Estranho
15 Agosto, 2008
Superequipa da PSP evita assalto a agência bancária
Há duas coisas estranhas nesta operação. Primeiro, a polícia parece ter feito um esforço enorme para criar um perímetro de segurança em volta do banco sem no entanto encurralar os assaltantes lá dentro. Segundo, não foram usados snipers. Não consta que esta operação tenha sido considerada “excelente” ou “100% eficaz”. O produto do roubo foi de 3 792 euros.
79 comentários
leave one →

ahahaha
Já não pode concorrer às estatísticas das maiores operações de resgate a nível mundial
“:O)))))
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E quantos assaltos é que já houve desde o efeito dissuasor do famoso assalto de refens?
ehehe
“Isto agora vai mudar”; “a partir de gora vão pensar duas vezes antes de se lembrarem de assaltar um banco”.
Nota-se…
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Pois, está-se é a esquecer das diferenças, nomeadamente:
– Entraram e sairam do banco (assalto rápido)
– Não fizeram reféns
– Tinham um elemento no veículo de fuga
– A polícia já sabia ao que ia
Tirando isso, foi igual… ou seja, não teve nada a ver
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Exacto. A polícia não os encurralou para eles fazerem um sequestro no lugar de um assalto
“:O)))))
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O outro demorou oito horas porque os fecharam lá dentro
ehehehe
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Isto é chato mas já me fartei de rir à custa da comparação do Pinto com o sequestro do 11 de Setembro, nos jogos Olímpicos
“:O))))
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Os ladrões fizeram reféns?
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“Os ladrões fizeram reféns?”
En regra, os ladrões não fazem reféns. Quem tem por objectivo fazer reféns são os sequestradores.
É por isso que nos países civilizados há muitos anos que o protocolo é aquele que foi seguido neste caso: não encurralar os ladrões dentro de um banco, por exemplo. Porque nesse caso, eles vão fazer reféns.
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“Mal os suspeitos saíram da dependência bancária, os agentes entraram em acção. Iniciaram uma perseguição automóvel, que resultou no despiste do veículo onde seguiam os assaltantes.”
Os policias sao parvinhos? Entao esperaram que eles fizessem o asalto e depois é que os perseguiram? Pernitiran que os empregados e clientes fossem aterrorizados com o assalto e que corressem risco de vida , pois um assalto com armas nunca se sabe como acaba? Um cliente podia armar-se em heroi.
Isto de facto é uma superpolicia muito esquisita. Xiça
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..oops.. nao liguem ao poste anterior. Já entendi. Percebi mal a noticia. Ao ler pensei que a policia estava presente quando os ladroes entraram no banco para o assalto. Mas nao foi isso. A policia quando soube do assalto é que suspeitou logo deles. Acho que foi isso.
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não morreu o assaltante
porque não era brasileiro nem cigano
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há momentos que vale mais estar calado
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Há mais assaltos a bancos em Portugal que no Brasil.
Brasil (180.000.000 habitantes): 265 assaltos / semestre.
Portugal (10.000.000 habitantes): 100 assaltos / semestre.
“É fazer as contas” – António Guterres.
NS
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«« Há mais assaltos a bancos em Portugal que no Brasil. »»
Psst, não pode controlar nenhuma variável. É óbvio que há mais assaltos no Brasil.
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Caro JM!!
Parece-me evidente que o bom senso dentro da PSP prevaleceu e a melhor doutrina foi aplicada e espero que assim continue a ser!
Um bom exemplo de prevalencia das virtudes republicanas em relação à sanha desdenhosa de alguns concidadãos menos esclarecidos acerca do seu “interesse esclarecido”!
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Comparar o incomparável, tal como disse o comentário 3.
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Se os números forem correctos (265 do Brasil) são no mínimo curiosos!
Brasil: 1.472222222222222222 assaltos por milhão de habitantes / semestre;
Portugal: 10 assaltos por milhão de habitantes / semestre.
A diferença é tão grande que não acredito que esse número do Brasil possa ser real, esse deve ser o número do RJ ou de SP
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Devem ser números de Santa Catarina!!
Se forem de S. Paulo ou RJ são, ainda assim, demasiado baixos!!
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Quando o Director da PJ falou em efeito dussuasor, referia-se ao assalto por meio de reféns e ameaça de morte aos mesmos e não a roubos e furtos simples (já explicou isso).
Mas tivesse ou não efeito dissuasor, o que o GOE fez no BES teria de ser feito para salvar vidas humanas que corriam perigo de vida.
No dia a seguir as Equipas de reacção Táctica voltaram a capturar mais três assaltantes. E nesta captura, embora os assaltantes estivessem armados, não ousaram ripostar contra os agentes (já mudou qualquer coisa).
Agora se vão a Tribunal e dão logo meia volta (e alguns com mandados de captura por fuga das cadeias), não há polícias que resistam. O trabalho das polícias tem de ser colmatado com uma boa aplicação judicial.
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“Exacto. A polícia não os encurralou para eles fazerem um sequestro no lugar de um assalto
“:O)))))” [4]
“O outro demorou oito horas porque os fecharam lá dentro
ehehehe” [5]
Ó Zazie, você percebeu alguma coisa das notícias; leu alguma coisa ou isso dá trabalho?
Quando os primeiros polícias chegaram ao BES (polícias da área) já os assaltantes haviam feito reféns. A primeira coisa que fizeram quando entraram foi algemar três pessoas (embora mais tarde viessem a libertar uma). Aquilo não foi um assalto; foi um sequestro (com ameaças de morte) para se conseguir lograr um assalto.
Andam a comprarar o olho do cú com a roda do sol.
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“Anónimo Diz:
15 Agosto, 2008 às 8:00 am
não morreu o assaltante
porque não era brasileiro nem cigano”
Quem lhe disse?
Depois de duas excelentes acções da PSP, a resposta são duras críticas. Bem razão tinham os velhinhos polícias: “o melhor trabalho é o que fica por fazer; o povo não merece nada (ér ingrato) e nós recebemos o mesmo”.
Há aqui comentadores que escrevem as opiniões com espuma nos cantos da boca, cheios de raiva contra a polícia pelas multas de trânsito que foram alvos. Como não são homenzinhos/mulherzinhas para assumir as infracções estradais, não têm sentido de responsabilidade, não têm uma postura vertical, não têm formação (de berço) para assumirem os erros que cometem, no fundo, são mesquinhos e pequeninos, respondem desta forma aos homens e mulheres que tudo fazem para que possam andar mais seguros na rua.
