O aquecimento global migrou?*
“Os verões espanhóis transformar-se-ão em tsunamis de calor, a costa norte vai tornar-se mediterrânica, o sul dará lugar a um deserto (…) Em resumo, a Espanha africanizar-se-á” – Este retrato desolador do que será a Espanha dentro de algumas décadas foi feito a José Luís Zapatero, no final do ano passado, por um grupo de peritos. Por cá começámos 2008 com avisos sobre o Verão que nos aguardava e que, afiançava-se nos jornais e televisões, “seria o mais quente dos últimos 25 anos”. Na verdade nem sequer tem sido um Verão suficientemente quente para que se lhe possa chamar Verão.
A questão das alterações de clima ou se se preferir do aquecimento global ocupou, nos últimos anos, um espaço de fé que a descrença e o abandono das igrejas deixara vazio. (Jornais como o PÚBLICO usam mesmo o termo céptico para classificar Martin Durkin que pôs em causa os dados apresentados por Al Gore no filme Uma Verdade Inconveniente.)
Desde os maremotos passando pelos furacões ao comércio de bolos no Algarve tudo mas tudo foi explicado e imputado às alterações de clima. Em Portugal, à semelhança do sucedido noutros países, os investigadores do clima foram quase postos à margem da discussão pois a cautela das suas declarações não se compadecia com as certezas universais que dia a dia se arreigavam neste assunto. No início de 2008, declarações como as que João Corte-Real, professor catedrático de meteorologia da Universidade de Évora, fez ao “Expresso” ainda iam em absoluta contra-corrente mediática: “Acho que não vai haver qualquer catástrofe, e se estivermos, de facto, a viver uma alteração climática à escala planetária, que vai certamente bulir com os nossos hábitos e com muitas das nossas actividades, saberemos encontrar soluções para enfrentar essa situação. Falar em catástrofe não é científico, não é humano, é uma forma primitiva de apresentar as questões.”
Contudo de Fevereiro até agora o assunto foi esmorecendo. Certamente que o facto de o Verão ter sido decepcionantemente fresco contribuiu para tal. Mas convenhamos que a China também deu o seu contributo decisivo. Desde que a China ultrapassou os EUA como maior emissor mundial de CO2 que a questão da responsabilidade dos países nas alterações de clima perdeu parte do seu interesse mediático. Mas seja como for e porque razão for a verdade é que o aquecimento global está a perder a sua força enquanto motivo do apocalipse previamente anunciado. Entretanto muita coisa mudou. A energia nuclear, por exemplo, tornou-se “amiga do ambiente”, “limpa” e, claro, eficaz no “combate ao aquecimento global”. Em Portugal a construção duma central (ou mais do que uma pois, como Al Gore explicou a Manuel Pinho aquando da sua visita ao nosso país, não faz sentido construir apenas uma central) é reivindicada por associações empresariais. Dos partidos chegam também vozes de apoio a esta opção. Dos resíduos gerados pelo nuclear não se fala. Afinal a mesma histeria que levou a que num passado não muito distante se exigisse o fecho de todas as centrais, sobretudo as mais seguras de todas, ou seja as europeias e norte-americanas, leva agora a que, em nome das alterações climáticas, se subestimem esses mesmos riscos.
Quem sabe para o próximo ano o Verão é quente e aí começamos a perceber o que queria dizer o professor Corte-Real quando nos tentou explicar que o clima “não é uma constante, é por natureza variável, e o planeta Terra já foi sujeito a alterações climáticas no passado, para climas mais quentes e mais frios (…) Temos de nos adaptar ao tempo que enfrentamos e tomar medidas eficazes. Só que estas medidas podem ser dispendiosas e os governos, como os fenómenos não acontecem todos os anos, vão esquecendo essas medidas ou têm dificuldades financeiras e, portanto, vão adiando a solução.” Nunca nada de mais acertado se disse sobre este assunto.
*PÚBLICO

A Espanha não sei. Por cá, sim. Basta passear por Lisboa e pelo Porto. E já sei que este comentário é xenófabo, pois.
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Já tinhamos percebido que CO2 é mau mas, o dos américas.
Todo o outro até provoca arrefecimento global.
Por isso é que não se confirmou a previsão do verão mais quente.
