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Paulson e os sistemas complexos

6 Outubro, 2008

Let it go. This water lives in Mombasa anyway.

Considere-se um sistema complexo com milhões de agentes. Cada agente segue regras simples que dependem das condições locais. De acordo com as regras, a intensidade da acção dos agentes é proporcional à distância a um equilíbrio que varia de agente para agente. O ambiente é extremamente heterogéneo de forma que as condições locais variam significativamente de agente para agente. Se não for perturbado este sistema tenderá para um equilíbrio (dinâmico), ou pelo menos cada agente tenderá para um equilíbrio local. Agora, imagine-se que o sistema está longe do equilíbrio. Os agentes tenderão a tomar decisões que os aproximem do equilíbrio. Agora, imagine-se que o sistema está muito longe do equilíbrio e tem que fazer uma correcção violenta. Imagine que um senhor chamado Paulson decide fazer uma intervenção macro para impedir que o sistema corrija de forma abrupta. Dado que Paulson está dentro do sistema e o sistema é tudo o que existe, a intervenção cria um desequilíbrio numa parte do sistema para retardar o equilíbrio numa outra. Na parte onde for criado um desequilíbrio, os agentes têm que gastar mais energia a aproximar-se do equilíbrio. Na parte onde for retardado o equilíbrio, os agentes vão contrariar a intervenção de Paulson tornando-a ineficaz. O resultado global é um sistema mais desequilibrado.

56 comentários leave one →
  1. Ricardo's avatar
    Ricardo permalink
    6 Outubro, 2008 21:08

    “Se não for perturbado este sistema tenderá para um equilíbrio (dinâmico), ou pelo menos cada agente tenderá para um equilíbrio local.”

    Esta afirmação é absolutamente falsa! É matematicamente falsa. Há imensos sistemas dinâmicos que nunca tendem para qualquer equilibrio dinâmico ou estático, nem local nem globalmente. E não precisam de ser sistemas complexos sequer.

    Acho muito bem que o João defenda os seus pontos de vista (eu tb não gosto do plano Paulson). Acho muito mal que tente “embonecar” os seus argumentos com um discurso pseudo-ciêntifico. Parece a Maia a falar de Astrologia! Não é suposto ser cientista? Então comece a agir mais como um : fale mais do que sabe e saiba mais do que fala. E chame às suas opiniões aquilo que são : opiniões. Não são certezas e muito menos factos. Nenhum deles abundam nos dias de hoje.

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  2. António's avatar
    António permalink
    6 Outubro, 2008 21:11

    Sim, mas o problema principal é a (novamente) confiança.

    Para (TENTAR) evitar o problema que JM apresenta é que os bancos centrais e os Esatdos g4(EU) + Eua + Benelux, chamaram a questão financeira a seu comando.
    Neste momento só estão preocupados com a confiança, quando ela voltar já nada será como dantes

    O neoliberalismo como o conheciamos acabou, se houver alguem que não veja isto é porque entrou em Negação.

    Mas sim, é um problema muito complexo, e que acontece neste momento, é a analogia do cobertor.

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  3. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    6 Outubro, 2008 21:12

    ««Esta afirmação é absolutamente falsa! É matematicamente falsa. Há imensos sistemas dinâmicos que nunca tendem para qualquer equilibrio dinâmico ou estático, nem local nem globalmente. »»

    Até pode haver. Mas não os sistemas económicos nos quais “acção dos agentes é proporcional à distância a um equilíbrio”. Mas vamos supor que sim. Que não tendem. Quais são as implicações para o intervecionismo? O facto de um sistema não tender para o equilíbrio torna o intervencionismo ainda mais perigoso.

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  4. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    6 Outubro, 2008 21:15

    ««Sim, mas o problema principal é a (novamente) confiança.»»

    A falta de confiança é apenas um sintoma.

    ««Para (TENTAR) evitar o problema que JM apresenta é que os bancos centrais e os Esatdos g4(EU) + Eua + Benelux, chamaram a questão financeira a seu comando.»»

    Mas como é que se pode comandar um sistema complexo?

    ««Neste momento só estão preocupados com a confiança, quando ela voltar já nada será como dantes»»

    Mas a confiança é uma questão micro. Provavelmente racional. Como é que se cria confiança através de medidas macro?

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  5. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    6 Outubro, 2008 21:15

    JM,
    Conhece o livro “The social atom” de um tal Buchannan?
    .
    ccz

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  6. ccz's avatar
    6 Outubro, 2008 21:17

    JM,
    .
    Conhece o livro “The Social Atom” de um tal Buchannan?

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  7. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    6 Outubro, 2008 21:18

    ««Conhece o livro “The social atom” de um tal Buchannan?»»

