Alta criminalidade em Agosto. Portugal aproxima-se do Reino Unido no crime a na política educativa
– Alta criminalidade
Portugal está a viver o mês de Agosto com o mais elevado número de actos criminosos associados a alta violência armada. E Sócrates mantém-se em silêncio. Em breve, assistiremos à divulgação de mais um estudo, encomendado às sempre as mesmas equipas do ISCTE, que virá sossegar os portugueses com estatísticas que mostrarão que…blá…blá…blá…, é preciso é desdramatizar porque essa onda de violência só existe porque os jornais e as televisões falam dela…, que Portugal é o país mais sossegado e manso da Europa.
– O que é que a Educação tem que ver com isto?
Há quem julgue que isto não tem que ver com a Educação e as políticas educativas. Engana-se quem pensa assim. Tem e muito. Sócrates e MLR, apoiados em think tanks modernaços, têm vindo a inspirar-se no “socialismo” modernaço criado por Blair e prosseguido por Brown, introduzindo medidas políticas que aceleraram o processo competitivo nas sociedades e nas escolas, desautorizaram e humilharam os professores, ampliaram as desigualdades sociais e enfraqueceram as comunidades e as tradições culturais. Os resultados estão à vista, quer no Reino Unido quer em Portugal. A colega Ana analisa essa similitude num comentário que me parece muito esclarecedor:
Sócrates recrutou as mesmas equipas de assessorias e consultores inglesas e, eventualmente, norte americanas que serviram Blair. Estas empresas e consultores seguem programas-tipo – pacotes/tipo.
Desde há três anos, aviso que a sociedade portuguesa vai tornar-se extremamente violenta e a causa está nas políticas educativas e sociais deste (des)governo. A economia só pode agravar um pouco a situação, mas não explica de modo nenhum a escalada de violência que começa a vir à tona na comunicação social.
Creio que as pessoas não têm nenhuma consciência, nem relacionam MLR com esta escalada de violência. Enganam-se. Maltratar os professores e injuriar tem consequências gravíssimas do ponto de vista do simbólico. É sobre o simbólico que todas as regras sociais são internalizadas e permitem a expressão, do ponto de vista dos comportamentos – expressão do que é ou não permitido nas relações sociais.
A expressão social pela via da violência tem por base não questões económicas mas culturais em sentido lato. A Educação, com legado de património cultural do país e universal, é actualmente, quiçá, o maior factor identitário de um povo, de uma nação e da cultura democrática universal.
O legado de Sócrates e de MLR/VL/JP é também isto.
Ana
Políticas desumanas criam cidadãos desumanos
O culto da mudança pela mudança, o enfraquecimento do peso da herança cultural no currículo, o apoucamento dos professores, a destruição da autoridade dos professores, a culpabilização destes face aos pais e aos alunos e a criação de obstáculos ao exercício das funções lectivas têm vindo a criar na opinião pública a ideia de que os professores são os culpados dos males da sociedade e são uma profissão que perdeu estatuto e importância social. Em termos simbólicos, as políticas educativas de Sócrates e de MLR contribuiram para enfraquecer um dos pilares da autoridade da nossa sociedade. O enfraquecimento do valor simbólico da autoridade dos professores e das escolas veio associado à quebra de referências culturais e éticas, em consequência da destruição das comunidades culturais e laços identitários. A crise económica só acelerou o processo. As verdadeiras razões da onda de violência e do aumento da criminalidade violenta são educativas e culturais. Não são predominantemente económicas. Se estas políticas educativas e a guerra aos professores continarem, só podemos esperar que a violência alastre e assuma contornos cada vez mais cruéis e desumanos. Políticas desumanas criam cidadãos desumanos.
Sobre o valor simbólico da escola e as consequências que a construção da grande mentira está a provocar na erosão do prestígio e autoridade dos professores, vale a pena ler o post do Paulo Guinote, “Sucesso à Força”.
Quer participar neste debate? Faça deste tema um fórum de discussão ao logo do dia de hoje. Colabore com os seus comentários.
In, http://www.professoresramiromarques.blogspot.com/
Ó senhora Anabela e se fosse para a escolinha? Na verdade tal histeria só demonstra que se calhar possuem razao mas em realaço aos próprios. Estupidificaram por completo.