Estes américas são terriveis, até foram dos poucos que diminuiram as emissões só para fazer pirraça.
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Se reparar, o termo “aquecimento global” foi sendo progressivamente substituído por “alterações climáticas”. Neste último é possível culpar o Ocidente quer as temperaturas sejam altas ou baixas.
Embora ache que ainda é cedo para escrever se o Verão foi frio ou quente (lá para Outubro), partilho da opinião da Helena Matos. Leituras complementares aqui:
http://caldeiradadeneutroes.blogspot.com/2008/08/assuntos-que-no-fazem-manchete.html
http://fiel-inimigo.blogspot.com/2008/08/coincidncias.html
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Caramba só agora vejo porque é que o (des)governo nos quer africanizar… com o aquecimento global os indígenas ficariam em casa á freca e os africanos mais habituados ás altas temperaturas andariam a vergar a mola por nós… e eu , burro que não tinha dado por isso…
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“Os verões espanhóis transformar-se-ão em tsunamis de calor, a costa norte vai tornar-se mediterrânica, o sul dará lugar a um deserto (…) Em resumo, a Espanha africanizar-se-á” ” Os magrebinos já se estão a mudar para Espanha, prevendo estas alterações climáticas.
Será que é desta que vou plantar Sirah na minha herdade situada na Gronelândia?
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Como o aquecimento golabl tem falhado os indígenas continuam a ter que trabalhar e a pagar pesados impostos para manter a reserva da nação para quando vierem os tempos quentes nas Quintas da Fonte, Mocho, Kova da Moura, etc, etc, etc,etc,
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Contra as crenças da fé as razões da lógica nada podem, está visto mais uma vez.
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Finalmente que os comentários 4 e 6 do Anónimo fizeram-me entender o motivo da importação de colonos vindos de África. É uma explicação que mostra que há razões técnicas e científicas, por parte dos que nos governam, para implementarem essa política.
Fico mais descansado…
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O Professor Corte-Real pode ter alguma razão no que diz. Mas creio que faremos muito mal se não quisermos ver as evidências.
E elas têm a ver com o Aquecimento Global. Ainda que queiramos chamar-lhe outra coisa qualquer, ele está aí. Mas não me parece que seja na Península Ibérica que se esteja a provar a sua existência.
No Ártico, sim. Os mais cépticos, olhem para o Ártico e pensem sobre o que por lá se está a passar ….
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O título é sugestivo, no entanto é pena que a senhora Helena Matos fale de uma coisa circunstancial que é o tempo, em vez de falar do clima. Para falar do tempo basta uma fila de um hipermercado qualquer ou o elevador de um qualquer prédio e não uma página inteira do jornal Público.
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Coitadinhos dos ursos brancos.A terem que ficar mulatos por causa do aquecimentos…
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Bem, isto é lindo: falar num mês que parece ser mais fresco que o costume num determinado pequeno país para desmentir alterações — e aquecimento — globais. É exactamente o mesmo que falar no Katrina como prova dessas alterações. E esqueça lá o Algarve: globalmente, o Verão (ou ‘Inverno’), de Junho a Julho pelo menos, foi mesmo dos mais quentes desde que há registos à escala mundial(1880), sendo Julho o 5º mais quente. (http://www.noaanews.noaa.gov/stories2008/20080815_ncdc.html)
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GP
Temperaturas às 15h00 de hoje:
Lisboa 27
Paris 22
Roma 27
Atenas 32
Madrid 32
Londres 20
Berlim 24
Istambul 27
Oslo 13
Estocolmo 19
Praga 25
Viena 27
Chega?
Quanto aos meses de Junho e Julho gostaria de ver uma comparação desde 1880, pois jamais poderei acreditar que tenham sido os mais quentes. Achei os mais frios de quase sempre de que me lembro.
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Dados do IMP
Em Maio a temperatura média foi bastante inferior à média entre 1971 e 2000. Em Julho foi também inferior. Em Junho foi um pouco superior em zonas muito localizadas.
