Empirismo ingénuo III
Se X aconteceu antes da crise, então X causou a crise. A crise serve para contrabandear qualquer ideia. Pelos vistos, Rui Tavares pretende usar a crise para tornar respeitável o preconceito contra as elevadas remunerações dos gestores. Como é evidente, nestas condições qualquer discussão séria sobre a remuneração dos gestores está morta à partida. Quem é que vai conseguir explicar, durante uma crise supostamente catastrófica, que, se fosse possível baixar a remuneração ou alterar significativamente as remunerações dos gestores sem outros custos, os accionistas seriam os primeiros a celebrar? Se os accionistas ainda não conseguiram ou não quiseram alterar as remunerações dos gestores é porque existe uma boa razão para isso. Eu até tenho ideia do que será.
Mas tenho alguma curiosidade em saber qual será a solução estatista para este suposto problema. O Estado vai fixar tectos máximos dos salários dos gestores? Vai proibir a remuneração por objectivos? Como é que as empresas vão consguir atrair os melhores? Como é que se incentiva a boa gestão? O que é que poderá levar as pessoas criativas e competentes a trabalhar para terceiros em vez de trabalharem para si próprias? Como é que se impede que o gestor seja remunerado por baixo da mesa? E o que impede o gestor de se remunerar em géneros? Por exemplo, os gestores públicos por cá remuneram-se através da operação de redes de tráfico de influências. Como é que isso se evita? Ah, já sei. Através de mais, e mais, e mais, e mais regulação. Pois. A exploração da crise e do estado de suposta catástrofe também serve para que as pessoas se esqueçam de algumas das limitações do estatismo.

Numa palavra JM, você diz-nos que estamos numa crise sem saída e que tudo voltará a ser como era.O JM conseguiu, á custa do seu amor pela ganância, que
a especulação,a má gestão,a falta de respeito pelo dinheiro dos clientes,sejam práticas consideradas acima da lei e dos homens! E no entanto você sabe bem que a maior parte,se não a totalidade, daquelas perguntas têm uma resposta há muito conhecida.Avaliem a “performance” a 5/10/15 anos e não a curto prazo!!!
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««Avaliem a “performance” a 5/10/15 anos e não a curto prazo!!!»»
Porque é que os accionistas ainda não se lembraram dessa? Não são eles os principais interessados? Não são eles que têm o poder para o impor?
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Como os resultados da boa ou má gestão não são avaliáveis a curto prazo ( como é evidente pela crise do sistema) talvez pagar os incentivos após a consolidação mínima dos resultados? tipo de 5 em 5 anos , em lugar de anuais. Verdade é que provaram ser uma treta de gestores , sem visão de futuro. Enriquecimento sustentável , usando a palavra da moda?
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Não tinha lido o Luís Moreira. Já somos dois a pensar parecido.
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M,
Repito a pergunta feita no comentário #2.
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Bons gestores , se calhar ,se calhando ,também gerem bem as suas finanças e lá enganam os accionistas. Não sei avaliar os conhecimentos e a fé dos accionistas nos gestores é justificada. Ou se por trás dessas remunerações está pagar menos impostos.
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E se ao fim de dois anos a empresa estiver arruinada? Despede-se o gestor? E o gestor está disposto a aceitar um contrato e 5 anos sem prémios intermédios e durante o qual pode ser despedido?
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Não sei. Mas se fôr essa a regra geral terá de aceitar . E se põe capital alheio em risco , é justo que o seu também não seja seguro. E há sempre a hipótese de prémios intermédios mais comedidos e indeminizações por despedimento.
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João Miranda: acabei de ouvir o Hank Paulson concordar que vai ser preciso mexer na estrutura de incentivos dos CEOs. O Martin Wolf fez há meses, no Financial Times, a proposta de que falam aqui o Luís Moreira e o M: indexar os prémios dos administradores aos resultados a médio prazo das empresas. O Dean Baker escreve hoje (num artigo de que vou traduzir um excerto para o meu blogue daqui a pouco: http://ruitavares.net/blog/ ) que os incentivos dos administradores são uma peça central da crise — e não secundária como por vezes se acha. Esta é gente — principalmente o Martin Wolf e o Dean Baker — que tem um track record bastante melhor do que você em relação à crise. Eu — que sou um idiota — disse e escrevi há cerca de um ano, no início da crise do BCP, que os altos salários e prémios (que o Wall Street Journal) chamou de roubo puro e simples) eram um sintoma de uma opacidade do banco em relação aos seus accionistas, e que essa opacidade poderia esconder algumas coisas feias. Mas a questão vai para lá da opacidade, é claro: os altíssimos incentivos de curto prazo levavam os CEOs a agir de forma arriscada porque, se falhassem, o problema não era com eles.