    Nunca li.

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  8. Ricardo's avatar
    Ricardo permalink
    6 Outubro, 2008 21:25

    > “Mas não os sistemas económicos nos quais “acção dos agentes é proporcional à distância a um equilíbrio””

    Isto não é mais do que um modelo. E deixe-me que lhe diga que é um modelo ultra-simplista, ultra-simplificador, e até ultrapassado. 🙂

    Os sistemas com muitos agentes são de facto muito complexos e todos os modelos existentes são inadequados à sua descrição. Não é possível prever as consequências do plano Paulson. Mas pela mesma razão, não é possível prever o que sucederia na ausencia deste plano. Portanto, o seu argumento é um não argumento. A economia não é uma ciência exacta.

    Quer um argumento melhor contra o plano Paulson? Um facto : cada Americano pagará pelo plano Paulson 2700 dolares em impostos para pagar erros, desmérito e desonestidade alheia. É fazer com que o crime compense.

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  9. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    6 Outubro, 2008 21:30

    ««Isto não é mais do que um modelo. E deixe-me que lhe diga que é um modelo ultra-simplista, ultra-simplificador, e até ultrapassado. :)»»

    Pois, então sugiro-lhe que antes de passar a modelos mais complicados discuta este.

    E depois tente mostrar qual é a complicação adicional que pode tornar as conclusões deste modelo erradas.

    Um dos problemas de muitos pensadores é a ilusão de que os modelos complicados acrescentam alguma coisa aos simples.

    Para alem de que já conheço esse truque de usar complicações desnecessárias para obfuscar o essencial do problema.

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  10. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    6 Outubro, 2008 21:34

    ««Os sistemas com muitos agentes são de facto muito complexos e todos os modelos existentes são inadequados à sua descrição. Não é possível prever as consequências do plano Paulson. Mas pela mesma razão, não é possível prever o que sucederia na ausencia deste plano. Portanto, o seu argumento é um não argumento. A economia não é uma ciência exacta.»»

    Nesse caso explique lá onde falha o meu argumento. Ou seja, porque a inexistência de tendência para o equilíbrio local tornaria o plano Paulson mais eficaz. Já reparou que o próprio plano Paulson pressupõe que os agentes reagem ao plano de acordo com o princípio do equilíbrio local?

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  11. João Pereira's avatar
    6 Outubro, 2008 21:51

    Isto o que era porreiro, era aqui o pessoal europeu ter graveto para emprestar aos americanos. Tipo um plano Marshall, mas europeu!

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  12. António's avatar
    António permalink
    6 Outubro, 2008 21:54

    A falta de confiança nos mercados sempre existiu, mas é superada pela Confiança (a incerteza do mercado dá para os dois lados e quando PARECE valer a pena ha que investir).
    O problema é quando as acções correm tamanho risco (turbulencia, grandes oscilações, falencias)que dentro dessa incerteza ha um grau elevado de percepção de Perda. Ai a incerteza torna-se EVIDENCIA (de perda). Neste conflito não ha a dictomia fugir/lutar. A EVIDENCIA de perda leva ao Panico, à corrida (para tentar a venda).Como diria o Anticomuna “é o salve-se quem poder”.

    Perante a (des)confiança Evidente, tudo o resto é secundário.

    “Mas a confiança é uma questão micro. Provavelmente racional. ”

    JM tem essa opinião. Mas eu por ex discordo. Sou mais pela tese da Incerteza dos mercados, da imprevisibilidade do que da racionalidade dos sistemas . A confiança vão buscar não ás injecções de capital no concreto, mas antes pela mensagem que os politicos depois passam (do tipo “já estamos a resolver”). Isto influencia os milhões de porcos (leigos).E os outros (bull) esperam
    Neste momento o sistema esta CAOTICO, em espiral, ninguem sabe, realmente, se a intervenção vai resolver (é um cisne negro), provavelmente ajuda a evitar que a recessão ( +- longa) se traduza em Depressão.

    mas o falhanço do neoliberalismo (tal como o conhecia-mos)e que levou um sistema de incerteza para um sitema Caotico, demonstrou que, com ele já sabemos naquilo que dá. Ficou demonstrado de forma pragmatista.

