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Leituras: The Post-American World.

7 Setembro, 2008
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Publicado em 2008, “The Post-American World”,  é uma obra de Fareed Zakaria, o autor de “The Future of Freedom”.  A edição analisada  é a 1ª edição da editora W.W. Norton & Co., New York.

 

Trata-se de uma obra de leitura interessante, que procura abordar, com base na situação actual, a evolução previsível para os próximos anos, no que respeita à cena internacional. Para Zakaria, o mundo assiste a the rise of the rest: à subida da importância de vários outros actores para além da América, processo que levaria a um Post-American World.  

 

Entre as causas do fenómeno, o autor identifica “the free movement of capital” (pág. 23), levando a que “Global growth is the big story of our times” (pág. 27). O número de actores com importância tem vindo a aumentar, e o mesmo sucederia com o nacionalismo – os novos poderes estariam “Entering the Western order but doing so on their own terms” (pág. 36).

 

Zakaria analisa a China (Cap. 4, The Challenger,) e a Índia (Cap. 5, The Ally), de forma interessante a denotando profundo conhecimento de cada um dos países, contrapondo o possível “Central planning that Works?” (pág. 93), embora “Too big to hide” (pág. 114) a uma democracia que sentiria “The necessity for governnment” (pág. 140), embora baseada numa cultura na qual “Nothing is required, nothing is forbidden” (pág. 153).

 

O autor parte então para a análise da situação da América, tomando como termo de comparação o império britânico e a respectiva evolução. Para Zakaria, o declínio britânico teria sido ditado, entre outros factores, por um declínio económico. Neste ponto residiria uma diferença fundamental em relação à situação dos EUA – o autor não identifica, neste caso, uma deterioração económica irreversível (pág. 180).

 

Na parte final da obra, Zakaria propõe um conjunto de “New rules for a new age”, em número de seis, começando com “Choose” ( a necessidade de estabelecer prioridades) e terminando com “Legitimacy is power”.

 

Como comentário, diria que “The Post-American World” transmitindo embora a ideia de que a “subida dos restantes (dos outros)” é um fenómeno irreversível, transmite igualmente uma imagem relativamente optimista da posição da América. Mas se o autor nota que a demografia europeia constituiria “one crucial disadvantage” (pág. 196) em relação à América, contas simples sobre demografia poderiam implicar conclusões menos simpáticas para os EUA. Uma solução poderia ser, aliás como sugeriu, também, H. Kissinger (em “Does America need a Foreign Policy?”, 2001) uma extensão da aliança transatlântica, do plano militar, para o plano económico.

 

José Pedro Lopes Nunes

9 comentários leave one →
  1. sam, the kid's avatar
    sam, the kid permalink
    7 Setembro, 2008 10:21

    preocupa-me viver num portugal desnorteado e sem futuro à vista
    república socialista e terceiro mundista

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  2. Desconhecida's avatar
    7 Setembro, 2008 10:34

    Os seus artigos de opinião para o Washington Post em que também é co-moderador de um fórum de debate político, podem ser lidos aqui:

    http://newsweek.washingtonpost.com/postglobal/fareed_zakaria/2008/09/levers_on_moscow.html

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  3. Manuel Vaz's avatar
    Manuel Vaz permalink
    7 Setembro, 2008 11:20

    A luta contra o imperialismo é dificil mas a vitória é certa: o mais tardar, quando a abundância da energia fóssil acabar, e a energia usada por pessoa descer para menos de 1/5, mesmo nos países considerados desenvolvidos (em todo o mundo, está a descer por pessoa deste 1979).
    Ainda antes, acabam as mais de 800 bases militares americanas no estrangeiro, mas vão tentar manter as do Iraque e Arábia S.
    Afrancezado, aka Fala Francês, Da Francia, Manuel Vaz

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  4. Marco Oliveira's avatar
    7 Setembro, 2008 12:42

    Aguarda-se a tradução portuguesa.

    Sobre este assunto:
    The Rise of the Other (F. Zakaria)

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  5. Desconhecida's avatar
    7 Setembro, 2008 14:32

    E Obama que foi alcaçando por McCain:

    Sunday, September 07, 2008

    The Rasmussen Reports daily Presidential Tracking Poll for Sunday, September 7, shows the race for the White House is tied.

    In the first national polling results based entirely on interviews conducted after Sarah Palin’s acceptance speech, Barack Obama gets 46% of the vote and so does John McCain. When “leaners” are included, it’s all even at 48%. Tracking Poll results are released at 9:30 a.m. Eastern Time each day and a FREE daily e-mail update is available.

    http://www.rasmussenreports.com/public_content/politics/election_20082/2008_presidential_election/daily_presidential_tracking_poll

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  6. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    7 Setembro, 2008 14:45

    Os handicaps dos EUA são uma sociedade excessivamente regulada, uma escola socialista nas mãos dos sindicatos e a vontade de uma parte importante da sociedade americana que pretende seguir com projectos estatistas.

    O resto do mundo emergente:
    A partir do momento em que biliões de pessoas deixam de estar forçadas sobre a pata da economia planificada Socialista – a mais desastrosa experiência económica de sempre com consequências para a vida de todo o planeta – a prosperidade é o caminho natural.

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  7. .'s avatar
    7 Setembro, 2008 15:44

    Caro amigo JPLN

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  8. .'s avatar
    7 Setembro, 2008 15:48

    Caro amigo JPLN,

    Ainda bem que li há 5 anos «Após o Imperio» de Emmanuel Todd.

    Assim não fiquei surpreendido, como aconteceu consigo ou com o tal Zacarias.

    No tempo da Internet não há desculpa para a ignorância…

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  9. jose ferreira da silva's avatar
    jose ferreira da silva permalink
    8 Setembro, 2008 13:38

    MUITO BOM

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