Isto é uma questão, — se incentivos e irresponsabilidade têm relação — e está respondida. Nas empresas como no resto, você pode agir irresponsavelmente se os incentivos forem grandes ou, inversamente, se as punições não forem adequadas.
Porque é que os accionistas não se lembraram desta? Essa é outra questão. Mas pode estar descansado que se lembraram as entidades reguladoras, e os estados que ficaram a pagar a conta.
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Caro Ruitavares,
Pelo que percebi o seu argumento é que as suas ideias erradas são partilhadas por outras pessoas que também têm as mesmas ideias. ok.
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Isto é absolutamente idiota. Então há um crash como não existia desde 29 e alguém, sem ser tolinho, acredita que se evitava pagando menos a gestores?
Mas estamos maluquinhos ou quê?
Já agora só falta explicar como se resolvia a estranha questão de fundo- como é possível que a economia entre em recessão e tudo tenha défice a finança lucros fabulosos?
É que a história é apenas esta. O crash o resultado do sistema de gerar dinheiro a partir do ar.
É que até o BB já deu a resposta a estas análises- uma esquerda destas, que nem o comunismo advoga, não tem préstimo para nada.
Para dizer disparates até basta um capitalista mal informado.
Mas isto é mundial, é civilizacional, até.
Entra na cabeça de alguém sem ser maluco que se concerte com quem menores ordenados?
Ou ainda mais idiota, como li- que pudesse ter sido evitado. Evitado? há um ano? há 2, um sistema que funciona assim há mais 3 décadas?
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Saiu truncado a parte da citação do BB mas a ideia é esta. Até se fica de olhos em bico. Podia-se ter evitado um crash pagando menos.
Pagando menos a craques da bola também imagino que os clubes ficassem mais regulados, já agora.
C’um caraças. E ainda por cima irrita porque a questão é mesmo pertinente e civilizacional.
Mas deve ser pelo mesmo motivo que não se pode encontrar lucidez e uma perspectiva nova quando as ideologias são farinha do mesmo saco.
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Eu não tinha lata de andar a postar disparates destes e sem usar nick.
Juro. Perdeu-se o sentido do ridículo.
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««acabei de ouvir o Hank Paulson concordar que vai ser preciso mexer na estrutura de incentivos dos CEOs. »»
O argumento aqui é que o Paulson é forçado pelas circunstâncias a adoptar uma medida populista, logo o populismo deve ser bom.
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Leu uns sujeitos acerca de um assunto que não domina e acha que havia maneira de evitar um crash quando o que eles escreveram foram meras questões de fundo que nunca poderiam ser promessas para nada.
Ainda por cima ditas pelos que jogam nas crises. Isto é nem ter a noção do poder da finança.
É papão, mas é papão que desconhecem.
E, para ser justa, o mesmo se diga às tretas das “alegorias” de probabilidades que o João Miranda tem andado a postar.
Se fosse por causa de um ano de má colheita vinícula serviam na mesma.
É tudo aplicação de esquemas estruturalistas. E isto tem piada. Porque, em última instãncia, os ramos terminais do marxismo (RT) coincidem com o neoliberalismo-de-cartilha-marxista.
O pai deste pensamento ainda é o mesmo- o das leis que se tudo governam- o hegelianismo serôdio.
O facto do JM dizer que tudo é imprevisível não altera nada- parte do mesmo pressuposto que o RT. Que se trata de questões conjunturais, quando são mais que estruturais- são civilizacionais.
