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Liberalismo 2008 – O tempo e o contexto

22 Setembro, 2008
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Bem sei que as prestações de António Vitorino, segundas à noite, na RTP 1, são festivais de banalidades que seguem à risca e até à exaustão a cartilha do politicamente correcto – por isso, não foi surpreendente observar o contentamento perante os tempos de «incremento da regulação a todos os níveis» que se aproximam.
Infelizmente, Vitorino tem razão. Embora o Estado falhe quotidianamente em todas as dimensões da sua actividade, qualquer crise do mercado é vista como a falência irremediável dos pressupostos do mercado livre. E pôr em causa a presença do Estado em toda a parte continua a ser uma heresia. A partir de agora vai ser pior.
Só tenho pena que o irrealismo quase irremediável de tantos dos que dizem defender a liberdade dos mercados não lhes permita compreender que o modo dogmático e pretensamente racional como o têm feito apenas lesa a causa que julgam defender. Enquanto fazem contas e interpretam gráficos, as pessoas afastam-se da ideia liberal muito por causa da caricatura economicista e impessoal que tem sido alardeada – quer pelos inimigos do mercado livre quer por muitos dos seus iludidos defensores, convenhamos.
Politicamente, os tempos parecem estar sombrios para a ideia da liberdade económica. Logo, para a liberdade política também.

48 comentários leave one →
  1. Anónimo permalink
    22 Setembro, 2008 21:16

    Festivais de banalidades não. Por vezes são de uma falta de vergonha que ultrapassa todos os limites.

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  2. JoaoMiranda permalink*
    22 Setembro, 2008 21:19

    ««Só tenho pena que o irrealismo quase irremediável de tantos dos que dizem defender a liberdade dos mercados não lhes permita compreender que o modo dogmático e pretensamente racional como o têm feito apenas lesa a causa que julgam defender. »»

    CAA,

    Ainda não li nenhum contra-argumento contra esses irrealistas.

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  3. 22 Setembro, 2008 21:31

    João,

    http://euobserver.com/9/26784/?rk=1

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  4. 22 Setembro, 2008 21:36

    Jon Stewart – a fraca memória do Procurador-Geral Alberto Gonzales

    Jon Stewart, do Daily Show, relembra-nos, com humor, os extraordinários argumentos do agora ex-Procurador-Geral dos Estados Unidos, que depôs perante o Comité Judicial do Senado em Agosto de 2007. Entre várias controvérsias e alegações de perjúrio, Alberto Gonzales anunciou depois a sua resignação do cargo em Setembro de 2007. Mas recordemos o seu depoimento no Senado:

    Jon Stewart: Na opinião de alguns, o Procurador pecou por alguma falta de franqueza.

    Gonzalez: Não me recordo exactamente; não me recordo do conteúdo… ; não tenho qualquer ideia disso; não me recordo de todo; dou voltas à memória… ; senador, não me recordo; Só posso falar do que me recordo; não me recordo de me lembrar… ; havia uma reunião marcada para as 9 horas de 27 de Novembro na minha agenda, mas não me recordo dessa reunião…

    Bush: O Procurador-geral apresentou-se perante o Comité e prestou um depoimento muito cândido. Respondendo de forma honesta a todas as perguntas que podia responder e aumentando a confiança que deposito nele para este cargo.

    Vídeo (legendado em português) – 4:53m
    ..

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  5. Nuspirit permalink
    22 Setembro, 2008 21:47

    “Ainda não li nenhum contra-argumento contra esses irrealistas.” JM

    Boa , João Miranda.Quem tem fortes convicções é mesmo assim que fala. Mas mesmo que as tuas convicções estejam certas, o CAA não deixa de ter razão.

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  6. Nuspirit permalink
    22 Setembro, 2008 21:50

    Seja como for há um contra-argumento que o João Miranda nunca conseguirá elidir: não há evidências empíricas de que a ausência de regulação seria uma solução melhor. Aqui, como estamos no domínio das crenças, não há voltas a dar.

