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A falácia do custo/benefício II

13 Julho, 2008

Estudo da Universidade Nova revela
Projecto Expo´98 gerou receita de 890 milhões de contos para o Estado

Assim, as receitas adicionais para o SPA geradas pela Expo’98 e projecto urbano associado somam 4.435,1 milhões de euros (889 milhões de contos).

Deste valor global, 487,6 milhões de contos (2432,1 milhões de euros) resultam de efeitos temporários – são consequência da injecção de despesa na economia nacional realizada pelo promotor do projecto global, pelos promotores de construção privada e turistas.

Os restantes 401,6 milhões de contos (2003 milhões de euros) resultam de efeitos permanentes, sendo os mais significativos do ponto de vista quantitativo decorrentes da valorização imobiliária induzida pelo projecto nos terrenos da sua zona de intervenção e numa extensa orla em redor, gerando benefícios ao longo de um horizonte temporal infinito estimados em valor actualizado para 2001.

O que este estudo fez foi contabilizar como receita do estado toda a receita fiscal sobre a actividade económica relacionada com a Expo. O simples facto de a Expo ter sido construída gerou receita para o Estado. Esta receita é independente da utilidade da obra. Ah, e como é evidente, a Expo desviou recursos e actividade económica de outros sectores onde houve perda de receita. Só que essa perda de receita noutros sectores não foi contabilizada.

40 comentários leave one →
  1. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    13 Julho, 2008 12:49

    o melhor seria entao nao fazer nada. Visto que se se investe em x nao se investe em y e se o investimento for em y perde-se o que se poderia ganhar em x. Assim a teoria mostra que o melhor estar parado. Nao se mexa. Vegete.

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  2. MFerrer's avatar
    13 Julho, 2008 12:56

    O sofisma é claro. Um investimento, qq que seja, é sempre uma escolha entre vários…
    O facto de se ter escolhido a Expo e o restante investimento – muito do qual nem sequer é quantificável – ( já lá vou), não quer dizer que haveria outros igualmente interesantes em termos económicos.
    Além de que o Estado não pode criar empresas e produzir amburguers ou ténis. Não pode mais do que condições para.
    O que nunca será contabilizado é a recuperação dos terrenos poluídos, do rio Trancão, da libertação para o turismo de vastas sáreas circundantes a todo o Concelho de Loures. Não são contabilizáveis as mais valias culturais e recreativas…
    Ou da utilização da Estação do Oriente ? qual o valor em termos de horas/ano ganhas?
    Qual seria o valor do terreno, caso fosse necessário comprá-lo?
    Ou alugá-lo?
    Quais as vantagens de se poder agora acrescentar o TGV?
    Quais os valores de poupanças de combustível pelo facto de existir um inter-face daquelas proporções?
    Para citar um dos nossos: “É fazer as contas!”
    MFerrer

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  3. MFerrer's avatar
    13 Julho, 2008 12:59

    Claro como água Anónimo #1 !
    O resto, é para enganar tolinhos! Ou para a habitual intrigalhada…
    A mesma coisa digo eu aí acima.
    MFerrer

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  4. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    13 Julho, 2008 13:02

    Humm, não sei JM, mas será que você também não está a ser um pouco falacioso ? A Expo trouxe uma serie de infraestruturas para Lisboa que transformaram a cidade nos dos principais destinos mundiais de turismo de congresso e aumentou também e muito o segmento dos city-breaks. Basta observar na quantidade de hoteis que tiveram que ser construidos em Lisboa desde aí. Tudo isso representa muitas receitas para o Estado, emprego, etc.
    Não haverá também falacia quando diz “essa perda de receita noutros sectores não foi contabilizada” ? Será que essa perda seria aproveitada da mesma forma noutros sectores ? Provavelmente não, por exemplo o dinheiro que se investiu no Euro de futebol certamente não trouxe o volume de receitas que trouxe a Expo. E no caso da Expo estamos a falar não de curto prazo, mas de efeitos que ficam para sempre.
    Compreendo e concordo inteiramente que o que há de errado é sempre Lisboa, basta ver Espanha, Expo de Sevilha, Expo de Saragoça, Jogos Olimpicos de Barcelona, etc,etc, nunca nem jamais seria Madrid. Quanto a isso inteiramente de acordo, é escandaloso e revoltante o centralismo nacional, agora fazer de conta que a Expo não trouxe e traz bons retornos ao Estado e à economia do país,isso é muito mais falacioso do que aquilo que refere.