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Caro João Miranda: o meu argumento é que as pessoas que acertaram em relação à crise — ao contrário de você — e continuam a acertar semana após semana — ao contrário de você — acham que a estrutura de incentivos tem uma enorme influência sobre a forma como um CEO se comporta. coisa tão evidente que nem deveria precisar de ser escrita. e que no caso dos CEOs a estrutura de incentivos motivou comportamentos arriscados que deram no que temos aí à vista. isso faz sentido para mim. também faz sentido para mim que se você mudar a estrutura de incentivos poderá diminuir os comportamentos irresponsáveis. aqui — como não sou especialista — viro-me para a literatura especializada e vejo que uma das medidas mais consensuais é a que referiram o Luís Moreira e o M.: indexar os prémios aos resultados de médio prazo para diminuir a tentação do CEO de hoje deixar uma bomba-relógio ao de amanhã, uma vez que passa a ter interesse na estabilidade da empresa nos cinco-dez anos após a sua saída. há outras medidas, umas mais radicais outras menos, mas esta é um bom começo.
o seu argumento é o quê? que as suas ideias estão certas por não serem acompanhadas pela pessoas que mais têm acertado na descrição e previsão da crise? fantástico.
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“O argumento aqui é que o Paulson é forçado pelas circunstâncias a adoptar uma medida populista, logo o populismo deve ser bom.”
Tanto quanto entendi, o Paulson já concordava com mexer nas estruturas de incentivos, mas agora aceitou ligá-las ao plano de emergência.
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Ainda a história dos salários- mas alguém, em parte alguma do mundo, disse que a questão dos salários era peça sentral para evitar esta crise?
Para evitar um crash mundial???
Evitar???
Então se os próprios bancos preferem ir à falência para não evitar nada, quem é que ia fazer o trabalho por eles?
Um burocrata do governo? um técnico de contas?
Mas esta gente é louca! aquilo funciona com os maiores genizinhos do mundo, Os mesmos que podiam estar a fazer a Física de Um Hawking, e eram substituídos e controlados por porteiros de QI de empregado estatal
ehehehehe
Não têm a menor noção de nada e nem se importam com isso. Porque não falam disto para saber mas para vender lá as quinquilharias deles.
Na volta isto embrulha-se muito bem, mistura-se com patronato e despedimentos ou exploração dos trabalhadores e ainda ganham mais uns tachos e possibilidade de também sacarem à mesa do orçamento
Anda tudo ao mesmo.
“:O)))
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Claro que ele concordou em fazer propaganda para tranquilizar o povo. Algum deles diz que se está a viver um crash mundial?
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Além do mais, esta esquerda é tão ceguinha que até acredita que o estado americano vai fazer isto para salvar a populaça daquilo que não pode salvar.
Está visto que as ajudas vão ser para os poderosos da finança! caramba, o dinheiro está nas mãos deles, o poder precisa.
O resto é inevitável. Como é inevitável que o resto do mundo apanhe à tabela.
Vamos ser ceguinhos e dizer que o Paulson inventou estas medidas para salvar as bolsas de todo o mundo e a economia de todo o mundo que apanha à tabela?
Estes comunas já nem olhinhos têm.
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Tadinho, ele concordava que se devia ter pago menos aos craques da bola e assim não lixavam o campeonato…
Isto para explicar uma situação histórica única que se está a viver.
Até faz impressão. Se quem se interessa pela História é capaz de a viver sem se dar conta dela, então não sei para que serve o conhecimento.
É como continuar a tocar flauta no meio de um bombardeamento e dizer que aquele senhor lá longe disse que ia evitar que alguma bomba acertasse em alguém.
E só não evitou o bombardeamento, porque houve uns outros senhores que não deixaram e que agora se queixam que têm uma bomba na mão e não sabem o que fazer dela.
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É por isso que depois também não entendem o nosso passado recente. Fazem da História fábulas ideológicas e doutrinárias.
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O que vale é que os títulos estão à altura do debate. Não é empirismo ingénuo- é precisamente o oposto- apriorismo estruturalista toino.
E dos dois.
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“Mas se fôr essa a regra geral terá de aceitar.”
Boa ideia. vamos fazer uma nova regulação: Os gestores são obrigados a aceitar prémios a 5 anos. Se não quiserem, vão presos.
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“Porque é que os accionistas ainda não se lembraram dessa? Não são eles os principais interessados? Não são eles que têm o poder para o impor?”
Há coisa de quarenta anos atrás John Keneth Galbraith (“The New Industrial Era”) descreveu muito bem como, nas grandes empresas, o poder se tinha deslocado dos accionistas para o que ele designou de “tecnoestrutura” com interesses próprios nem sempre coincidentes com os dos accionistas.