“professores?”
professores a quererem causar a histeria colectiva, a paranoia? Já nao basta a comunicaçao social e a politiquice? Devem ser uns professores do caraças! Que vergonha!
O João até pode chegar ao post “Ideias CCC”, que não vou ler nenhum dos links que paternalistamente nos pretende injectar.
Posso não estar de acordo com a zazie em muita coisa, mas acho brilhante a classificação “cientóino” ao JM.
Concordo quando diz que: ‘A Educação, com[o] legado de património cultural do país e universal, é actualmente, quiçá, o maior factor identitário de um povo, de uma nação e da cultura democrática universal.’
Isto parece ser relativamente pacífico – se não for avisem.
No entanto, os problemas da educação e do ensino não são só causados por este governo, como parece sugerir. Desde que entrei para a escolinha em ’88, assisti e fui cobaia de algumas reformas de sucessivos governos e nenhuma parece ter dado grandes resultados… pelo menos logo de seguida vinha outro governo que voltava a reformar… Por outro lado o estado da educação, nomeadamente o facto dos professores serem hoje desrespeitados, não me parece ser somente culpa dos poderes…
Quando os meus pais entraram para a escola os professores pareciam ter tido treino de ‘tiro ao alvo’ e de ‘cem metros reguada’. Exerciam um poder repressivo e autoritário sobre os seus alunos e estes andavam na linha. Quando eu entrei para a escola alguns professores eram da velha guarda outros já não. A minha era híbrida: era uma mulher tesa, que nos mantinha na linha, mas não mantinha a ordem à custa do medo e da violência. Em quatro anos fiquei alguns intervalos de castigo e ouvi alguns ralhetes, mas nunca levei uma palmada. Ela sabia exigir e responsabilizar os alunos, sabia acarinhar e censurar quando era necessário, sabia estar próxima e mesmo assim manter os limites. Talvez por isso lhe tenha respeito ainda hoje.
Ao longo dos últimos 20 anos tenho visto muita coisa pelas escolas por onde tenho passado como aluno dos mais diversos níveis. Nos alunos da minha idade e um ano ou dois mais novos nunca vi problemas excessivos – havia rebeldia, havia algum abuso de vez em quando, mas era rapidamente sanado -, porque ainda tinhamos apanhado com professores ‘híbridos’. Nos alunos mais novos – e vejo isso bem com algumas turmas por onde a minha irmã tem passado – já não há rebeldia, há má educação. Isto pode reflectir falta acompanhamento por parte dos pais? Pode. Pode reflectir políticas educativas deficientes? Pode. Pode reflectir professores que se esqueceram do que significa ser professor? Certamente.
Na minha opinião os actuais professores, os professores modernos, tomaram demasiado a peito as linhas da pedagogia do ‘coitadinho, olha que fica traumatizado’. Se não desejo uma escola em que os professores abusem do poder que têm, também não desejo uma escola em que os professores não se saibam dar ao respeito para poderem ser respeitados e não saibam ser ‘tesos’ quando têm que ser.
Muitos dos novos professores devem ter ficado traumatizados com os seus antigos professores e devem ter decidido não ser como eles. Óptimo! Pena não terem feito uma selecção daquilo em que não queriam ser como eles.
Vejo certos professores da minha irmã que são mais um no meio dos putos… fazem brincadeiras de puto durante as aulas, fazem birras de puto e depois exigem que os alunos os respeitem como professores.
Eu sempre me dei bem com os meus professores, cheguei inclusive a integrar grupos ‘culturais’ com alguns (já no final do secundário) e a beber um café após as actividades, mas apesar da proximidade eles souberam sempre manter a distância e o respeito. Ainda hoje quando os vejo trato-os por professor/a e são eles que muita vez me perguntam se não acho que já é tempo de os deixar de chamar isso…
O seu testemunho dá ânimo aos professores. Muito obrigada.