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  5. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    13 Julho, 2008 13:42

    Com teorias destas, se os portugueses amanhã de manhã forem ao banco levantar todo o seu dinheiro e o gastarem todo, ficamos todos ricos. Ainda mais interessante são as análises de custo benefício e semelhantes que são feitas sem conhecer o montante gasto, como é o caso da Exp, novas estradas e TGV. O problema disto tudo é que a curva de distribuição do coeficiente de inteligência deixou de ter a forma de sino e passou a ser um sino empenado, cada vez mais para a esquerda, ao ponto de não ser percepcionado que só os fluxos financeiros de fora para dentro fazem a verdadeira diferença na evolução de uma nação. A falácia dos hotéis é interessante: durante a Expo os barcos-hotel ficaram vazios e os hotéis na cidade foram construidos depois. Quase que dava para pensar se houver um terramoto e Lisboa ficar competamente destruida isso será um grande investimento no futuro. Fabuloso!

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  6. Fado Alexandrino's avatar
    13 Julho, 2008 13:45

    Comparar a Expo 98 em custos e benefícios com a futura linha Lisboa/Madrid em TGV é como comparara as realidades do Manchester United com a Associação Desportiva Sanjoanense.

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  7. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    13 Julho, 2008 13:47

    Nunca contar com os custos de manutenção, reestruturação e reconstrução, como os dos aeroportos do Porto e Lisboa, é a regra sagrada. Faz-se de conta que dura eternamente.

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  8. Tonibler's avatar
    13 Julho, 2008 13:52

    É quase isso, Miranda. No absurdo, um estudo destes mostraria que fazer uma A1 ao lado da A1, destruindo a que existe, seria um projecto altamente rentável para o estado. E teria razão, o estado ganharia de facto. Mas o país perderia mais do dobro do que o estado ganharia. Essa mistura do estado com o país é profundamente socialista e a ruína deste país(*).

    (*) Até tu caíste na “tentação” quando falas nas receitas que se perdem…

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  9. MJRB's avatar
    13 Julho, 2008 13:58

    A Expo’98 foi um extraordinário evento !
    Utilíssimo não só para Lisboa, mas também para o país — dispenso-me referir porquê, só não a aceita, ainda hoje, quem não quer ou não é capaz de VER para além da sua rua…

    A Expo’98 foi muito mais importante do que, por exemplo, o Euro’2004.

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  10. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    13 Julho, 2008 14:25

    Expo 98 não interessou para nada a não ser ainda aumentar mais a promiscuidade entre o público e o privado. Os fornecedores não tiveram de agradar aos consumidores tiveram de agradar aos agentes do Governo. Enfeudou ainda mais no pensamento dos Portugueses que tudo o que acontece tem de vir do Governo.

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  11. guna's avatar
    13 Julho, 2008 14:29

    “A Expo’98 foi um extraordinário evento !
    Utilíssimo não só para Lisboa, mas também para o país — dispenso-me referir porquê…”

    Por favor, elucide-me!

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  12. guna's avatar
    13 Julho, 2008 14:33

    Recentemente, foi focado o aumento da dívida externa como uma bomba relógio… além das receitas perdidas em juros, etc. Quanto desses custos são contabilisados nas receitas geradas por este tipo de eventos/investimentos?

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  13. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    13 Julho, 2008 14:42

    Hehe arriscamos ser ultrapassados por um certo país no Caribe:

    “Socialism means social justice and equality, but equality of rights, of opportunities, not of income,”

    the 77-year-old president said in a speech that was taped and later aired on national television.