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“Não são eles [os accionistas] que têm o poder para o impor?”
Não.
Mais exactamente, os milhares de pequenos accionistas dispersos (mesmo que controlem a maioria do capital) acabam (até devido às dificuldades de acção colectiva) por mandar menos que alguns investidores institucionais, e nesses quem manda também são gestores.
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Aquele central lá em cima é com c.
De resto deu para ver que os experts se piraram depois de tamanha bacorada.
Esta bacorada ainda há-de ficar na História, também.
“:O))))
“O grande crash financeiro de 2008 foi previsto por um tuga do BE que até sabia de medidas para o evitar. Ainda que outros tugas neoliberais tivessem dito que era só fumaça”.
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««Mais exactamente, os milhares de pequenos accionistas dispersos (mesmo que controlem a maioria do capital) acabam (até devido às dificuldades de acção colectiva) por mandar menos que alguns investidores institucionais, e nesses quem manda também são gestores.»»
Um mercado não é uma acção colectiva. Se quiserem transformar o mercado numa acção colectiva através da regulamentação, no fim não resta uma burocracia. Em vez de se proteger o pequeno accionista passava-se o poder de decisão para os burocratas do Estado.
O que seria uma pena porque o mercado já protege o pequeno accionista. Protege-o desde logo porque as compras de acções são voluntária. E protege-o porque os efeitos da remuneração dos gestores já está reflectido no preço de compra das acções.
De resto, quando se fala no poder dos accionistas, está-se a falar nos grandes accionistas. Esses é que compram acções porque acreditam que podem influenciar a gestão. Os pequenos accionistas jogam noutro campeonato e sabem (ou deviam saber) ao que vão.
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2Como é que as empresas vão consguir atrair os melhores? Como é que se incentiva a boa gestão? O que é que poderá levar as pessoas criativas e competentes a trabalhar para terceiros em vez de trabalharem para si próprias?”
Essa passagem parte de premissas que têm que ser demonstradas previamente:
– Que a boa (ou má) gestão é relevante
– Que as pessoas criativas e competentes vão para cargos de gestão
Poderiamos conceber cenários em que tal não se aplique:
– É possivel que a performance de uma empresa ou organização dependa de tão grande diversidade de factores que a qualidade da gestão acabe por ser quase irrelevante: pode-se argumentar que, a partir do momento em que uma organização atinge certa dimensão, é impossivel aos gestores de topo saberem efectivamente o que se passa, logo a boa ou má gestão será mais uma questão de sorte (sim, este argumento é em parte uma combinação de plágio e adaptação de argumetos do outro lado da barricada)
– É também possivel que as pessoas criativas e competentes sejam socialmente inaptas e, por isso, tendam a ir para cargos de segunda ou terceira linha, não para cargos de gestão (possivel contra-argumento a este meu argumento: se são “socialmente inaptas” não são competentes para a função de gestor)
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««Há coisa de quarenta anos atrás John Keneth Galbraith (”The New Industrial Era”) descreveu muito bem como, nas grandes empresas, o poder se tinha deslocado dos accionistas para o que ele designou de “tecnoestrutura” com interesses próprios nem sempre coincidentes com os dos accionistas.»»
E qual é a ideia dos críticos das remunerações dos gestores? Se o poder se deslocou dos accionistas para a tecnoestrutura, não será porque a tecnoestrutura desempenha um papel mais importante que os accionistas? Repare que ninguém obriga os accionistas a ser accionistas. Nem ninguém obriga os grandes accionistas a contratar gestores. Porque é que os grandes accionistas não gerem eles próprios a empresa?
Como é que a intervenção do Estado pode mudar os factos da vida, nomeadamente o facto de um bom gestor só o ser se lhe pagarem uma remuneração correspondente ao seu poder dentro da empresa? Repare que não se pode ter uma pessoa de quem tudo depende e a quem tudo se confia pagando-lhe um salário abaixo do que ele quer.
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“Um mercado não é uma acção colectiva.”
Os pequenos accionistas (ou parte significativa deles) de uma empresa organizarem-se para derrubar a administração (como por vezes se ve vê nalguns filmes) implca acção colectiva (ou um conjunto coordenado de acçãos individuais, se lhe quiser chamar assim).