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O aquecimento global é uma espada que pesa sobre as nossas cabeças. Foi bem lembrado o que se passa no Ártico, onde a Corrente do Golfo para mergulhar e seguir o seu percurso pelas costas canadianas e americanas precisa que a água salgada arrefeça. Nesta altura já recebe quilómetros cúbicos de água doce dos degelos, menos densa, o que peocupa os cientistas que estudam o fenómeno temendo a sua interrupção. A dinâmica dos mares é de uma importância vital para a humanidade. É devido a ela que Lisboa e Nova Iorque, à mesma latitude, têm temperaturas tão diversas e as consequências do aquecimento global não são uniformes. Mas ele está aí e precisa de muito mais atenção dos políticos e, naturalmente, de todos nós.
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O problema é exactamente esse GP, falar de um ´mês ou de um periodo pequeno de anos no seculo passado (a partir dos 80) e agora verificar que os “aquecedores globais” mudama terminologia para “alterações climáticas” e para “janelas de oportunidades” dá exactamente nisso.
È claro que essas referencias num minusculo local como a peninsula e num espaço de tempo tão pequeno não tem significado.
Da mesma forma como os vinte anos em que detectam a grande maioria da tal variação que se cifra em 0.6 em 100 anos tem o sgnificado que ainda nao compreendemos e que muito menos se pde ou deve atribuir a causas que fazem jeito politicamente.
É que a discussão é essa e que porventura terá desviado o estudo sério daquilo que a natureza está a mudar com ou sem a intervençao humana, pois que ele també já mudou sgnificativamente sem ela.
Isso sim, sem essas pre—–missas culpabilizadoras e responsabilizadoras de que se tem feito, deveria ser objecto de estudo.
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“No Ártico, sim. Os mais cépticos, olhem para o Ártico e pensem sobre o que por lá se está a passar …”
O que é que se está passar no Ártico?
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Mais uma evidência de que não está provado que o aquecimento global é provocado por humanos.
http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/7580294.stm
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Mas o “aquecimento global” não era o primeiro e ultimo responsavel de Katrina??Não foi isso que andaram a dizer com teorias catastrofistas que a partir desse ano só haveria mais?
Já esqueceu?
E no antartico me explica a queda abissal das temperaturas no seu centro?
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O leitor Pedro C. (27/08/2008, 5:26 pm) parece ter confundido a Corrente do Golfo com a Corrente Termohalina. Por sinal, o Al Gore fez o mesmo no seu livro/filme.
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O facto de achar que este Verão tem sido fresco é já uma prova do aumento da temperatura em Portugal. Nos últimos anos tivemos 4 dos 5 verões mais quentes desde que 1931.
Verão de 2005 – o mais quente (anomalia: +2.38 °C)
Verão de 2004 – 3º mais quente (anomalia: +1.92 °C)
Verão de 2003 – 4º mais quente (anomalia: +1.91 °C)
Verão de 2006 – 5º mais quente (anomalia: +1.80 °C)
Depois disto um Verão normal, como o que estamos a passar, até parece fresco.
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“Dan Diz:
27 Agosto, 2008 às 6:48 pm
O facto de achar que este Verão tem sido fresco é já uma prova do aumento da temperatura em Portugal”.
A lógica é, definitivamente, uma batata.
Quando a temperatura baixa, é porque aumentou…
Nada mal pensado, não senhor.
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Mais um “aquecedor” que acha que quatro verões no jardim são significativos para o aquecimento global.
Terá cuidado de ver como são tomadas em Portugal esses valores?
desconfio que nem isso.
Depois queixam-se que quando sopra uma brisa digam que está a arrefecer.
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DAN
não sei onde foi buscar esses dados.
Um facto.
Este Verão está a ser mais fresco que as médias dos anos entre 1971 e 2000.
Não estou a comparar com os últimos mais quentes. Mas com os dos ultimos 30 anos do século passado!
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É só peritos em climatologia aqui. Eu por mim prefiro acreditar em quem está no terreno e estuda estes assuntos a sério. A esmagadora maioria da comunidade científica acredita que estão a ocorrer alterações climáticas (que diferem de zona para zona), muito provavelmente resultantes da actuação do Homem. Para certezas a 100%, apenas o JM e a sua fé inabalável de que o mercado resolve tudo (ou de que a economia é uma ciência…).