Esclareço que “sou” professora (já) há 31 anos. Permita-me esclarecê-lo quanto ” Na minha opinião os actuais professores, os professores modernos, tomaram demasiado a peito as linhas da pedagogia do ‘coitadinho, olha que fica traumatizado’”. Não é da responsabilidade dos professores a formação académica disciplinar e a formação profissional pedagógica. Estas opções são definidas pela 5 de Outubro (ME) na relação com o Ministério do Ensino Superior. Mais. No exercício quotidiano da profissão, os professores que não “adiram” a esta postura de que quem manda na escola são os pais e os alunos, é alvo de graves represálias profissionais com consequências que chegam a níveis de perseguição. Alguns afrontam este esado de coisas. Mas sabem que o “inferno” os aguarda.
O povo português (parece) que aplaude o que o Avm considera estar errado. E esta???
Está, de facto, a ser manipulado pelo desgoverno e pelos média.
Não está informado e não consegue pôr a sua “massa cinzenta a funcionar”! Se os professores fossem uma corporação não estavam a ser perseguidos pelo poder político.
“Estudo mostra que 90% de portugueses confiam nos professores. Só 14% confiam nos políticos.
Um estudo realizado à escala europeia pela empresa GfK, em parceria com o Wall Street Journal, concluiu que os portugueses continuam a mostrar muita confiança nos professores. Segundo o estudo, 90% dos portugueses confiam nos professores e nos bombeiros. O mesmo estudo mostra que os menos confiáveis são os políticos e os publicitários (com apenas 14% de respostas favoráveis). A tendência portuguesa é semelhante à tendência europeia. Para além dos professores, os portugueses manifestam confiança nos bombeiros, médicos, militares e polícias. Entre os mais desacreditados pelos portugueses, figuram os políticos, os publicitários, os jornalistas e os grandes empresários. A tendência europeia não foge muito ao registo português: 91% dos inquiridos na Europa preferem os bombeiros e 83% os médicos, seguidos dos professores com 82%.
Em Portugal, o estudo decorreu de 7 a 16 de Março e envolveu 1036 pessoas com mais de 15 anos.
Os comentários 3, 4 e 5 deste forum são exemplares do que proferi em comentário 8. As pessoas lançam umas frases patetas para o ar sem terem feita qualquer reflexão ou obterem informar-se sobre assuntos que não têm conhecimento… Retire as suas conclusões.
“O Ataque à Profissão Docente – A Teoria Da Prática
Há aspectos teóricos, por vezes tidos por alguns como irrelevantes no contexto da «luta»
política, que é importante destacar na acção governativa em relação a alguns grupos
profissionais.
Todos sabemos a imensa dificuldade que o Estado tem em agir contra os interesses de
grupos profissionais com uma forte capacidade auto-reguladora e com uma organização
autónoma do dito Estado. Os casos mais evidentes são os dos juízes, advogados e médicos
(ou em menor escala os arquitectos, os farmacêuticos ou os engenheiros). Estas profissões
têm, em escalas e configurações diferentes, organismos representativos próprios com uma
fortíssima capacidade de resposta perante as investidas do poder político.
Não vou sequer entrar pela questão do tipo de organizações representativas e da inútil
oposição sindicatos/ordens/associações profissionais, que em alguns dos exemplos
mencionados se revelam complementares na sua acção.
Ficaria mais pela questão da identidade própria de cada um destes grupos profissionais.
Algo que é estudado pela Sociologia das Profissões, área ainda em desenvolvimento entre
nós e de que a nossa actual Ministra da Educação é uma aparente especialista.
A situação da docência é, de há muito, considerada como um caso muito particular de
progressiva «desprofissionalização», em especial no ensino não-superior. No caso do
antigo «ensino primário» há mesmo quem fale numa espécie de semi-profissão, como se o
estatuto pleno de uma identidade profissional especializada tivesse sido perdido. Como
que a meio caminho de um estatuto de ocupação que, apesar da necessidade de qualificação
de nível superior, assume um aspecto inferior em termos de estatuto a uma «verdadeira
profissão».
Mesmo a nível internacional, repare-se como a profissão docente quase está ausente do
vasto conjunto de comunicações que foram apresentadas neste encontro internacional.