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««Essa passagem parte de premissas que têm que ser demonstradas previamente:
– Que a boa (ou má) gestão é relevante
– Que as pessoas criativas e competentes vão para cargos de gestão»»
Nada obriga os grandes accionistas de acreditar nessas premissas. Não estou a ver é a lógica de o Estado impor aos grandes accionistas a ideia de que essas premissas estão erradas. Isso transformaria o Estado em especulador nos mercados financeiros, ainda por cima arriscando o capital dos outros. Um mercado de capitais só funciona se, quem manda numa empresa, tiver liberdade para definir o pacote remuneratório ou qualquer outro assunto interno.
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««Os pequenos accionistas (ou parte significativa deles) de uma empresa organizarem-se para derrubar a administração (como por vezes se ve vê nalguns filmes) implca acção colectiva (ou um conjunto coordenado de acçãos individuais, se lhe quiser chamar assim).»»
Sim, mas isso é uma utopia. O pequeno accionista que entra no mercado a pensar que vai fazer isso, ou a pensar que pode influenciar a gestão, devia meter o seu dinheiro num depósito a prazo. As regras são claras. Pequeno accionistas não manda. Se quiser entrar no capital entra, se não quiser não entra. O preço de compra das acções já reflecte esse facto. Se o pequeno accionista conseguisse influenciar a gestão, o preço das acções seria mais alto.
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“E qual é a ideia dos críticos das remunerações dos gestores?”
As ideias deste critico das remunerações dos gestores:
– não há problema significativa em aplicar impostos altos sobre as remunerações de gestores; claro que os impostos não distinguem as remunerações dos gestores das outras, pelo que na prática isto quer dizer “quanto maior o peso dos gestores no conjunto das altas remunerações, mais forte o caso para impostos fortemente progressivos”
– não há objecções morais significativas em assaltar gestores
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“O pequeno accionista que entra no mercado a pensar que vai fazer isso, ou a pensar que pode influenciar a gestão, devia meter o seu dinheiro num depósito a prazo. As regras são claras. Pequeno accionistas não manda. ”
Ou seja, os accionistas (ou parte deles, que até pode representar parte significativa do capital) não têm poder para alterar as remuneraçõeas dos gestores (o ponto de discórida inicial).
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««Ou seja, os accionistas (ou parte deles, que até pode representar parte significativa do capital) não têm poder para alterar as remuneraçõeas dos gestores (o ponto de discórida inicial).»»
Os pequenos accionistas não. Os grandes têm.
Mas a questão nem é essa. A questão é que o equilíbrio a que se chega reflecte as posições reais dos agentes e os factos económicos. Qualquer imposição externa tem efeitos perversos.
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Talvez fosse mais produtivo identificar e eliminar os aspectos perversos da legislação que favorecem as estratégias de curto prazo dos gestores.
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Uma das lições mais importantes que esta crise financeira nos ensinou é que o excesso de concorrência faz mal. Faz mal à saúde, faz mal à criação de valor, enfim faz mal ao bem comum. Em bom rigor esta lição é muito velha. Toda a gente está farta de saber que tudo que é excessivo é mau. As overdoses são fatais. Com a concorrência não é diferente.
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Por isso é fundamental criar mecanismo que evitem a espiral descendente para a qual os gestores são empurrados. Se os accionistas não conseguem alterar a politica de remuneração dos gestores, temos que nós todos fazer alguma coisa para os ajudar a o conseguir. Senão apanhamos todos por tabela. É que as tropelias atingem-nos a todos.
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Acho que está a ser demasiado simplista. Que objectivos é que foram alcançados e permitiram os milhões de dólares roubados aos credores e accionistas (por esta ordem) atribuídos em bónus na última semana de vida do Lehman Brothers? A falência? Mesmo na teoria neoclássica ortodoxa temos os problemas do agente e do principal, caro JM. Mais acima refere e com razão que muitas vezes os economistas são acusados de dogmáticos quando apenas assumem a necessidade de ter uma teoria para ordenar os factos coerentemente, mas você descarta a parte da teoria que não lhe interessa e fica com o resto.
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Adorei o correctivo que o Rui Tavares deu ao João Miranda.
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