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  7. anti-comuna permalink
    22 Setembro, 2008 21:50

    Diziam que este Ministro das Finanças era sério, rigoroso e competente. Só que acabado o efeito do pesado arrastão fiscal e do ciclo económico favorável exterior, as verdades vêm ao de cima. E a verdade é esta:

    AS CONTAS PÚBLICAS ESTÃO EM FORTE CRISE. Novamente…

    Diziam estes mentirosos que nos desgovernam que as contas do estado estavam consolidadas e preparadas para enfrentar um choque económico. Só que, infelizmente, o descontrolo orçamental é de tal forma escandaloso e vergonhoso, para quem se disse que fez reformas na Adm. Pública, que só mesmo congelando as despesas até ao final do ano, o estado conseguirá evitar a explosão do défice.

    De Janeiro a Agosto, as despesas correntes crescem, pasme-se ó parolitos portugueses, que enfardam toda a mentirola governamental, como dizia, crescem… 4,8%!!!

    Sim, é verdade. As despesas correntes do estado estão a crescer… 4,8%. A passo que a receita corrente cresce uns meros 1,9%, e só não é pior o descalabro orçamental, porque as receitas extraordinárias são aos montões. Sem falar nas, claro, desorçamentações. Marteladas. E chapeladas várias.

    Agora sejamos realistas. Com este descontrolo das contas públicas e com esta má governação, preparem-se os portugueses para o inevitável: VAMOS SER EXPULSOS DA ZONA €URO!

    E vai ser triste. Vai ser triste como vamos ser corridos do euro, logo numa altura em que o credit crunch está a asfixiar os superendividados. Como os portugueses.

    O que me espanta, é que num país com tantos bota-faladuras, na rádio, televisão, jornal e até portas-de-csas de banho, nenhum tenha coragem de dizer aos portugueses: PORTUGAL, APÓS O MAIOR ARRASTÃO FISCAL DA HISTÓRIA MODERNA, ESTÁ OUTRA VEZ COM UMA CRISE ORÇAMENTAL SEM SOLUÇÃO À VITSA. PORTUGAL VAI SER EXPULSO DA MOEDA ÚNICA, PORQUE TEM DOIS DÉFICES IMPERDOÁVEIS: O DEFICE DA BALANÇA CORRENTE, POIS NÃO CONSEGUE EXPORTAR E O DÉFICE ORÇAMENTAL, POIS O ESTADO SÓ SABE ENGORDAR.

    E é assim, meus amigos. Se julgam que as taxas de juro agora são elevadas, esperem quando tivermos de volta a nossa própria moeda, o Tostão Furado. As taxas de juro da nossa moeda deverão rondar os 11%. Ou mais.

    Imaginem Portugal com taxas de juro na casa dos 10, 11%. Imaginem como vai ser pagar as dívidas. Num país que nem sequer consegue exportar para pagar as suas dívidas ao exterior.

    E todos têm culpas. Desde o PR que deixa-os estoirar com as contas públicas, à oposição que não critica nem propõe soluções para esta crise orçamental. Desde os jornalistas que escondem os factos até aos bota-faladuras nacionais, que discutem mais o sexo dos anjos que os problemas reais de Portugal e dos portugueses.

    Espanta-me como muito pseudo-intelectual portuga dedique mais tempo a criticar e a analisar a crise americana que a sua própria crise. Como se criticar o mal alheio enchesse barriga aos portugueses.

    Vai ficar caro aos portugueses termos um ministro das finanças, que tal como de 95 a 99, foi uma lesma morta a governar as nossas contas públicas. Vai deixar uma pesada herança ao próximo titular da pasta, tal como sucedeu em 1999. Se calhar, para premiar a sua incompetência, quando este ministro for corrido até lhe vão dar um tacho nalguma empresa pública ou cotada dependente do estado para manter os seus lucros.

    Num país como este, mais lestos a dar soluções aos americanos que procurar resolver os seus problemas internos, é natural que isto estoire tudo.

    Comprem uns bons pára-quedas, pois bem vamos precisar.

    O PAÍS CONTINUA DE TANGA!

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  8. JoaoMiranda permalink*
    22 Setembro, 2008 21:51

    ««não há evidências empíricas de que a ausência de regulação seria uma solução melhor.»»

    Isso é um argumento para mais regulação?