    Os Neoliberais estão na mó de baixo.
    Mas a memória do povão é curta

    🙂

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  13. Desconhecida's avatar
    6 Outubro, 2008 22:00

    istu é Santa Fé em versão Big Mac?…. ondé que nos sistemas complexos os agentes “tendem” pra equilibrium local? em que filme é que içu paça? o Kauffman inventou alguma adaptative landscape nova? em qualquer sistema complexo por acaso até emergem poderes locais que podem colapsar ao fim de algumas interactions como no Tierra do Langton ….. e há circunstancialmente a possibilidade de emergirem agentes cujo poder se pode sobre impor ao sistema até que seja submergido por nouvelles possibilities (é o caso dos lock in de que fala outro heroi da coisa o Brian…. o Artur…. ou aquela minudência da emergência do design dominante do Utterback no MIT….)

    era melhor não manipular a teoria até “dar jeito” ….. é aquela petite chosa da intellectual honesty….. uma maçada…..

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  14. .'s avatar
    6 Outubro, 2008 22:07

    Caro JOão Manuel Miranda Alegre,

    Pare com as poesias sobre se é melhor tentar salvar ou cruzar os braços.

    TOdos já perceberam, menos você, que o plano Paulsen é para salvar o coiro a alguns banqueiros, um moral hazard.

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  15. grouchomarx's avatar
    grouchomarx permalink
    6 Outubro, 2008 22:30

    Joao “Boaventura Sousa Santos” Miranda…

    lol

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  16. Vítor Pimenta's avatar
    6 Outubro, 2008 22:37

    Caro João Miranda – mais uma vez, leigo me confesso nestas coisas – mas os sistemas matemáticos não têm base na confiança certo? São-no sem emoções. A única coisa que suporta esta confiança, ou desconfiança, ou simplesmente a irresponsabilidade moral (moralismos bacocos à parte) é a garantia que o dinheiro vem de uma fonte inesgotável, o único recurso aliás inesgotável numa economia que tem por base a falácia da escassez dos mesmos. Tudo quando uma verdadeira economia deveria tender para a eficiência. E nos últimos anos não acontece, pelo contrário, perpetua-se o logro de que o petróleo (por exemplo) é escasso e vende-se a ideia ano para ano e cada vez mais caro. Por favor, alguém que faça um shift UP a esta economia produtora de lixo.

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  17. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    6 Outubro, 2008 22:59

    O Joao Miranda inventa estes enredos apenas para nos divertir. Só pode.
    Quer-nos convencer à força de que o liberalismo, apesar de já estar morto e incinerado, ainda pode ressuscitar para salvar a economia. É preciso ter muita fé, olá se é.

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  18. Desconhecida's avatar
    DISTRAIDO permalink
    6 Outubro, 2008 23:38

    JOÃO,

    parte dum princípio erredo, dado os mercados não serem “extremamente heterogénios”.

    As MEGAS-FUSÕES, compras e afins, criam megas estruturas “ao estilo soviético”, que quando colapçam, como uma grande árvore numa floresta, criam um ROMBO SIGNIFICATIVO.

    Mas isso gera oportunidades, dirá.

    Pois, mas dada a interconecção entre as árvores da floresta económica, arriscamo-nos a perder a floresta, que fica a cheirar mal de árvores a apodrecer durante anos, onde só minhocas prosperam.

    daí a “falta de confiança”.

    Se é liberal, lute contra mais fusões para ficarmos ao nível de “mercearias de bairro” onde as suas ideias sobre equilibrio “atomizado” fazerem mais sentido.

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  19. Desconhecida's avatar
    PLus permalink
    6 Outubro, 2008 23:53

    “Quer-nos convencer à força de que o liberalismo, apesar de já estar morto e incinerado, ainda pode ressuscitar para salvar a economia ”

    Por este andar parece que irá ter toda a razão.
    Já não bastava a gravidade da situação, na qual ,os governantes são co-responsáveis mas parece que ainda se esforçam para prolongar a crise e torná-la de resolução mais dolorosa.
    De facto,não há economia que resista.

    A (última) grande depressão durou uns 15anos(com uma guerra mundial incluída). Será que estamos preparados para um ciclo de 5-8anos de clima depressivo? ( no caso português há que juntar os últimos 7ou8 anos no qual já lá andamos).

    O mundo não está para brincadeiras.Disso não tenham dúvidas.

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  20. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    7 Outubro, 2008 00:02

    Como se está a ver, e alguns intuiam, as livres leis do mercado concorrencial tendem para o desequilibrio .A “mão invisível” das leis da concorrencia, deu lugar á “mão visível” da ganância.E não há mercado livre que aguente tanta roubalheira.JM, apresente a conta aos liberais (falsos)

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  21. Pizarro's avatar
    Pizarro permalink
    7 Outubro, 2008 00:35

    Ainda não percebi onde é que está a suposta morte do liberalismo… Os problemas deste mercado não foram causados pela liberdade dos agentes, mas sim por causa da intervenção errada quer dos governos, quer dos bancos centrais.