    “Equality is not egalitarianism.”

    http://www.jpost.com/servlet/Satellite?cid=1215330941204&pagename=JPost%2FJPArticle%2FShowFull

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  14. Desconhecida's avatar
    Doe, J permalink
    13 Julho, 2008 14:52

    A urbanização que foi planeada e apresentada, com a relativamente baixa densidade populacional e balanceada com vários espaços verdes, marina e todas as infraestruturas necessárias à ocupação prevista era optima. Foi positiva a limpeza e despoluição dos terrenos industriais que lá estavam se é que tal foi feito correctamente o que, como de costume, só se virá a saber daqui a alguns anos.

    O que hoje já lá está feito é mais uma Reboleira, embora com um estilo mais actual e upscale, que só ainda não se mostra em toda a sua “grandeza” porque toda a construção lá existente ainda está relativamente nova.

    Mas ainda não está tudo construído e já se percebe bem a sobreocupação do espaço que por lá vai. Os poucos equipamentos efectivamente construídos rebentam pelas costuras. A marina é um lodaçal que nem para viveiro de lambujinhas serve. E para os anunciados espaços verdes sobram basicamente os canteiros das faixas centrais nas ruas principais.

    Disse Medina Carreira que há hoje 1000 milhões de euros anuais de encargos com as SCUTS, EXPO 98 e EURO 2004. Era capaz de ser interessante saber qual a parcela atribuída à Parque Expo neste numero tão redondinho. 😉

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  15. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    13 Julho, 2008 15:07

    lucklucky (13)

    Cuba está a mudar imenso. Até o Raul Castro agora faz os seus dicursoa em inglês (e deve ser com sotaque americano)

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  16. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    13 Julho, 2008 15:23

    Nesta questão de custos/benefícios só tenho sido contemplado com a primeira parte, não sei porquê. Azar meu…

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  17. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    13 Julho, 2008 20:05

    Nestes 890 milhões de contos para o Estado faltam muitos outros não contabilizados, como as já referidas do turismo, equipamentos, etc. Quem não consegue ver isso é mesquinho e tarado de ideias, recomendo que tome os comprimidos que se esqueceu esta manhã.

    Aliás, quando bem feitos isto não é nada de novo, muitas outras cidades se projectaram dessa forma. E a Expo foi bem feita e trouxe . Obviamente que em termos regionais, Lisboa foi a que beneficiou, quanto a isso nada a dizer. Só quem não conhece a realidade do turismo de negócios e lazer de Lisboa, o crescimento que este teve nos anos que se seguiram à Expo pode pôr em dúvida tal realidade. Só que sinceramente, é preciso mesmo ser muito cego e obtuso para não perceber isso. A unica explicação que eu tenho é a total ignorância sobre a realidade.

    O grande pecado capital da Expo é de tanto quererem recuperar o passivo que o Estado lá gastou (sem fazer as contas ao que recebe depois como este estudo mostra, sendo este estudo muito incompleto na vertente dos benefícios a longo prazo) e não souberam parar com o imobiliário no momento certo e sempre usando «a desculpa do passivo», essa sim uma gigantesca falácia, pois para esse passivo seria necessário fazer as contas a todos estes benefícios de longo prazo.

    Portanto, JM, neste caso concreto, tiro monumental no pé, não podia errar mais com tão poucas palavras. Sobre outro tipo de mega investimentos, certamente já não será assim. Mas neste caso não inventem, o que não faltam é casos onde pode escrever o que escreveu. Mas a Expo não é um desses casos. Lamento.

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  18. guna's avatar
    13 Julho, 2008 23:22

    Expos e Euros2004 num país com tantas carências, são o melhor investimento possivél?

    Também foi assim que a Irlanda progrediu?

    Ainda bem que Lisboa cresceu muito após a Expo, era a região do país que mais precisava. É pena que na atribuição dos subsídios da UE, os Alemães, Holandeses, etc. não apliquem a mesma lógica e gastem os seus euros nas zonas mais desenvolvidas da UE!

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  19. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    13 Julho, 2008 23:45

    Também foi assim que a Irlanda progrediu?