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  9. Nuspirit permalink
    22 Setembro, 2008 21:54

    No fundo, o CAA tem o fundado receio que se deite fora o bebe com a água do banho. Atitude bem prudente, refira-se. Se o João Miranda conhecesse um pouco melhor a psicologia das multidões não desdenharia deste pertinente reflexão do CAA.

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  10. JoaoMiranda permalink*
    22 Setembro, 2008 21:55

    ««João,

    http://euobserver.com/9/26784/?rk=1»»

    CAA,

    Isso não é um argumento. É mais uma ideia inconsequente.

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  11. JoaoMiranda permalink*
    22 Setembro, 2008 21:56

    ««No fundo, o CAA tem o fundado receio que se deite fora o bebe com a água do banho. Atitude bem prudente, refira-se. Se o João Miranda conhecesse um pouco melhor a psicologia das multidões não desdenharia deste pertinente reflexão do CAA.»»

    Eu percebo a ideia. Vamos aderir ao socialismo para salvar o liberalismo.

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  12. Nuspirit permalink
    22 Setembro, 2008 21:56

    “Isso é um argumento para mais regulação?”

    Claro que é. As pessoas legitimamente têm receio do desconhecido. Então quando temos experts de todo o lado a garantir que ausencia de regulação é o caos absoluto, o que é que deveremos fazer?

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  13. Nuspirit permalink
    22 Setembro, 2008 21:59

    “Eu percebo a ideia. Vamos aderir ao socialismo para salvar o liberalismo.”

    Não precisas de ironizar comigo. No mundo, caro JMiranda, entre o socialismo e o capitalismo existem tantas tonalidades! Admira-me, um tipo tão inteligente como tu, não consiga enxergar essa banalidade.

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  14. anti-comuna permalink
    22 Setembro, 2008 22:00

    Caro CAA, não quer fazer um comentário ao “magnifico” trabalho do ministro da despesa pública?

    Não era Vc. que dizia que ele era competente. Mais. Vc. até dizia que ele era mais competente que a Ferreira Leite.

    Não quer comentar estes dois quadros, caro CAA?

    Estou para ver como agora Vc. vai defender este pastelão que agora manda no ministério das finanças?

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  15. JoaoMiranda permalink*
    22 Setembro, 2008 22:01

    ««Claro que é.»»

    Como é que a falta de provas de que X tem efeitos nefastos pode ser uma prova de que X tem efeitos positivos?

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  16. JoaoMiranda permalink*
    22 Setembro, 2008 22:03

    ««No mundo, caro JMiranda, entre o socialismo e o capitalismo existem tantas tonalidades! »«

    Eu sei disso. Mas não vou dizer que um sistema misto está certo quando ele está errado. Não acredito na subjugação da honestidade intelectual à táctica política.

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  17. Nuspirit permalink
    22 Setembro, 2008 22:04

    “Como é que a falta de provas de que X tem efeitos nefastos pode ser uma prova de que X tem efeitos positivos?”

    Tens razão, expliquei-me mal. O que eu quer dizer que a regulação é um mal menor, porque quem defende a ausência de regulação é pouco convincente nos seus argumentos. Como é o teu caso.

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  18. 22 Setembro, 2008 22:05

    “Ainda não li nenhum contra-argumento contra esses irrealistas.” JM

    Nem ninguém o pode obrigar a ler o que não lhe convém.

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  19. JoaoMiranda permalink*
    22 Setembro, 2008 22:06

    ««Então quando temos experts de todo o lado a garantir que ausencia de regulação é o caos absoluto, o que é que deveremos fazer?»»

    Argumentar honestamente em favor do que consideramos estar correcto. O contrário seria uma vergonha e uma cobardia.

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  20. Nuspirit permalink
    22 Setembro, 2008 22:06

    “Não acredito na subjugação da honestidade intelectual à táctica política.”

    Okay. Eu até admiro isso. O problema é se essas tuas convições não são mais do dogmas puros. A dúvida é legitima. E como sabes as ortodoxias são uma merda.

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  21. JoaoMiranda permalink*
    22 Setembro, 2008 22:08

    ««O que eu quer dizer que a regulação é um mal menor, porque quem defende a ausência de regulação é pouco convincente nos seus argumentos. Como é o teu caso.»»