Em Portugal a acção desta equipa ministerial da Educação reforçou bastante a uma
tendência para a desprofissionalização da docência, tanto nos actos já praticados, como
naqueles que se adivinham para um futuro mais ou menos próximo.
Se tomarmos como referência o quadro incluído numa obra recente sobre a Sociologia das
Profissões para definir o que é uma profissão (ou não) é fácil perceber que as medidas
colocadas em prática pelo ME desde 2005 visaram «puxar» a docência do estatuto de
profissão para o de não-profissão em parâmetros que vão do 2 ao 5 (relevância dos valores
sociais, importância das subculturas, motivação e autonomia) , não reforçando o 6
e(compromisso) erodindo ainda mais os já de si fracos 7 (sentido de comunidade) e 8
(código ético).
(quadro)
Entre muitos outros erros, eu salientaria o facto de o ME ter procurado, de forma
sistemática, transmitir para a opinião pública e publicada a ideia de que a docência mais
do que uma profissão com uma identidade própria, mas formada por subculturas específicas
resultantes da formação especializada dos seus profissionais, não passa de uma ocupação
generalista, cujos profissionais podem desempenhar qualquer tipo de função, de modo quase
arbitrário, sem que isso tenha efeitos negativos da sua performance profissional
individual e/ou na qualidade do serviço prestado no seu conjunto.
Só assim se compreende a forma como foram implementadas originalmente as aulas de
substituição (sem regras claras sobre quem deveria substituir quem), as actividades de
enriquecimento curricular (só tardiamente se definiram critérios de contratação), o
próprio modelo de avaliação dos docentes (com professores de áreas científicas diversas a
poderem avaliar o desempenho de colegas de outras) ou mesmo a peregrina ideia de
transformar a formação de docentes para os actuais 1º e 2º CEB em algo indiferenciado, no
qual se pretendem produzir professores «generalistas», teoricamente capazes de leccionar
tudo e nada, mas sem uma verdadeira especialização científico-académica, apesar da
inflacção da certificação.
Claro que tudo isto aponta, complementarmente, para um regresso da proletarização
(material e simbólica) da docência, algo que já ocorreu em outros períodos históricos,
mas agora sem qualquer tipo de compensação simbólica (como acontecia no Estado Novo) e
com uma forma distorcida de criar uma pseudo-aristocracia docentes (os professores
titulares, em particular aqueles com funções de avaliação dos colegas), que mais não
passam, na sua ausência de autonomia, de desejados fiéis aplicadores dos normativos
legais emanados da 5 de Outubro.
Que esta manobra de desprofissionalização da docência seja levada a cabo por uma
socióloga, e logo especializada na referida área da Sociologia das Profissões, é apenas
mais uma amarga ironia de todo este processo.
Que tudo isto passe demasiado despercebido a demasiada gente que deveria ter mais atenção
nas suas análises, é apenas motivo de lamento. Porque o que agora pode parecer um bom
negócio para as contas do Estado, pode vir a ter importantes consequências negativas a
médio prazo, como aconteceu em outras paragens onde se procedeu ao mesmo tipo de
«engenharia profissional».
PG
Os professores que proponham uma escola autónoma do Ministério e dos sindicatos, em que os professores sejam os únicos responsáveis pelos resultados,a ganharem segundo o mérito,e com autonomia administrativa e financeira.Aceitem que os pais possam escolher as escolas.Os professores írão ter óptimos resultados,gostarem da profissão e ganharem segundo o mérito.E a simpatia dos Portugueses!
Alta criminalidade em Agosto. Portugal aproxima-se do Reino Unido no crime a na política educativa
– Alta criminalidade
Portugal está a viver o mês de Agosto com o mais elevado número de actos criminosos associados a alta violência armada. E Sócrates mantém-se em silêncio. Em breve, assistiremos à divulgação de mais um estudo, encomendado às sempre as mesmas equipas do ISCTE, que virá sossegar os portugueses com estatísticas que mostrarão que…blá…blá…blá…, é preciso é desdramatizar porque essa onda de violência só existe porque os jornais e as televisões falam dela…, que Portugal é o país mais sossegado e manso da Europa.
– O que é que a Educação tem que ver com isto?