    Expos e Euros não são obviamente modelos de desenvolvimento. O Euro não foi certamente, para que servem os estádios ? Mas da Expo ficaram muitas coisas que servem variados interesses. Daí a dizer que a Expo foi um mau investimento vai uma grande distância. É isso que está em causa neste post, fala da Expo, não do Euro.

    E chamar a Irlanda para o barulho é também uma falácia. Cada país/cidade tem as suas potencialidades. Ninguém aposta em criação de camelos na Irlanda, turismo de neve na Argélia (bem.. há os tipos do Dubai) ou vinhos na Escócia.

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  20. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    14 Julho, 2008 00:07

    ««Mas neste caso não inventem, o que não faltam é casos onde pode escrever o que escreveu. Mas a Expo não é um desses casos. Lamento.»»

    Os seus argumentos a favor da Expo são de uma pobreza franciscana. Tenta relacionar o turismo com a expo e ignora os diversos custos de oportunidade da expo. Ora, nem o turismo em Lisboa precisava de uma Expo para crescer significativamente (outras ciddes estão a crescer por causa da redução do preço das viagens aéreas) nem a sua análise tem em conta os custos da Expo (desertificou ainda mais o resto da cidade e do país) ou os investimentos alternativos que poderiam ter sido feitos com o mesmo dinheiro.

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  21. AAC's avatar
    AAC permalink
    14 Julho, 2008 11:46

    A expo foi a renovação de uma parte da capital de um país mais cara da história. Não passou disto. O “prestígio” que ambicionava alcançar foi…0. Um erro ainda mais grave que o Euro.

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  22. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    14 Julho, 2008 13:05

    Os seus argumentos a favor da Expo são de uma pobreza franciscana. Tenta relacionar o turismo com a expo e ignora os diversos custos de oportunidade da expo. Ora, nem o turismo em Lisboa precisava de uma Expo para crescer significativamente (outras ciddes estão a crescer por causa da redução do preço das viagens aéreas) nem a sua análise tem em conta os custos da Expo (desertificou ainda mais o resto da cidade e do país) ou os investimentos alternativos que poderiam ter sido feitos com o mesmo dinheiro.

    Podem ser de uma pobreza franciscana mas são pelo menos argumentos, porque o seu post não chega sequer ao nível onde se possa argumentar pois é nulo de conteúdo.
    Se quer discutir factos comece por olhar para os dados que existem, deixo-lhe aqui este que resume muito bem o impacto de vários eventos na industria do turismo de Lisboa:

    Lisboa 2020 – Que estratégia para o Turismo?
    http://www.tlx10.com.pt/data/003/docs/lisboa_2020_que%20estrategia_para_o_turismo_vitor_costa.ppt?PHPSESSID=5229492324f764e97c962dab2e438b45

    Depois de olhar para os dados podemos talvez fazer as contas a quanto o país ganha em impostos e emprego devido ao crescimento do turismo de lazer, negócios e congressos em Lisboa. Lamento informar mas você não faz ideia dos efeitos positivos a longo prazo que tem por exemplo trazer a Portugal todos os anos muitas dezenas de milhares de quadros médios e altos de imensas multinacionais a congressos, pessoas geralmente com bom poder económico e boa formação académica, que saem de Lisboa satisfeitas como mostram os inquéritos, que regressam e recomendam o destino. Tudo coisas dificeis de contabilizar mas que são indesmentiveis.

    Você fala nas viagens de baixo custo, seguramente, mas para isso é necessário que as pessoas tenham vontade de cá vir, e já agora o grande crescimento que houve pós Expo foi muito anterior às low-cost, aliás, ainda hoje Lisboa não é servida pelas lowcost de mais baixo preço (ryanair por ex.), mas pelas médias, como a Easyjet.

    E você insiste nas alternativas, claro que haverá alternativas onde usar o mesmo dinheiro, mas continuo a afirmar que a Expo foi um bom projecto, um bom investimento, e está a milhas de muitos outros investimentos esses sim ruinosos para o país. A Expo não foi má, foi boa, e as contas do seu impacto ainda estão por fazer, e garanto-lhe que são positivos e significativos. A única critica é o centralismo, concordo, mas é preciso notar que noutro local se calhar também não estariam reunidos todos os outros factores que permitissem maximizar o efeito da mesma a longo prazo.