    Não me lembro de defender a ausência de regulação. Seja como for, o facto de eu não ser convincente no ambiente cultural em que vivemos não me preocupa muito. Não será por isso que vou passar a defender o contrário do que acredito.

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  22. simon permalink
    22 Setembro, 2008 22:08

    Estaremos a caminho da Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia, do estado abrangente da vida, como um padrão social de vida, onde não caiba a liberdade de exploração económica os EUA e, através da mafia, judeus e irlandeses, se importou? Numa coisa estamos já sintonizados, que por esse Norte se equilíbrio passou hoje o Verão a Outono, pelas 14H e tal e também por cá.

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  23. Nuspirit permalink
    22 Setembro, 2008 22:09

    “Argumentar honestamente em favor do que consideramos estar correcto. O contrário seria uma vergonha e uma cobardia.

    É justamente por isso que eu sou um teu fã. Discordo de ti mas admiro-te muito. Intelectualmente falando estás muito acima de qualquer um de nós que por aqui anda.

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  24. JoaoMiranda permalink*
    22 Setembro, 2008 22:09

    ««E como sabes as ortodoxias são uma merda.»»

    Qual ortodoxia? A que, partindo da ideia errada de que não há regulação, conclui que tem que haver mais regulação (leia-se: mais controlo aministrativo da economia pelo Estado)?

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  25. anti-comuna permalink
    22 Setembro, 2008 22:11

    Ainda estou a ver os gajos do PSD pedirem ao Constâncio que faça o mesmo exercicio que ele fez com o OE do Bagão Félix. lolololololol

    Qual seria o défice previsto até ao final do ano? 6,8428157621%?

    LOLOLOLOLOLOL

    É o completo descalabro do estado. O PR que não abra os olhos, não. Que vai sobrar também para ele.

    Não era suposto o nosso PR ser um grande professor de… Finanças Públicas? E ele cala-se com o trabalho incompetente do pastelão? ahhahahahah

    Vai ser lindo o enterro colectivo, vai. Depois ainda se queixam que estamos no grupo dos… PIGS!

    Toma e embrulha, Cavaco.

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  26. Nuspirit permalink
    22 Setembro, 2008 22:12

    Quando disse que eras pouco convincente obviamente era uma provocação. Tomaramos nós ser tão convincentes como tu!

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  27. JoaoMiranda permalink*
    22 Setembro, 2008 22:13

    Anti-Comuna,

    Não acredite nisso. Ninguém liga nenhuma. Não tem seguido o que diz o Sócrates? Vamos ter mais computadores nas escolas e outras coisas do género. E a Segurança Social é uma ilha de estabilidade num oceano de fundos de pensões falidos.

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  28. António Parente permalink
    22 Setembro, 2008 22:14

    Pelo que leio, posso concluir que se considera mais regulação = menos liberdade para o mercado. Não tem de ser necessariamente assim. A regulação pode constituir apenas um conjunto de regras que previnem o risco sistémico, impedem os agentes de se auto-destruirem e de arrastarem outros na sua queda. Com o sistema financeiro a questão é mais pertinente porque a queda de um grande banco pode arrastar outras instituições e empresas não financeiras provocando uma crise global.

    Li hoje que já tinha começado uma corrida aos depósitos nos EUA. Em poucos dias foram levantados 89 mil milhões de dólares. Sem confiança as coisas não funcionam.

    A regulação não precisa de ser complexa: basta exigir transparência e uma gestão prudente. E tem uma vantagem: coloca todos os concorrentes em condições de igualdade e evita “batotas”.

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  29. Nuspirit permalink
    22 Setembro, 2008 22:15

    Não é mais regulação. È melhor.Até pode ser menos. Neste caso dos mercados financeiros até parece ser esse o caso.

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  30. 22 Setembro, 2008 22:15

    A liberdade não sobrevive sem responsabilidade. A irresponsabilidade económica pode fazer muito mal à liberdade económica. A irresponsabilidade dos mercados financeiros pode assassinar os mercados financeiros.
    Depois de apagar o fogo com rios de dinheiro, é urgente, agora, responsabilizar as sociedades de notação, as entidades reguladoras, os acountants, os supervisors, e sobretudo os fat cats que se encheram de dinheiro com bonuses e stock options.
    Se coisas destas ficarem a compensar, desparecerá uma coisa sem a qual nenhum mercado funciona: a confiança.
    Abrenuncio!

