiser, mesmo, saber o que se passou nos últimos anos com a habitação em Portugal, o modo como foi usada (toda a especulação imobiliária) para criar uma ilusão de crescimento económico e uma forma rápida de conseguir o retorno do investimento, siga o conselho do primeiro comentador: vehja como os alemães tratam o assunto. Compare, também, a nossa “lei dos solos”, com o que se passa nos países do Norte da Europa.

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  21. Nuspirit's avatar
    Nuspirit permalink
    8 Julho, 2008 21:35

    “É claro que a educação, em especial a educação superior, devia ser uma forma de adquirir um certo cepticismo em relação ao senso comum. Não tem funcionado.” JM

    Na mouche. Muito bem.

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  22. anónimo's avatar
    9 Julho, 2008 07:09

    Parece que toda a gente se continua a esquecer que a moeda em Portugal é o malvado euro o qual se vai fortalecendo de dia para dia.
    Este fenómeno tem que ser visto à escala europeia – agora aguentem-se que já têm o orgulho canhoto de estar naquela merda…
    Mas, também, à incapacidade nacional de produzir.
    Estamos mum País em que todos, entre si, vendem uns aos outros, o dinheiro circula internamente, serve para importar e sem que advenham valias do exterior por que não há exportação.
    Por isso há a inflação. Portugal mantém o que tem, depois de desbaratar o que tinha, com o Povo a discutir os tostões entre si, enquanto no resto da Europa se produz, vende e entra dinheiro dos restantes países – entre os quais Portugal, por que pagamos o que consumimos, na maioria, importado.
    Ou seja, os outros controlam a balança do que vendem e importam enquanto nós importamos à tripa forra e ninguém nos compra nada.
    Certo é que ninguém está disposto a deixar de ir ao supermercado.
    Como também é certo que o desgoverno não faz nada para educar os cidadãos e evitar a catástrofe.
    Que está cada vez mais próxima.
    Os excelsos economistas que temos deviam explicar como isto se passa. Mas não, preferem receber as prebendas do desgoverno que temos a debitar idiotices nas televisões e jornais de referência a que temos direito.
    Portugal já se afundou.

    Nuno

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  23. JLS's avatar
    9 Julho, 2008 12:42

    «“É claro que a educação, em especial a educação superior, devia ser uma forma de adquirir um certo cepticismo em relação ao senso comum. Não tem funcionado.” JM

    Na mouche. Muito bem.»

    Muito bem, mas um bocado deslocada ou desapropriada para o assunto…

    Até porque o senso comum diz que mais fácil é culpar a Europa.

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  24. zedeportugal's avatar
    9 Julho, 2008 12:47

    Desafio o João Miranda a aprofundar mais este assunto e a seguir (ou não) o conselho do comentador Álvaro, no 1º cometário, de saber como os Alemães tratam com as casas devolutas. É que eu nunca trabalhei na Alemanha, mas trabalhei na Suiça e, espantosamente, cheguei a acompanhar um processo de reabilitação de um “Vieux Bourg”, e não houve nenhuma acção negativa sobre os proprietários: todos foram ouvidos e todas as acções tiveram em conta a suas limitações – que até eram bastantes nalguns casos. Que eu saiba ninguém foi expropriado, ninguém foi ameaçado, ninguém foi explorado.
    Há dias em que penso muito como gostaria de ter nascido na Suíça, ou outro país semelhante. Mas depois peço perdão a Deus e agradeço não ter nascido na Etiópia ou no Ruanda.

    Ah! Falta o “teasing” final: Será o João Miranda capaz de perceber alguma vez o que se passa com o imobiliário em Portugal? Duvido.

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  25. JLS's avatar
    9 Julho, 2008 13:13

    «todos foram ouvidos e todas as acções tiveram em conta a suas limitações – que até eram bastantes nalguns casos. Que eu saiba ninguém foi expropriado, ninguém foi ameaçado, ninguém foi explorado.»

    Sim, expropriações são sempre o último recurso. Mas a cultura cívica portuguesa é muito diferente…

    Não se trata de uma questão de reabilitação, mas olhe o prédio Coutinho em Viana do Castelo, que só não vai abaixo por que o construtor e proprietário de não sei quantas fracções, vai conseguindo sempre adiar aquilo… E todas as outras pessoas que lá viviam já foram viver para outro sítio. Acho que nem ele vive lá…

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  26. Uribe's avatar
    Uribe permalink
    9 Julho, 2008 15:03

    JoaoMiranda 8 Julho, 2008 às 5:00 pm 14 valores

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  27. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    9 Julho, 2008 16:27

    Nuno , Portugal afundou porque não sai da beira mar. E tem tanta terrinha vazia mais próxima da Europa.

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