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«Quando os primeiros polícias chegaram ao BES (polícias da área) já os assaltantes haviam feito reféns. A primeira coisa que fizeram quando entraram foi algemar três pessoas»
Portanto, isso foi feito, para depois exigirem qualquer coisa em troca que não existia no banco.
Foi mesmo um sequestro. Só não percebo para que é utilizaram um banco e disfarçaram com a tal treta do roubo.
Podiam ter feito o sequestro directamente da RTP, já houve um no género.
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E depois ainda foi um sequestro mais patusco. Eles foram para um banco, sequestrar pessoas para na volta pedirem um carro apenas com 2 lugares.
Ele há cada sequestro mais estranho.
O que é que os gajos quereriam que não se pudesse resolver com abertura de cofre e fugir dali para fora com o dinheiro?
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Ó Zazie, que é que se passa? Isso foi feito para consegirem lograr um assalto mais recheado sem o risco de serem automaticamente detidos quando chegassem fora das instalações.
Mas foi alguma coisa inédita no mundo?
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Ou será que eles fizeram reféns no banco para exigir que a polícia fosse lá abrir aquela treta em vez do gerente?
V.s vêm muito filme de aventuras…
Ainda há-de dar direito a musicóle.
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“E depois ainda foi um sequestro mais patusco. Eles foram para um banco, sequestrar pessoas para na volta pedirem um carro apenas com 2 lugares.
Porquê? Não cabem três? Ah, já percebi, o carro só é de dois lugares e eles jamais infringiriam as regras de trânsito.
“O que é que os gajos quereriam que não se pudesse resolver com abertura de cofre e fugir dali para fora com o dinheiro?”
O problema é que para se abrir um cofre não é com assaltos rápidos. Nos assltos rápidos os assaltantes levam as notas dispostas nas bancadas de atendimento.
Para se fazer um assalto com abertura de cofre é necessário tempo.
Mas também só não percebe isto quem, teimosamente, não quer perceber.
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refém= do árabe- rahan= penhor, pessoa ou penhor que fica em poder do inimigo como penhor de um contrato.
manietar/maniatar= de mani+atar=atar as mãos; algemar.
O outro da polícia chamou-lhe manipular= preparar com a mão, orientar, perverter.
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“não cabem 3”
Bem, se lhes queriam dar um carro de 4 lugares onde cabiam todos, e alegam que o intuito era fugir com os sequestrados, não se percebe a exigência de automóvel com 2 lugares.
Mas o José já alvitrou ontem a hipótese mais previsível. Na altura em que agora alegam que “as negociações se tinham esgotado”, porque eles vieram cá para fora com os 2 reféns para fugirem com eles, afinal vinham pedir cordas para os amarrarem no tejadilho.
Ou para matar um a descoberto e depois terem mais espaço para fugirem com o outro no porta-bagagens.
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“Os dois assaltantes do BES tinham na sua posse entre 50 e 100 mil euros, depois de terem obrigado a gerente da agência de Campolide a abrir-lhes o cofre. Foi um assalto onde arriscaram e investiram tudo, até a própria vida. Acabaram por perder (…)”
(http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=977727)
“A unidade especial da PSP, recentemente criada para combater o fenómeno do “carjacking” (roubo de automóvel ocupado), anulou, esta quarta-feira, um assalto a um banco em Olival de Basto, Odivelas. Três homens foram detidos; um quarto suspeito fugiu (…) A subintendente da PSP, Florbela Carrilho, numa conferência de imprensa no Comando Metropolitano de Lisboa, disse que foram apreendidas os assaltantes – que tinham em seu poder 3 792 euros – três armas, (duas ca- çadeiras de canos serrados) e uma pistola de calibre 6,35 milímetros.
(http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=979660)
Veja a diferença de valores. É a diferença entre um assalto lento, programado, planeado e com reféns e um assalto rápido com fuga.
Veja quantos aasaltos rápidos são necessários para se conseguir, mais ou menos, as mesmas quantias.
Mas ainda houve muitos críticos (parolos) a dizerem que os brasilieros não percebiam nada daquilo porque aquele Banco não tinha dinheiro.
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O que o José diz escreve-se?
Eles escolheram o Smart porque era o carro que estava estacionado à porta antes de entarem, porque, com toda a certeza nnão estava armadilhado nem preparado, porque era de um dos reféns, porque lhes era indiferente irem mais ou menos confortáveis, porque o refém que levassem (não era necessário levar os dois) era para ser despachado (!) 2 ou 3 quarteirões a seguir.
Não quer compreender isto? Não compreenda.
Uma coisa é certa: a PSP esteve em menos de uma semana, duas vezes de parabéns (para insatisfação de muita gente).
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«Mas foi alguma coisa inédita no mundo?»
Foi pois- foi comparável ao sequestro terrorista do 11 de Setembro dos Jogos Olímpicos mas com resultado histórico que nos vai colocar no topo da resolução de sequestros idênticos.
Pode parecer um pouco a coisa da guera à Solnado, com a bala presa na guita para se poupar munições, mas é o que temos e a mais não somos obrigados.
Até esta perseguição aos ciganos, por causa do roubo da sucata é capaz de se equiparar a filme de Peckinpah. Aposto.
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O que o José escreve é das poucas coisas que vale a pena ler na blogosfera em matéria judicial.
Podiam até acabar todos os blogues e ficar o José da GL, o Dragoscopio e mais meia dúzia dos culturais que só por eles valia a pena.
È mesmo o do pouco que vale a pena.
Quem não compreende isto é que deve ser analfabeto.
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Mas alguém falou em 11 de Setembro?
O atentado em Munique ficou para a história porque a polícia não estava preparada e porque foi o marco a partir do qual todas as polícias do mundo se começaram a apetrechar de equipas de acções especiais.
O atentado de Munique é o exemplo máximo da falta que faz ter um corpo especializado em acções policiais localizadas.
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Com todo o respeito, não me fale de Direito Penal…por favor. Ficamos por aqui.
Quanto ao José, ele também é da opinião que a acção foi legal. Portanto ……
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V. é PSP, não é?
Está a falar por corporativismo, não está?
Não há nada de mal nisso, caso se consiga perceber quando não se está a querer ser isento ou a entender sequer a questão política.
Para a questão política é que convinha usar o verbo certo. Que não é o da origem árabe do sequestro, nem o das mãos atadas.
É bem mais “o das mãozinhas que orientam”.
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Faça lá copy paste de onde eu escrevi que era ilegal, sff.
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Parece que não sou só eu. 97% da população portuguesa 8incluido os mais sonantes nomes de Direito e criminologia) são da mesma opinião. Só não o é meia dúzia de fanáticos anarquistas.