Há quem julgue que isto não tem que ver com a Educação e as políticas educativas. Engana-se quem pensa assim. Tem e muito. Sócrates e MLR, apoiados em think tanks modernaços, têm vindo a inspirar-se no “socialismo” modernaço criado por Blair e prosseguido por Brown, introduzindo medidas políticas que aceleraram o processo competitivo nas sociedades e nas escolas, desautorizaram e humilharam os professores, ampliaram as desigualdades sociais e enfraqueceram as comunidades e as tradições culturais. Os resultados estão à vista, quer no Reino Unido quer em Portugal. A colega Ana analisa essa similitude num comentário que me parece muito esclarecedor:
Sócrates recrutou as mesmas equipas de assessorias e consultores inglesas e, eventualmente, norte americanas que serviram Blair. Estas empresas e consultores seguem programas-tipo – pacotes/tipo.
Desde há três anos, aviso que a sociedade portuguesa vai tornar-se extremamente violenta e a causa está nas políticas educativas e sociais deste (des)governo. A economia só pode agravar um pouco a situação, mas não explica de modo nenhum a escalada de violência que começa a vir à tona na comunicação social.
Creio que as pessoas não têm nenhuma consciência, nem relacionam MLR com esta escalada de violência. Enganam-se. Maltratar os professores e injuriar tem consequências gravíssimas do ponto de vista do simbólico. É sobre o simbólico que todas as regras sociais são internalizadas e permitem a expressão, do ponto de vista dos comportamentos – expressão do que é ou não permitido nas relações sociais.
A expressão social pela via da violência tem por base não questões económicas mas culturais em sentido lato. A Educação, com legado de património cultural do país e universal, é actualmente, quiçá, o maior factor identitário de um povo, de uma nação e da cultura democrática universal.
O legado de Sócrates e de MLR/VL/JP é também isto.
Ana
Políticas desumanas criam cidadãos desumanos
O culto da mudança pela mudança, o enfraquecimento do peso da herança cultural no currículo, o apoucamento dos professores, a destruição da autoridade dos professores, a culpabilização destes face aos pais e aos alunos e a criação de obstáculos ao exercício das funções lectivas têm vindo a criar na opinião pública a ideia de que os professores são os culpados dos males da sociedade e são uma profissão que perdeu estatuto e importância social. Em termos simbólicos, as políticas educativas de Sócrates e de MLR contribuiram para enfraquecer um dos pilares da autoridade da nossa sociedade. O enfraquecimento do valor simbólico da autoridade dos professores e das escolas veio associado à quebra de referências culturais e éticas, em consequência da destruição das comunidades culturais e laços identitários. A crise económica só acelerou o processo. As verdadeiras razões da onda de violência e do aumento da criminalidade violenta são educativas e culturais. Não são predominantemente económicas. Se estas políticas educativas e a guerra aos professores continarem, só podemos esperar que a violência alastre e assuma contornos cada vez mais cruéis e desumanos. Políticas desumanas criam cidadãos desumanos.
Sobre o valor simbólico da escola e as consequências que a construção da grande mentira está a provocar na erosão do prestígio e autoridade dos professores, vale a pena ler o post do Paulo Guinote, “Sucesso à Força”.
Quer participar neste debate? Faça deste tema um fórum de discussão ao logo do dia de hoje. Colabore com os seus comentários.
In,
http://www.professoresramiromarques.blogspot.com/
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Ó senhora Anabela e se fosse para a escolinha? Na verdade tal histeria só demonstra que se calhar possuem razao mas em realaço aos próprios. Estupidificaram por completo.
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“professores?”
professores a quererem causar a histeria colectiva, a paranoia? Já nao basta a comunicaçao social e a politiquice? Devem ser uns professores do caraças! Que vergonha!
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Professores, Médicos e Politicos e afins, são tudo classes só com previlegios! Os malandros se trabalhassem em vez de estarem a chatear..
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O João até pode chegar ao post “Ideias CCC”, que não vou ler nenhum dos links que paternalistamente nos pretende injectar.
Posso não estar de acordo com a zazie em muita coisa, mas acho brilhante a classificação “cientóino” ao JM.