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  23. guna's avatar
    14 Julho, 2008 13:11

    “chamar a Irlanda para o barulho é também uma falácia”

    Caro Anónimo,

    A Irlanda em 1986 tinha um potencial de investimento inferior a Portugal. Agora é um exemplo para os novos países da UE. Portugal também é um exemplo. Qual é que acha que devem seguir?

    O turismo em Lisboa também era o equivalente a projecto de interesse nacional? O facto de a nossa capital se favorita para organisar congressos que enriquece assim tanto o país? É que organisar congressos sobre, por ex. neve, na Argélia, também não faz nevar no deserto!

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  24. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    14 Julho, 2008 13:45

    Cada caso é um caso, cada país é um país. Sim, a Irlanda está a safar-se muito bem, aproveitou imensamente melhor do que nós as verbas da UE (à semelhança dos espanhois) e apostou nos últimos anos em descidas de impostos para atrair investimento estrangeiro.

    Mas não é disso que estamos a falar, estamos a falar de um sector que em Portugal tem peso e a Expo foi um bom investimento para esse sector. Ninguém está a dizer que o nosso model económico deve ser apenas e só isso, mas ignorar este sector também é um disparate, seria quase como pedir a um país produtor de petróleo para não extrair pois como modelo económico de desenvolvimento é uma treta, ou pedir aos Irlandeses não tirarem partido das suas ligações históricas aos EUA (que são o seu maior parceiro económico). O que os irlandeses fizeram muito bem feito com o investimento estrangeiro, a maioria americano, não significa que o mesmo pudesse ser replicado em Portugal. Voltamos ao princípio, cada caso é um caso. É fácil para uma empresa portuguesa instalar o seu call center ou escritório em Cabo Verde, é muito mais complicado para uma empresa americana ou japonesa instalar o seu call center em Portugal. E já agora tenham algum cuidado com as taxas de crescimento irlandesas, o tipo de investimento pode escamotear um pouco a realidade.

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  25. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    14 Julho, 2008 13:53

    O turismo em Lisboa também era o equivalente a projecto de interesse nacional? O facto de a nossa capital se favorita para organisar congressos que enriquece assim tanto o país? É que organisar congressos sobre, por ex. neve, na Argélia, também não faz nevar no deserto!

    Acha justo este comentário ? Não tem logica sinceramente. Estou a falar de um sector da economia. Por sinal um sector onde em Portugal até se trabalha bem, com qualidade e com resultados, e o turismo de Lisboa é onde se trabalha melhor. Ao contrário do estado patético em que se encontra quase tudo o resto em Portugal.
    Se é para botar abaixo tudo, epa botem, o bota abaixo, a par da inveja e mesquinhez são instituições nacionais e explicam muito mais o estado a que chegámos do que muitas outras coisas mais badaladas.

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  26. Desconhecida's avatar
    JoãoMiranda permalink
    14 Julho, 2008 14:46

    ««Se quer discutir factos comece por olhar para os dados que existem, deixo-lhe aqui este que resume muito bem o impacto de vários eventos na industria do turismo de Lisboa:»»

    Qual é o custo de oportunidade? Ainda não percebeu que o post era uma crítica a estudos de impacto que não têm em conta o custo de oportunidade?

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  27. Desconhecida's avatar
    JoãoMiranda permalink
    14 Julho, 2008 14:47

    ««Depois de olhar para os dados podemos talvez fazer as contas a quanto o país ganha em impostos e emprego devido ao crescimento do turismo de lazer, negócios e congressos em Lisboa. Lamento informar mas você não faz ideia dos efeitos positivos a longo prazo que tem por exemplo trazer a Portugal todos os anos muitas dezenas de milhares de quadros médios e altos de imensas multinacionais a congressos, pessoas geralmente com bom poder económico e boa formação académica, que saem de Lisboa satisfeitas como mostram os inquéritos, que regressam e recomendam o destino.»»