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  22. JLS's avatar
    7 Outubro, 2008 01:10

    «Ainda não percebi onde é que está a suposta morte do liberalismo… Os problemas deste mercado não foram causados pela liberdade dos agentes, mas sim por causa da intervenção errada quer dos governos, quer dos bancos centrais»

    Fácil. Recue no tempo uns anos e perceberá que este intervencionismo de hoje é apenas um reflexo da inércia passada. Aliás, eu nem percebo muito bem porquê tanto azáfama por causa do Paulson… O único traço distintivo deste plano é que foi feito às claras. O saque ao bolso dos cidadãos e o branqueamento da negligência das empresas (sobretudo) norte-americanas é algo que faz parte da gestão corrente. O plano pode ser mau – e as razões porque é mau não vale a pena enunciá-las, pois de fácil descoberta através de umas googladas e da consulta de alguns sites de referência and so on), mas o que o torna verdadeiramente mau, é a denúncia, quase imediata, de algumas das empresas que vão sair beneficiadas, quiçá salvas, pelo plano.

    Mas também temos de ver que estamos a discutir entre o mau e o mau. O João Miranda parece chegar ao ponto de sugerir que esta intervenção é má, porque não fazer nada seria bom, magnífico, perfeito. Iria provocar um reequilíbrio abrupto e para a semana já estaríamos bem desafogadinhos e a declarar guerra à Venezuela, ao Irão e à Coreia do Norte, todos duma só vez. Tolices. É óbvio que eventualmente equilibraria. Mas qual seria o custo? Quantas pessoas sem casa? Quantas pessoas sem trabalho? Quantas pessoas sem reformas? Quantas pessoas sem (seguro de/cuidados de) saúde?

    Sugerir que o plano Paulson é *pior* é fantasioso. Como já escreveram antes de mim, é imprevisível, como seriam imprevisíveis as consequências de nada fazer. Por isso repito que é uma tolice sugerir, sequer, que isto é pior do que alguma coisa, sobretudo se essa coisa envolve pózinhos mágicos e a fé cega no funcionamento totalmente livre dos mercados, pois, como referi logo no início: foi precisamente essa liberdade, aliada à falta de educação financeira (que não é surpresa nas “big”-corporations no geral) do consumidor final, e ainda à ganância egoística das empresas (o liberalismo é muito bonito, mas, como tudo, degenera e descamba e esta degeneração já é um filme mais que visto) que nos conduziu a este belo status quo. Como referi, este intervencionismo, em particular, pode ser muito mau, mas já não o seria se tivesse ocorrido atempadamente: tipo se um Gore ou um Kerry tivessem ganho as eleições. Ou qualquer outro idiota que não tivesse como último nome Bush.

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  23. JLS's avatar
    7 Outubro, 2008 01:14

    «Ainda não percebi onde é que está a suposta morte do liberalismo…»

    O tipo, puro, de liberalismo económico que o João Miranda defende já morreu há muito tempo. Este simplesmente vai-se modificando, como os socialismos, capitalismos e afins se vão modificando e adaptando aos novos tempos e assumindo novas classificações híbridas.

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  24. Pizarro's avatar
    Pizarro permalink
    7 Outubro, 2008 01:17

    Continuo sem perceber. Tentei recuar no tempo e não descobri nada daquilo que não fala.

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  25. Pizarro's avatar
    Pizarro permalink
    7 Outubro, 2008 01:20

    A única coisa que me vem à cabeça é a pressão que foi feita quer pela FED quer pelo governo americano para a execução de supostas políticas sociais, onde cada cidadão deveria ter a sua casa e o seu automóvel. E isso parece-me mais intervenção do Estado do que liberalismo puro.

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  26. Pizarro's avatar
    Pizarro permalink
    7 Outubro, 2008 01:24

    Também me vem assim de repente à cabeça o interesse dos Estados na manutenção de taxas de juro baixas, para poder ir ao bolso dos contribuintes “sacar” impostos a torto e a direito para alimentar o sorvedouro de dinheiro que é o Monstro.

    Quanto ao plano Paulson, os mercados reagiram como reagiram por uma questão estratégica de negócio. O mercado não esperava nada deste plano. O que aconteceu sexta feira e se prolongou durante o dia de hoje foi uma estratégia simples de investimento: shortar os rallys, entrar curto quando se pensa que irá haver uma grande subida. É a melhor forma de ter ganhos sustentados num bear market.