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  31. 22 Setembro, 2008 22:16

    Jon Stewart – a fraca memória do Procurador-Geral Alberto Gonzales

    Jon Stewart, do Daily Show, relembra-nos, com humor, os extraordinários argumentos do agora ex-Procurador-Geral dos Estados Unidos, que depôs perante o Comité Judicial do Senado em Agosto de 2007. Entre várias controvérsias e alegações de perjúrio, Alberto Gonzales anunciou depois a sua resignação do cargo em Setembro de 2007. Mas recordemos o seu depoimento no Senado:

    Jon Stewart: Na opinião de alguns, o Procurador pecou por alguma falta de franqueza.

    Gonzalez: Não me recordo exactamente; não me recordo do conteúdo… ; não tenho qualquer ideia disso; não me recordo de todo; dou voltas à memória… ; senador, não me recordo; Só posso falar do que me recordo; não me recordo de me lembrar… ; havia uma reunião marcada para as 9 horas de 27 de Novembro na minha agenda, mas não me recordo dessa reunião…

    Bush: O Procurador-geral apresentou-se perante o Comité e prestou um depoimento muito cândido. Respondendo de forma honesta a todas as perguntas que podia responder e aumentando a confiança que deposito nele para este cargo.

    Vídeo (legendado em português) – 4:53m

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  32. JoaoMiranda permalink*
    22 Setembro, 2008 22:21

    ««Não é mais regulação. È melhor.Até pode ser menos.»»

    Obviamente que não é isso que os comentadores em Portugal têm em mente. Mais regulação para eles é mais socialismo. Por isso é que é importante mostrar duas coisas:

    1. que já existe regulação
    2. que nem toda a regulação tem efeitos positivos (só a regulação abstracta tem efeitos positivos)

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  33. António Parente permalink
    22 Setembro, 2008 22:23

    Veja-se aqui um caso em que os bancos exigem menos regulação. O artigo é do WSJ e foi publicado há poucos minutos. Copio-o porque é reservado a assinantes. Veja-se como “menos” regulação é utilizada…

    Transparency makes markets go round. But some banks want the government to suspend the use of market prices to value some assets.

    That would leave investors even more in the dark than they are now about bank balance sheets, potentially worsening the credit crisis. Investors could stop lending to banks or charge them more to borrow if they can’t gauge what these institutions are actually worth.

    Bankers seem oblivious to this danger, arguing that a moratorium on market-value accounting should be included in the government’s bailout plan. They contend that overly pessimistic market values don’t reflect the long-term value of assets and force banks into write-downs that imperil already strained capital.

    Never mind that these same banks also thought no-money-down, negative-amortization mortgages to subprime borrowers made sense. Or that the only way for banks to rid themselves of garbage loans is by foisting them onto taxpayers.

    Still, it is easy to see why banks are making this argument now. The close of the third quarter looms, and it is doubtful that the government bailout program will be running by then.

    Banks will face further pain when they set their balance sheets for the quarter, especially since investment banks already have taken significant write-downs of subprime and other dodgy mortgage securities. Banks should have to do the same.

    But they will likely balk, arguing that it doesn’t make sense to take losses on securities that the government will soon take off their hands. More important, to banks, marking prices down now could enable the government’s bailout fund to pay less for them.

    After all, banks aren’t worried about protecting taxpayers from losses, just saving their own skin. And if they have to suspend reality to do it, so be it.

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  34. JoaoMiranda permalink*
    22 Setembro, 2008 22:24

    ««Pelo que leio, posso concluir que se considera mais regulação = menos liberdade para o mercado. »»

    O que eu defendo é que a regulação com maior probabilidade de ser aplicada destruirá os mecanismos de auto-regulação do mercado e terá efeitos contrários aos desejados.