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Cara Anabela,
Concordo quando diz que: ‘A Educação, com[o] legado de património cultural do país e universal, é actualmente, quiçá, o maior factor identitário de um povo, de uma nação e da cultura democrática universal.’
Isto parece ser relativamente pacífico – se não for avisem.
No entanto, os problemas da educação e do ensino não são só causados por este governo, como parece sugerir. Desde que entrei para a escolinha em ’88, assisti e fui cobaia de algumas reformas de sucessivos governos e nenhuma parece ter dado grandes resultados… pelo menos logo de seguida vinha outro governo que voltava a reformar… Por outro lado o estado da educação, nomeadamente o facto dos professores serem hoje desrespeitados, não me parece ser somente culpa dos poderes…
Quando os meus pais entraram para a escola os professores pareciam ter tido treino de ‘tiro ao alvo’ e de ‘cem metros reguada’. Exerciam um poder repressivo e autoritário sobre os seus alunos e estes andavam na linha. Quando eu entrei para a escola alguns professores eram da velha guarda outros já não. A minha era híbrida: era uma mulher tesa, que nos mantinha na linha, mas não mantinha a ordem à custa do medo e da violência. Em quatro anos fiquei alguns intervalos de castigo e ouvi alguns ralhetes, mas nunca levei uma palmada. Ela sabia exigir e responsabilizar os alunos, sabia acarinhar e censurar quando era necessário, sabia estar próxima e mesmo assim manter os limites. Talvez por isso lhe tenha respeito ainda hoje.
Ao longo dos últimos 20 anos tenho visto muita coisa pelas escolas por onde tenho passado como aluno dos mais diversos níveis. Nos alunos da minha idade e um ano ou dois mais novos nunca vi problemas excessivos – havia rebeldia, havia algum abuso de vez em quando, mas era rapidamente sanado -, porque ainda tinhamos apanhado com professores ‘híbridos’. Nos alunos mais novos – e vejo isso bem com algumas turmas por onde a minha irmã tem passado – já não há rebeldia, há má educação. Isto pode reflectir falta acompanhamento por parte dos pais? Pode. Pode reflectir políticas educativas deficientes? Pode. Pode reflectir professores que se esqueceram do que significa ser professor? Certamente.
Na minha opinião os actuais professores, os professores modernos, tomaram demasiado a peito as linhas da pedagogia do ‘coitadinho, olha que fica traumatizado’. Se não desejo uma escola em que os professores abusem do poder que têm, também não desejo uma escola em que os professores não se saibam dar ao respeito para poderem ser respeitados e não saibam ser ‘tesos’ quando têm que ser.
Muitos dos novos professores devem ter ficado traumatizados com os seus antigos professores e devem ter decidido não ser como eles. Óptimo! Pena não terem feito uma selecção daquilo em que não queriam ser como eles.
Vejo certos professores da minha irmã que são mais um no meio dos putos… fazem brincadeiras de puto durante as aulas, fazem birras de puto e depois exigem que os alunos os respeitem como professores.
Eu sempre me dei bem com os meus professores, cheguei inclusive a integrar grupos ‘culturais’ com alguns (já no final do secundário) e a beber um café após as actividades, mas apesar da proximidade eles souberam sempre manter a distância e o respeito. Ainda hoje quando os vejo trato-os por professor/a e são eles que muita vez me perguntam se não acho que já é tempo de os deixar de chamar isso…
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Alguns posts que eu escrevi sobre o assunto:
http://ventosueste.blogspot.com/2007/06/ainda-os-sindicatos-ii.html
http://ventosueste.blogspot.com/2007/06/ainda-os-sindicatos.html
http://ventosueste.blogspot.com/2006/06/ainda-sobre-os-sindicatos.html
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Avm (6),
O seu testemunho dá ânimo aos professores. Muito obrigada.
Esclareço que “sou” professora (já) há 31 anos. Permita-me esclarecê-lo quanto ” Na minha opinião os actuais professores, os professores modernos, tomaram demasiado a peito as linhas da pedagogia do ‘coitadinho, olha que fica traumatizado’”. Não é da responsabilidade dos professores a formação académica disciplinar e a formação profissional pedagógica. Estas opções são definidas pela 5 de Outubro (ME) na relação com o Ministério do Ensino Superior. Mais. No exercício quotidiano da profissão, os professores que não “adiram” a esta postura de que quem manda na escola são os pais e os alunos, é alvo de graves represálias profissionais com consequências que chegam a níveis de perseguição. Alguns afrontam este esado de coisas. Mas sabem que o “inferno” os aguarda.