    O que acaba de fazer é reafirmar a falácia criticada no post. Onde está a análise de custo de oportunidade?

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  28. Desconhecida's avatar
    JoãoMiranda permalink
    14 Julho, 2008 14:50

    ««E você insiste nas alternativas, claro que haverá alternativas onde usar o mesmo dinheiro, mas continuo a afirmar que a Expo foi um bom projecto, um bom investimento, e está a milhas de muitos outros investimentos esses sim ruinosos para o país.»»

    Irrelevante para a discussão. O que está em causa não é se a expo foi ou não um bom projecto. O que está em causa é que os mesmos recursos poderiam ser utilizados de forma melhor.

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  29. PMS's avatar
    14 Julho, 2008 15:53

    Também não toma em conta “potenciais efeitos nacionais, ligados à experiência de planeamento e de requalificação urbana e que são susceptíveis de transferência para outras zonas do país”.

    Este argumento do estudo nem merece grandes comentários. A Expo é um exemplo de que é possível fazer uma requalificação urbana de terrenos industriais em grande escala, mas é também um exemplo de mau planeamento urbano. Se é verdade que o parque das nações é um espaço fantástico, também é verdade que a zona Oriente de Lisboa tem excesso de construção e falta de infraestruturas. Tem um trânsito caótico e desordenado. Considero que era possível fazer muito melhor. De resto, para que a experiência fosse transferível para outras zonas do país, era necessário que essas zonas tivessem também direito a grandes eventos…

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  30. PMS's avatar
    14 Julho, 2008 15:55

    Quanto ao comentário do João Miranda, há que dizer que tem toda a razão. O benefício do investimento público é avaliado pelos piores critérios: receitas decorrentes do próprio custo do investimento, e valorização de terrenos. Como se o TGV se devesse avaliar pelos impostos pagos pelas empresas construtoras + a valorização dos terrenos à volta das estações…

    Mas aqui há que dar também razão ao MJRB (comentário 9) e o anónimo do comentário 17. Há evidência empírica de que a Expo 98 gerou 500.000 turistas estrangeiros adicionais / ano. Não só pela projecção internacional que deu a Lisboa, mas também pelos conteúdos adicionais (ex. Oceanário, Parque das Nações). Significa uma receita adicional em IVA de 32,5 Milhões de Euros todos os anos. Considerando que os outros impostos para além do IVA representam 10% da receita, e que o custo da Expo foi de 562,5 Milhões de Euros, conclui-se que, apenas considerando os impostos associados às receitas de turismo nos anos após a realização do evento, este teve uma taxa interna de retorno de 8,7%.

    O que, mesmo tendo em conta que não estamos a contabilizar os benefícios no ano do evento e os benefícios noutras áreas, me parece que este foi positivo do ponto de vista do erário público.

    Nota: não estou aqui a considerar outros custos associados à Expo, como a ponte Vasco da Gama e particularmente a Gare do Oriente, que não eram necessários para a realização do evento, mas foram associados a este, e cuja utilidade não questiono embora, em particular no caso da Gare do Oriente, a sua relação custo-benefício no projecto em concreto seja duvidosa (a Gare do Oriente tem elevados custos de manutenção. Era seguramente possível uma solução menos dispendiosa).

    http://norteamos.blogspot.com

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  31. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    14 Julho, 2008 17:07

    “E para os anunciados espaços verdes sobram basicamente os canteiros das faixas centrais nas ruas principais.”

    Ainda me estou a rir. Esta pessoa nunca foi ao Parque das Nações. 40% é espaço verde…

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  32. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    14 Julho, 2008 17:08

    E a Expo desertificou o resto da cidade?
    A sério? Os habitantes do Parque das Nações vieram dos bairros históricos de Lisboa?

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  33. Anónimo's avatar
    Anónimo permalink
    14 Julho, 2008 17:10

    “E para os anunciados espaços verdes sobram basicamente os canteiros das faixas centrais nas ruas principais.”
    Esta pessoa nunca foi ao Parque das Nações: 40% de espaços verdes.