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  35. john doe permalink
    22 Setembro, 2008 22:25

    ha duas maneiras de ver a coisa. Uma regulação mais forte beneficiará o liberalismo económico. O que se pretende é que o estado não seja um player mas que apresente regras claras de livre concorrencia e sustentabilidade do sistema. Por outro lado este (um regulador à escala global) pode ser o primeiro passo historico para um governo mundial e para um mercado realmente global.

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  36. anti-comuna permalink
    22 Setembro, 2008 22:25

    “Não acredite nisso. Ninguém liga nenhuma. Não tem seguido o que diz o Sócrates?”

    Pois é. Mas o que se está a passar nas contas públicas é o prenúncio do que nos espera. E cabe à sociedade civil exigir que o governo seja sério pois está em risco a manutenção na moeda única.

    “Eles” estão mortinhos que metamos a pata na poça para sermos corridos. E nós, nabos, vamos fazer-lhes a vontade.

    O défice das contas correntes do Estado está quase a duplicar em apenas 8 meses. Imaginem o que nos espera até ao final do ano. Vai ser terrível.

    Mas eu preocupa-me como estejamos cada vez mais próximo do abismo e ninguém liga nenhuma. Faz lembrar a orquestra do… Titanic! Glup!

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  37. Anonimo permalink
    22 Setembro, 2008 22:26


    Se as Regulações fossem money para pagar aos credores e depositantes dos Bancos:
    .
    http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601087&sid=aAr0S8U56nRk&refer=home
    .
    então estaria bem, regulem lá mais regulações regulando o já regulado para o regulado ser desregulado outra vez.
    .
    Mas não é assim: dinheiro defende-se, ou ataca-se, com dinheiro; Capitalismo.
    .
    Não é com mais papeladas e papeletas dos “toinos” estatistas da nomenklatura e do appartnik que também vão nesta enxurrada. Tal qual o 11 de Setembro o Mundo já não é o mesmo desde Junho de 2007 já lá vai um ano e tal.

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  38. simon permalink
    22 Setembro, 2008 22:27

    Coisa é certa, diz Palin, que não é justo pegar da parca economia dos contribuintes, assaltados de toda aparte, para acudir aos quadros bem remunerados de casino, que o jogaram e roubaram, alegremente, e ainda o levam em chorudas (escandalosas) mesadas, sem que ninguém lhes peça alguma satisfação.

    E eu estou de acordo com ela, ainda concedendo que se acuda ao paciente, sem deixar fugir a assobiar o ladrão.

    Mas não era esta a suposta figura nomeada para apoiar um tal republicano canastrão?!

    Que eles não divergem grandemente, depois que o Clinton colmatou a política liberalista iniciada em Reagan, ora hasteada em fogo de artifício mesmo ao termo dessa equipa que pegou fogo às torres gémeas, como ao Iraque, a todo o mundo e ao Afganistão.

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  39. António Parente permalink
    22 Setembro, 2008 23:09

    <>

    Um dos mecanismos de auto-regulação dos mercados é a falência. Os menos aptos ficam insolventes e os mais aptos ganham quota de mercado. Já lá dizia Marx que a fase última do capitalismo seria a fase monopolista e (espero que a memória não falhe) a mundialização do capital. Para lá caminhamos. Esperemos que a auto-regulação não signifique auto-destruição e que o liberalismo não seja o caminho mais curto para o capitalismo estatizado.

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  40. Curiosamente permalink
    22 Setembro, 2008 23:18

    “a fase última do capitalismo seria a fase monopolista e (espero que a memória não falhe) a mundialização do capital. Para lá caminhamos.”

    Não é preciso Marx. Basta comprar aquele jogo do Monopólio. Compra-se casas, pede-se dinheiro, mas no final fica só um. O retrato mais fiel do Neo-Liberalismo. Os adultos é que esquecem o que jogaram quando eram crianças, e quando jogam adultos, tem a mania que vão ganhar. Não fazem a relação.

    Colbert, no seu programa tinha uma rubrica denominada “Word” em que escolhia uma palavra com a qual fazia rábulas. Uma vez escolheu monopoly, e a audiência pensava que ele iria falar de vários monopólios. Só que Colbert falou do célebre Jogo “Monopoly”.