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Então diz o quê? Que foi má opção?
Com todo o respeito deixe isso para os especialistas na área.
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Mas alguém falou do 11 de Setembro?
Sim, falou v. e deu v. o exemplo- o sequestro de Munique ocorreu nos jogos Olímpicos e aconteceu no dia 11 de Setembro.
È mesmo uma data simbólica que tem explicado outros atentados, como o das torres gémeas e a escolha da mesma data.
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Faça lá copy paste de onde eu me referi ao 11 de Setembro
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Pois, só que ninguém por aqui (eu) está a ler o caso pelo “manual” penal.
Há muitas mais maneiras de se interpretar um acontecimento a que se deu um tratamento inusitado e que passou em directo.
Se não tivesse passado em directo, se calhar, nem estávamos a falar nisto. Tinha sido mais um, como tantos assaltos que acontecem.
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Ainda não percebeu que o atentado de Munique aconteceu a 11 de Setembro e que era esse que eu estava a referir, tendo-lhe chamado “sequestro dos Jogos Olímpicos de 11 de Setembro”?
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“Pois, só que ninguém por aqui (eu) está a ler o caso pelo “manual” penal.”
Acontece que a polícia tem de orientar as suas actividades, exactamente, pelo que vem na lei. Não tem que inventar.
Mais: a ordem para atirar foi dada pelo Ministro.
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Ah, pensei que se referisse à morte de Salvador Allendre (a 11 de Setembro).
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Sorry, a confusão foi minha- o atentado foi de Munique foi a 5 de Setembro de 1972.
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Porque o de Munique foi a 5 de Setembro
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Ó JM deixe de me apagar posts inócuos pá!Lá por não gostar dalguns dos seus posts não quer dizer que retalie assim á “censor” sem justificação!
Disse no post que apagou que vi logo no inicio e no dia do assalto uma testemunha assaltada também que lá dentro do banco eram 2 pretos e que havia um branco fora.Qual é que é o “inconveniente” desta posta para a apagar?Por ter dito que era o resultado do multi-culturalismo?É mentira?Vá lá a certos bairros a ver como os indígenas se africanizaram…
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Exacto, eu confundi as datas. Houve uma série de atentados a 11 de Setembro.
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É isso, confundi as datas e tenho estado a referir o mesmo de Munique com data errada. Tem razão, foi engano meu. De qualquer forma a questão era essa- comparou-se este assalto a um sequestro histórico.
E aquilo a que chamei disparate e não vem no código é esta megalomania.
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Rferi-me, como já disse, a esse acontecimento (histórico porque foi desastroso) porque foi a partir dele que nasceram as polícias de acções especiais. Isso foi o marco da falta que faz um corpo de polícia devidamente apetrechada e treinada para acções policiais localizadas e delicadas (como a do BES.
Hoje, tirando países como o Burkia Faso e Bangladesh, todos os países têm estes corpos de polícia.
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«Mais: a ordem para atirar foi dada pelo Ministro.»
Pois foi e aí e no directo é que está a história toda.
Já me deixaram um comentário no Cocanha com uma boca que não é disparatada_ se por acaso tivesse falhado o mesmo ministro que deu a ordem sem dar a cara, estava agora a processar a polícia.
Veio colher os louros no fim. E o directo televisivo há-de ter contado na dita “escolha”.
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Não é megalomania. É assim que tem de ser feito. É assim que se faz nos países evoluidos. Leia a Revista Sábado e perceba até onde foi todo aquele aparato. A tecnologia que foi usada. Tudo.
Ou queria uma polícia há “anos 60”?
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Meus amigos não estou nada optimista acerca do nosso futuro.Sabem porquê?A nossa classe política é no seu total uma grandessíssima merda.Que o provou com o que fez ao Souto Moura…
Desde que os gajos sejam eleitos e se auto paguem com o nosso dinheiro está tudo bem mesmo que desgraçem toda uma nação.Nunca mais deixamos de resvalar para o abismo.É só descer em todas as escalas boas e subir nas más.PQOP!
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Não. Teria de assumir. Até porque o DN da PSP não quereria assumir as culpas.
Mas o Ministro sabia que a percentagem de fracasso era quase nula. Ele conhece a qualidade do GOE. Ele conhece bem a PSP.
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Estamos todos de acordo com isso que acaba de dizer.
Apenas não se está de acordo que neste caso fosse pertinente ter feito esta treta.
E outra coisa em que ainda estou mais em desacordo e nem creio que seja consigo- com o aproveitamento político, com o directo bárbaro televisivo, com os programas grunhos que se seguiram a dar voz a histerismo de massas. Com quem é capaz de dizer que basta alguém apontar a arma a cabeça de outrem para merecer a morte.
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Na Revista Sábado, o GOE explica bem porque é que escolheram esta acção.
É bom não esquerer que de TODOS os sequestros até então, o GOE, através dos seus negociadores, sempre conseguiu a rendição. Sinal óbvio que o GOE não parte para este tipo de medidas de ânimo leve e que alguma coisa se passou neste sequestro.
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E ainda outra- a lei continuar frouxa, ter sido afrouxada pelo mesmo ministro que depois dá ordem de matar.
Quem fez uma revisão do código penal para que ninguém vá preso e se viva neste clima de impunidade que patrocina o crime, não tem autoridade para nada. Muito menos devia ter cara para se congratular com uma mera operação destas que nada resolve.
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E a lei exigia esta resposta.
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E, de facto não teve cara, porque nem assumiu a tal ordem que agora se sabe que veio dele.
Nem para a ordem deu a cara.
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Ele só se congratulou porque os reféns saíram ilesos e os sequestradores foram neutralizados. A acção era delicada; eles tinham armas (municiadas, carregadas e prontas a disparar) apontadas à cabeça.
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Bom, vou indo. V. fala em nome de uma corporação e não pensa as questões políticas e eu não falo em nome de nenhuma corporação e não gosto de ser engrominada por quem tem o poder.
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Já Camões dizia que um chefe fraco faz fracas as fortes gentes(se não era assim era parecido…)
Uns gajos que nunca fizeram nada na vida, sem experiência de nada catapultados a governar um país?Nem com milhões em explicações?(aos escritórios dos advogados amigos…)No outro tempo isso algum dia se passaria?
Agora eles sabem o que é o INTERESSE NACIONAL?A ver o tipo desastroso de negócios que fazem parece-me que não.E depois desse descalabro colocam-nos o mundo cá dentro para agravr a nossa mísera situação…
Pelos vistos os indígenas têm que promover a “reconquista” atarvés dum movimento de libertação nacional para mudar o actual status-quo
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O gajo está fora quando as coisas são quentes e lixadas e tocam nas políticas do poder, como o caso da Quinta da Fonte, e depois sabe vir para o jornais, armado em ufano por uma merda destas que mais não foi que pura agit prop difundida em directos televisivos.
