tal como no Tibete, os “defensores” da soberania e da independência das nações, do direito internacional, blá,blá abespinhados com o Iraque, vão ficar corajosamente calados. Adivinhar a cobardia e hipocrisia desta malta é a aposta mais fácil neste país
Quem fica calado é também quem defende o direito à indepndencia do Cosovo e nao condena a Georgia por tentar resolver à bomba os problemas com a Ossetia do Sul que quer a independencia e nao aceita ser da Georgia há anos. É de condenar a Russia no papel de instigador se é que existe, mas a Georgia nao devia ter resolvido o problema a matar.
Desconfio que era isto mesmo que os nossos queridos amigos americanos queriam.
Faz bem em lembrar. E, estas condições mais uma vez nos escancaram as fragilidades da “nossa humanidade”. Por um lado o ser humano faz coisas sublimes e…ao mesmo tempo, faz disparates incompreensíveis. Raio de impulso “bipolar” este! Raio de esquizofrenia existencial.
🙂
O conhecimento sobre o Cáucaso [e sobre toda a ex-URSS] em Portugal é próximo do zero – quer entre os media, quer entre as pessoas.
A Ossétia do Sul é uma pequena região localizada no norte da Geórgia [um país mais pequeno que Portugal] que, ainda antes do fim da URSS, proclamou unilateralmente a sua saída da RSS Geórgia [notem, ANTES da Geórgia ser um estado soberano]. Quando a URSS se desagregou formalmente no final de 1991, a Geórgia obteve a soberania sobre o seu território com duas regiões nada interessadas em fazerem parte do novo estado – a Abecázia [habitada maioritariamente por abecazes, largamente pró-russos] e a Ossétia do Sul [habitada por ossetes, povo de origem irânica e seguidor da igreja ortodoxa russa].
Em 1991, as duas regiões proclamaram a independência; seguiu-se um conflito entre a Geórgia e os movimentos separatistas que receberam apoio da Rússia – uma vez que os dirigentes separatistas e a população mostravam vontade de integrar a Federação Russa.
Depois de assinado um cessar-fogo, a situação ficou cristalizada – a Rússia ganhou o direito de manter soldados nas duas regiões [ou como eufemisticamente lhe chamam, “tropas de manutenção da paz”] e continuou a apoiar, sem qualquer pudor, os separatistas das duas entidades; chegou ao ponto de conceder cidadania russa aos seus habitantes [cerca de 90% dos habitantes da Ossétia do Sul têm passaporte russo].
Infelizmente, todas as tentativas de tentar reintegrar as duas entidades na Geórgia fracassaram – os separatistas recusam fazer parte da Geórgia e preferem ser aceites na Federação Russa.
Embora a Geórgia sob Shevernadze não fosse propriamente amiga de Moscovo [aliás, ninguém na Geórgia é ‘amigo’ de Moscovo], foi com Saakashvili [a partir do final de 2003] que o país caminhou a passos largos para a esfera ocidental – e a Rússia não gostou nada disto, sobretudo quando Tbilissi solicitou, com o incentivo da Ucrânia, a adesão à NATO.
Os EUA são sempre criticados por imporem a sua orientação a outros países [para gaúdio da opinião pública para quem nada do que vem dos EUA pode ser bom], mas a Rússia não é diferente e considera a cintura de ex-repúblicas soviéticas à sua volta como o “estrangeiro próximo”, ou seja, não fazem parte integrante da Rússia mas não são totalmente estrangeiros. A entrada dos estados bálticos na NATO foi um duro golpe para Moscovo, a aproximação da Geórgia e da Ucrânia ao ocidente despoletou a fúria de muita gente – e a Rússia já mostrou que não tem problemas nenhuns em apertar a corda em torno da garganta dos seus vizinhos, como aconteceu com a Ucrânia quando a Rússia lhe suspendeu os fornecimentos de gás. Convém também não esquecer que a frota russa do Mar Negro está ancorada na Crimeia [apesar de esta fazer parte da Ucrânia] e de Sevastopol até à Geórgia é rápido – o porto georgiano de Poti foi hoje destruído.
tal como no Tibete, os “defensores” da soberania e da independência das nações, do direito internacional, blá,blá abespinhados com o Iraque, vão ficar corajosamente calados. Adivinhar a cobardia e hipocrisia desta malta é a aposta mais fácil neste país
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Quem fica calado é também quem defende o direito à indepndencia do Cosovo e nao condena a Georgia por tentar resolver à bomba os problemas com a Ossetia do Sul que quer a independencia e nao aceita ser da Georgia há anos. É de condenar a Russia no papel de instigador se é que existe, mas a Georgia nao devia ter resolvido o problema a matar.