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  27. JLS's avatar
    7 Outubro, 2008 01:29

    Pizarro, recue à origem da crise e constará que se trata de pura irresponsabilidade dos agentes. Os consumidores foram na cantiga, pois apesar do cliché, não lêem as entrelinhas e as letras miudínhas. Pode adjectivar a sua conduta, a dos agentes, de irresponsável, gananciosa ou de nada disso, mas a uma coisa é impossível de fugir: era de altíssimo risco. O estado federal nunca fez nada acerca disso: e sim, é óbvio que poderia ter balizado as condições desses contratos específicos. Depois já era tarde demais e a bola de neve só foi crescendo e crescendo… Até lhe fazia um desenho, se ainda não percebeu qual foi a origem da crise… mas vou dormir. 🙂

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  28. Pizarro's avatar
    Pizarro permalink
    7 Outubro, 2008 01:31

    Quanto à eficácia do mercado livre, tivemos ainda há pouco tempo um bom exemplo. Quando o equity market começou a dar sinais de haver problemas, os investidores refugiaram-se no mercado das commodities. Esse facto contribuiu para um substancial aumento do preço do petróleo.
    Medidas como Robin dos Bosques, ou fixação de preços por parte do Estado não iria nunca resolver nada. O que acabou por resolver a questão foi o facto de a queda dos mercados accionistas prever um abrandamento económico, abrandamento este que obviamente conduziu a uma diminuição da procura do próprio petroleo. Por isso, vemos hoje uma correcção dos preços de 146usd para 88usd, que foi o preço a que fechou hoje o crude. Quanto ao Brent, já o temos a 83.
    Concluindo, o mercado corrigiu-se a si próprio, encontrou um equilíbrio e agora já estamos todos contentes por ver o preço do crude a cair. Se não gostamos ainda do preço a que metemos a 95 sem chumbo, deveríamos era pedir um peso menor do Estado (imposto menor) e não andar agora a falar dos supostos novos lucros “escandalosos”, os da GALP.

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  29. Pizarro's avatar
    Pizarro permalink
    7 Outubro, 2008 01:34

    Pois, há uma parte que acredito que não consiga desenhar, talvez por fanatismo ideológico. É incorporar nesse desenho a pressão feita aos 2 bancos americanos responsáveis por mais de 80% do crédito de alto risco, para relaxarem as condiçõs, no sentido de alimentar as minorias. Mais uma vez, as supostas políticas sociais e distorcerem por completo os mercados. Mas penso que esta questão não interessa a ninguém levantar. Mas é só uma questão de “googlar”.

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  30. JLS's avatar
    7 Outubro, 2008 01:35

    Se quiser recordar a matéria dada, aí tem: http://en.wikipedia.org/wiki/Subprime_mortgage_crisis

    Se é verdade, Pizarro, que houve outros “intervencionismos” algo negligentes do Estado, nada contribuiu para a crise como esta inércia e não tenho dúvidas de que a crise não teria alcançado esta gravidade (cujo expoente máximo – ou é mínimo? – ainda se está para conhecer).

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  31. JLS's avatar
    7 Outubro, 2008 01:39

    «É incorporar nesse desenho a pressão feita aos 2 bancos americanos responsáveis por mais de 80% do crédito de alto risco, para relaxarem as condiçõs, no sentido de alimentar as minorias.»

    A opção de emprestar ou deixar de emprestar é sempre do Banco. De qualquer forma, isso não é propriamente intervencionismo. É uma intervenção. Mas não é intervencionismo. Este, por natureza, implica um concreto balizamento e um condicionamento restritivo da acção dos agentes económicos. Existem inúmeros exemplos corriqueiros disso, como é o caso, em Portugal, das Cláusulas Contratuais Gerais. Intervencionismo não é fazer pressão… Para o intervencionismo, fazer pressão é fazer cócegas.

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  32. António's avatar
    António permalink
    7 Outubro, 2008 01:51

    «Ainda não percebi onde é que está a suposta morte do liberalismo…»

    Sabe qual o valor total das acções podres?? Alguns especialistas falam em 13 triliões.

    O buraco financeiro se seguisse a mão invisivel, é certo que tendia novamente ao equilibro dinamico, mas estoirava com a economia real

    Repare, os bancos antes do plano, necessitavam (pelo menos) dos 700 M M dolares.

    Este valor dava para construir todas as escolas, todas as infrastruturas (barragens, iluminação publica) hospitais, universidades publicas, estradas e autoestradas, DE CADA CIDADE DE CADA UM DOS ESTADOS, DOS ESTADOS UNIDOS DA AMERICA.

    Com a ausencia deste gigantesco valor e plano, e com a quantidade de bancos salvos, se se seguisse o caminho da destruição criativa, então todos eles ja teriam falido, mas com eles, iam também milhares de empresas por falta credito, logo desemprego sem subsidio para muita gente, as pensões reforma de milhoes de pessoas, perda das casas, ou do dinheiro todo investido.