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Caro Pinto,
«Andam a comprarar o olho do cú com a roda do sol.»
Sem dúvida uma frase verdadeiramente definidora da intelectualidade que por aqui grassa.
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Ó Pinto vc. Não entende o que o João Miranda escreveu, não entende o José e em parte a Zazie.
O João Miranda que tem uma inteligência acima da média, nunca pôs em causa as questões legais do acto. O que questiona é quem tem os poderes de decretar o uso da bomba atómica.
Quem é que decide entre a vida e a morte? O ministro Pereira? Não foi este ministro que foi apanhado em escutas, pois pretendia ser PGR?
Quem supervisiona o ministro Pereira pelos seus actos? Existe alguma comissão independente para julgar os actos do ministro Pereira?
Como diz o José não foi ele o principal fundamentalista do actual estado do CPP.?
Há em muitas cabeças uma noção da vida que é chocantemente pobre, desagradavelmente rasteira, tristemente vazia. Consiste em olhar para a vida de uma forma utilitária, com base numa concepção egoísta e em critérios apenas económicos.
A vida situa-se por cima da decisão arbitrária da vontade própria ou alheia.
No outro post sobre esta matéria, alguns acéfalos pretendiam que as pessoas de bem e que têm escrúpulos, vissem algo que não conseguiam ver, nomeadamente que o tiro efectuado pelo sequestrador e que vinha de dentro para fora, tinha sido produzido pelo competente e implacável atirador.
Logo aí se verificou quem pretendia branquear toda a operação como brilhante, quando de brilhante não teve nada.
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“O João Miranda que tem uma inteligência acima da média, nunca pôs em causa as questões legais do acto. O que questiona é quem tem os poderes de decretar o uso da bomba atómica.”
Quem decidiu? A Assembleia da República quando autorizou o Governo legislar sobre o uso de armas de fogo; o Governo quando criou o Dec Lei 457/99; o Presidente da República quando não vetou tal lei; o Tribunal Constitucional que nunca colocou qualquer dúvida á sua constitucionalidade.
A PSP cumpriu a lei.
A lei é má? Não sei. Mas é em tudo semelhante à de TODOS os países da UE (e só me refiro à UE porque noutros países o uso das armas de fogo é permitido em muitas mais situações).
“Há em muitas cabeças uma noção da vida que é chocantemente pobre, desagradavelmente rasteira, tristemente vazia. Consiste em olhar para a vida de uma forma utilitária, com base numa concepção egoísta e em critérios apenas económicos.”
E a vida dos reféns? Não tem valor? O GOE salvou duas vidas que perigavam seriamente.
“No outro post sobre esta matéria, alguns acéfalos pretendiam que as pessoas de bem e que têm escrúpulos, vissem algo que não conseguiam ver, nomeadamente que o tiro efectuado pelo sequestrador e que vinha de dentro para fora, tinha sido produzido pelo competente e implacável atirador.
Logo aí se verificou quem pretendia branquear toda a operação como brilhante, quando de brilhante não teve nada.”
Isto nem merece comentários. Mas só vou ser paciente esta vez: Ligue o youtube e ponha o som no máximo. De seguida veja o vídeo da TVI 8tem boa qualidade). Ouça o primeiro tiro (sem dúvida do sniper). Repare no som produzido pela arma. Ouça, de seguida, esse tal tiro que partiu o vidro. verá que é igualmente um som bastante notável. Depois ouça o terceiro (de dentro do BES. Parece um estalar de dedos.
Depois deve ter em atenção que os snipers estavam muito mais perto do homem da câmara que filmou que da porta do BES.
Só falo sobre isto uma vez porque não alimento nem dou crédito a teorias da conspiração.
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Só mais uma coisa: entendo o que disseram TODOS os professores de Direito, penalistas, criminologistas, constitucionalistas, comentadores de televisão, sociólogos, politólogos, etc. etc. etc.
Entendo eu e entende mais de 97% da população portuguesa.
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Ó Pinto vc. faz referência à revista sábado, e aí está escrito preto no branco «Ás 23h24,Nilton,que usava óculos escuros, afastou a cabeça da refém por poucos segundos. Os suficientes para um primeiro disparo o atingir mortalmente. Surpreendido, Wellinton recuou e saiu da mira de um outro sniper. O segundo tiro falhou o alvo. O brasileiro acabou por ser atingido por um elemento do GOE que entrou nas instalações da agência bancária. Caído sobre os estilhaços dos vidros da montra do BES, ainda conseguiu disparar um tiro que saiu sem direcção.»
Quantos disparos então houve?
Ó Pinto meta na cabeça que a linha que divide um delinquente de uma pessoa normal é muito ténue.
As questões que lhe coloquei, não respondeu a nenhuma.
Em qualquer país civilizado, que dispõe da bomba atómica, existem mecanismos de controlo de qualquer acto tresloucado que alguém hipoteticamente possa cometer.
Aqui em Portugal estes actos de sentenciar uma vida “por dá cá aquela palha” quem é que determina?
Serão pessoas deste calibre:
” Primeira: as pessoas subestimam invariavelmente o número de estúpidos que as rodeiam; e há muitos que julgamos racionais e inteligentes revelam-se, de súbito, inequívoca e irremediavelmente estúpidas. Dia após dia, com uma incessante monotonia, somos estorvados na nossa actividade por indivíduos obstinadamente estúpidos.
Segunda: a probabilidade de uma pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica dessa mesma pessoa; uma pessoa é estúpida da mesma forma que uma outra é ruiva, e pertence ao grupo dos estúpidos como uma outra pertence a um dado grupo sanguíneo. Em suma uma pessoa nasce estúpida por vontade imperscrutável e inapelável da Divina Providência.
Terceira: uma pessoa estúpida é alguém que causa um dano a outra pessoa ou grupo de pessoas, sem que disso resulte alguma vantagem para si, ou podendo até vir a sofrer um prejuízo; toda a nossa vida é pontuada por acontecimentos que resultam em perdas de dinheiro, tempo, energia, apetite, tranquilidade e bom humor, por causa das acções de alguma absurda criatura que nos provoca danos, frustrações e dificuldades, sem ter absolutamente nada a ganhar com o que fez. Uma criatura estúpida perseguir-nos-á sem razão, sem um plano preciso, nos tempos e lugares mais impensáveis. Ninguém sabe, percebe ou pode explicar porque é que essa absurda criatura faz o que faz. De facto não há explicação, ou melhor, há uma única: a pessoa em questão é estúpida.