Desconfio que era isto mesmo que os nossos queridos amigos americanos queriam.
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a ditadura russa tem novo rosto. o “roberto” vai bombardear os anões georgianos com o beneplácito dos europeus
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Faz bem em lembrar. E, estas condições mais uma vez nos escancaram as fragilidades da “nossa humanidade”. Por um lado o ser humano faz coisas sublimes e…ao mesmo tempo, faz disparates incompreensíveis. Raio de impulso “bipolar” este! Raio de esquizofrenia existencial.
🙂
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Por a Georgia tentar resolver os problemas á bomba?
Assim….. tipo …. hummmm…….sniper da psp?
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O conhecimento sobre o Cáucaso [e sobre toda a ex-URSS] em Portugal é próximo do zero – quer entre os media, quer entre as pessoas.
A Ossétia do Sul é uma pequena região localizada no norte da Geórgia [um país mais pequeno que Portugal] que, ainda antes do fim da URSS, proclamou unilateralmente a sua saída da RSS Geórgia [notem, ANTES da Geórgia ser um estado soberano]. Quando a URSS se desagregou formalmente no final de 1991, a Geórgia obteve a soberania sobre o seu território com duas regiões nada interessadas em fazerem parte do novo estado – a Abecázia [habitada maioritariamente por abecazes, largamente pró-russos] e a Ossétia do Sul [habitada por ossetes, povo de origem irânica e seguidor da igreja ortodoxa russa].
Em 1991, as duas regiões proclamaram a independência; seguiu-se um conflito entre a Geórgia e os movimentos separatistas que receberam apoio da Rússia – uma vez que os dirigentes separatistas e a população mostravam vontade de integrar a Federação Russa.
Depois de assinado um cessar-fogo, a situação ficou cristalizada – a Rússia ganhou o direito de manter soldados nas duas regiões [ou como eufemisticamente lhe chamam, “tropas de manutenção da paz”] e continuou a apoiar, sem qualquer pudor, os separatistas das duas entidades; chegou ao ponto de conceder cidadania russa aos seus habitantes [cerca de 90% dos habitantes da Ossétia do Sul têm passaporte russo].
Infelizmente, todas as tentativas de tentar reintegrar as duas entidades na Geórgia fracassaram – os separatistas recusam fazer parte da Geórgia e preferem ser aceites na Federação Russa.
Embora a Geórgia sob Shevernadze não fosse propriamente amiga de Moscovo [aliás, ninguém na Geórgia é ‘amigo’ de Moscovo], foi com Saakashvili [a partir do final de 2003] que o país caminhou a passos largos para a esfera ocidental – e a Rússia não gostou nada disto, sobretudo quando Tbilissi solicitou, com o incentivo da Ucrânia, a adesão à NATO.
Os EUA são sempre criticados por imporem a sua orientação a outros países [para gaúdio da opinião pública para quem nada do que vem dos EUA pode ser bom], mas a Rússia não é diferente e considera a cintura de ex-repúblicas soviéticas à sua volta como o “estrangeiro próximo”, ou seja, não fazem parte integrante da Rússia mas não são totalmente estrangeiros. A entrada dos estados bálticos na NATO foi um duro golpe para Moscovo, a aproximação da Geórgia e da Ucrânia ao ocidente despoletou a fúria de muita gente – e a Rússia já mostrou que não tem problemas nenhuns em apertar a corda em torno da garganta dos seus vizinhos, como aconteceu com a Ucrânia quando a Rússia lhe suspendeu os fornecimentos de gás. Convém também não esquecer que a frota russa do Mar Negro está ancorada na Crimeia [apesar de esta fazer parte da Ucrânia] e de Sevastopol até à Geórgia é rápido – o porto georgiano de Poti foi hoje destruído.
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