Saltar para o conteúdo

As vantagens de ter a CGD

6 Agosto, 2008
by

Dividendos pagos em 2007: Zero euros.
Dividendos pagos em 2008: 340 milhões de euros.

Aumento de Capital em Dezembro de 2007: 150 milhões de euros.
Aumento de Capital em Agosto de 2008: 400 milhões de euros.

A jóia da república custou-nos 210 milhões de euros em menos de um ano. Nada mau. Trocos. Custos de manutenção. É tão pouquinho. Menos que o orçamento do Ministério da Cultura. Nem sequer deve chegar às perdas com os empréstimos ao comendador. Peanuts.

E é tão giro pagar dividendos e aumentar o capital no mesmo ano, não é? Mantém-se as aparências e o senhor Secretário de Estado pode dizer coisas destas.

Faz lembrar a história do homem que chega a casa e oferece um anel à esposa. “Ai, que lindo, que lindo, que lindo!”, diz a esposa, feliz. “Deve ter sido tão caro…”. O homem sossega-a. “Não te preocupes, mulher. Comprei-o com o dinheiro que ganhei no casino”. “Ai, que bom, que bom! Ganhaste no casino e compraste-me um anel. Sou tão feliz. Yuppi.” – alegra-se ela. E diz ele, interrompendo-lhe a felicidade: “Não festejes tanto, mulher. Com o que perdi podia comprar um navio.”

17 comentários leave one →
  1. tina's avatar
    6 Agosto, 2008 10:59

    jcd, não percebo nada dessa linguagem, mas diga-me uma coisa, se for possível, afinal a CGD é um banco lucrativo ou requer apoios do Estado?

    Gostar

  2. jcd's avatar
    6 Agosto, 2008 11:08

    Tina:

    Dividendos – o que a CGD entregou ao accionista estado.
    Aumentos de capital – O que o accionista estado entregou à CGD.

    Gostar

  3. Joe Bernard's avatar
    Joe Bernard permalink
    6 Agosto, 2008 13:00

    Afinal Pedro Passos Coelho sempre tinha razão em propor a privatização da CGD…

    Gostar

  4. LA-C's avatar
    6 Agosto, 2008 13:25

    Um amigo chamou-me a atenção para este artigo, que pode ajudar a explicar por que motivo se anda a fazer este tipo de operações:

    Receber dividendos da CGD e depois financiar aumento de capital diminui défice público
    06.08.2008, Sérgio Aníbal (Público)
    Estado recebeu 340 milhões de euros de dividendos e injectou 400 milhões, mas ganhou uma redução do défice

    No espaço de três meses, o Estado recebeu 340 milhões de euros de dividendos da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e deu 400 milhões para aumento de capital considerado indispensável: uma combinação de operações que pode parecer inútil à primeira vista, mas que se explica, do lado do Estado, pela vantagem que representa, em termos contabilísticos, para o objectivo de redução do défice público.

    Na assembleia geral do banco público, realizada no passado dia 17 de Abril, o accionista Estado (que detém 100 por cento do capital da CGD), decidiu que a distribuição de dividendos deveria ascender a 340 milhões de euros, recusando os 300 milhões inicialmente propostos pela Administração da Caixa. Isso não impediu que, no passado dia 1 de Agosto, fosse anunciada a entrega pelo Estado de 400 milhões de euros para a concretização de um aumento de capital, destinado a financiar a estratégia de crescimento do banco.
    Em teoria, o Estado poderia ter optado por não receber dividendos e realizar um aumento de capital mais reduzido, mas a verdade é que, para as contas do défice que é apresentado em Bruxelas, o método utilizado tem grandes vantagens. Os dividendos recebidos pelo Estado são contabilizados como receita corrente e ajudam a corrigir o défice, mas as injecções de capital realizadas em empresas como a CGD são registadas apenas como investimentos financeiros, não constituindo, por isso, uma despesa que agrave o valor do défice público.
    Se o Estado optasse por receber menos dividendos, deixando de ser necessário um aumento de capital tão significativo, desapareceria o efeito positivo da receita de 340 milhões em dividendos, qualquer coisa como 0,2 por cento do PIB. Da forma como foi feito, apenas a dívida pública – um indicador em que o impacto político de um agravamento é mais reduzido – saiu prejudicada.
    Questionados pelo PÚBLICO sobre esta matéria, os responsáveis do Ministério das Finanças optaram por não dar qualquer tipo de explicação.
    Está longe de ser a primeira vez que um aumento de capital e uma entrega de dividendos são realizados num curto espaço de tempo na CGD. Desde 1999 até agora, de acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO nos relatórios e contas da CGD, o banco distribuiu ao Estado 1861 milhões de euros de dividendos, realizando-se, em contrapartida, aumentos de capital de 1550 milhões de euros.
    No entanto, as razões por que se fazem os aumentos de capital podem variar muito. Existem circunstâncias em que o aumento de capital se torna necessário por motivos que não era possível prever na altura da distribuição de dividendos e outras vezes em que as razões estão directamente relacionadas com as contas do Estado. No final de 2004, a CGD teve de realizar um aumento de capital de 800 milhões de euros na sequência das operações com os fundos de pensões que o Governo da altura utilizou para reduzir o défice. A transferência dos fundos foi contabilizada como receita pública, os aumentos de capital não surgiram do lado da despesa.
    Nas empresas privadas, distribuir dividendos ao mesmo tempo que se realizam aumentos de capital é, em circunstâncias normais, “queimar riqueza aos accionistas”, explica João Duque, professor do ISEG. Isto acontece, principalmente, por motivos de ordem fiscal, que penalizam os dividendos recebidos pelos accionistas.
    No caso da CGD, como o accionista Estado recebe também o valor dos impostos cobrados, essa desvantagem não existe, sobrando apenas a grande vantagem dada pelas regras contabilísticas europeias.