O povo português (parece) que aplaude o que o Avm considera estar errado. E esta???
Está, de facto, a ser manipulado pelo desgoverno e pelos média.
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Para “O Silva” (4),
Não está informado e não consegue pôr a sua “massa cinzenta a funcionar”! Se os professores fossem uma corporação não estavam a ser perseguidos pelo poder político.
“Estudo mostra que 90% de portugueses confiam nos professores. Só 14% confiam nos políticos.
Um estudo realizado à escala europeia pela empresa GfK, em parceria com o Wall Street Journal, concluiu que os portugueses continuam a mostrar muita confiança nos professores. Segundo o estudo, 90% dos portugueses confiam nos professores e nos bombeiros. O mesmo estudo mostra que os menos confiáveis são os políticos e os publicitários (com apenas 14% de respostas favoráveis). A tendência portuguesa é semelhante à tendência europeia. Para além dos professores, os portugueses manifestam confiança nos bombeiros, médicos, militares e polícias. Entre os mais desacreditados pelos portugueses, figuram os políticos, os publicitários, os jornalistas e os grandes empresários. A tendência europeia não foge muito ao registo português: 91% dos inquiridos na Europa preferem os bombeiros e 83% os médicos, seguidos dos professores com 82%.
Em Portugal, o estudo decorreu de 7 a 16 de Março e envolveu 1036 pessoas com mais de 15 anos.
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Avm,
Os comentários 3, 4 e 5 deste forum são exemplares do que proferi em comentário 8. As pessoas lançam umas frases patetas para o ar sem terem feita qualquer reflexão ou obterem informar-se sobre assuntos que não têm conhecimento… Retire as suas conclusões.
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“O Ataque à Profissão Docente – A Teoria Da Prática
Há aspectos teóricos, por vezes tidos por alguns como irrelevantes no contexto da «luta»
política, que é importante destacar na acção governativa em relação a alguns grupos
profissionais.
Todos sabemos a imensa dificuldade que o Estado tem em agir contra os interesses de
grupos profissionais com uma forte capacidade auto-reguladora e com uma organização
autónoma do dito Estado. Os casos mais evidentes são os dos juízes, advogados e médicos
(ou em menor escala os arquitectos, os farmacêuticos ou os engenheiros). Estas profissões
têm, em escalas e configurações diferentes, organismos representativos próprios com uma
fortíssima capacidade de resposta perante as investidas do poder político.
Não vou sequer entrar pela questão do tipo de organizações representativas e da inútil
oposição sindicatos/ordens/associações profissionais, que em alguns dos exemplos
mencionados se revelam complementares na sua acção.
Ficaria mais pela questão da identidade própria de cada um destes grupos profissionais.
Algo que é estudado pela Sociologia das Profissões, área ainda em desenvolvimento entre
nós e de que a nossa actual Ministra da Educação é uma aparente especialista.
A situação da docência é, de há muito, considerada como um caso muito particular de
progressiva «desprofissionalização», em especial no ensino não-superior. No caso do
antigo «ensino primário» há mesmo quem fale numa espécie de semi-profissão, como se o
estatuto pleno de uma identidade profissional especializada tivesse sido perdido. Como
que a meio caminho de um estatuto de ocupação que, apesar da necessidade de qualificação
de nível superior, assume um aspecto inferior em termos de estatuto a uma «verdadeira
profissão».
Mesmo a nível internacional, repare-se como a profissão docente quase está ausente do
vasto conjunto de comunicações que foram apresentadas neste encontro internacional.
Em Portugal a acção desta equipa ministerial da Educação reforçou bastante a uma
tendência para a desprofissionalização da docência, tanto nos actos já praticados, como
naqueles que se adivinham para um futuro mais ou menos próximo.