    Alguns americanos classe media ja perderam a casa, e vivem agora …dentro do carro, com um cão bem grande para se sentirem seguras.

    Imaginar isto aos milhoes de desempregados sem subsidio devido a “seleção natural” foi terrivel ate para a nação paradigmatica do neoliberalismo.

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  33. Pizarro's avatar
    Pizarro permalink
    7 Outubro, 2008 01:52

    Não me peça para ver definições na wikipedia, ainda por cima sobre matérias com as quais tenho que lidar todos os dias. Se acha que a manutenção de taxas de juro baixas com objectivo de realizar interesses do próprio estado não é intervencionismo, estamos conversados. E quanto falo de pressão, não estou a falar da pressão das panelas da cozinha. Estou a falar de instituições que eram subsidiadas pelo Estado. Estou a falar de uma administração de um país e de uma Reserva Federal.

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  34. Pizarro's avatar
    Pizarro permalink
    7 Outubro, 2008 02:00

    Gostava primeiramente de saber como consegue calcular o valor real dos bad assets. Em segundo lugar, onde é que isso mostra a morte do liberalismo, ou do Capitalismo, ou da economia de mercado? onde está previsto que estes sistemas impeçam a falência de instituições? A economia de mercado tem um principio darwinista. Se quiser comprar pão e a padaria da esquerda for mais cara que a da direita e se recusar a baixar preços, esta acabará por fechar. Isto é o princípio de uma economia de mercado.

    O Washington Mutual, que era o maior banco em depósitos americano, no próprio dia em que declarou falência, foi adquirido pela JPMorgan. Isto é o mercado a funcionar. Já a Lehman, ninguém quis comprar. O mercado funcionou. A intevenção do Estado irá fazer com que daqui a uns anos estejamos a falar de um problema ainda maior. É esperar para ver.

    Quanto à questão do crédito, ele continua congelado mesmo depois deste milagroso plano. E não é por não existir dinheiro, é exactamente por causa da noção de risco. E é esta noção de risco que irá ficar totalmente distorcida com esta intervenção Estatal.

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  35. António's avatar
    António permalink
    7 Outubro, 2008 02:12

    Em breve o banco portugal TAMBEM vai possuir a lista dos toxicos de todos os bancos portugueses


    bla bla

    «O Washington Mutual, que era o maior banco em depósitos americano, no próprio dia em que declarou falência, foi adquirido pela JPMorgan»

    Engraçado que até a Morgan esta em dificuldades.

    De qualquer das formas, na minha opinião, 2ou 3 gorilas de 200 quilos não teriam cash para compar todos os gorilas de 40kg que ja teriam falido sem as injecções de capital do estado nos EUA.

    Como digo, não ha estrutura privada por maior que seja que consiga absorver todo o valor (trilioes) necessario, para absorver os bancos em risco.

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  36. Pizarro's avatar
    Pizarro permalink
    7 Outubro, 2008 02:14

    E por que haveriam de ser comprados todos os gorilas de 40Kg?

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  37. António's avatar
    António permalink
    7 Outubro, 2008 02:23

    Amigo
    porque 40kg + 40kg + 40kg + 40kg + 40 kg…. dá um gorila Alfa que quando cai é um crash estrondoso…
    Fique bem
    tenho mesmo que ir

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  38. Pizarro's avatar
    Pizarro permalink
    7 Outubro, 2008 02:27

    Bom argumento.

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  39. carlitos's avatar
    carlitos permalink
    7 Outubro, 2008 02:39

    o pseudo-economista JM continua no seu mundo periférico onde os sonhos abundam… Mais uma vez estava melhor calado

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  40. against big brother's avatar
    7 Outubro, 2008 04:13

    visitem este blogue. abraços.

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  41. Desconhecida's avatar
    ... permalink
    7 Outubro, 2008 06:32

    “Sugerir que o plano Paulson é *pior* é fantasioso.”

    É como diz, não se sabe… Mas é fácil de imaginar o que aí vem quando os 700 mil milhões de dólares acabadinhos de imprimir entrarem em circulação. Especialmente sabendo que o dolar é cada vez mais papel do que dinheiro real. E aí talvez não sejam apenas os americanos que fiquem sem casa, sem trabalho e sem reforma.

    Quanto aos rótulos que todos têm muita pressa e afinco em atribuír, muitos “ismos” e muitos “neos” e coisas do género, digam lá: que economia nacional foi até agora algo que se pareça com liberal? Quando as intervenções estatais são mais que muitas, normalmente perseguidoras de votos e costumando ter o efeito contrário ao que pretendem fazer? Manter as casas a preços artificialmente altos, disfarçando com os juros, é de mercado livre? Aplicar taxas e mais taxas a empresas quando a conjuntura lhes é favorável e todos se calarem sobre as taxas quando a conjuntura é pior é de mercado livre? Não reflectir no consumidor o preço real do consumo é de mercado livre? Brincar com a moeda é de mercado livre? Tantos, tantos exemplos mais existem, e ainda existe o descaramento de dizer que isto é liberalismo, neo ou vintage?