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  41. escrotorectal permalink
    22 Setembro, 2008 23:38

    O sentimento que o homem suporta com mais dificuldade é a piedade, principalmente quando a merece. O ódio é um tónico, faz viver, inspira vingança; mas a piedade mata, enfraquece ainda mais a nossa fraqueza
    Balzac..
    Estes tempos só me fazem pena das pessoas que defendem o money ..capazes de vender o filho, mulher , cão e gato..tudo se vende ..tudo se compra..só a mora pode servir de de regulação..qual moral? Os hedonistas só tem uma moral o prazer a todo o custo..

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  42. 22 Setembro, 2008 23:45

    CAA , como é que se põe ordem no caos?
    Não percebo nada disto , mas falam de mercado patati patata como falam de estado.
    Mercado e estado são pessoas e pessoas são más , egoistas, e estão-se borrifando para regras ou leis ( e com razão , a (in)justiça é só para pobres) A corrupção está sempre ao virar da esquina , e nessa coisa do mercado , como é o mercado que manda nos políticos , muito sinceramente , não vejo solução nenhuma. É tipo pescadinha de rabo na boca.

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  43. 23 Setembro, 2008 00:17

    «http://euobserver.com/9/26784/?rk=1»»

    CAA,

    Isso não é um argumento. É mais uma ideia inconsequente.»

    Não. É uma ideia consequente do tempo em que estamos. Se calhar, seria bom percebermos porque é que chegamos até aqui. Porque não foi por acaso. Não se deita fora a ideia do mercado livre ao primeiro soluço do mercado. Isto é mais profundo.

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  44. 23 Setembro, 2008 00:59

    Pois é mais profundo, CAA .Mas até é fácil de perceber : ele há uma resistência do ser humano ao equilibrio das partes , um amor doentio ao poder . Puxamos sempre para um lado da corda e ás tantas , os que estão do outro lado , chateiam-se , ou , como neste caso , viram insolventes.
    De aí que a educação à maneira de Habermas fosse tão importante.
    Não são defeitos do mercado , não são defeitos do estado ; são defeitos do ser humano. Bem podem pedir mais ou menos regulação que estes problemas não se resolvem assim. A democracia e o seu liberalismo ( que suponho que implique democracia ), não sendo um estado de espirito ,como disseram por aí , é mesmo uma forma de viver na vida de todos os dias e nas relações com os outros. Não passa por votar , passa é para olhar para o outro como sendo merecedor de tudo o que temos, (desde que se esforçe para isso , claro , tótó também não sou ), e não como uma coisa para explorar e para retirar dividendos.

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  45. Jason Statham permalink
    23 Setembro, 2008 02:27

    “Se calhar, seria bom percebermos porque é que chegamos até aqui. Porque não foi por acaso.”

    Esperamos todos sentados pelas explicações do Dr CAA.

    Aguardemos.

    (note-se bem a coragem do Senhor Miranda em ter chamado indirectamente cobarde ao Dr CAA por declamar poesia em vez de debater, e por ao mesmo tempo acusar quem debate de dogmatismo…

    uma delícia!)

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  46. Troll kalla mik permalink
    23 Setembro, 2008 03:47

    “Não se deita fora a ideia do mercado livre ao primeiro soluço do mercado. Isto é mais profundo.”

    Ha ha ha diziam o mesmo da URSS, ha foi so uma experiencia que falhou (um soluco) os valores sao bons e tal….

    Como ja disse e preciso ter muita fe, e muitas desculpas deslavadas..mais uma religiao para por ao lado do ambientalismo.

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  47. Rex Noster Liber Est permalink
    23 Setembro, 2008 09:18

    Talvez os tempos estejam maus, isso sim, é para a libertinagem económica! Como em 1933 fez o Presidente Roosevelt, é necessário fazer um “New Deal” qualquer para evitar novas catástrofes por mais que isso custe aos liberais portuenses e afins.
    Há alguns dias atrás, em conversa com um velho e amigo Professor, dei-me conta do seguinte: durante os anos 60, 70 e parte dos 80, o marxismo foi a cartilha da proto-religião do “politicamente correcto”; depois de Reagan e do colapso soviético, a cartilha religiosa do “politicamente correcto”, passou a chamar-se liberalismo. Parece ter sido essa cartilha que se rasgou agora finalmente.

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