Quarta: as pessoas não estúpidas esquecem-se constantemente do prejuízo que implica o convívio com pessoas estúpidas: em geral, são levadas a acreditar que uma pessoa estúpida só fará mal a si mesma, mas isso significa confundir estupidez com credulidade; por vezes, temos a tentação de nos associar a um indivíduo estúpido com o objectivo de usá-lo para os nossos fins, uma tal manobra poderá ter efeitos desastrosos porque dará à pessoa estúpida mais espaço para o exercício dos seus talentos; podemos ter a ilusão de manipular uma pessoa estúpida, mas como não podemos prever todas as suas acções e reacções, seremos rapidamente destruídos e pulverizados pelos seus actos irracionais e imprevisíveis.
Quinta: a pessoa estúpida é o tipo de pessoa mais perigoso que existe, ainda é mais perigoso que o bandido. Perante um indivíduo estúpido está-se completamente vulnerável; geralmente, somos apanhados de surpresa pelo ataque e, quando tomamos consciência desse ataque, não conseguimos organizar uma defesa racional porque o ataque em si não possui qualquer estrutura racional. Entre burocratas, generais, políticos e chefes de Estado, a áurea proporção de indivíduos fundamentalmente estúpidos e a sua capacidade de prejudicar o próximo é perigosamente acrescida pela posição que ocupam.”
Carlo Maria Cipolla
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“Em qualquer país civilizado, que dispõe da bomba atómica, existem mecanismos de controlo de qualquer acto tresloucado que alguém hipoteticamente possa cometer.”
Em 1º lugar eu respondi-lhe à pergunta: quem determinou o tiro foi a Assembleia da República, o Governo, o Presidente da República, o Tribunal Constitucional. Foram eles que fizeram as leis (Código Penal, Dec. Lei 457/99) e que não a vetaram nem a acharam inconstitucional. (SÃO ESTES OS MECANISMOS DE CONTROLO).
Lembrei-lhe que TODOS os países têm leis idênticas.
A PSP tem de se limitar ao que está escrito em lei; não tem que inventar.
Em segundo, ninguém sabe o teor das negociações. AS CERTEZAS SÃO:
1) Sequestradores a ameaçar reféns com armas de fogo;
2) A lei diz que nessas situações é legítimo o uso de armas de fogo contra pessoas; a lei diz também que a PSP DEVE ACTUAR em caso de prática de um crime (sob pena de cometer um crime de por omissão);
3)A PSP não age, por norma, desta forma: foi a primeira vez que os negociadores não conseguiram lograr a rendição dos sequestradores. Já houve negociações que duraram três dias;
4)TODOS os professores de Direito, penalistas, criminologistas, constitucionalistas, comandantes e directores das polícias (e toda a população, em geral), são da opinião que o tiro foi legítimo;
5) A PSP afirmou não ter outras alternativas para o caso concreto;
6) A PSP afirmou que os sequestradores não colaboraram com os negociadores
O QUE NÃO SABEMOS:
1) O teor das conversas sequestrador/negociador;
2) As verdadeiras intenções dos sequestradores;
3) Alternativas para a resolução do incidente.
Que fazia a PSP? Dizia: “ó, els não vão disparar; é só bluf; vamos aguardar”. Isto era uma atitude coerente e responsável?
Eu não sei quantos disparos houve. Uma coisa sei: o primeiro e o segundo (que partiu o vidro) foram efectuados pelos snipers: a perfuração do vidro e o som produzido pelo disparo NUNCA, JAMAIS E EM TEMPO ALGUM seria de uma arma 6.35, dentro do estabelecimento. Tenho até algumas dúvidas que um disparo de uma pistola 6.35, de dentro do BES fosse audível àquela distância.
Também lhe lembro que quem definiu como três, o número de disparos, foram os jornalistas.
“Aqui em Portugal estes actos de sentenciar uma vida “por dá cá aquela palha” quem é que determina?”
Apontar uma arma municiada, carregada e pronta a disparar à cabeça de um inocente é uma “palha”? É uma coisa insignificante?
Ninguém sentenciou ninguém: apenas se salvaram, pelo menos, duas vidas.
A legítima defesa não é uma sentença. É o possível sacrifício de um bem (a vida humana) para salvar outra, quando o bem a sacrificar foi quem, ilegitimamente, produziu o perigo.
A legítima defesa está disposta nos mesmos moldes em TODOS os países civilizados.
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Lembro-lhe, por último, que há 6 anos no Luxemburgo (país civilizado) houve um sequestro num infantário com o sequestrador a ameaçar vidas humanas com armas de fogo. Como o Luxemburo não dispõe de um Grupo de operações Especiais, solicitou a presença da GSG9 (polícai especial alemã). Estes, disfarçados de repórteres da RTL e com uma arma incorporada na câmara, dispararam exactamente da mesma forma.
Tenho muitos familiares no Luxemburgo. Garanto-lhe que lá, as pessoas não fizeram metade do alarido que se fez aqui. Porquê? Porque as pessoas são civilizadas; porque as pessoas sabem que têm direitos mas também têm deveres; porque não lhes incutiram no espírito que poderiam fazer tudo o que lhes desse na real gana que nunca seriam molestados.
E, curiosamente (ou não), cá em Portugal, as pessoas com mais formação (principalmente na área do Direito, mas não só) são da mesma opinião: se comprou a Revista Sábado leia as opiniões dos que nela escrevem semanalmente: a Direcção da revista na Pág 7; Helena Matos na página 16; Nuno Rogeiro, na página 52 (que apelida de patética a argumentação contra a acção do GOE); o sociólogo Alberto Gonçalves.
E não foi só na Revista Sábado; a opinião foi geral.
Quem discordou então? Quem não tem conhecimentos, nem de Direito, nem de actividade policial e para mais, quem, até então, pensava que liberdade significava poder fazer tudo o que nos apetecesse. Não se podem é esquecer que a nossa liberdade termina onde começa a do próximo e, neste caso, a liberdade dos sequestradores terminou onde recomeçou a dos reféns. A acção policial foi proporcional ao perigo que eles representavam.
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Deixo ainda aqui duas opiniões do Professor Rui Pereira, quando escrevia para o Correio da Manhã. Ninguém pode dizer que é incoerente (coloquei alguns excertos em maiúsculas para salientar a importancia e a pertinência do que foi dito e porque não sei colocar em negrito neste espaço):
“08 Outubro 2006 – 00h00
O Direito e o Avesso
Firmeza e moderação
Aquilo que se pede aos polícias é difícil de cumprir. Pede-se, ao mesmo tempo, firmeza e moderação.