    Não digo que não se ampare as pessoas nas horas de aperto. Temos de ser uns para os outros ou tudo isto se desmorona. O que é incrível é que apareça uma entidade agora como salvadora quando muito do que fez contribuiu para o afundamento, com soluções que podem enterrá-los ainda mais e levar os outros atrás deles. E ninguém, nem gestores nem políticos, está a ser nem será levado à justiça, pelos vistos.

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  42. José Farinha's avatar
    José Farinha permalink
    7 Outubro, 2008 11:11

    Ó João Miranda, tu não sabes do que estás a falar! Os sistemas termodinâmicos tendem para o equilíbrio (2º princípio), entropia, mas os sistemas vivos (que eu saiba os sistemas económicos são sistemas vivos) tendem a evoluir num sentido de organização e complexificação cresecentes, neguentropia, isto é para condições longe do equilíbrio. O JM confunde aqui o equilíbrio dinâmico com o estado de equilíbrio, de máxima probabilidade, resultado final dos sistemas termodinâmicos.
    Como diz um comentador anterior… valia mais ter estado calado.

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  43. Carlos Duarte's avatar
    Carlos Duarte permalink
    7 Outubro, 2008 11:36

    Caro José Farinha,

    Bem, não diria tanto que tendem para o equílibrio, mas antes para o máximo de entropia ou – e eu prefiro esta “definição” – para o mínimo de energia “armazenada”. Ora esse estado de energia mínima tem tendência a ser confundido com “equílibrio” ou um estado estacionário (um bocado culpa do Sr. Arquimedes) ou então, com caos (por causa do termo “entropia”). Na realidade, esse estado pode ser altamente ordenado, como qualquer cristalização (p.ex.) ou metal sólido demonstra. O importante é que a energia “armazenada” é menor, i.e., há libertação de energia para o sistema de forma espontânea.

    O “equílibrio” num sistema termodinâmico é SEMPRE função de um sistema em relação a um universo. Se quisermos usar o paralelismo, o “equílibrio” do sistam financeiro será SEMPRE em função dos intervenientes (o que inclui a regulação). Como os intervenientes estão sempre a mudar, o máximo que se pode obter é um equílibrio dinâmico (como bem disse) que não é um “estado natural”, é uma consequência. Logo, a regulação é, “termodinâmicamente”, neutra. É apenas mais um interveniente.

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  44. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    7 Outubro, 2008 11:57

    «Ora esse estado de energia mínima tem tendência a ser confundido com “equílibrio” ou um estado estacionário (um bocado culpa do Sr. Arquimedes) ou então, com caos (por causa do termo “entropia”). Na realidade, esse estado pode ser altamente ordenado,»

    Excelente

    Penso até que uma das razões da inconclusividade dos processo abertos aos gestores da financia tardia (exceptos alguns realmente gananciosos) será a razão para arquivamento.

    Nem todos os Agentes financeiros são “malandros”, pelo contrario, neste estagio ( vejo agora ter sido o ultimo) o actual de sistema caotico como resultado evolutivo natural de um equilibrio dinamico
    leva por consequencia os agentes a migrarem tambem para esse novo patamar e a recentrarem-se no chamado EQUILIBRIO DENTRO DO CAOS.
    E´neste pequeno fio condutor do sistema caotico DINAMICO (onde ja os agentes não conseguem prever todos os cisnes negros de um mundo imenso por estar globalizado)que se vão movimentar os agentes (especializados)
    No fundo uma corda bamba, onde estes agentes navegam à vista, mas sem verem o fim do tunel, nesta ordem no caos.

    è precisamente por não ppoderem ja prever todos os adventos dum mundo gigante glabalizado, que limitam-se, como cegos, a gerir o pequeno fio de ordem no imenso sistema caotico dinamico.

    Ou seja , provavelmente muitos dos expertes por não conseguirem poder enxergar o longo prazo no Caos é que poderão estar eles proprios agora calados, sem se virem defender ou contra argumentar, pois até eles ainda estão a assimilar o cisne negro

    PS – Calro que ha alguns charlatões no meio disto.