Se tomarmos como referência o quadro incluído numa obra recente sobre a Sociologia das
Profissões para definir o que é uma profissão (ou não) é fácil perceber que as medidas
colocadas em prática pelo ME desde 2005 visaram «puxar» a docência do estatuto de
profissão para o de não-profissão em parâmetros que vão do 2 ao 5 (relevância dos valores
sociais, importância das subculturas, motivação e autonomia) , não reforçando o 6
e(compromisso) erodindo ainda mais os já de si fracos 7 (sentido de comunidade) e 8
(código ético).
(quadro)
Entre muitos outros erros, eu salientaria o facto de o ME ter procurado, de forma
sistemática, transmitir para a opinião pública e publicada a ideia de que a docência mais
do que uma profissão com uma identidade própria, mas formada por subculturas específicas
resultantes da formação especializada dos seus profissionais, não passa de uma ocupação
generalista, cujos profissionais podem desempenhar qualquer tipo de função, de modo quase
arbitrário, sem que isso tenha efeitos negativos da sua performance profissional
individual e/ou na qualidade do serviço prestado no seu conjunto.
Só assim se compreende a forma como foram implementadas originalmente as aulas de
substituição (sem regras claras sobre quem deveria substituir quem), as actividades de
enriquecimento curricular (só tardiamente se definiram critérios de contratação), o
próprio modelo de avaliação dos docentes (com professores de áreas científicas diversas a
poderem avaliar o desempenho de colegas de outras) ou mesmo a peregrina ideia de
transformar a formação de docentes para os actuais 1º e 2º CEB em algo indiferenciado, no
qual se pretendem produzir professores «generalistas», teoricamente capazes de leccionar
tudo e nada, mas sem uma verdadeira especialização científico-académica, apesar da
inflacção da certificação.
Claro que tudo isto aponta, complementarmente, para um regresso da proletarização
(material e simbólica) da docência, algo que já ocorreu em outros períodos históricos,
mas agora sem qualquer tipo de compensação simbólica (como acontecia no Estado Novo) e
com uma forma distorcida de criar uma pseudo-aristocracia docentes (os professores
titulares, em particular aqueles com funções de avaliação dos colegas), que mais não
passam, na sua ausência de autonomia, de desejados fiéis aplicadores dos normativos
legais emanados da 5 de Outubro.
Que esta manobra de desprofissionalização da docência seja levada a cabo por uma
socióloga, e logo especializada na referida área da Sociologia das Profissões, é apenas
mais uma amarga ironia de todo este processo.
Que tudo isto passe demasiado despercebido a demasiada gente que deveria ter mais atenção
nas suas análises, é apenas motivo de lamento. Porque o que agora pode parecer um bom
negócio para as contas do Estado, pode vir a ter importantes consequências negativas a
médio prazo, como aconteceu em outras paragens onde se procedeu ao mesmo tipo de
«engenharia profissional».
PG
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“Estudo mostra que 90% de portugueses confiam nos professores. Só 14% confiam nos políticos.”
Nos professores sim. Mas nao nos professores políticos. Nesses a confiança é zero.
“Os comentários 3, 4 e 5 deste forum são exemplares do que proferi em comentário 8.”
Este poste era sobre “unions” se disser que é do sindicato e politico tudo bem. Se é politico nao é de confiança. O poste nao era sobre “onions”.
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Ninguém perguntou nesse estudo se as pessoas confiavam nos professores que se dedicam à politica em vez de serem professores.
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Anónimo (13),
Esses não são professores, Anónimo (13)
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24-08-2008
Polícia baleado e GNR agredidos
http://www.diario.iol.pt/sociedade/psp-policia-gnr-pontinha-loule-violencia/984243-4071.html
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Novamente Miguel Madeira demonstra que o Joao Miranda é um papagaio inconsequente.
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Anabela
Os professores que proponham uma escola autónoma do Ministério e dos sindicatos, em que os professores sejam os únicos responsáveis pelos resultados,a ganharem segundo o mérito,e com autonomia administrativa e financeira.Aceitem que os pais possam escolher as escolas.Os professores írão ter óptimos resultados,gostarem da profissão e ganharem segundo o mérito.E a simpatia dos Portugueses!
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