Dois acontecimentos trouxeram para a ribalta a questão do recurso à força (e, em especial, às armas de fogo) por parte da Polícia. No dia 3 de Outubro um jovem de 21 anos morreu, no Porto, atingido a tiro por um militar da GNR, na sequência de uma perseguição em que o condutor do veículo em que seguia desobedeceu às ordens de pagem e praticou condução perigosa. No dia 4 de Outubro, um militar reformado (e endividado), de 57 anos, sequestrou quatro pessoas numa agência bancária de Setúbal, tendo sido detido sem tiros, na madrugada do dia seguinte, pelo Grupo de Operações Especiais da PSP.
Foram bem diversos os desfechos das duas acções – trágico o primeiro; ‘feliz’ o segundo –, mas é idêntico o problema que colocam: quando e como é legítimo recorrer às armas de fogo? Os polícias podem, tal como as restantes pessoas, defender-se com essas armas? E podem usá-las para manter a ordem pública em geral?
Aquilo que se pede aos polícias é, na aparência, contraditório e, por isso, difícil de cumprir. Pede-se, ao mesmo tempo, firmeza e moderação. Os polícias devem ser firmes porque deles depende a paz pública, que é condição do exercício do direito à liberdade pelos cidadãos. Na acção de polícia, o Direito deve prevalecer perante o ilícito e não podem ser admitidas ‘ilhas’ imunes ao império do Estado. Mas os polícias devem obedecer a um princípio de contenção, porque as armas de fogo põem em causa direitos da maior importância, a começar pelo direito à vida.
É este aparente paradoxo que explica a solução consagrada na nossa lei (Decreto-Lei n.º 457/99), que restringe com maior rigor o uso de armas de fogo por polícias DO QUE POR QUEM AJA EM LEGÍTIMA DEFESA. Por exemplo, SÓ SE ADMITE QUE OS POLÍCIAS DISPAREM SOBRE ALGUÉM PARA REMOVER O PERIGO DE MORTE OU OFENSA GRAVE e exige-se que respeitem uma cláusula de proporcionalidade, que só de modo implícito se divisa no Código Penal (e só no caso de se concordar com a tese da ‘legítima defesa moderada’ da prof. Fernanda Palma).
Todavia, EM NOME DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE, NÃO SE PODE NEGAR A UM AGENTE DE AUTORIDADE O DIREITO DE DEFESA, PRÓPRIA OU ALHEIA, QUE SE RECONHECE AO CIDADÃO COMUM. Uma tal discriminação seria intolerável. Por isso, as normas sobre o recurso a armas de fogo por membros das Forças de Segurança não derrogam a cláusula da legítima defesa.
O agente que se defender (ou defender outra pessoa) nos termos do Código Penal não pode ser punido pela prática de crime, mesmo que incorra, porventura, em responsabilidade disciplinar por não ter cumprido na íntegra as normas que disciplinam a acção policial.
Rui Pereira, Professor de Direito e presidente do OSCOT”
(http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?contentid=00217106-3333-3333-3333-000000217106&channelid=00000093-0000-0000-0000-000000000093)
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2ª OPINIÃO. Nesta, o Professor discora, e na minha opinião bem, da lei italiana que permite o uso de ripostar com arma de fogo, para defender bens patrimoniais:
“05 Fevereiro 2006 – 00h00
O direito e o avesso
Em legítima defesa
Mesmo quando se consagra uma legítima defesa ‘ilimitada’ é necessário identificar limites.
Por iniciativa do Governo de Berlusconi, o Parlamento italiano acaba de aprovar, com os votos a favor da Direita e os votos contra da Esquerda, uma alteração à legítima defesa que aumenta a possibilidade de reagir contra assaltos a residências e estabelecimentos. Assim, quem surpreender um assaltante pode usar as armas (legalizadas) que possuir para salvaguardar a sua integridade física, a integridade física de terceiros ou bens patrimoniais.
Numa Ordem Jurídica que consagra um requisito de proporcionalidade, negando a legítima defesa quando o interesse salvaguardado não seja sensivelmente superior ao sacrificado, esta inovação é fácil de apreender: presume-se que é necessário reagir pela força, eventualmente a tiro, contra o assaltante. Para haver legítima defesa, requer–se apenas que o assaltante não manifeste o propósito de desistir e possa reagir contra o defendente.
As críticas a esta solução não se fizeram esperar. Alegadamente, a legítima defesa está a ser pervertida, por se abandonar o requisito da proporcionalidade. Com efeito, Direitos como o italiano e o português (ainda hoje, de forma expressa, no artigo 337.º do Código Civil e no diploma que rege o uso de armas de fogo por membros de Serviços ou Forças de Segurança) fazem depender a legitimidade da defesa da proporcionalidade. Pelo contrário, a Ordem Jurídica alemã e os Direitos que ela influencia de perto tendem a consagrar figuras ‘absolutas’ de legítima defesa.
Mas mesmo quando se consagra uma legítima defesa ‘ilimitada’ é necessário identificar limites. A própria doutrina alemã fala em limites ético-sociais, sustentando que a defesa tem de ser moderada quando se referir a bagatelas, for precedida de provocação do defendente ou se dirigir contra crianças, inimputáveis ou parentes próximos.
A questão do valor do interesse defendido nunca foi considerada irrelevante. Para a nossa doutrina antiga (por exemplo, para o professor Eduardo Correia) haveria abuso de direito no caso de defesa de bagatelas através de meios muito gravosos. De forma mais generalizada, há quem recuse a desproporcionalidade e defenda que os meios mais gravosos só podem ser usados quando estiverem em causa bens relacionados com a dignidade da pessoa humana (professora Fernanda Palma), procedendo a uma interpretação restritiva, conforme à Constituição, do artigo 32.º do Código Penal.
No pólo oposto, deve reconhecer-se que normas muito restritivas sobre a legítima defesa não protegem suficientemente as vítimas, reais ou potenciais, de crimes. Ante uma agressão, é indispensável que cada um saiba com clareza até que ponto se pode defender e que cada um se possa defender sempre até ao ponto de salvaguardar bens ou direitos cujo sacrifício não seja razoável exigir-lhe.”
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(http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?contentid=00190572-3333-3333-3333-000000190572&channelid=00000093-0000-0000-0000-000000000093)
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Grande Pinto. Parab´ns pela sua argumentação, contra os eternos defensores dos criminosos.