    Quanto à desertificação do resto da cidade, sinceramente, não compreendo: será que os habitantes da Expo vieram dos antigos bairros da cidade? Ou terão vindo de fora?

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  34. Anónimo's avatar
    Anónimo permalink
    14 Julho, 2008 17:11

    Peço desculpa pela repetição…

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  35. guna's avatar
    14 Julho, 2008 21:28

    Caro Anónimo 25,

    “…Ao contrário do estado patético em que se encontra quase tudo o resto em Portugal…”. Estou a ver que não precisa de mim para o “bota abaixo”. E acaba por me tirar as palavras.

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  36. Desconhecida's avatar
    Doe, J permalink
    14 Julho, 2008 21:42

    Anónimo Diz:
    “Ainda me estou a rir. Esta pessoa nunca foi ao Parque das Nações. 40% é espaço verde…”

    Rir faz bem, continue. 🙂
    Quanto ao nunca ter lá ido… É natural… Estou a 15 minutos daquele paraiso na terra por isso é natural que nunca lá tenha ido, sem passaporte ou salvo conduto.
    O Bairro dos Olivais Sul, do tempo do fassista mauzão e pensado primariamente como habitação social (ó heresia!…), está bem melhor dimensionado do que aquilo e nem era para vender como topo de gama imagine-se lá o disparate.
    Mas podemos fazer de conta que também nunca lá fui, se isso o mantiver contente. 🙂

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  37. Desconhecida's avatar
    JoãoMiranda permalink
    15 Julho, 2008 21:58

    ««E a Expo desertificou o resto da cidade?
    A sério? Os habitantes do Parque das Nações vieram dos bairros históricos de Lisboa?»»

    Lisboa só tem bairros históricos?

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  38. Desconhecida's avatar
    JoãoMiranda permalink
    15 Julho, 2008 22:02

    ««Mas aqui há que dar também razão ao MJRB (comentário 9) e o anónimo do comentário 17. Há evidência empírica de que a Expo 98 gerou 500.000 turistas estrangeiros adicionais / ano. Não só pela projecção internacional que deu a Lisboa, mas também pelos conteúdos adicionais (ex. Oceanário, Parque das Nações). Significa uma receita adicional em IVA de 32,5 Milhões de Euros todos os anos. Considerando que os outros impostos para além do IVA representam 10% da receita, e que o custo da Expo foi de 562,5 Milhões de Euros, conclui-se que, apenas considerando os impostos associados às receitas de turismo nos anos após a realização do evento, este teve uma taxa interna de retorno de 8,7%.»»

    A maior parte desse IVA resulta de desvio de recursos de outras actividades. Ou será que alguém pensa que se não existissem turistas o capital e o trabalho não seriam usados noutras actividades?

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  39. Anónimo's avatar
    Anónimo permalink
    16 Julho, 2008 02:39

    ««E a Expo desertificou o resto da cidade?
    A sério? Os habitantes do Parque das Nações vieram dos bairros históricos de Lisboa?»»

    “Lisboa só tem bairros históricos?”

    Não, tem outros bairros, menos históricos. Mas se houve transferência desses para o Parque das Nações, a cidade continuou a ter os mesmos habitantes. A única coisa que se poderia lamentar era haver menos pessoas nos “bairros históricos”.

    De resto, houve muito mais transferência de fora de Lisboa para o Parque das Nações, o que é positivo.

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  40. Desconhecida's avatar
    JoãoMiranda permalink
    16 Julho, 2008 09:27

    ««Não, tem outros bairros, menos históricos. Mas se houve transferência desses para o Parque das Nações, a cidade continuou a ter os mesmos habitantes. A única coisa que se poderia lamentar era haver menos pessoas nos “bairros históricos”.»»

    Porquê? Não é lamentavel que haja menos pessoas nos bairros não históricos?

    ««De resto, houve muito mais transferência de fora de Lisboa para o Parque das Nações, o que é positivo.»»

    E o que é que aconteceu nos bairros de origem dessas pessoas? Positivo porquê?

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