    Gostar

  5. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    6 Agosto, 2008 13:33

    Mas acham que a CGD existe para beneficiar os contribuintes?Bons lugares para administradors saidos das novas oportunidades, os filhos de algo que precisam de arranjar curriculo e já agora arranjar uns apoios aos seus negócios fora, etc.
    Não é lindo aquilo andar a dar prjuizo, com tanto político lá empregado?
    Se calhar a CGD ressentiu-se da saida dos MAGOS roubados pelo BCP…

    Gostar

  6. Tonibler's avatar
    6 Agosto, 2008 14:00

    Um bocado redutora essa visão, ó JCD. Haverão custos de oportunidade para o país do estado ter a CGD e proveitos por a ter, mas essa análise além de redutora não está correcta.

    Gostar

  7. tina's avatar
    6 Agosto, 2008 14:12

    “Em teoria, o Estado poderia ter optado por não receber dividendos e realizar um aumento de capital mais reduzido, mas a verdade é que, para as contas do défice que é apresentado em Bruxelas, o método utilizado tem grandes vantagens. Os dividendos recebidos pelo Estado são contabilizados como receita corrente e ajudam a corrigir o défice, mas as injecções de capital realizadas em empresas como a CGD são registadas apenas como investimentos financeiros, não constituindo, por isso, uma despesa que agrave o valor do défice público.”

    Incrível!.. Agora o PS já não pode apontar o dedo a MFL por ter conduzido este tipo de manipulações para reduzir o défice. Eles fazem igualzinho, e além disso também recorrem a receitas extraordinárias. 0,2% do PIB é muito significativo.

    Gostar

  8. jcd's avatar
    6 Agosto, 2008 15:02

    “LA-C”

    Ou seja, é a chamada maningância.

    Gostar

  9. Langoth's avatar
    Langoth permalink
    6 Agosto, 2008 15:37

    A CGD em teoria pode ser privatizada. Mas neste momento, a CGD dá lucros ao Estado e a ser vendida seria por compradores estrangeiros. Sugerir a sua venda é não ter a mínima das sensibilidades para o que significa a Caixa para o nosso tecido familiar. Seria um erro político sem dimensão, num país em que existe enorme insegurança, em que a ideia de uma instituição pública e portuguesa ainda atrai e dá confiança a muitas das pequenas e médias poupanças.

    Gostar

  10. Desconhecida's avatar
    Doe, J permalink
    6 Agosto, 2008 17:10

    tina Diz:
    “Agora o PS já não pode apontar o dedo a MFL por ter conduzido este tipo de manipulações para reduzir o défice.”

    Claro que pode. As manipulações quando feitas pelo PS são sempre “virtuosas” e a má-fé estará sempre em quem as apontar. 😉

    Gostar

  11. Desconhecida's avatar
    6 Agosto, 2008 17:19

    ….e cuidado, que os números oficiais deverão estar longe da realidade, sobretudo a nível de várias linhas de crédito para aquisição de acções…..por exemplo, como no caso do Comendador!

    Se os mercados de capitais não recuperarem, no final de 2008, a coisa estará bem pior, pois será mais difícil “tapar os pés”!

    Gostar

  12. jose ferreira da silva's avatar
    jose ferreira da silva permalink
    6 Agosto, 2008 19:39

    Com as falencias dos bancos americanos e europeus , cada vez mais europeus procuram fazer depositos em bancos controlados a 100% pelo estado .
    Por isso eu digo , nunca privatizem a CGD.

    Gostar

  13. Iluminou-se's avatar
    6 Agosto, 2008 20:26

    Contas mal feitas. Só o que a CGD paga em IRC chega e sobra. Desta vez você não tem razão, ó iluminado.

    Gostar

  14. jcd's avatar
    6 Agosto, 2008 20:52

    “Só o que a CGD paga em IRC chega e sobra.”

    Para o mesmo nível de lucros, pagam o mesmo, públicos e privados.

    Gostar

  15. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    6 Agosto, 2008 23:23

    Houve um senhor que disse que enquanto Sócrates for PM aquilo da península nunca mais anda nem desanda, por causa da implosão. Eles são assim. Gostam das contas bem limpas.

    Gostar

  16. .'s avatar
    7 Agosto, 2008 15:27

    http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS_OPINION&id=326914

    Lição para JM e seu novoriquismo intelectual. O Anti-comuna tinha razão !

    Gostar

  17. Desconhecida's avatar
    Tribunus permalink
    7 Agosto, 2008 18:01

    A caixa, è uma caverna, que serve para os governos, fazerem os seus cozinhados, arranjarem empregos, para a massa associativa
    emprestar-lhe dinheiro, enfim com o património do contribuinte governam-se! Mentira? olhem para o passado e presente da caixa……….

    Gostar

Deixe uma resposta para tina Cancelar resposta