“Quem discordou então? Quem não tem conhecimentos, nem de Direito, nem de actividade policial e para mais, quem, até então, pensava que liberdade significava poder fazer tudo o que nos apetecesse.”
(som de palmas)
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Ah, e comparar o assalto de Olival Basto com o do BES é como comparar a matança do porco a Auschwitz.
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banditagem à solta
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Ó Pinto vc. não entende por mais que se tente explicar. Escrevi as 5 leis fundamentais da estupidez humana, para ver se ia lá. Mas infelizmente é caso perdido.
O texto do José diz tudo.
“Rui Pereira, ministro da Administração Interna , segundo o Jornal de Notícias, avalizou uma ordem para matar, numa situação em que a polícia usa o eufemismo “neutralizar”, num caso de roubo a um banco, acompanhado de sequestro. Os neutralizados eram dois assaltantes, inexperientes e sem antecedentes conhecidos.
Rui Pereira, apresentou-se publicamente muito satisfeito, por esta acção policial, tipo operação militar, com intervenção de um grupo para-militar da PSP ( GOE), por causa de um assalto a um banco, com tomada de reféns, realizado por dois punks.
Dois “desperados”, a lembrar cenas de filme ( Dog day afternoon com Al Pacino, por exemplo) sem antecedentes criminais, trabalhadores imigrados do Brasil, já apresentados como pessoas correctas para com os vizinhos, e que decidiram assaltar um banco, para roubar dinheiro.
O plano correu mal, porque a polícia, ao contrário do que é costume, apareceu logo e em força. A dupla de punks, armada em bandidos profissionais, decidiu tomar reféns, para garantir uma fuga em segurança. Vendo-se cercados, os bandidos estagiários, ibertaram-nos logo, retendo dois que manietaram com abraçadeiras de plástico ( o responsável máximo da PSP, na tv, usou a expressão “manipularam”).
Ao longo de oito horas, a polícia, através de negociadores ad hoc, tentou convencer os sequestradores a renderem-se. Estiveram perto de o conseguir, mas não lograram esse objectivo primordial, por motivos ainda não esclarecidos.
Ao fim desse tempo, a polícia do GOE, por ordem de comando, avalizada, segundo os jornais ( pelo menos o JN) pelo ministro Rui Pereira, disparou e matou. Com atiradores furtivos, colocados estrategicamente, esperou a oportunidade de cumprir a ordem de execução ( não há outra expressão, por muito cruel que o seja, para definir o acto) e matou um dos sequestradores, ferindo outro.
Meio sucesso, portanto, se tivermos em conta que neste género de actuações, o objectivo , confessado pelo GOE, é sempre a neutralização completa e total, dirigida ao cerebelo dos alvos.
Ainda assim, o ministro bateu palmas à sua própria actuação. Para a polícia, a operação foi um sucesso, porque tudo correu segundo o objectivo desejado: a libertação dos reféns sãos e salvos.
Esqueceram no entanto, vários pormenores. A operação correu bem, de facto, segundo essa perspectiva, porque os sequestradores, como tudo indica, não quiseram abater os reféns.
Essa é a verdade lógica e consequente com os factos conhecidos, agora. E se os sequestradores quisessem mesmo matar os reféns, o que valeria a intervenção do GOE?
Os disparos dos snipers do GOE, não atingiram os objectivos tal como previsto no manual de instruções, publicitado aos media. Não foram efectuados simultaneamente; não foram letais, num caso e não foram suficientemente lestos para evitar a reacção de, pelo menos um dos sequestradores. Este, poderia ter morto um dos reféns ou até os dois, se optasse por disparar contra o fugitivo.
Em resumo: a acção do GOE foi temerária, afinal amadora ( apesar do profissionalismo dos seus militares) e só correu bem, porque a sorte os acompanhou e provavelmente, como se denota, os punks sequestradores, não estavam mesmo dispostos a matar os reféns.
Depois disto, vir deitar foguetes, pelo sucesso desta operação, parece, talvez, um pouco exagerado.
Mas o ponto principal, nem é esse.
Este mesmo Rui Pereira que agora aplaude pressurosamente e com amplo gáudio geral, esta operação executiva de morte de sequestradores, à ordem de um comando policial, avalizada por ele próprio, é o mesmo ministro que liderou a reforma dos códigos penais e a Unidade de Missão que disso se encarregou.
Nesta altura, o balanço efectuado por várias entidades oficiais, ( vários responsáveis do MP e a PGR, por exemplo), é denunciador de um estado de Direito, em Portugal, onde os criminosos de alta e baixa densidade ( como é o caso destes dois punks da banditagem amadora), têm ampla liberdade de movimentos.
Além do mais, por exemplo, os requisitos para a prisão preventiva estão agora tão restringidos que nem se percebe que este assaltante sequestrador que sobreviveu, possa de alguma forma ficar em prisão preventiva.
As penas e as exigências quanto aos requisitos de prova, do crime foram tão aprimorados que qualquer advogado de meia tijela, pode anular um julgamento ou uma prova recolhida em Inquérito, se nisso se empenhar.
Neste aspecto, gravíssimo para um Estado de Direito que se preze e ao contrário do que afirmam alguns responsáveis governamentais, pode Rui Pereira limpar as mãos à parede. Aliás, a isso, foi já aconselhado, na prática de argumentos apresentados pessoalmente e num colóquio, por um dos autores de comentários às leis penais- Costa Andrade.
O sentimento de impunidade da banditagem de pequena e média dimensão é tal que os pequenos punks do assalto a carros e da prática reiterada de car-jacking, home-jacking e outros exercícios , já nem se dão ao cuidado de ter cuidado com a polícia. Já-que- isto- está – assim- vamos- lá- experimentar-um- pequeno- assalto- que-no fim de contas-pouco ou nada- nos acontece.
É este o sentimento geral e evidente e que só não nota quem não quer notar.
As notícias diárias, no Correio da Manhã e no 24 Horas, já nem espantam o transeunte que toma conhecimento, na rua, de mais assaltos violentos, de mais assaltos a bancos, de mais assaltos com gangs e outras malfeitorias que não preocupam muito os Ruis Pereiras, enquanto as estatísticas oficiais, contradisserem numericamente a realidade por todos vivida.
Este pathos e este ambiente deletério na sociedade, foi criado objectiva e reiteradamente pelos Ruis Pereiras que assentam lições nas faculdades de Direito e depois as vertem em letra de lei, nos códigos penais e de processo, com ideias peregrinas que só podem resultar em laxismo de comportamentos sociais.