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Sokal:
Correntes termohalinas, são as que, na sua dinâmica, se afundam. A Corrente do Golfo afunda-se na Terra Nova e no Mar da Noroega, tornando-se uma corrente termohalina que vai alimentar as águas profundas do Atlãntico Norte. Este afundamento está a ser perturbado pela enorme quantidade de água doce do degelo do Ártico, levando os cientista a dizerem que pode parar dentro de anos, de décadas, ou de repente como quem desliga um interruptor. O Ártico, ao ritmo actual, deve perder o gelo em 2040, com a subida dos mares e inundação de grande parte das terras produtivas. Hoje já é observável o aumento dos dias em que é navegável a passagem de Nordeste junto à Sibéria, e a passagem Noroeste junto ao Canadá. Outro problema do degelo consiste na libertação do metano que está congelado, com efeitos muito nocivos para o efeito de estufa.
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E como explicam as 4 glaciações da era cenozóica da terra?
O homem de Neander não andava de carro, nem tinha fabricas poluidoras….e no entanto perdeu-se na passagem da terceira para a quarta glaciação.
A sistema solar e a nossa galáxia, simples pó no universo, atravessam grandes espaços siderais no seu movimento em direcção ao grande atractor.
Somos uns pindéricos ao acreditarmos nessas patranhices das alterações climáticas provocadas pela acção humana.
É só alienação e condicionadores para o Zé pagode.
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Xico Xico Diz:
27 Agosto, 2008 às 3:38 pm
(…)
Chega?
Quanto aos meses de Junho e Julho gostaria de ver uma comparação desde 1880, pois jamais poderei acreditar que tenham sido os mais quentes. Achei os mais frios de quase sempre de que me lembro.»
Chega pra quê? Para ficar a saber que ontem esteve frio, ou quente? E então? E para a comparação pode ler o estudo da agência governamental dos EUA que linquei lá em cima – se quiser acreditar, acredite; se não, se acha que para concluir o que quer que seja sobre alterações e aquecimento globais é relevante o facto de o meu amigo andar com frio em Agosto, paciência.
Agora: também não percebo onde foi buscar esses dados; Junho é o contrário do que diz: só *não* foi mais quente em zonas muito localizadas (Aveiro; Gerês, como se pode ver aqui: http://www.meteo.pt/resources.www/data/clima/mapas.graficos/ajnWNpGwReQrLTWRoepz/mtxan200806.jpg). Julho está geralmente na média, e Agosto ainda não está disponível. E podia ter contado a história completa, que o Inverno e Primavera de 2007-08 foram, com excepção de Maio, muito mais quentes que essa tal média dos últimos 30 anos.
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Então como raio justifica que CO2 afecte tal coisa? Como se vê é impossível.
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Epá isto é que é sim senhora! se hoje às 3 da manhã a temperatura fôr mais quente que às 2:55 quer dizer que o aquecimeto global já bate certo mas e se amanhã chover atenção que é tanga a não ser que o professor Corte Real apareça a dançar a dança da chuva num monte Alentejano aí já quer dizer que não há nada como uns bons toques de sapateado contra o aquecimento global e os tufões na China. Entretanto já se sabe que a taxa de africanização no sangue Português nunca deu frutos no Alentejo por isso construam ja aí uma assentada de centrais nucleares que quando isto começar a aquecer vai andar toda a gente de papo pó ar
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Sintomático:
Acreditar..
depois…a maioria dos da comunidade cientifica acredita (novamente) que estão a ocorrer ALTERAÇÕES CLIMÀTICAS……provavavelmente….por acção go homem.
Pois é…deixando de parte o acreditar” em termos científicos é sintomatico que não seja “aquecimento” mas sim “alterações”.
Depois o provavelmente é que vem esgragar tudo. Acreditam provavelmente ou provavelmente acreditam?
Não é segredo para ninguem que a comunidade cientifica toda ela sabe desde há muito que alterações climáticas sempre as houve, muito antes até de o bípede homem aparecer.
Ficamos então pelo provavel da sua interferencia nas ditas cujas….posição aliás muito sensata e merecedora de cotinuação de muito estudo.
Esta no entanto é diametralmente oposta ás certezas do aquecimento, das catastrofes dos furacões e por ai fora.
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Hehehe http://www.dvice.com/archives/2008/08/the_shooter_beg.php
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