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  45. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    7 Outubro, 2008 11:57

    antonio

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  46. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    7 Outubro, 2008 11:59

    António

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  47. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    7 Outubro, 2008 12:02

    por ultimo, para mim este estagio foi o ultimo do liberalismo financeiro

    Antonio

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  48. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    7 Outubro, 2008 12:04

    Por ultimo, este foi o derradeiro estagio do liberalismo financeiro.
    Agora é fazer como o cicifo
    mas com regulaçao
    António

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  49. José Farinha's avatar
    José Farinha permalink
    7 Outubro, 2008 12:28

    “Bem, não diria tanto que tendem para o equílibrio, mas antes para o máximo de entropia ou – e eu prefiro esta “definição” – para o mínimo de energia “armazenada”.”

    Tem toda a razão, caro Carlos Duarte. Agradeço a correcção que introduz a precisão e rigor sempre necessários quando se entra em determinadas áreas.

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  50. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    7 Outubro, 2008 12:33

    Um dos pontos interessantes das discussões públicas em Portugal é que quando se começa a falar de ciência aparece sempre alguém que, não demonstrando sequer ter entendido o que foi dito, desata a chamar ignorante aos outros.

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  51. JLS's avatar
    7 Outubro, 2008 12:40

    «Não me peça para ver definições na wikipedia,»

    Acho-lhe piada.

    Se não quiser ler o que está escrito no Wikipedia, não leia. Mas se nunca reparou, repare agora: existem, geralmente, links externos, fontes. Este (longo) artigo sobre a crise do subprime tem praticamente 200 fontes externas.

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  52. JLS's avatar
    7 Outubro, 2008 12:43

    «Se acha que a manutenção de taxas de juro baixas com objectivo de realizar interesses do próprio estado não é intervencionismo, estamos conversados.»

    Por acaso foi isso que escrevi? Escrevi que fazer pressão a um banco, é como fazer-lhe cócegas. Aliás, afirmei e reconheci que a manutenção das taxas de juro baixas teve um impacto relativo. Mas o impacto do subprime foi esmagadoramente maior e isso é uma evidência. A manutenção das taxas de juro baixos, per si, não conduziria a este resultado. Pelo menos não tão cedo e não com esta gravidade.

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  53. JLS's avatar
    7 Outubro, 2008 12:47

    «E quanto falo de pressão, não estou a falar da pressão das panelas da cozinha. »

    Não, quando falou de pressão, disse que o Estado pressionou os bancos a emprestar aos cidadãos mediante certas condições. Os bancos emprestam se quiserem. Quando se fala de pressão sobre big-corporations, (essa analogia até é boa) não é muito diferente de falar da pressão das panelas. Ou existe imposição (legal), ou existe uma mera pressão, que só é consequente se existir uma vontade condizente ou se existir uma qualquer negociata que compense a falta de vontade.

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  54. Pizarro's avatar
    Pizarro permalink
    7 Outubro, 2008 14:33

    JLS,

    Isso é desconhecer por completo a realidade económica americana, bem como o funcionamento das suas instituições.

    Um conselho para quem quer perceber bem a realidade da crise financeira: não vejam programas como o Pros e Contras de ontem.

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  55. pennac's avatar
    7 Outubro, 2008 15:01

    João, a confiança pode ser uma questão “micro” – risco idiossincrásico de uma instituição em particular – ou uma questão “macro”, que creio ser a visão correcta no caso em apreço, uma vez que o risco é (agora) claramente sistémico.
    Quanto ao equilíbrio do sistema, este só é conseguido se as variações do mesmo forem mantidas dentro de um intervalo de amplitude x (??) e entrará em colapso se os limites forem quebrados, a não ser que um qualquer acto ou intervenção externa consiga (o que é evidentemente duvidoso)”forçar” o sistema a regressar ao intervalo de variação admitido. Assim como quando se dá um choque eléctrico para reanimar um sujeito com uma paragem cardíaca. Pode resultar ou não, mas se não se fizer nada o doente morre de certeza.
    Para ocasiões de pré-colapso, em cada instituição financeira existe (ou devia existir) um plano de contingência, uma espécie de cartilha que dita directrizes principais de actuação. Nem os EUA nem a Europa tinham preparado um “Plano de Contingência de Liquidez” (aliás, o acordo de Basileia II é particularmente omisso a este respeito). No entanto, os EUA reagiram de forma mais ou menos rápida (se correcta ou não ainda está para se ver), enquanto a Europa nem sequer conseguiu reunir um “Comité de Crise”, quanto mais tomar decisões. As diferenças de actuação não passaram despercebidas ao mercado, como se pode verificar pelo comportamento da paridade cambial EUR/USD…

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  56. Luís Oliveira's avatar
    7 Outubro, 2008 23:50

    Que post mais alucinado.

    A onda bate na lâmpada e recua, como dizia o outro.

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