Os acontecimentos na Quinta da Fonte e noutros lados, fogem ao alcance dos snipers do GOE, mas têm um reflexo social muito mais profundo. Nesses casos, Rui Pereira está no Brasil, ou algures, ausente da realidade vivida por cá.
Agora, o politicamente correcto, veiculado por um director da PSP que não sabe distinguir o verbo manipular do verbo manietar, é iludir a nacionalidade dos assaltantes. “São pessoas como eu e você”, disse o dito cujo. Pois são. E que foram condenados à morte, por execução do verbo neutralizar.
Talvez ainda vão a tempo de conjugar o verbo prevenir. Vão sempre a tempo, aliás. Desde que tenham inteligência suficente para tal e se eximam ao ridículo de aplaudir operações militares contra dois punks. Falhadas, ainda por cima, nos objectivos de neutralização definitiva.
Um dos assaltantes sobreviveu. Está fora de perigo, dizem do hospital.
Vamos então fazer uma prognose do que lhe irá acontecer, tendo em contas as belíssimas leis que este mesmo Rui Pereira fez aprovar, por trabalho que dirigiu numa Unidade de Missão.
Logo que saia do hospital, o suspeito vai ser constiuido arguido. Como?
Oh! Se vocês soubessem o trabalho que o MP e o JIC de turno vão ter, para lhe imputar os factos que já são conhecidos!
Aí, é que Rui Pereira deveria estar presente, para perceber o resultado prático da Unidade de Missão que liderou e a lei que a AR ( PS s PSD) aprovou.
Ao suspeito, em primeiro lugar, vão ser lidos os seus direitos, onstituindo-o arguido, com assistência de advogado, escolhido por ele ou nomeado pelas autoridades judiciárias. D
epois, vai ser-lhe lido o relato dos factos, pormenorizado e com indicação obrigatória de todas as provas que existem nos autos e suportam aqueles factos.
Depois, o magistrado do MP, vai escrever tudo isto e remeter este expediente, para o JIC, a fim de o interrogar sobre os factos relatados, indicando-lhe obrigatoriamente todas as provas que o indiciam na prática desses factos.
Depois, uma vez que isto vai demorar várias horas, longas horas em que os jornalistas ansiosos irão relatar os acontecimenntos à maneira de uma incrível Sandra Felgueiras, iremos perceber uma coisa simples que resulta directamente das leis aprovadas comesforço, pelo esforçado responsável pela Unidade de Missão: o arguido não deverá ficar em prisão preventiva. Não deve e adianto já porquê.
Só ficaria se houvesse receio de o mesmo fugir, segundo a lei processual penal actual. Será que um juiz vai entender de modo diverso, quando o suspeito, tem residência em Portugal, trabalha, tem até um primo que jura pela sua permanência em sossego? Não, não acredito nisso.
Depois, podemos sempre especular acerca da pena que o mesmo, eventualmente e em julgamento poderá sofrer, aplicada por um tribunal criminal de Lisboa, daqui a uns bons meses (nunca antes de um ano).
O crime de roubo, está praticamente provado. Em co-autoria com o assaltante morto, em execução da ordem avalizada por Rui Pereira.
Moldura da pena, segundo o artº 210ºC.Penal ( roubo): 1 a oito anos de prisão ( sobe para 15 se o agente provocar perigo para a vida da vítima. Mas, neste caso, quem é que realmente provocou perigo para a vida da vítima? Foi o bandido?)
Tendo em conta que o arguido não tem antecedentes penais, o critério para a ponderação da pena concreta, nunca irá para cima dos 4 anos, com toda a probabilidade de ficar aí nos três anitos de prisão. E depende, em concreto, do que se roubou…se é que se roubou.
Depois, o sequestro, punido no artigo 158º do Código Penal, com pena de prisão máxima de…três anos!
Temos por isso, dois crimes imputados indiciariamente. Um de roubo e outro de sequestro ( o suspeito, se o advogado tiver cuidado, só deverá ser acusado por um crime, porque os outros, podem muito bem ficar a cargo do morto…) .
Ainda que lhe seja imputada a co-autoria de seis crimes de sequestro, o que aumentará a moldura penal, a verdade é que dificilmente passará do máximo de três anos de prisão. Com a redução da praxe, no cálculo da pena concreta, poderá alvitrar-se, com suficientemente margem de manobra, e a permitir até, uma aposta , que o arguido sobrevivente, dificilmente apanhará uma pena de prisão efectiva, superior a cinco anos de prisão.
Mas isso, se tudo correr processualmente bem. Ou seja, se a entidade investigadora e a cusadora, não cometerem qualquer falha. As nulidades e simples irregularidades, no actual Código Processo Penal, são como minas pessoais, espalhadas no campo de batalha do processo: quando menos se espera, qualquer sujeito processual pisa uma- e lá vai tudo ao ar.
Se o arguido escolher um advogado que prefira estudar essas possibilidades de sucesso que o Código de Processo Penal, aprovado pela Unidade de Missão de Rui Pereira, garante efectivamente aos arguidos. então vamos assistir a um autêntico show de probabilidades semânticas e jurídicas. E com sorte, pode até dizer-se que o arguido ainda escapa. De qualquer pena.
Tudo isto, obra de quem?
Além de outros, naturalmente, de Rui Pereira. O mesmo que avalizou a ordem para “neutralizar”.
Adenda, em 11.8.2008:
O texto foi corrigido na sua sintaxe e alteradas algumas palavras, para conformar a escrita em português, com uma redacção menos apressada.
Quanto ao prurido, que li nos comentários, sobre o facto de o Grupo de Operações Especiais, da PSP, não ser um grupo para-militar, só deixo uma pergunta: é o quê, então? Uma força civil, como alguns pretendem, sem ponta de característica militar? E já leram os objectivos e missões que lhe estão confiadas estatutariamente?
Então, para esses que fazem figura de cadelas apressadas, aconselho a leitura desta discussão e deste texto.
A foto é do Expresso e acompanha um excelente artigo de reportagem, assinado, além de outros por um certo Carlos Rodrigues Lima. Parabéns.”
Publicado por josé
http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2008/08/o-neutralizador.html#links
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Os ignorantes quando querem ser intelectuais,normalmente debitam ideias de merda, não é J?
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Olha J, isso é conversa da caca. Nem que os criminosos não tivessem roubado e sequestrado, o simples facto de se ameaçar vidas humanas valida a legítima defesa, pois, além de ser crime, atenta contra a vida e a integridade de outros. O resto é conversinha da chacha que não tem uma unhinha de valor.
Não é “por acaso” que todos os juristas (com créditos firmados, pois não me refiro à chavalada que ontem acabou o curso na Autónoma) alinham pela mesma opinião.
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